Todos menos eu: Madrid

Em “Todos menos eu eu” vamos falar daquele artista/banda que é hype e está em todos os blogs, na programação da MTV, Multishow e na Rolling Stone. Vamos fazer o trabalho sujo para você não ficar sem assunto com seus amigos hipsters.

 
Foi de uma desilusão musico-amorosa que surgiu o Madrid. O timing do encontro entre Adriano Cintra (ex-Cansei de Ser Sexy) e Marina Vello (ex-Bonde do Rolê) foi certeiro. Ambos saíram de suas bandas badaladas no indie internacional de um jeito nada amigável, e o Madrid foi o “ombro amigo” que deu certo. Desse encontro, eles conseguiram criar uma sonoridade nada parecida ainda bem! com a de seus trabalhos anteriores. Toda a melancolia, obscuridade,  solidão e tensão entre a dualidade de amor-e-ódio refletem bastante na sonoridade, clima e tom de seu trabalho de estreia.

A dupla, cujo título vem da junção dos dois nomes: MArina e ADRIano, abusa da tríade violão-piano-voz e apresenta um trabalho mais comprometido com a composição e a performance musical. Ambos parecem mais amadurecidos e mais focados na produção do primeiro álbum homônimo, gravado em julho desse ano no home studio do Cintra e também lançado pelo seu próprio selo.

Tive a oportunidade de conferir uma apresentação do duo no Planeta Terra deste ano e posso dizer que eles não ficaram devendo em nada. Adorei o tom intimista da performance, que seria ainda melhor aproveitada em um ambiente fechado. Gosto muito do clima de suas canções e de como usam o piano e sax para criar um som sexy e ao mesmo tempo sombrio.

Marina apareceu no palco toda maquiada em uma vibe Halloween e parecia uma diva ensanguentada saindo direto de um horror movie dos anos 40. Sua belíssima voz (que não tem nada a ver com o que ela fazia no Bonde do Rolê) continua bela ao vivo e, apesar do Adriano também dividir o vocal com a sua parceira em algumas canções, fica bem clara a superioridade da voz feminina predominando no duo. Adriano, por sua vez, que inclusive voltou a tocar piano para se apresentar com o Madrid, alia sua experiência e sensibilidade para dar o tom e nível da banda.

O duo acaba de lançar um novo clipe (acima) para a faixa “Bride Dress in a Frame”, presente no disco de estreia dos paulistanos. O vídeo, que conta com Heitor Dhalia na produção e Brenno Costa na direção, foi filmado na rua Augusta e aborda temas polêmicos como religião, violência e sexo na vida de um cobrador de ônibus. E tudo isso tendo como plano de fundo o reduto indie de SP, no qual o duo brinca com a ambivalência do ambiente, já que Adriano interpreta um pastor e Marina uma das putas mulheres da Augusta.
 

Minhas favoritas do álbum:

Pra quem quiser conhecer mais sobre o Madrid, tem um vídeo bem legal da passagem deles pelo Estúdio Showlivre.

 
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Todos menos eu: Kimbra

 
Conheci Kimbra há mais de um ano, quando o clipe de seu 2° single, “Cameo Lover” acabava de ser lançado. O clipe bem produzido chamou a atenção não só pela qualidade da música e belezura da cantora, mas principalmente porque ela vinha na contramão do eletrônico, hip-hop, indie e principalmente na contramão de Adele.

Kimbra começou a cantar aos 10 anos, quando entrou para o coral da escola. Lá, ela conheceu o som de Ella Fitzgerald e começou a compor suas próprias canções no violão. Aos 14, participou do SmokeFree Rockquest, ficando em segundo lugar. Poucos anos depois, recebeu um prêmio de melhor clipe por “Simply On My Lips”, chamando a atenção de produtoras Australianas. Nessa época, ainda conhecida por Kimbra Johnson, fazia um som mais tradicional e comum aos nossos ouvidos.

Aos 17, Kimbra mudou-se para Melbourne e percorreu um caminho longo com a ajuda de Mark Richardson e François Tétaz – também produtor de Gotye – e culminou no seu álbum de estreia, Vows, lançado em 29 de agosto de 2011. O álbum demorou longos anos para sair do forno, pois para os produtores, Kimbra ainda não estava preparada e precisava de “um bom número de canções realmente sólidas”. A espera valeu tanto a pena que rendeu um contrato com a Warner Music.

Os ares da Austrália fizeram bem a Kimbra, que misturou jazz, soul, black music, música eletrônica e o peso de big bands em Vows. Os até então 4 singles, “Seetle Down” (faixa 1), “Cameo lover” (faixa 2), “Two way street” (faixa 3), e a sexy “Good Intent” (faixa 5), renderam clipes impecáveis. Mais um mérito para esse disco que ainda conta com as ótimas “Call me” (faixa 7), e “Wandering Limbs” (faixa 8). Além das 11 faixas, a versão americana do disco, que saiu do forno apenas em maio desse ano, contou com mais 5 faixas. Dentre as novas, destaque para a frenética “Come into my head” (faixa 9).

Ao vivo, Kimbra é a rainha das caras e bocas, mas nada é fake em suas apresentações. Sua expressão corporal é natural, o jeito com que ela movimenta os braços e entorta a cabeça lembra a nossa brazuca Maria Rita. Em parte das músicas com sua banda completa, ela sempre faz questão de ter uma meia-lua nas mãos.
Todas esses trejeitos não são um mero disfarce para sua voz, como normalmente acontece com outros artistas. O potencial e alcance de sua voz ao vivo é realmente muito grande. Qualquer outra vocalista colocaria 2 pessoas para dar aquela migué uma ajuda durante os shows, mas Kimbra prefere fazer tudo sozinha, e faz muito bem feito.
Em algumas de suas últimas apresentações, Kimbra resolveu inovar e se apresentou usando um Loop Station – nesse caso um aplicativo no Ipad – onde ela grava várias trilhas com a voz. A novidade não fica por conta do Loop Station e sim por ela preferir se apresentar em programas fazendo uma versão de sua própria música sua utilizando a ferramenta.

[pullquote_right]“Kimbra é uma artista de verdade, e prevejo que ela tenha uma carreira de 15 a 20 anos. Ela tem potencial para ser como o Prince. É o quanto sua musicalidade é forte” – Rob Cavallo, presidente da WM.[/pullquote_right]

Kimbra também é muito bem quista entre os colegas de trabalho. Sua primeira participação foi em “I Look To You” do Miami Horror. A sua segunda e mais famosa parceria foi com o Gotye, na bacana e pegajosa “Somebody that I use to know”, que dispensa apresentações. Por último, Kimbra formou um trio com Mark Foster (Forter the People) e o dj A-Trak, numa ação bancada pela Converse All Star para gravar “Warrior”, que entrou na versão americana do disco.

Sua parceria com Gotye a levou aos 4 cantos do mundo, porém, até agora ela é apenas uma sombra frente ao belga. Kimbra foi vencedora do último ARIA Awards – uma espécie de Grammy Australiano – na categoria Melhor Cantora, o que a deixou ainda mais paparicada pela gravadora e bem perto de deixar o grupo das grandes promessas.

 

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Todos menos eu: Best Coast

 
O que eu mais gosto no Não Toco Raul são as editorias irônicas e bem humoradas. Por isso, quis estrear escrevendo na minha preferida delas: a “Todos menos eu”. Não sei quem inventou essa seção, mas é genial!

O Best Coast é a banda mais bairrista que existe. A começar pelo nome: a “melhor costa” é uma analogia à clássica rixa entre os litorais leste e oeste dos EUA. O Best Coast é Califórnia até o talo. Então já dá pra sacar sua auto afirmação. Não que eles sejam metidos ou arrogantes. Mas é uma postura de paixão pela terra natal que nem os gaúchos conseguem bater. Quase tudo o que eles fazem exalta o Estado de alguma forma e as capas dos seus discos são quase “ufanistas”:

O álbum de estreia,“Crazy For You” (2010), traz o nome da banda escrito com recortes de um mapa da Califórnia e o contorno das divisas do estado estampado no canto esquerdo, em cima do gato. Isso além da praia com palmeiras e um belo sol se pondo.

Já o segundo disco, “The Only Place” (2012), lançado no fim de março, traz uma bela ilustração em preto e branco de um grande urso abraçando um mapa da Califórnia. Pra quem não sabe, o urso é o animal símbolo do Estado e estampa sua bandeira. A canção que dá nome ao disco, então, só fala como Los Angeles é o melhor lugar do mundo e como o Best Coast é sortudo por ter nascido e por viver lá, com o calor, o oceano Pacífico, o sol, as ondas, as gostosas da praia e muita diversão. E olha essas jaquetinhas:


Você pode baixar o MP3 de “The Only Place” de graça no site oficial da banda.

Os clipes do Best Coast, aliás, são sempre incríveis: todos muito ensolarados, coloridos e divertidos, como se estivessem em férias de verão permanentes. As letras das canções falam sobre relacionamentos amorosos ou Los Angeles e a Califórnia. Eles também têm uma fixação por gatos e coisas meio kitsch, sem medo de parecerem bregas. Aliás, o Snacks, gato de estimação da vocalista, aparece na capa do primeiro disco e em vários clipes deles. O vídeo da canção “Crazy For You” é estrelado por vários gatos atores (!). Também tem um clipe brega em uma festa de 15 anos. Mas nada ganha do vídeo de “When I’m Whith You”, que mostra a vocalista namorando o…Ronald McDonald:

O som da banda é claramente influenciado pelos Beach Boys e surf music. Mas eles juntam umas distorções sujinhas meio anos 90 e refrãos grudentos à essa sonoridade dos anos 60. O Best Coast é, na verdade, uma dupla – formada em 2009 por Bethany Cosentino, que canta, toca guitarra e compõe todas as músicas; e Bobb Bruno, que toca vários instrumentos. Mas eles são acompanhados por músicos de apoio – leia-se: bateristas – em suas apresentações ao vivo. A baterista Ali Koehler, do power trio formado só por garotas “Vivian Girls” (que ironicamente vem do Brooklin, Nova Iorque – a rival “costa oeste” – e também toca surf music anos 60), tocou no Best Coast por um bom tempo, tendo aparecido em alguns clipes e programas de TV com eles. Depois de lançar um EP e vários compactos, a banda estourou de Los Angeles para o mundo em 2010, com seu disco de estreia.

O sucesso se deve, em grande parte, ao segundo clipe oficial do Best Coast: a canção “Our Deal”, uma das mais sem graça do disco, acabou ganhando uma super produção dirigida pela Drew Barrymore (sim, ela mesma, a ruivinha das Panteras e do filme ET). Para completar, o clipe é estrelado por vários jovens atores bem famosos dos EUA, com destaque para a protagonista Chloë Moretz, de “(500) Days of Summer” e “Kickass”; e para Miranda Cosgrove, que estrelou o seriado “I Carly”, participou da série “Drake & Josh” e do filme “Escola do Rock”. Além de tudo isso, o vídeo é praticamente um curta Romeu e Julieta entre gangues de Los Angeles, todo cult, inspirado em filmes como “Juventude Transviada”, do James Dean. Ímã para hipsters. Aí bombou na MTV e em todos os blogs de música moderninha do planeta.

Nessa levada, o Best Coast começou a aparecer na TV e a tocar em grandes festivais e a Bethany até lançou uma linha de roupas para a marca Urban Outfitters. O sucesso veio tão de repente que, até o ano passado, o site da banda era uma página no Blogspot (!). Agora, eles viajam fazendo shows pelo mundo todo e já têm um site oficial bonitão.

O Best Coast vai tocar em São Paulo, em outubro, no Festival Planeta Terra – com o Kings of Leon e o Garbage. Eles também participaram recentemente de uma coletânea em tributo ao Fleetwood Mac, de quem são fãs, com uma porrada de bandas e artistas (como MGMT, The Kills, Marianne Faithfull, Tame Impala e Likke Li). O disco-homenagem se chama “Just Tell Me That You Want Me”, será lançado em setembro e é a continuação de uma série de tributos que começou com “Rave On”, disco em homenagem a Buddy Holly com participações de Lou Reed, Paul McCartney, Fiona Apple e Black Keys.

 

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Todos menos eu: Deidre Muro

Em “Todos menos eu eu” vamos falar daquele artista/banda que é hype e está em todos os blogs, na programação da MTV, Multishow e na Rolling Stone. Vamos fazer o trabalho sujo para você não ficar sem assunto com seus amigos hipsters.

 

Sou fã de revistas. Desculpem-me os defensores da sustentabilidade ambiental, mas não há prazer maior para mim do que encontrar uma edição novinha esperando-me para ser lida e rabiscada. E foi numa dessas minhas tantas idas às bancas de jornal que me deparei com a Deidre Muro, cantora nova-iorquina que virou a musa das redações de revistas como Vogue e Gloss. Com voz delicada e jeito meio alternativo (não aquele mainstream hipster, tá?), Deidre vem conquistando seu espaço e conta que suas referências são o pop dos anos 60 e o blues.

Com tanta meiguice, Deidre foi convocada para uma campanha da Forever 21 (marca californiana com DNA meio coreano, superpopular) para ser tema da linha especial da marca dedicada à Hello Kitty com a música “Classic Girl”, cuja melodia tem o combo pegada sintética e voz aguda, que não pede muitos esforços. Além disso, Deidre é camarada: quem quiser copiar a coreografia não vai ter muitas dificuldades. O clipe é, como o nome da música, bem clássico.

Além disso, a cantora tem opiniões fortes e não gosta de ser titulada como cantora-compositora. “Às vezes apenas cuspo as músicas”, diz, sem se preocupar com o rótulo que gostam de dar. “Minhas músicas não são sobre mim, são sobre coisas abstratas. É muito fácil interpretá-las, pois finjo que vivi essas situações enquanto canto”, completa.

Quando questionada sobre a possibilidade de vir ao Brasil, a senhorita Muro responde na lata: “Venho quando me convidarem”.

É, a moça meiga das canções é, na verdade, uma mulher de língua afiada – e afinada.

 

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Todos Menos Eu: Mayer Hawthorne

Em “Todos menos eu eu” vamos falar daquele artista/banda que é hype e está em todos os blogs, na programação da MTV, Multishow e na Rolling Stone. Vamos fazer o trabalho sujo para você não ficar sem assunto com seus amigos hipsters.

 
“Bem, a noite chegou ao fim. Eu me diverti também, mas, isso não precisa terminar aqui. Eu sei que a gente acabou de se conhecer, que não conhecemos um ao outro muito bem ainda. Mas eu não consigo evitar a sensação de que existe algo especial entre nós. Eu realmente quero te conhecer melhor”.

O trecho inicial da música “Get to know you”, a primeira faixa do álbum How Do You Do (2011), mostra toda a lábia aplicada por Mayer Hawthorne em suas letras, que segundo ele mesmo, tem muita inspiração de um dos mestres da Arte do Gratino: Barry White.

Mayer Hawthorne é um dos novos ícone do soul – ou new soul, se preferir – que nos últimos anos teve suas atenções voltadas para Amy Winehouse. Ele faz parte  do time composto por Janele Monáe, Joss Stone, Duffy,  Aloe Blacc e John Legend and The Roots.

Andrew Cohen (esse é o seu verdadeiro nome), tem um pai que é um grande baixista e uma mãe que canta e toca piano. Aos 6 anos, ele já estava aprendendo a tocar esses instrumentos e durante o colegial tocou em várias bandas. Mais tarde, ele passou a investir no hip-hop, atuando como como produtor dos coletivos  Now On e Athletic Mic League, usando o nome de DJ Haircut.

Entre a gravação de um beat e outro, ele adotou o nome de Mayer Hawthorne afim de batizar seus experimentos caseiros onde tocava todos os instrumentos e fazia as gravações de forma totalmente analógica. Pouco tempo depois, seu EP com apenas 2 músicas já estava sendo deixado de lado em razão da gravação do seu primeiro disco.

Seu disco de estreia, Strange Arrangement (2009), conta com 14 faixas na qual relembra os clássicos da Motown, com letras e arranjos retrô somados a uma pegada contemporânea vinda de sua origem no hip-hop. Os destaques desse disco ficam para as ótimas  “Maybe so, maybe no” (faixa 4), “Your Easy Lovin’ Ain’t Pleasin’ Nothin” (faixa 5),” I Wish It Would Rain” (faixa 6) e “Just ain’t gonna work out” (faixa 3), que teve uma versão em LP em formato de coração, que gerou uma boa repercussão na época.
 
 

Em How Do You do (2011), além do convite já feito no início desse post, em “Get To Know You” (faixa 1), os destaques ficam para a festeira “Long Time” (faixa 2), “Can’t Stop” (faixa 3), que conta com a participação de Snoop Dogg, que canta de verdade (!),  e para o single “The Walk” (faixa 5), que que rendeu 2 clipes: uma versão “Sr. e Sr.a Smith” e uma versão com os Rizzle Kicks.

Um outro destaque do nerd-retrô-soulman-skatevibration-eu-vim-de-santos é a qualidade dos videoclipes. Sempre bem produzidos, eles costumam fugir do tradicional “banda tocando em algum lugar inóspito”. Mesmo quando ele se rende ao clichê, acaba fazendo com maestria.


Skatistas, Djs, Rappers e Hipsters, várias tribos de Mayer Hawthorne

 


“Your Easy Lovin’ Ain’t Pleasin’ Nothin”, filmado em plano sequência

Ao vivo, Hawthorne se mostra bem mais confiante em relação a sua voz hoje do que no início da carreira, onde recebeu críticas em função do seu pouco alcance. Em recente entrevista ao site Dcist , ele diz que chegou a aprender muito com Bruno Mars, com quem chegou fazer uma turnê inteira. Essa confiança já foi mostrada no Brasil em 2011 no Summer Soul Festival e também em fevereiro desse ano, no Rio de Janeiro e São Paulo. Sempre com sua banda impecável, nos instrumentos, vocais e vestimentas.

Hawthorne posta sempre em sua Fanpage uma foto de cada show. Sorte de quem fica na frente!

Mayer Hawthorne vem ganhando destaque a cada dia. Não é difícil encontrar uma matéria que crava “Esse é o artista que ocupará o lugar deixado por Amy Winehouse”, isso não vale só para ele, mas para todos os nomes do new soul. Por enquanto, ele passa longe disso, não pela sua qualidade, mas pelo seu bom-mocismo e discrição fora dos palcos, característica essa que muitas vezes é o ponto de ligação entre “Esse é o cara” e “Esse é só mais um cara”. Que continue bonzinho e prefira continuar levando seu Iphone ao palco do que uma garrafa de Whisky.

 

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Todos menos eu: ASAP Rocky

Em “Todos menos eu eu” vamos falar daquele artista/banda que é hype e está em todos os blogs, na programação da MTV, Multishow e na Rolling Stone. Vamos fazer o trabalho sujo para você não ficar sem assunto com seus amigos hipsters.

 

A nova cara do rap novaiorquino prefere não se apegar à estilos regionais e faz uma viagem por várias vertentes do hip-hop norteamericano.

Rakim Mayers, ou A$AP Rocky, tem apenas 23 anos e parece estar ligado a tudo que aconteceu musicalmente desde o seu nascimento. Influenciado por vários ícones do gangsta rap dos anos 90 como Bone Thugs N`Harmony, Three 6 Mafia e Wu-Tang Clan, Rocky decidiu ainda jovem que seria rapper. Com 12 anos de idade, seu pai foi preso por envolvimento com drogas e, um ano depois, seu irmão foi assassinado. A vontade de rimar já existia e ele também já tinha assunto pra colocar nas letras.

Em agosto de 2011 foi lançado o primeiro single do cara. “Peso” se espalhou rapidamente pela internet e, em questão de semanas, já era um dos mais pedidos nas rádios de NY. Em menos de um ano garantiu um acordo milionário com a Sony (3 milhões de dólares). Em outubro do ano passado saiu a primeira mixtape “LiveLoveA$AP” e, como já se imaginava, muito bem recebida por público e crítica. Mesmo tendo começado em NY, Rocky exalta o rap de Houston e usa instrumentais totalmente inspirados no que é feito por lá.

As diferenças entre Rocky e os rappers de NY vão além das melodias. O conteúdo das letras do cara retratam a ostentação típica do rap feito no sul dos EUA, o que não é comum entre os conterrâneos de Rocky. Mesmo assim, ele apostou num estilo menos urbano e mais classudo, como no seu último vídeo “Wassup”.

Além de rapper, Rocky também é diretor de vídeoclipes. A frente do seu próprio negócio, o cara também dirigiu o vídeo de alguns parceiros que fazem parte da panela dele. A$AP significa Always Strive and Prosper. Todo esse burburinho em torno re Rocky já lhe rendeu participação na última mixtape de Lloyd Banks e uma aposta da BBC como o nome da música em 2012. Veremos!

 

Post escrito pela equipe da página Originais e Samples. O Originais e Samples é um canal aberto para o debate e conhecimento de alguns exemplos de samples e a influência que exercem no meio musical. Entre e sinta-se em casa!

 

 

 

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Todos menos eu: Bon Iver

Em “Todos menos eu eu” vamos falar daquele artista/banda que é hype e está em todos os blogs, na programação da MTV, Multishow e na Rolling Stone. Vamos fazer o trabalho sujo para você não ficar sem assunto com seus amigos hipsters.

 

Bon Iver é uma banda indie de música folk, tem dois discos, já teve músicas utilizadas em séries renomadas de TV e seu vocalista e líder é hoje reconhecido como compositor e músico de nível 999, mas você não conhece. Ok, vamos lá.
Este ano, os caras ganharam 2 Grammys das 4 indicações que receberam. Levaram para casa os prêmios de “Artista revelação” e “Disco de música alternativa“, pelo álbum Bon Iver.

Bon Iver Grammy

As outras duas indicações, para Música e Gravação do Ano, se dedicavam à canção “Holocene” que você confere abaixo.

O nome da banda é uma derivação da frase em Francês “bon hiver”, que significa “bom inverno” ou “tenha um bom inverno”.

[pullquote_right]Importante: não saia por aí dizendo Bon “AIVER”: vão rir, corrigir você, bater as cinzas do charuto na sua cara e continuar a conversa. Lê-se como se escreve mesmo =)[/pullquote_right]

Justin Vernon, líder da banda, é um músico extraordinário e compôs, gravou todos os instrumentos e produziu todas as músicas do primeiro álbum da banda “For Emma, Forever Ago“, de 2008. O disco foi muito aclamado pela crítica, em diversas publicações foi classificado com um dos melhores álbuns dos anos 2000 e teve faixas utilizadas em alguns seriados famosos, tais como House e Grey’s Anatomy, o que não é pouca coisa.

O álbum de 2011 chamou a atenção internacional para a banda, já com uma produção maior. Antes, formada por Justin mais três músicos, hoje conta com dez pessoas na lista.
Eu gosto mais do primeiro CD, que tem todo ele uma levada quase que completamente acústica. Os arranjos vocais impecáveis fazem parte de todas as músicas, tanto antigas como novas, e sem dúvida nenhuma são um dos pontos altos do grupo.

A música que eu mais gosto no momento, “Skinny Love”, do primeiro disco, num show quase particular:
A primeira pessoa a dizer que parece um bando de maconheiros de algum instituto de artes de universidade pública é mulher do Michel Teló =)

Os clipes que coloco abaixo são para conquistar de vez seu gosto pela banda, mas existem condições: você precisa assistir em tela cheia, com os fones de ouvido e o volume alto.
Qualquer música dos caras é uma bela viagem.

Atéapróxima.

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Todos menos eu: Lana Del Rey

Em “Todos menos eu eu” vamos falar daquele artista/banda que é hype e está em todos os blogs,  na programação da MTV, Multishow e na Rolling Stone. Vamos fazer o trabalho sujo para você não ficar sem assunto com seus amigos hipsters.

De cara, vamos falar de Lana Del Rey, que recentemente lançou o disco “Born to die”, que é até o momento o disco mais vendido em 2012.

Lana Del Rey chama-se na verdade Elizabeth Grant, é filha do milionário Rob Grant e se mudou do Estados Unidos para Londres em 2010, afim de iniciar sua transformação após ter seu trabalho rejeitada por várias gravadoras. Queria ser vocalista de uma banda mas acabou “sendo forçada” a escolher a carreira solo.

A moça começou a fazer sucesso em meados de 2011, com clipes “caseiros” dos singles “Video Games”, “Blue Jeans”  e  algumas apresentações ao vivo (clique para ver aqui, aqui e aqui). Com  o anúncio do lançamento de seu álbum para 27 de janeiro de 2012, e o lançamento de mais um clipe (Born to die), seus fãs cresceram ainda mais e ficaram malucos esperando os sons da nova Diva.

Com o álbum prestes a ser lançado,  as oportunidades em programas de TV começaram a surgir. Aí criou-se a primeira polêmica: Lana fez uma apresentação aquém do esperado no Saturday Night Live. Como você pode ver abaixo:

[atualização: todos os vídeos da apresentação da cantora foram removidos do Youtube]

A crítica não perdoou, até a atriz-roqueira Juliette Lewis chegou a dizer no Twitter que Lana Del Rey “parecia uma menina de 12 anos cantando”, mas apagou o post em seguida. Até surgiram rumores de um suposto cancelamento da turnê de estreia, desmentidos depois pela própria Lana.

Como todo hype, está acontecendo tudo muito rápido com Lana, e até mesmo seu fracasso no SNL lhe rendeu mais textos e referências do que se tivesse feito uma apresentação normal, rendendo até paródias e sketches em programas de humor.

Ao que parece, a tal apresentação foi realmente atípica. Duas semanas depois Lana já se apresentou no David Letterman Show e se mostrou bem melhor. Essa apresentação deixou bem claro que não devemos esperar que ela seja uma  Lady Gaga nas performances.

Muitos estão falando que esse ano será dela. A aposta está feita, mais ainda é muito cedo e temos muito pela frente. Acredito que ela passe longe das rádios aqui no Brasil. Seu som é diferente, não é fácil apreciar logo de cara. A maior parte as pessoas não acha nada demais na primeira vez que ouve.

Os fãs declarados dizem que “sua voz vicia”. Exagero ou não,  é inegável a sua qualidade e seu potencial. Se não gostaram do som, vão curtir ao menos as suas fotos:

 

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