NTR Convida #44 Irina Bertolucci (Garotas Suecas)

A convidada desta semana é Irina Bertolucci, tecladista e vocalista da banda Garotas Suecas – e não, ela não é sueca. Irina é paulistana, mas no começo da carreira da banda até tinha gente que acreditava que ela era gringa, por causa do cabelo loiro, da pele branquinha e dos olhos verdes. E a turma da banda tirava um sarro e mentia que ela era sueca, mesmo, hahaha.

O grupo não tem nenhuma sueca e, além da Irina, também não tem mais nenhuma garota. A banda é formada pelos irmãos Nico e Tomaz Paoliello (bateria e vocal e guitarra e vocal, respectivamente), Fernando Freire, o “Perdido” (baixo e vocais) e Guilherme Saldanha (vocais). Pois é, todo mundo canta! E nenhum deles aguenta mais responder por que raios a banda se chama “Garotas Suecas”. Eu já ouvi várias versões, mas, em uma entrevista para a infelizmente já extinta revista Bravo!, o Tomaz disse: “o nome da banda é uma homenagem a um cantor gringo que conhecemos em Foz do Iguaçu, que compôs uma música para algumas garotas suecas que ele conheceu na cidade”. E isso faz muito sentido se você prestar atenção no primeiro clipe da banda, Corina – que até hoje é o mais engraçado e meu preferido deles (apesar de ser uma sacanagem com a Irina no final).

A banda tem um currículo de fazer inveja. Tocam juntos desde 2005, tempo em que faziam cover de Sonics (!) e se apresentavam no Café Aprendiz, na Vila Madalena. Três anos depois, já com 3 EPs de músicas próprias, venceram o prêmio de “Aposta MTV” no VMB. O Garotas Suecas, aliás, teve uma relação bem próxima com a emissora, sendo uma das bandas queridinhas da casa – sempre apareciam por lá. Em 2010, lançaram seu primeiro disco, “Escaldante Banda”. Já tocaram em festivais como Planeta terra, Porão do Rock, South by Southwest (SXSW) – EUA e Primavera Sound – Espanha. Já fizeram quatro turnês nos EUA, país onde tiveram reconhecimento antes mesmo do que em sua terra natal. O New York Times já falou deles (e bem). Eles já gravaram um clipe em Nova Iorque e outro com o Jacaré, ex-dançarino do É o Tchan, com direito a coreografia exclusiva e tudo!

No último mês de setembro, os Garotas Suecas lançaram seu segundo disco, “Feras Míticas”, que conta com a participação de vários músicos convidados, como a rapper paulistana Lurdez da Luz e o Paulo Miklos, dos Titãs, além de Kid Congo Powers, americano que fundou a lendária banda The Cramps.

O álbum, que pode ser baixado na íntegra de graça no site oficial da banda,  já rendeu dois clipes: “Eu Avisei Você” e “A Nuvem” (que tem a participação da Lurdez da Luz). “O Feras foi a nossa primeira experiência em estúdio com a presença de um produtor, o britânico Nick Graham-Smith”, conta Irina. Nick é dono do Pendulum Studio, na Vila Madalena, onde o disco foi gravado.

Na sexta-feira que vem, dia 20 de dezembro, o Garotas faz seu último show do ano, dividindo o palco com os colegas de longa data da banda O Terno – que tocam com eles desde os tempos de Café Aprendiz. “O show contará também com a participação da  Lurdez da Luz. Vamos ser sua banda de apoio em algumas músicas, e ela canta com a gente em algumas outras. A noite promete!”, adianta Irina. O show será realizado em São Paulo, no Estúdio (antigo Estúdio Emme). Mais informações aqui.

E a banda já tem grandes planos para o ano que vem. “2014 já promete lançamento na Europa, quem sabe uma turnê na América do Norte e, assim espero, um giro de respeito pelo Brasil, que tem muito lugar pra conhecer ainda”, diz a tecladista.

A LISTA DA IRINA
A Iri preferiu recomendar para os leitores do NTR as músicas que mais escutou em 2013. “Fim de ano é época daquelas listas de melhores, piores, revelações etc. Então acabei fazendo a lista das canções que foram lançadas esse ano que eu mais ouvi. As menções honrosas vão pra MIA, que acabou de lançar um discão; pro Boogarins, que eu acabei de ver ao vivo e os meninos prometem; e pro Mount Kimbie, que eu só baixei o disco agora e tá finesse, mas, como não deu tempo de ouvir bastante ainda, não está na minha lista de mais ouvidos do ano”, diz ela.

Para ouvir as músicas na sequência, é só dar o play no vídeo do topo do post. Confira a lista:
1) Unknown Mortal Orchestra – So Good at Being in Trouble
“Essa tem um clipe bastante maravilhoso, com o Mc Lovin’ do Superbad, seitas estranhas e muita gatinha curtindo em LA. Um amigo me mostrou o segundo disco deles, II, logo que saiu, no começo do ano. Foi amor à primeira audição. Essa música tem uma letra meio hino, daquelas que alguém ia ter que escrever am algum momento. Fora isso, tem aí bastante coisa que rolou esse ano: psicodelia contemporânea, reverb, voz susurrada… astral, escutem o disco inteiro!”

2) Ugabuga Feelings – Barbara Eugênia
“O disco da Bárbara é um dos mais queridos lançamentos brasileiros desse ano pra mim, sem dúvida. Tem rock, tem letras ótimas, é cru, é simples…e essa música é daquelas de ouvir no repeat. Tem uma vibe meio ‘Not Fade Away’, do Buddy Holly, com dendê. Puro amor.”

3) You and Me – Disclosure feat. Eliza Doolittle
“2013 foi também o ano em que fiz as pazes com a música eletrônica (sim, nós já havíamos sido amigas, tivemos um desentendimento, mas agora estamos ok). Esse disco é pista pura, coisa fina. Tem até participação da mina aí de baixo. E essa música é hit. Sim, eu gosto de hits! Mostra uma Eliza menos fofinha, o clipe também é demais, romance etc. Put on your dancing shoes and dance with me.”

4) Your Drums, Your Love – AlunaGeorge
“Duo voz+dj, casal, amor. Esse primeiro disco desse jovem casal é coisa séria. Tem também uma pegada eletrônica, mas com um viés mais hip hop, ela é mara, os clipes são lindos…vamos ouvir falar muito deles ainda. Essa música é mais calminha e também é das que eu ouvi, literalmente, no repeat o ano inteiro. Acho que ela tem tipo dez vezes mais plays do que as outras desse disco no meu itunes.”

5) The Throw – Jagwar Ma
“Por algum acaso, assisti ao clipe dessa música assim que ele saiu. Ninguém tava falando deles ainda, foco no ‘ainda’. Pessoal tá se derretendo pelos australianos agora. Foi outro amor à primeira ouvida. Psicodelia, boas letras, batidas eletrônicas, muito reverb, amor não correspondido, falsete. Essa foi a primeira que ouvi desse disco, que acabou virando meu grande parceiro de caminhada esse ano. Indo à pé pro trabalho, dirigindo, fazendo esteira ou curtindo um escurinho com os amigos, não tem erro com esse disco. Aliás, baixem e escutem todos esses 5 discos na íntegra. Essa é a minha recomendação!”

Mais Garotas Suecas:

Site Oficial

Facebook

Twitter

Instagram

Youtube

Google +

SoundCloud