Todos Menos Eu: Mayer Hawthorne

Em “Todos menos eu eu” vamos falar daquele artista/banda que é hype e está em todos os blogs, na programação da MTV, Multishow e na Rolling Stone. Vamos fazer o trabalho sujo para você não ficar sem assunto com seus amigos hipsters.

 
“Bem, a noite chegou ao fim. Eu me diverti também, mas, isso não precisa terminar aqui. Eu sei que a gente acabou de se conhecer, que não conhecemos um ao outro muito bem ainda. Mas eu não consigo evitar a sensação de que existe algo especial entre nós. Eu realmente quero te conhecer melhor”.

O trecho inicial da música “Get to know you”, a primeira faixa do álbum How Do You Do (2011), mostra toda a lábia aplicada por Mayer Hawthorne em suas letras, que segundo ele mesmo, tem muita inspiração de um dos mestres da Arte do Gratino: Barry White.

Mayer Hawthorne é um dos novos ícone do soul – ou new soul, se preferir – que nos últimos anos teve suas atenções voltadas para Amy Winehouse. Ele faz parte  do time composto por Janele Monáe, Joss Stone, Duffy,  Aloe Blacc e John Legend and The Roots.

Andrew Cohen (esse é o seu verdadeiro nome), tem um pai que é um grande baixista e uma mãe que canta e toca piano. Aos 6 anos, ele já estava aprendendo a tocar esses instrumentos e durante o colegial tocou em várias bandas. Mais tarde, ele passou a investir no hip-hop, atuando como como produtor dos coletivos  Now On e Athletic Mic League, usando o nome de DJ Haircut.

Entre a gravação de um beat e outro, ele adotou o nome de Mayer Hawthorne afim de batizar seus experimentos caseiros onde tocava todos os instrumentos e fazia as gravações de forma totalmente analógica. Pouco tempo depois, seu EP com apenas 2 músicas já estava sendo deixado de lado em razão da gravação do seu primeiro disco.

Seu disco de estreia, Strange Arrangement (2009), conta com 14 faixas na qual relembra os clássicos da Motown, com letras e arranjos retrô somados a uma pegada contemporânea vinda de sua origem no hip-hop. Os destaques desse disco ficam para as ótimas  “Maybe so, maybe no” (faixa 4), “Your Easy Lovin’ Ain’t Pleasin’ Nothin” (faixa 5),” I Wish It Would Rain” (faixa 6) e “Just ain’t gonna work out” (faixa 3), que teve uma versão em LP em formato de coração, que gerou uma boa repercussão na época.
 
 

Em How Do You do (2011), além do convite já feito no início desse post, em “Get To Know You” (faixa 1), os destaques ficam para a festeira “Long Time” (faixa 2), “Can’t Stop” (faixa 3), que conta com a participação de Snoop Dogg, que canta de verdade (!),  e para o single “The Walk” (faixa 5), que que rendeu 2 clipes: uma versão “Sr. e Sr.a Smith” e uma versão com os Rizzle Kicks.

Um outro destaque do nerd-retrô-soulman-skatevibration-eu-vim-de-santos é a qualidade dos videoclipes. Sempre bem produzidos, eles costumam fugir do tradicional “banda tocando em algum lugar inóspito”. Mesmo quando ele se rende ao clichê, acaba fazendo com maestria.


Skatistas, Djs, Rappers e Hipsters, várias tribos de Mayer Hawthorne

 


“Your Easy Lovin’ Ain’t Pleasin’ Nothin”, filmado em plano sequência

Ao vivo, Hawthorne se mostra bem mais confiante em relação a sua voz hoje do que no início da carreira, onde recebeu críticas em função do seu pouco alcance. Em recente entrevista ao site Dcist , ele diz que chegou a aprender muito com Bruno Mars, com quem chegou fazer uma turnê inteira. Essa confiança já foi mostrada no Brasil em 2011 no Summer Soul Festival e também em fevereiro desse ano, no Rio de Janeiro e São Paulo. Sempre com sua banda impecável, nos instrumentos, vocais e vestimentas.

Hawthorne posta sempre em sua Fanpage uma foto de cada show. Sorte de quem fica na frente!

Mayer Hawthorne vem ganhando destaque a cada dia. Não é difícil encontrar uma matéria que crava “Esse é o artista que ocupará o lugar deixado por Amy Winehouse”, isso não vale só para ele, mas para todos os nomes do new soul. Por enquanto, ele passa longe disso, não pela sua qualidade, mas pelo seu bom-mocismo e discrição fora dos palcos, característica essa que muitas vezes é o ponto de ligação entre “Esse é o cara” e “Esse é só mais um cara”. Que continue bonzinho e prefira continuar levando seu Iphone ao palco do que uma garrafa de Whisky.

 

[author_infos title=][/author_infos]