Playlist: Halloween

 
É claro que não íamos deixar o Halloween passar em branco. Fizemos uma singela playlist de peso para momentos de receio, medinho, faniquito, temor, terror, cagaço e afins. E antes que estranhem, a lista não tem Thriller, do Michael Jackson. Pra quem quiser mais, fizemos recentemente um Top 7,5 sobre zumbis.

 

 

Alguns dos sons acima tem clipes bem bacanas, escolhemos três deles. Você confere abaixo:
 


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John Lennon, Imagine | Música ilustrada

 
Não somos do tipo que publicam estes posts rápidos, mas esta semana, sei lá, estou inspirado e por que não?
Vi isso por aí na rede mundial de computadores (não lembro onde mesmo), salvei as imagens aqui há algumas semanas, acabei esquecendo o que eu ia fazer com elas e aqui estão. A sequência de imagens ilustra o que pode ser uma das mais bonitas mensagens de paz já feitas em forma de música.

Right Track #6 Foo Fighters vs. Drive

 

Nesta seção vamos disponibilizar wallpapers bacanudos de clássicos do cinema revisitados por clássicos da música. Sempre uma bela sacada (ou não). Veja o que preparamos, baixe, use e, se tiver uma bela ideia, não deixe de enviar nos comentários!

 

Nesta edição: Everlong, Foo Fighters

 

Se você não viu o filme Drive (veja o trailer), que tem como protagonista Ryan Gosling, esta relação não tem muito sentido, admito. É só uma jaqueta com um escorpião bordado nas costas, ok.
O caso é que o filme Drive, o motorista (o nome do personagem de Gosling não é mencionado em nenhum momento), sua relação com o par romântico e a violência do filme tem um ritmo muito parecido com Everlong.

Apesar de Drive já ter uma trilha sonora digna, contando com sons bem “retrôs” que se encaixam com o visual do filme, Everlong cai como uma luva na história do motorista sem nome. Espero que gostem.

NTR Convida #1 Victor Rocha (Black Drawing Chalks)

 

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério), o NTR vai trazer a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

 
Não é por nada não, mas a seção de playlists de convidados musicais do NTR está estreando com peso. O cara que preparou uma lista de favoritas para o post de hoje já abriu shows de bandas como Motörhead, Nashville Pussy, Eagles Of Death Metal e Black Label Society, além de ter tocado no SWU em 2010 e na primeira edição brazuca do Lollapalooza, em abril deste ano.

Nossos agradecimentos a Victor Rocha, vocalista e guitarrista da banda stoner rock Black Drawing Chalks.

As músicas estão todas no player acima. É só clicar, relaxar e ouvir todas na sequência!

A playlist do Victor:

1. A Perfect Circle – Vanishing
“A Perfect Circle. Essa música tem uma harmonia, uma levada muito bonita, fantástica a banda, uma das que eu mais ouvi na adolescencia.”
2. Deftones – Cherry Waves
“Deftones. Esse álbum, Saturday Night Wrist, é fantástico. Essa música tem um dos melhores refrões que eles já fizeram!”
3. PJ Harvey – The Letter
“PJ Harvey, não pode faltar, ela é fandardiga.”
4. Eleven (Feat. Josh Homme) – Stone Cold Crazy
“Josh e Alain Johannes, parceria que só rende sucesso, rendeu inclusive o Them Crooked Vultures.”
5. Eagles Of Death Metal – Whorehoppin’ (Shit, Goddamn)
“Uma musica style pra trabalhar, muito bom todo o álbum.”

Victor Rocha no SWU, em 2010

A banda do Victor acabou de lançar seu terceiro álbum de estúdio, No Dust Stuck On You. E olha que beleza, o Black Drawing Chalks disponibiliza todos os seus discos gratuitamente para download no site da banda.

Por onde ele anda:
Redes sociais: Twitter, Facebook
Black Drawing Chalks: Site, Fan Page, Twitter

 
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+1 Dose

 
José Silvério é narrador esportivo e dificilmente dá pitacos, mas outro dia, na Rádio Bandeirantes, disse algumas palavras fortes. Ele comentava as comemorações pelo centenário do jornalista Nelson Rodrigues quando chamou a atenção para o número exagerado de comemorações. “É aniversário de morte, aniversário de nascimento. Quer dizer: daqui a pouco ninguém morre mais. Todo mundo vai fazer 100 anos de morte em algum momento”, disse, propositalmente exagerado. É esse efeito que aparece sobre o Barão Vermelho, banda que lançou nova turnê comemorativa no último dia 20.

Mais uma vez, o Barão Vermelho volta aos palcos para comemorações. Desta vez, pelos 30 anos de lançamento do primeiro disco da banda, Barão Vermelho (1982). O álbum será relançado com novas versões das músicas e a inclusão de uma inédita, “Sorte e Azar”, última da parceria entre Cazuza e Frejat e que já está disponível para vendas no iTunes. Maurício Barros e Dé Palmeira, parte da formação original da banda, também devem dar as caras em alguns shows, que terão repertório de 27 músicas, bem focado no disco de estreia, é verdade, mas com grandes sucessos da carreira. E quando foi diferente?

A música “Sorte e Azar” é a última parceria inédita entre Cazuza e Frejat. A faixa não entrou para o álbum lançado em 1982 pois o produtor do disco, Ezequiel Neves, tinha uma superstição com a palavra “azar” e ela acabou ficando esquecida.

O último álbum de inéditas do Barão foi lançado em 2004 – por coincidência, também se chama Barão Vermelho – e não teve grandes hits, com destaque para “Cuidado” e “Chave da Porta da Frente”. O último sucesso, portanto, veio em 1998, com “Puro Êxtase”, do álbum homônimo. Nesses 14 anos, a banda lançou quatro registros para exaltar a própria carreira, sendo uma coletânea (Pedra, Flor e Espinho, de 2002) e três ao vivo (Balada MTV, de 1999; MTV Ao Vivo, de 2005; e Rock in Rio 1985, de 2007).

Para sermos justos, o Barão nem poderia ter produzido novidades, já que a banda passou por duas pausas anunciadas originalmente como hiatos por tempo indeterminado. O primeiro deles, depois do Rock in Rio 2001, durou três anos. O segundo, de janeiro de 2007, terminou no último sábado, com o lançamento da turnê +1 dose. Ok, relembrar é viver. Mas até quando? Praticamente, o Barão Vermelho só se reúne para rememorar a própria carreira. Basta citar que a ideia original era quebrar o hiato em 2011 para celebrar os 30 anos de formação da banda. Não deu porque Frejat estava em carreira solo. Então, tudo o que precisaram foi adotar a efeméride seguinte.

De novo!

Depois de três décadas juntos, com a identidade da banda mais que estabelecida, a base de fãs também, além de contar com o peso da figura póstuma de Cazuza, é certo que é bem complicado para o Barão Vermelho ir muito além em qualquer trabalho inédito. Esse é claramente o motivo das pausas: cada um vai fazer o que quiser sem ter que honrar a história da banda, sem correr o risco de desvirtuá-la. Triste é saber que só o que restou são as reuniões comemorativas. Por mais que os fãs adorem a fase áurea do Barão, é preciso mais.

Ira!, Engenheiros do Havaí e Kid Abelha são outras bandas de longa trajetória que pararam de tocar. Ainda mais recente foi a pausa do Foo Fighters. Músicos como Humberto Gessinger admitem a possibilidade de que elas nunca mais se apresentem. Mas se voltarem, que tenham o que mostrar. Mesmo que seja pouco, mas que mostrem alguma coisa. Não mais do mesmo.

 
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A voz do Led Zeppelin não decepciona

 

– Eu daria a minha casa pra ver o Led tocar junto de novo!
– Mesmo?
– Eu daria, meu! Depois eu veria o que eu fazia, mas pô eles são a melhor banda do mundo!

 
Eles continuariam por um bom tempo ali divagando sobre qual seria o melhor álbum do Led Zeppelin, enquanto o Espaço das Américas alcançava a sua lotação máxima. Por fim, decidiriam-se por Physical Graffiti sem sombra de dúvidas. Os dois contavam nos dedos quais eram as chances do cantor já sexagenário incluir canções de sua banda antiga no repertório. Reviam mentalmente os últimos setlists, faziam contas de probabilidade baseadas nas apresentação no Rio e tinham alguns nomes da ponta da língua como Friends, Going to California e um mashup incluindo Whole Lotta Love. Relembravam riffs e ignoravam o coitado do Jeneci, escalado não sei por que gênio da produção que teve a infeliz ideia de colocá-lo para abrir o show. O músico só foi ser amplamente aplaudido pelo público ao anunciar a sua última música.

Conforme os minutos iam passando e aproximava-se das 22h, a tensão pré show ia aumentando. A multidão cada vez mais querendo achar um lugar um pouquinho mais na “frente” do palco – “frente” porque por mais próximo da grade que conseguíssemos chegar ainda estaríamos atrás dela, da maldita pista vip: separando $fãs$ de fãs e destruindo um pouco a tal faceta democrática que a música proporcionaria.

O golden god foi pontual e logo subiu ao palco com sua nova banda: The Sensational Space Shifters. O repertório apresentava o novo trabalho de Robert Plant que transita entre o gênero folk e um som meio étnico, meio gypsy, que me lembrava um pouco a fase zen budista do George Harrison descobrindo a cítara. O legal é que deu pra entrar bem no clima desse som novo, sei lá se foi o beck do cara ao lado impregnando o ambiente, o calor insuportável daquela casa de shows ou o poder da música mesmo, só sei que o som penetra em você e parecia que quanto mais tempo passava mais a plateia entrava em harmonia com o ritmo. O Sr. Plant e sua voz, considerada uma das melhores da história do rock, não decepcionam. Fizeram um monte de marmanjo chorar ao nos presentear com oito canções do Led, cada uma com uma releitura diferente, uma roupagem mais próxima do novo estilo do cantor, mas mesmo assim belíssimas. Fechou o show com um bis matador: a emocionante Going to California e Rock’n’Roll, bem próxima de sua versão original e com os agudos característicos do cantor, que deixou todo mundo insano e trouxe abaixo o Espaço das Américas.

Apesar de ter parado de acompanhar a carreira solo de Plant, eu precisava ver e ouvir ao vivo a voz do Led Zeppelin, o cara que eu escutei repetidamente durante a adolescência e que me apresentou ao rock’n’roll. Lembro-me de ouvir um som diferente de tudo o que já tinha escutado antes vindo do quarto do meu primo. Aquele rock misturado com blues com agudos que imitavam uma guitarra chorar me chamaram a atenção, e aí já era. Eu precisava ver o Robert Plant cantar mais para ver o mito propriamente dito do que o cantor. Queria voltar um pouquinho na década de 70 pra ver se ouvindo a sua voz eu conseguiria minimizar um pouco a sensação de perda por ter nascido na época atrasada, era esse o sentimento presente ali. E posso dizer que a voz do Led não decepciona.

Setlist do Show em São Paulo (22/10/12):

 
“Tin Pan Alley”
“Another Tribe”
“Friends” (Led Zeppelin)
“Spoonful” (Howlin’ Wolf)
“Somebody Knocking”
“Black Dog” (Led Zeppelin)
“Song to the Siren” (Tim Buckley)
“Bron-Y-Aur Stomp” (Led Zeppelin)
“The Enchanter”
“Gallows Pole” (Led Zeppelin)
“Ramble On” (Led Zeppelin)
“Fixin’ to Die” (Bukka White)
“Whole Lotta Love” (Led Zeppelin)

Bis
“Going to California” (Led Zeppelin)
“Rock and Roll” (Led Zeppelin)

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Up the Bracket completa 10 anos

Gente, tô me sentindo nostálgica! É que um dos álbuns que mais ouvi durante a minha adolescência inteira está completando uma década! Outubro é o mês de um dos mais significativos discos do rock inglês no século pois marca o 10º aniversário do Up the Bracket, álbum de debut da banda inglesa The Libertines. Formada em 1997 pelos guitarritas/vocalistas Carl Barât e Pete Doherty, a banda se projetou mundo afora após o lançamento de seu primeiro disco, em 2002. O grupo, que contava com John Hassall no baixo e Gary Powell na bateria, representava uma espécie de resposta inglesa ao sucesso do novo rock norte-americano, dominado por The Strokes e companhia.

Pouco inovador mas com uma energia incrível, os Libertines foram um espelho para a nova geração britânica e inspiração para as que viriam depois (vide Arctic Monkeys). Eles faziam um som sujo e direto, rock de garagem misturado com britpop, guitarras barulhentas, meio punk (não à toa foi produzido pelo ex-guitarrista do Clash, Mick Jones) que invadia a cena indie britânica. Além do som característico, os Libertines também traziam uma atitude auto-destrutiva de drogas, sexo e rock’n’roll. Barât e (principalmente) Doherty ajudaram a dar ânimo ao rock na primeira década do século XXI.

A banda ficou conhecida pela ligação intensa e explosiva de seus co-fundadores. A relação de amor (ambos tem a palavra “Libertine” tatuada em seus braços escrita na caligrafia um do outro) e ódio entre Pete e Carl proporcionava a química e o tom das apresentações viscerais da banda. É impressionante como os dois se complementam musicalmente – um fenômeno a la Lennon/McCartney -, enquanto Carl traz o ritmo sujo e a pegada mais rock’n’roll, Pete é responsável pelo lirismo e pelo lado mais poético contido nas letras. Basta acompanhar os trabalhos paralelos pós-Libertines de ambos (BabyShambles e Dirty Pretty Things) para comprovar essa dicotomia complementar.

O relacionamento tumultuado dos dois aliado ao vício de Pete em cocaína e heroína resultou em vários momentos de turbulência da banda. Houve até a ocasião em que Pete dorgado loucão assaltou a casa de Carl para comprar drogas enquanto esse excursionava sozinho com os outros Libertines, já que tinha se recusado a deixar Pete voltar à banda enquanto ele não se desintoxicasse. Nessa época, Pete também ficou conhecido por ser o namorado da supermodel Kate Moss, foi inclusive em sua companhia que a senhorita Moss saiu na capa dos tablóides cheirando cocaine.

“Up the Bracket” é lindo de uma maneira bem tosquinha crua e sincera, de tocar a alma de uma forma bem direta para falar sobre amor, amizade e as nossas tantas frustrações dessa vida. Com singles como “Up the Bracket”, “Time for Heroes“, “I Get Along” e “Boys in the Band”, o álbum marcou o início de um revival da cena do rock britânico. Em 2003 o disco foi relançado em uma edição especial contendo como extra a canção “What a Waster”. O título do álbum “Up the Bracket” faz alusão à frase usada pelo humorista britânico Tony Hancock (de quem Pete é assumidamente fã), em seu programa Hancock’s Half Hour, que significa soco na garganta. Além disso, “Up the Bracket” também é uma gíria para cheirar cocaína algo bem apropriado levando em conta o histórico da banda.

O vício de Pete acabou colocando o fim na banda em 2004. Esse vídeo mais recente é de quando os quatro membros dos Libertines juntaram-se para tocar uma série de shows, incluindo apresentações nos festivais de Reading (pega esse Gary destruindo na bateria):

Aproveitando essa onda de nostalgia, o Guardian publicou uma divertida entrevista com Pete e Carl logo depois que eles voltaram da excursão do “Up the Bracket”, 10 dias antes de o disco ser lançado.  O jornalista inclusive trola cita que ao conversar com o duo bem de perto dá pra sacar que faz tempo que eles não tem um encontro com a pasta de dente e o desodorante. O semanário NME também está fazendo uma votação para escolher a melhor música de 2010 e os Libs estão lá com a faixa título do disco.

Em abril desse ano, o Carl Bârat fez shows aqui no Brasil. Sua apresentação, repleta de singles e várias canções dos Libs, serviu pra tapar um pouquinho a saudade de uma banda que terminou tão prematuramente no maior estilo live fast, die young.

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Muse | The 2nd Law

 

Muse | The 2nd Law

Warner Bros Records / 01 de outubro de 2012 / Rock, Pop, Indie
Muse - The 2nd Law

Faixas:
1. Supremacy 
2. Madness 
3. Panic Station
4. Prelude
5. Survival 
6. Follow Me
7. Animals
8. Explorers
9. Big Freeze
10. Save me
11. Liquid State
12. The 2nd Law: Unsuntainable
13. The 2nd Law: Isolated System

 

3,5/5

“Eles realmente amam/são Queen. O disco prova que o Muse não cansa de experimentar e o toque de dubstep não atrapalha.”

É pra quem gosta de:

Radiohead – Queen – The Killers

Tem que ouvir:

Madness – Panic Station – Survival

Pode pular:

Save me – Liquid State – The 2nd Law: Isolated System

 

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Seria o Restart uma farsa?

 
O jornal carioca Extra divulgou nesta terça-feira a notícia “Restart tem ajuda de músicos escondidos nos shows da banda”. Em um parágrafo com 91 palavras e três fotos, a publicação coloca mais bala na agulha de quem abertamente odeia a banda por sua postura, seu suposto rock, a infantilidade das letras, as roupas coloridas e a ligação com o estilo emo. Mas qual é o problema em contar com músicos de apoio? Quem falou que isso é proibido?

Há alguns aspectos que temos que levar em conta para chegar a alguma conclusão entre Restart é uma farsa ou Restart não fez nada de mais; vejamos.

Hipótese 1: Músicos de apoio

Apoio, sacou? rs…

A reportagem mostra duas fotos diferentes da mesma pessoa colocada atrás do palco supostamente tocando baixo, mas informa que há outro guitarrista também escondido. Eles são músicos de apoio? Se sim, qual é o problema? Inúmeras bandas usam músicos de apoio, desde bandas de pagode que hoje parecem mais orquestras ao Charlie Brown Jr., que chamou Tadeu Patola para tocar no Acústico MTV porque só com Marcão na guitarra a coisa não sairia tão bem.

O Nirvana fez o mesmo quando Kurt Cobain já não se garantia, e então chamou Pat Smear. O Green Day toca com pelo menos outro guitarrista no palco, bem ao fundo; ele nunca é focado, quase não aparece, não entra nos créditos nem nas filmagens de DVD. O Slipknot toca com um baixista escondido atrás do palco desde a morte de Daniel Baldi, e o Fresno usa as linhas gravadas desde que Tavares deixou a banda. O Padre Marcelo sequer canta as músicas, só chamas os versos e de vez em quando ajuda os backing vocals no refrão. Todo mundo faz isso.

Hipótese 2: Playback

Não entendeu a imagem? Clique aqui.

Ah, aí a coisa muda. Pela imagem divulgada pelo jornal, o instrumento tocado pelo suposto músico escondido é claramente um baixo, o que me leva a pensar: por que qualquer banda – ainda mais o Restart – colocaria duas linhas de baixo em suas músicas – ainda mais as do restart – a ponto de precisar que as duas sejam tocadas ao vivo? Trata-se de um altíssimo indício de uma puta falta de sacanagem. Fazer playback em shows é uma das coisas mais abomináveis que pode existir.

Me vem à cabeça agora três casos em que o playback foi escancarado e ridículo: Aaron Carter e Britney Spears no Rock in Rio III, em 2001, e Bloc Party no VMB 2008, na MTV. Será que o sr. Pelanza não está dando conta de tocar e cantar as suas próprias músicas, por mais simples que sejam? Se for isso, está na hora de ser mais sincero, ou então assistir John Mayer e Dave Mathews dedilhando e tocando simultaneamente, uma verdadeira aula.

Hipótese 3: Roadies

Não entendeu a imagem? Clique aqui.

Como eu disse, a reportagem é bem simplória ao denunciar os músicos escondidos atrás do palco do Restart. O local do show, por exemplo, é descrito de forma bastante vaga como “uma cidade do norte do Rio de Janeiro”. Quem fez a matéria não entrevistou os supostos guitarrista e baixista, nem mesmo entrou em contato com a banda para pegar uma explicação ou declaração. Ninguém falou com outros membros da equipe do Restart, nem com empresário, familiares, amigos. Só o que se sabe pode ser concluído por duas fotos da mesma pessoa.

Roadies são pessoas que ficam atrás do palco segurando instrumentos enquanto usam fones de ouvido para ajustar a afinação. E entre uma música e outra podem matar o tempo praticando, ou então tocar os instrumentos para esticar de vez as cordas – corda nova é fogo, desafina rápido se não for “amaciada”. Não seria uma hipótese palpável? Nem playback nem músicos de apoio, apenas roadies e seu desejo de fazer parte do show. Por que não?

Enfim, eu acho que até essa história se esclarecer vou dar uma segurada. Nada garante que sejam uma farsa. E o benefício da dúvida? Tenho certeza que eles não precisam de mais gente atirando pedras.

“Ah… que pecado. Que pecado!”

 
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Jeito Felindie: Tributo ao Raça Negra

 

Errou quem pensou que o vídeo acima seria a última grande coisa sobre o Raça Negra nos últimos tempos. Foi lançando na última sexta (12 de outubro) no site Fita Bruta o “Jeito Felindie (2012)”, disco Tributo ao Raça Negra. A homenagem tem como idealizador o jornalista Jorge Wagner, que convidou 12 bandas independentes para dar uma roupagem instagrâmica aos sucessos desse grupo pagode paulista.

Que fique claro que homenagem aqui, vem sem conotação irônica nenhuma: “não há um distanciamento irônico nesse projeto e não escolhemos regravar para salvar as canções, muito menos buscamos legitimar o som do Raça Negra. Consideramos as músicas boas, foram parte da nossa vida, da nossa infância. Assim, por que não fazer uma homenagem?”, diz Jorge em entrevista ao A Tribuna – ES.

O Raça Negra foi um dos grandes ícones da música brasileira nos anos 90. O grupo abriu portas para uma enxurrada de grupos de pagode que os sucederam  até os dias hoje. Não é a tôa, as 12 músicas escolhidas para serem regravadas são sucessos dos quase 30 anos de carreira do grupo que tocava boas canções românticas, sem exageros de “ôôÔ” ou “La-laiá”. Outro ponto marcante da banda eram os teclados utilizados em vez dos metais e por fim, o vocalista e principal compositor Luis Carlos. Sua língua presa virou um ponto forte, uma característica praticamente impossível de se “samplear”.

[pullquote_right]”Consideramos as músicas boas, foram parte da nossa vida, da nossa infância. Assim, por que não fazer uma homenagem?”[/pullquote_right]

Abaixo, vocês podem ouvir o disco na íntegra, que também está disponível para download aqui. Eu, que escutei Raça Negra minha infância inteira, gostei de todas as versões, mas destacaria sem pestanejar “Cheia de Manias”, interpretada por Vivian Benford,  “Te Quero Comigo”, da Minha Pequena Soundsystem e “Jeito Felino”, por Letuce.

Como o pessoal do Fita Bruta deixa sempre bem claro: não se trata de pagode, samba, rock ou indie.  Esses estilos que comumente são tratados como inconciliáveis e hierárquicos, são praticamente e apenas música pop.

 

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