Trouble, trouble, trouble

No momento em que escrevo esse artigo, a cantora Taylor Swift se encontra em um relacionamento amoroso. Isso não é novidade. O diferente, agora, é o outrém: o cantor inglês Tom Odell, 22 anos, que ainda não fez a carreira deslanchar – tem apenas um EP chamado “Songs From Another Love” (2012) e prepara o lançamento de um álbum para abril. Essa é a figura menos famosa com quem a cantora de 23 anos se enroscou nos últimos anos. Com os mais conhecidos, a história não terminou bem e virou música.

Taylor Swift é problema, e todos nós sabemos por antecipação: invariavelmente, ela transforma suas crises sentimentais em música. É a fórmula musical dela, a origem de boa parte de seus maiores sucessos. “Para mim, estou apenas escrevendo músicas do jeito que eu sempre fiz. Sou eu sentada na minha cama sofrendo com algo que eu não entendo, escrevendo uma música e desvendando”, contou à revista Elle. “É algo que me faz sentir melhor”, complementou.

Trata-se de uma terapia um tanto quanto egoísta, já que, apesar de não confirmar quais canções foram feitas para quais pessoas, ela admite que são inspiradas em seus ex-namorados. A exposição pública de tudo isso facilita a curiosidade de saber: sobre quem ela canta determinado verso? “I knew you were trouble” (Red, 2012), por exemplo, poderia ser sobre ela própria, mas fala sobre seu último ex, Harry Styles, um dos integrantes da boy band One Direction.

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Os tabloides britânicos vibraram com a história: a cantora americana se apaixona perdidamente por um jovem prodígio cinco anos mais novo (Harry tem 18 anos), leva um fora após breve relacionamento e viaja até a Inglaterra só para tentar reatar, mas recebe um grande “não” como resposta. Então ela volta para casa e grava: “I knew you were trouble when you walked in, so shame on me now” (eu soube que você era problema quando você apareceu, que vergonha de mim).

Dá até para achar que ela é uma coitada. Mas aí vem a lista: desde 2009, outros cinco ex-namorados, sempre famosos, foram homenageados com música. O cantor John Mayer ganhou a menção mais direta, na canção “Dear John” (Speak Now, 2010). “I lived in your chess game, but you changed the rules every day” (eu vivi no seu jogo de xadrez, mas você trocou as regras todos os dias), canta Taylor. O refrão é mais pesado: “don’t you think I was too young to be messed with?” (você não acha que eu era muito jovem para ser ‘bagunçada’ por você?). Em 2009, Taylor tinha 20 anos; John, 32.

Para o ator Taylor Lautner, a americana escreveu “Back to December” (Speak Now, 2010), uma espécie de pedido de desculpas. Para o também ator Jake Gyllenhaal, a música criada tem um tom mais maduro, quase de deboche: “We are never getting back together” (Red, 2012). Joe Jonas, um dos Jonas Brothers, ficou com as reclamações e broncas de “Forever & Always” (Fearless, 2008). Por fim, há Conor Kennedy (da família do ex-presidente John Kennedy), com “Begin Again” (Red, 2012).

Dá pra achar que a Taylor Swift é emocionalmente equilibrada?

paulataylor_montagemPelo menos a fórmula está dando certo: ora rende músicas mais agitadas, que vão tocar na rádio e fazer sucesso; ora surgem canções mais melosas, a grande base do repertório da “Paula Fernandes americana“. Não é à tôa que elas gravaram juntas a música “Long Live”. Ambas têm fama de sertaneja (country), mas na verdade fazem música romântica da mais melosa. Os fãs da brasileira adoram a comparação; os da Taylor, odeiam. Pelo menos a versão tupiniquim é menos dramática.