O polêmico rebolado da Miley Cyrus virou joguinho

O “twerking”, rebolado sensual e descarado que deriva das danças jamaicanas originais das festas de Dancehall (que é tipo o funk carioca deles), virou uma febre nos EUA e gerou polêmica ao ser feito pela Miley Cyrus, que tenta desesperadamente parecer sexy e se livrar da imagem de “menininha Hannah Montana da Disney”. Começou com esse clipe dela:

Aí, como todo mundo já tá careca de saber, a Miley fez o twerking e muitas outras coisas bizarras em sua apresentação no último VMA, prêmio anual da MTV americana, e deu o que falar. Tanto que virou até um jogo!

Isso mesmo, você não leu errado. Uns malucos de Amsterdã inventaram um joguinho em que o objetivo é fazer a Miley Cyrus rebolar o máximo possível em frente ao cantor Robin Thicke. Quanto mais rebolado, mais a plateia pira e mais pontos você ganha. No final, o objetivo é chocar as celebridades da plateia (tem a família do Will Smith e até o presidente Barak Obama!).

miley twerk

“Miley Cyrus: The Game” está disponível em 38 países e já teve mais de 500 mil acessos! Pra jogar é só controlar o rebolado fazendo círculos com o mouse ou o touchpad. Clique aqui para abrir o jogo.

Todos menos eu: a praga da Lorde

Sempre que vejo uma novidade “hypada” demais me bate uma preguiça tão grande que começo a evitar o artista. Foi isso que aconteceu com a Lorde. A cantora tem apenas 16 anos, é da Nova Zelândia e, há alguns meses, tem sido assunto de quase todos os blogs, programas de TV e rádio, revistas e sites especializados em música do mundo. Ela já tinha estourado na Austrália, nos EUA e na Europa quando começou a ser comentada por aqui. E eu li tanto sobre ela que me deu uma baita preguiça de ouvir sua música. Mas, depois de tanta insistência, acabei vendo o clipe de “Royals”, seu hit mundial; e ouvindo seu EP de estreia inteiro – The Love Club, lançado em março deste ano. Não achei nada de mais. Só que aí, como uma praga, a Lorde começou a me perseguir.

Como se não bastasse ler “Lorde” em todo site que costumo acessar e ser atacada por anúncios dela pipocando pela internet, tem uma menina na minha academia de Kung Fu que é igualzinha a ela, comecei a ver amigos compartilhando suas músicas nas redes sociais e peguei “Royals” tocando na rádio. O pior de tudo: foi na rádio de verdade, na FM local, nada moderninha, tipo uma Alpha ou Antena 1 careta que tava tocando dentro do salão quando fui à manicure (!!!). Choquei. E então resolvi dar mais uma chance pra menina.

Ouvi o EP de novo, vi mais alguns clipes, incluindo o assustador “Tennis Court”, mas o que mais me chamou a atenção foram os vídeos dela cantando ao vivo. Acabei ficando com “Royals” grudada na minha cabeça por dias a fio e agora até que acho legal. O mais bacana sobre a Lorde, que na verdade se chama Ella Yelich-O’Connor, é que, apesar de ser muito jovem, aparentemente não se deixou moldar tanto assim pela linha de produção da Indústria Musical, como muitas cantoras pop padronizadas estética, vocal e musicalmente.

Ela escreve suas próprias músicas, canta bem e com personalidade, tem um cabelão cacheado e volumoso, só usa preto e roupas esquisitas, tem cara de chapada nos vídeos ao vivo, que grava sem maquiagem, aparenta ser bem mais velha do que é, mantém a voz mais grave e um estilo de música que não soa nada adolescente. E olha que ela nasceu em 1996!

O primeiro disco da Lorde se chama “Pure Heroin” (interprete como quiser) e foi lançado há menos de um mês. Desde então, só se fala dela por aí, sua música toca no mundo inteiro, já tem um monte de gente fazendo covers dela (incluindo a Selena Gomez num show em Amsterdã  – alou, globalização!), ela conquistou o 1º lugar nas paradas dos Estados Unidos e de seu país natal, tornando-se a Neozelandesa mais jovem a ocupar o topo da lista Billboard, tomando o posto antes ocupado pela polêmica Miley Cirus. E o hit “Royals” virou tema de uma propaganda do Samsung Galaxy Note 3 com o Messi! Tá bom, né?

Mais Lorde:

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Novo layout do Não Toco Raul

Saudações, jovens meninas e meninos, faz um tempinho, né?

Para quem nunca esteve por aqui, acredito que este post não fará muito sentido, mas para os antigos frequentadores serve como novas boas-vindas ao Não Toco Raul 2.0.

Depois de exatos 1 ano, 7 meses e 3 dias de blogagem marota, fizemos a conta do que realmente importa, enxugamos tudo, jogamos fora alguns nomes e coisas em desuso, melhoramos a legibilidade e demos importância total ao conteúdo. Afinal, é por ele que você está aqui.

Os principais pontos do novo layout do NTR:

Sem “Leia mais”

Você não precisa clicar em nada para ler matérias curtas, ver um vídeo postado ou ouvir uma playlist que publicarmos.

Layout responsivo

Agora o NTR fica bonitão também quando acessado de smartphones e/ou tablets. Ninguém mais está excluído!

Conteúdo primeiro

Fontes maiores e mais legíveis, vídeos e imagens em tamanhos maiores e maior área destinada ao conteúdo.

Então, é isso, aproveite!

elvis_champagne

Playlist: dia dos namorados – vol.2

Sim, caros leitores, chega enfim o famigerado “Dia dos Namorados”. Data adorada por uns e odiada por outros, emocionalmente marcante e ao mesmo tempo taxada de “golpe comercial capitalista que só serve para vender coisas”.

Aqui no NTR a democracia impera e vamos tentar ser imparciais quanto ao dia de hoje, mas sempre pendendo para nossa maior paixão de todas, que é a música – que nos desculpem os(as) digníssimos(as) da equipe, mas inserir aqui as frases “music is my hot, hot sex” ou “music is my boyfriend/girlfriend” fazem completo sentido. Até porque estar ou não estar em um relacionamento não faz de você uma pessoa melhor ou pior e passar o Dia dos Namorados sozinho(a) ou acompanhado(a) não deveria ser motivo de grandes preocupações. Afinal de contas, como pregam os sábios da internet, no Dia do Índio você não fica fazendo declaração de amor e tirando foto com um indígena e no Dia de Finados não sai para jantar com um cadáver, certo?

Então desencana e vem com a gente curtir uma playlist especial que serve tanto para solteiros quanto para comprometidos, a trilha sonora perfeita para “aqueles” momentos de intimidade a dois (ou mais, vai saber), quando a temperatura vai subindo, subindo… Da malemolência do olhar e da paquera ao chega mais do beijo e, finalmente, o êxtase, eis a nossa trilha sonora do “amor”.

Assim como no ano passado, a playlist conta com 3 “níveis”. Aproveite e seja feliz, comprometido ou não, com homem, mulher ou os dois, como quiser.

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James Hetfield: o melhor guitarrista base do mundo

 

A alcunha de “melhor guitarrista base do mundo” pode não parecer grande coisa, quase como um prêmio de consolação: “a banda tem seus destaques, mas na base você é o melhor”. Ninguém que tenha feito base gravou para o álbum Guitar Heroes, foi aclamado por algum riff ou aplaudido de pé após uma canção. Vejo em James Hetfield, do Metallica, a relevância máxima dessa função.

Fiquei pensando um tempão em como definir James Hetfield como guitarrista, mas acontece que a missão é difícil demais. Seu talento com a guitarra é como algo oculto: sua potente voz, os solos com wahwah de Kirk Hammet, as caretas e a pegada de Lars Ulrich na bateria e até os trejeitos de Robert Trujillo se sobressaem mais. Mas sustentando tudo isso há James e sua guitarra.

É impressionante o talento que o vocalista do Metallica tem na mão direita: com palhetas perfeitas, varia as levadas abafadas para dar peso e ritmo às músicas, sem se desfazer de nenhum riff. Onde muitos guitarristas fariam a palheta alternada, ele bate apenas de cima para baixo – haja tendão para aguentar a sequência.

That was just your life
Thar was just your life

Temos tudo isso no último álbum, Death Magnetic (2011): está na cavalgada do riff principal de “That Was Just Your Life”, no cromatismo da levada de “All Nightmare Long” e nos trecho que circunda o solo de Kirk Hammet em “My Apocalypse”. Há muito para ver também nos álbuns antigos: no clássico “Black Album”, intitulado Metallica  (1991), ele desce o braço em “Holier than Thou” e só palheta para baixo em “Thought the Never”.

Podemos também citar a fortíssima “Master of Puppets”, do álbum homônimo de 1986, ou então em “Creeping Death”, do anterior Ride the Lightning (1984). James Hetfield tem uma pegada intensa, algo que transmite o peso de seu braço direito à música. E como é difícil fazer isso. Mais difícil ainda é tocar desse jeito e cantar, algo que ele faz com excelência.

Há quem não goste do timbre do vocalista do Metallica – principalmente os seus famosos “yeahs” -, mas não há como negar que é muito, muito complicado cantar e tocar riffs um tanto quanto elaborados. Tente cantar, por exemplo, “One”: o dedilhado vai se decompondo em séries de peças que se misturam com a guitarra de Kirk, e até aí James não perde a afinação.


shhYEAHeaah!

Mais do que isso, James Hetfield mixa à técnica conhecimento técnico, a ponto de desenvolver uma linha de captadores que lhe agradasse. A peça foi criada em parceria com a EMG, e o guitarrista testou 30 modelos diferentes até encontrar aquele que se encaixava melhor ao seu gosto. É com eles que toca em sua Explorer, guitarra que virou quase que uma marca, assim como a Les Paul para Slash.

James Hetfield não é perfeito e jamais vai ter o destaque ou a relevância de nomes como Van Halen,  Jimmy Page ou Keith Richards. Mas é de se admirar o capricho e a forma como leva a “cozinha” do Metallica há mais de 20 anos, tocando ao lado de Lars Ulrich e dos baixistas Cliff Burton, Jason Newsted e Robert Trujillo.

Umbabarauma, a origem

Para começar vamos falar de Umabarauma, do Jorge Ben Jor, que faz parte do disco África Brasil, de 1976.

01 Ponta de lança africano (Umbabarauma)

Até então, Jorge já era sucesso internacional, graças a “Mas que nada”, lançado em 1963. Mas foi o África Brasil que iniciou sua fase mais criativa, onde trouxe o funk, R&B e a percussão. Trocar o violão pela guitarra também foi um tapa na cara de todos na época.

Umbabarauma é a primeira música do álbum. Foi escrita quando Jorge estava na França com sua primeira banda, o Admiral Jorge V. Lá, ele relata que assistiu a uma partida onde havia um jogador negro, que vestia a camisa 10. O mais estranho, é que o nome do jogador era na verdade Babaraum.

Não se sabe se Babaraum era jogador de algum clube profissional, se jogava em alguma seleção, nem se era realmente africano. O que se pode imaginar é que numa suposta partida, Jorge ficou impressionado com a habilidade do jogador, que estava em um dia inspirado.

Deixando a imaginação de lado, o que podemos afirmar é que Jorge Ben é um brincalhão. Por que raios fazer uma música sobre um ponta de lança africano? Na época brilhavam jogadores brasileiros como Rivelino, Roberto Dinamite e Zico, todos eles enchiam os olhos dos torcedores. Talvez nenhum desses nomes daria a métrica exata necessária para o refrão. Talvez sua intenção fosse escrever uma música sobre futebol, sem parecer uma homenagem à um jogador. Talvez ele sequer tinha visto o tal Babaraum jogar e só achou o nome legal.

Independente do tenha – ou não – acontecido, ele a compôs e a gravou. Sobre uma letra simples, montou um groove ainda mais simples, colocou muita percussão e vocais femininos. Quer mais o quê?

Para fechar, em 2010 a música foi regravada, contando com a participação de Mano Brown, vocais de Anelis Assumpção, Céu e Thalma de Freitas. Desse encontro saiu também um documentário, patrocinado pela Nike, vale a pena assistir.

A versão ficou realmente animal, dê um play abaixo para curtir.