O bom filho à casa torna

Os Arctic Monkeys voltaram pra Sheffield – essa cidade pequena, no norte da Inglaterra, é onde eles cresceram e formaram a banda. Eles estão lá desde meados de dezembro e têm trabalhado sem pressa em um novo disco – foi o que o próprio Alex Turner disse para o jornalista Shamir Masri, da BBC local.

Há quem diga que eles ficaram americanizados, morando em Los Angeles e viajando o mundo em turnês – de fato, o sotaque inglês nortista foi suavizado. Por isso, essa volta às origens para trabalhar em um disco novo aumenta ainda mais as expectativas em torno do álbum. O último lançamento do Arctic Monkeys foi o aclamado AM, de 2013 (pois é, já faz tempo!). Estamos aguardando o disco novo ansiosamente. 😉

Enquanto isso, de volta às suas casas e à sua cidade natal, a banda aproveita para rever família e amigos e, como bons ingleses, beber nos pubs locais (imagina que louco você estar num barzinho qualquer do bairro e dar de cara com o Alex Turner).

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Fonte: Consequence of Sound

Vamos falar sobre música?

Em uma era em que as pessoas morrem de preguiça de ler e bufam ao ver um “textão” passando pela timeline, vejo cada vez menos sites e blogs falando sobre música de verdade. O que temos é uma pilha de releases, fotos e vídeos que mais parecem assessoria de imprensa do que qualquer outra coisa. É função do jornalismo cultural divulgar bons artistas? Sim. Mas que falta faz uma boa reflexão sobre música e arte, textos mais profundos e até mesmo uma divulgação mais rica desses bons artistas. Que falta faz opinião, uma entrevista diferente, artistas falando o que realmente pensam, aquilo que faz o olho brilhar, que inspira. Além da era da preguiça de ler e de debater, vivemos a era do streaming e dos singles. Mais uma vez a indústria musical se reinventa, assim como se reinventa o nosso jeito de ouvir, descobrir e consumir música. Mas calma, calma, não criemos pânico. Afinal, a música nunca vai acabar.

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Foto: Update or Die!

E foi esse o mote do primeiro Spotify Talks, projeto incrível que reúne gente boa para falar sobre música, debater, refletir, questionar. A primeira edição, que rolou ontem no escritório do Spotify no Brasil, tinha como tema “O contraponto do mainstream”. Os músicos convidados foram Céu, Emicida, Mahmundi e Lucas Santtana; e a mediação foi feita pelo jornalista Alexandre Matias – dono do genial Trabalho Sujo, que começou impresso e se tornou um dos primeiros sites dedicados à música e ao jornalismo cultural no Brasil, em atividade desde os anos 90 – e hoje uma grande referência.

Com essa banca da pesada, não tinha como o papo dar errado. Tive a honra de poder acompanhar a conversa in loco e o encontro rendeu…várias pérolas e histórias boas. Lucas Santtana (atenção: não confundir com Luan Santana!) é um baita artista (muito underrated, aliás…OUÇAM) que começou na era do analógico e das grandes gravadoras controlando geral, viu a chegada do Pro Tools e da internet e passou por todas as mudanças da indústria. A Céu começou em 2005, quando todo mundo passou a baixar MP3, o Myspace bombava e se dizia que a indústria musical ia morrer. Emicida veio logo em seguida e explodiu como rapper depois de seus vídeos em batalhas de MCs bombarem no Youtube, vendendo CDs baratinhos que ele mesmo fazia à mão em casa. E Mahmundi é a mais contemporânea e jovem deles, começou sua carreira musical já online, surfou na onda do hype e conta que lançar um disco físico é, hoje em dia, um luxo.

Confira abaixo alguns dos depoimentos mais bacanas dessa primeira edição do Spotify Talks e, enquanto lê, que tal ouvir esses quatro artistas incríveis? Dá o play! 😉

“Em 2006 eu tinha um blog porque sentia que só com a música e a letra eu não conseguia falar tudo que eu queria. Foi uma forma de me aproximar do público, de dialogar. Também fez crescer minha base de fãs. Eu coloquei no meu blog o áudio separado das minhas músicas para download. Era possível baixar só a bateria, só a guitarra etc. Aí as pessoas podiam remixar e fazer a versão delas da música. Depois, eu postava esses remixes.” – Lucas Santtana

“Comecei trabalhando no Circo Voador como técnica de som, montando show. Aliás, fiz show de todos esses senhores aqui (Céu, Emicida e Lucas Santtana). Em 2010, montei um DVD da Pitty e pensei: ‘tá bom de montar show pros outros, né? Agora quero fazer o meu’. Eu queria produzir. Gravava em casa com amigos, gente da minha idade, em uma placa de 2 canais. Subi as músicas no SoundCloud e de repente a ‘Calor de Amor’ ficou hype o suficiente para chamar a atenção das pessoas.” – Mahmundi

“Minha geração tem uma legião de artistas talentosos pra caramba, mas sem ambição mercadológica nenhuma. Só que desde o começo entendi que, se eu me envolvesse com a bilheteria, com o business, era uma forma de cuidar melhor da minha arte. A gente precisa se organizar para ser dono das coisas que a gente cria.” – Emicida

“Quando comecei minha carreira, em 2005, era uma época muito nebulosa para a música. Parecia que a música já não valia mais nada. Os contratos das gravadoras eram esquisitos e engessados…então desde o primeiro disco eu decidi ser independente. Hoje, tenho contrato com uma gravadora.” – Céu

“Na época das batalhas eu nem tinha computador em casa. Chegou um amigo meu e falou que eu tinha um milhão de views no YouTube. E eu: ‘e daí, mano?’. Só depois fui me ligar no poder da informação e aí pra divulgar o show a gente colocava no flyer assim: ‘rapper que já conquistou 1 milhão de views no site de vídeos YouTube’. Na época a gente ainda tinha que explicar que o YouTube era um ‘site de vídeos’ (risos)! Aí lotamos uma festa com 300 pessoas e começamos a vender os CDs que a gente fazia à mão em casa. No começo, custavam R$ 3,00. Aí eu pensei: vou vender por R$ 2,00, facilitar o troco. Deu certo, vendeu mais. Vendia CD no trem, andava atrás das pessoas fazendo freestyle, fazia as capinhas de papel craft com carimbo.” – Emicida

“No começo da minha carreira eu não tinha empresário, então criei o ‘João Fortes’. Ele tinha e-mail e vendia meus shows. Mas na hora de falar no telefone deu problema (risos). Eu devia ter inventado uma empresária e colocar minha esposa pra atender o telefone.” – Lucas Santtana

“Eu também não tinha empresário e inventei o ‘Leandro’ para ser meu assessor e vender meu show. Eu até fazia uma voz diferente no telefone. O jornalista Mateus Potumati, da Revista Soma, foi o único que me desvendou. A gente tinha combinado de se encontrar numa estação de metrô para uma entrevista e 5 minutos antes ele ligou pro ‘Leandro’ para saber se ele também ia. Tentei disfarçar, mas cheguei no metrô rindo sem parar e me entreguei.” – Emicida

“Engraçado que, quando um artista faz sucesso lá fora, recebe mais atenção aqui no Brasil. Comigo foi assim. Isso acontece mesmo.” – Céu

spotifytalks-01“Eu lembro que meus amigos eram todos punks e estavam felizes porque as gravadoras estavam falindo. Mas, o que o mercado formal perdeu, o artista independente não ganhou. A gente cresceu vendo Leandro e Leonardo ganharem disco de ouro na televisão e, quando chegou a nossa vez, putz…as pessoas não compram mais CD nem ingresso.” – Emicida

“Minha ideia sempre foi criar um mercado novo. Eu ganhei o Prêmio Multishow com um single 100% caseiro e independente! Quando a gente é mais novo, pensa: ‘ai, não vou me vender’. Mas depois trabalhei com várias marcas. Quis me vender mesmo, porque queria que a minha arte chegasse mais longe. Para mim foi uma vitória produzir meu disco e trabalhar com gente da minha idade, nova no mercado.” – Mahmundi

“Meu próximo disco vai se chamar ‘Modo Avião’ porque eu sinto essa necessidade de me desligar. Sou muito ativo na internet, gosto de postar no Twitter e no Instagram, mas o Facebook já virou deprê e percebi que quando acordo, meu celular é meu despertador e antes mesmo de tomar café eu já leio todos os e-mails, mensagens, WhatsApp…porra, eu nem tomei café ainda, sabe? Isso me deixa acelerado. Quero lançar o disco junto com uma instalação de uma artista plástica – não posso contar quem é ainda – e vamos ter um local de suspensão para as pessoas ouvirem o disco ali e terem uma experiência diferente, se desligarem e prestarem atenção na música. Vai ser uma experiência mais humana.” – Lucas Santtana

“Eu tô muito otimista com o caminho que a música vem tomando. E também bem feliz de participar deste momento, entender que é um mercado que é possível, que posso produzir meus discos.” – Mahmundi

“Também me sinto otimista. Hoje a gente tem ferramentas e múltiplas oportunidades. Ainda mais no Brasil, que é um país tão fértil e criativo. A música não tem como acabar.” – Céu

“Acredito que a música  e a arte brasileiras têm um papel importante em trazer otimismo nesse momento tão sinistro que estamos vivendo no país. A arte funciona como um oásis no meio disso tudo.” – Emicida.

“Teve um tempo em que eu peguei bode de escutar música, preferi ficar em silêncio lendo, devorei vários livros. Mas aí com o Spotify tem as descobertas da semana, que pra mim foi uma ferramenta super interessante para conhecer coisas novas!” – Lucas Santtana.

“Eu gosto muito de ver os ‘artistas relacionados’ nas plataformas de internet. Sempre acertam, descubro muita coisa boa.” – Céu

“Eu já gosto de pesquisar no sebo mesmo. Acho muitos discos e descubro muitos artistas assim.” – Emicida.

E você? O que acha que vai ser da música daqui pra frente? Será que os artistas independentes e alternativos podem transitar pelo mainstream? Como você descobre novos artistas e como você consome música hoje? O Spotify Talks vai continuar com mais temas e conversas. Já estamos ansiosos pelos próximos insights! Vamos falar sobre música?

Na contramão do mainstream: o pop feminista de Meghan Trainor

Toda mulher já passou por isso. Infelizmente, é uma situação muito comum. Imagine a cena: você está dançando em uma festa, despreocupada, quando um cara chega puxando seu braço. A princípio você se assusta, tenta se esquivar, o cara continua puxando e te segurando com força – às vezes até te machuca. É aquela típica abordagem machista de balada que mais parece do tempo das cavernas. E, se você fala “não”, o babaca não aceita e ainda insiste! Esse tipo de assédio tira qualquer uma do sério e foi a inspiração para a cantora pop americana Meghan Trainor escrever a canção “No”, seu último hit:

A música toda é sobre um cara chato que não aceita o “não” e não deixa a garota em paz quando tudo que ela quer é dançar e se divertir. Mas a música não é um lamento: é empoderadora, é um chamado para que todas as garotas se unam, sejam mais fortes e digam o “não” com firmeza e segurança, sem medo, reagindo e se protegendo dos babacas. É um pop feminista e de protesto que pode sim trazer alento e influenciar positivamente muitas garotas – principalmente as mais jovens.

Meghan Trainor não é novata na arte do “pop de protesto feminista” – ela é autora do mega hit “All About That Bass”, que estourou no mundo inteiro em 2014 e virou um hino contra a gordofobia e os padrões de beleza insanos que levam tantas garotas a adoecerem com distúrbios alimentares e psicológicos. É pop, é grudento, é até clichê. Meghan é americana, branca e jovem. Mas quebra padrões sim e traz representatividade por ser ela mesma plus size, autora de suas próprias canções, guitarrista e reconhecidamente uma grande cantora e compositora, além das suas letras feministas. Ah, ela tem só 22 anos. E começou como uma artista independente, gravando suas músicas na raça em casa, fazendo seus próprios discos sem gravadora e ralando muito até conquistar o estrelato. Alguns de seus versos podem até soar bobinhos, mais do mesmo, um pouco rasos…mas imagine o quanto podem significar para uma garota de 15 anos – e o quanto podem abrir caminho para reflexões importantes e servir como um primeiro contato de adolescentes com o feminismo. E outra: é música pop, mensagem acessível, simples e direta, que gruda na cabeça. A intenção é essa mesmo.

Ok, você ainda pode questionar a relevância de Meghan e até mesmo a capacidade do pop como música combativa, sendo que o gênero é o mais mainstream do mundo. Mas um pop com conteúdo pode sim ser um contraponto do mainstream e trazer alguma reflexão para as massas – e até quebrar barreiras bastante significativas. Que o diga a rainha do pop, Madonna, que revolucionou o mundo com sua música nos anos 80 (não se esqueçam de todos os tabus que ela quebrou e de toda a sua influência, que é sentida até hoje na música, na moda, na liberdade sexual e de expressão e no combate à intolerância). Se as letras feministas de Meghan inspirarem uma só garota que seja, já teremos um grande avanço na nossa sociedade ainda tão machista. E ela com certeza já atingiu milhões. 😉

Confira algumas canções de Meghan Trainor e repare na letra. Separei as mais interessantes (e feministas) para vocês:

Quanto vale um ídolo?

unnamedHoje eu recebi um e-mail com uma oferta tentadora: conhecer o Ozzy Osbourne pessoalmente. Eu sempre fui fã do cara e é uma figura que eu adoraria ver de perto. Mas é claro que a oferta não é milagre – é um produto que estão tentando me vender. E, como todo produto no mercado, tem um preço. Que é bem alto, aliás: o “meet and greet” do Ozzy Osbourne sai pela bagatela de 250 libras esterlinas – o equivalente a R$ 1.000,00. Não, você não leu errado!

A oferta é válida para o show que o Black Sabbath vai fazer aqui em Londres no dia 04 de julho, em um festival no Hyde Park. Quem comprar o “meet and greet” tem o direito de encontrar com o Ozzy antes do show, pode tirar uma foto com ele, ganha uma camiseta do show e um brinde assinado. Detalhe: o preço do encontro (250 libras) não inclui o ingresso do show, que deve ser pago à parte. O bilhete mais barato para o festival custa 69 libras (o equivalente a R$ 276,00, mais a taxa de conveniência – pois é, tem isso aqui também, mas não em todo show).

Depois de receber esse e-mail fiquei um tempão pensando em como é meio triste pagar para conhecer um ídolo. Quem é muito, muito fã e pode pagar deve mesmo fazê-lo? Será que realmente vale a pena? Muitas vezes é capaz de a pessoa se decepcionar bastante com o seu ídolo. Pensei nos fãs brasileiros da Avril Lavigne, que desembolsaram R$ 800,00 para encontrar com a cantora e, na hora, não puderam nem chegar perto dela para tirar a tão desejada foto com sua grande ídola. Resultado: todas as fotos dos fãs tem um espaço enorme entre eles e a Avril e os dois aparecem sem graça, desconfortáveis e exibindo um sorriso amarelo. Triste. E tão ridículo que virou meme.

avril4Tudo bem que alguns artistas fazem parecer valer a pena pagar caro pelo encontro. As divas do pop Rihanna e Katy Perry sempre tiram fotos abraçadas com os fãs e parecem ser realmente atenciosas e simpáticas. Mas é certo vender esse tipo de coisa? É ético?

Alguns podem dizer que sim, é bacana, e que se fosse de graça seria impossível atender à demanda. E eu concordo com isso. Imagina a fila de groupies histérias se alguém tão famoso quanto o Paul McCartney (ou mesmo o Ozzy) tentasse atender a todos os fãs depois de um show. Mas acho que, se um artista se propõe a cobrar de um fã por um encontro, o mínimo que tem de fazer é ser extremamente simpático, aberto, carinhoso e atencioso – ainda mais pelos valores altíssimos que exigem.

E pensar que tantas vezes eu tive a oportunidade de conhecer artistas que realmente admiro depois de um show sem pagar nenhum centavo por isso (incluindo artistas gringos no pacote, que encontrei pessoalmente no Brasil, como o Mark Arm do Mudhoney, os australianos do Datsuns, o Blood Red Shoes e o MC5 – todos me deram autógrafos, conversaram e foram muito legais. Do MC5 eu ganhei até brinde e palheta, inesquecível). Acho que meus “ídolos” talvez não sejam tão famosos assim. Mas também devo ter sorte por admirar pessoas humildes e acessíveis.

O que você acha sobre pagar para conhecer um ídolo?

How much would you pay for an idol?

unnamedToday I received an e-mail with a very tempting offer: a chance to meet Ozzy Osbourne. I have always been a big fan of him and he’s someone I’d love to see in person. But of course the offer was not a miracle: it is in fact a product someone is trying to sell me. And, such as every product in the market, it has a price. Which is also pretty high: Ozzy’s “meet and greet” costs £ 250. Yes, you read that right!

This offer is avaiable for the Black Sabbath concert in British Summer Festival. The event will take place in Hyde Park, London, 4th of july. If you buy the “meet and greet” package, you get to know Ozzy before the gig starts, is allowed to take a picture with him and gets a special T-shirt of the event plus a signed gift. But the price does not include an entrance to the concert itself. To see Ozzy in action, you also have to pay for the festival ticket. The cheapest ticket costs £ 69 – plus the convenience fee!

After receiving this e-mail I spend a long time thinking about how it is a little sad to pay for meeting an idol. The ones who are really huge fans and can afford it should really do it? Does it really worth it? Chances are the person might get really disappointed with his idol. I remembered about the brazilian fans of Avril Lavigne, that payed as much as 200 pounds to meet the singer and, during the meet and greet, weren’t allowed to touch her or even get closer to take the so desired picture with their idol. The results? All the pictures of the event shows a huge gap between the fans and Avril, their faces show embarassement and a crooked smile. So sad. And so ridiculous that it has even turned out to be an internet meme.

avril4On the other hand, some artists make it look like the price is worth it. Pop divas Katy Perry and Rihanna, for example, are always holding the fans tight in the pictures and seem to be really considerate and nice to them. But, still, is it righ to sell this kind of thing? is it ethical?

Some might say it is ok, and that if an artist would do it for free it would be impossible to supply the demand. I agree. Just imagine the size of the queue if someone as famous as Paul McCartney (or even Ozzy) tried to attend all the fans after a concert. But I think that, if an artist decides to charge of a fan for a meeting, the least he has to do is being really nice, considerate and approachable – even more considering the high prices required.

And to think I had the chance to meet so many artists I admire whithout spending a single penny…including talking, hugs, signatures and sometimes even little gifts, like guitar picks from MC5. Plus, all of them were really nice to me. Maybe my “idols” are not so famous. Or maybe I’m lucky for admiring humble and approachable people.

What do you think about paying for meeting an idol?

Os meninos do One Direction são mais punks que você

Ou não.

Tudo começou quando tomei um susto ao assistir TV. Zapeando aleatoriamente, caí na MTV e ouvi uma música muito familiar, mas vi um clipe irreconhecível com uma boy band. WTF?

Acontece que o grupo inglês One Direction, mais comercial impossível, gravou um cover mesclando as excelentes canções “One Way Or Another”, do Blondie; e “Teenage Kicks”, do Undertones. E acontece que essas duas músicas são clássicos do rock do fim dos anos 70 e moldaram toda a estética do punk rock que surgiria na época. Coincidentemente, as duas canções originais foram lançadas em 1978.

E, acredite ou não, a versão do One Direction não ficou (tão) ruim.

Roqueiros, tremei:

O mais incrível e surpreendente dessa história toda é que os meninos do One Direction não fizeram o cover à toa. Muito pelo contrário. Como eles mesmos explicam no começo do clipe, a canção foi gravada como um single especial para arrecadar doações para a Comic Relief, instituição britânica muito popular que combate a pobreza beneficiando comunidades carentes na África e no Reino Unido (pois é, existem pessoas passando necessidade na Inglaterra também).

A Comic Relief nasceu em 1985 para combater a fome na África e foi fundada por comediantes (daí o nome) que procuravam uma maneira divertida e positiva de arrecadar doações e mobilizar a sociedade – sem apelar para dramas ou pena.

Todo o dinheiro arrecadado com a venda do single do One Direction será revertido para a Comic Relief, assim como o dinheiro poupado pela banda por não produzirem um clipe profissional para esta canção. Ao invés disso, eles fizeram um vídeo “caseiro” durante sua última turnê, com imagens deles na estrada, no palco, viajando por lugares como Londres, Nova Iorque, alguma cidade do Japão, hotéis e aeroportos.

one-direction-red-nose-dayEles também aparecem em uma comunidade africana e usam narizes de palhaço – uma marca da Comic Relief, que inclusive promove o “Red Nose Day”, ou “Dia do Nariz Vermelho”, espécie de Teleton ou Criança Esperança realizado a cada dois anos na TV britânica, sempre em março. A boy band participou intensamente da última edição do evento,  não apenas com o cover e o vídeo, como também com várias outras ações de marketing para aumentar o número de doações e o alcance da campanha.

Eu não suporto a música do One Direction, mas meu respeito por eles aumentou uns 800% depois disso. E não importa se você for muito cético e não acreditar que a boa ação foi ideia deles, ou se achar que foi uma estratégia apelativa só para aparecer e fazer média. Porque, veja bem, a base de fãs deles é tão gigantesca que uma campanha como essa pode levar conscientização a centenas de milhares de pessoas em todo o mundo, divulgar o trabalho da Comic Relief e beneficiar um monte de gente que realmente precisa de ajuda – sem contar a possibilidade de fazer menininhas de 12 anos aprenderem o que é Blondie, quem é a Debbie Harry, o que é rock’n’roll e punk rock (enfim, coisas muito importantes).

E pelo menos agora eles podem ficar conhecidos por regravarem boas canções e realizarem uma bela ação de responsabilidade social – e não apenas como “aquela boy band do X Factor” ou “aquele grupo do menino que namorou a Taylor Swift”.

Não tenha vergonha de ouvir The Pretty Reckless

Algumas bandas despertam um tipo de bullying imediato. É só admitir que gosta para ser zoado. Aquele papo de “guilty pleasure”, sabe? The Pretty Reckless, dos EUA, é um bom exemplo dissoApesar de pouca gente conhecer o grupo, a reação é sempre a mesma: é só começar a explicar que é a banda da Taylor Momsen, aquela loirinha que fez a Jenny Humphfrey no seriado Gossip Girl, que as pessoas imediatamente passam a achar péssimo! Mas não é bem assim. A banda é realmente muito boa e a Taylor sabe cantar de verdade. Tudo bem que existe muita imagem, grana, marketing, produção, pose e a malandragem de usar a fama que conquistou na TV a seu favor. Mas isso tudo não anula seu talento musical.

O Pretty Reckless foi montado em 2009, quando a Taylor tinha só 16 anos e estava cansada de atuar. Ela começou como modelo e atriz aos 2 anos de idade. Além de ter participado de Gossip Girl, ela aparece no filme “O Grinch”, em um monte de comercial dos EUA e quase foi a protagonista da série Hannah Montana, da Disney (justamente porque sabia cantar). Mas perdeu o papel nas seletivas finais pra Miley Cirus (!).

Taylor compõe suas próprias canções e sabe tocar violão e guitarra. Quando apareceu a oportunidade de gravar um disco, a coisa deu certo porque ela arrumou um produtor e músicos MUITO bons, que não tentaram fazer tudo soar pop demais. Todas as canções do Pretty Reckless são assinadas por ela, pelo guitarrista Ben Phillips e pelo produtor Kato Khandwala (que já trabalhou com bandas como Blondie, Paramore e Breaking Benjamin).

Juntando tudo isso ao auge da fama de Momsen, principalmente entre o público adolescente e jovem, deu no que deu: hoje a banda já tem dois EPs e um álbum lançados, já tocou em todos os grandes festivais de música dos EUA e da Europa e fez extensas turnês pelo mundo todo, tendo dividido o palco com o Paramore, o Evanescence, o Marilyn Manson, a Kesha e o Guns’n’Roses (!). Um dos maiores sucessos do grupo, “Make Me Wanna Die”, fez parte da trilha sonora do filme Kick-Ass e de um desfile da grife Victoria’s Secret. A banda também compôs “Only You” para a trilha sonora do filme Frankenweenie, do Tim Burton. Eles vieram tocar no Brasil em agosto de 2012, passando por Curitiba, Rio e São Paulo. Hoje, estão preparando um novo álbum e acabaram de lançar um single muito bom chamado “Kill Me”.

Assisti ao show deles em São Paulo, no HSBC Brasil (antigo Tom Brasil). Os ingressos esgotaram semanas antes do evento e, no dia, a casa estava tão lotada que ficou difícil enxergar o palco direito. A maioria do público eram garotas adolescentes histéricas, que berravam o tempo inteiro, conversavam sem parar, tiravam zilhões de fotos e ficavam constantemente olhando pro celular ao invés do palco – típicas “roqueiras de boutique”. Tanto que, quando a banda tocou um cover de “Like a Stone” (do Audioslave), eu me senti uma tia velha porque era a única que conhecia a música e sabia cantar junto. O Pretty Reckless também fez um cover de “Seven Nation Army”, dos White Stripes, que ficou bem legal. Embora a gritaria e a tietagem tenham sido muito irritantes (em alguns momentos chegaram até cobrir o som da banda completamente!), incluindo um faniquito geral causado pela ilustre presença de Pe Lu e Koba, do Restart, o Pretty Reckless fez um show impecável, provando que são realmente bons ao vivo.

Confira os vídeos abaixo para ter uma ideia de como foi esse show:

Muitos ainda criticam a Taylor pelo seu visual, que mudou drasticamente quando ela comecou a trabalhar oficialmente como musicista. Ela usa roupas e maquiagens bem exageradas, misturando glam, gótico, grunge e punk com plataformas maiores do que as das Spice Girls e tanto lápis de olho que poderia ser confundida com um urso panda. Esse visual se alia a uma exploração também exagerada da sua sensualidade: ela aparece no palco só de lingerie ou com figurinos minúsculos enquanto faz mil poses, dancinhas, caras e bocas. Sem contar os videoclipes, onde surge fazendo tudo isso e ainda fuma, bebe e insinua o uso de drogas. Como a Taylor ainda é muito jovem, isso gera muitas críticas. E, realmente, essa pose toda acaba sim parecendo muita forçação de barra e apelação. Os clipes de “Miss Nothing” e “My Medicine” (minha preferida da banda) são exemplos perfeitos disso:

Mas nem assim o talento musical de Taylor e sua banda são anulados. As canções são boas, as letras têm inteligência e a produção e os músicos são impecáveis. Por isso, meu amigo, não se acanhe! Pode ouvir Pretty Reckless. E pode admitir que achou legal. Sem vergonha!

Seria o Restart uma farsa?

 
O jornal carioca Extra divulgou nesta terça-feira a notícia “Restart tem ajuda de músicos escondidos nos shows da banda”. Em um parágrafo com 91 palavras e três fotos, a publicação coloca mais bala na agulha de quem abertamente odeia a banda por sua postura, seu suposto rock, a infantilidade das letras, as roupas coloridas e a ligação com o estilo emo. Mas qual é o problema em contar com músicos de apoio? Quem falou que isso é proibido?

Há alguns aspectos que temos que levar em conta para chegar a alguma conclusão entre Restart é uma farsa ou Restart não fez nada de mais; vejamos.

Hipótese 1: Músicos de apoio

Apoio, sacou? rs…

A reportagem mostra duas fotos diferentes da mesma pessoa colocada atrás do palco supostamente tocando baixo, mas informa que há outro guitarrista também escondido. Eles são músicos de apoio? Se sim, qual é o problema? Inúmeras bandas usam músicos de apoio, desde bandas de pagode que hoje parecem mais orquestras ao Charlie Brown Jr., que chamou Tadeu Patola para tocar no Acústico MTV porque só com Marcão na guitarra a coisa não sairia tão bem.

O Nirvana fez o mesmo quando Kurt Cobain já não se garantia, e então chamou Pat Smear. O Green Day toca com pelo menos outro guitarrista no palco, bem ao fundo; ele nunca é focado, quase não aparece, não entra nos créditos nem nas filmagens de DVD. O Slipknot toca com um baixista escondido atrás do palco desde a morte de Daniel Baldi, e o Fresno usa as linhas gravadas desde que Tavares deixou a banda. O Padre Marcelo sequer canta as músicas, só chamas os versos e de vez em quando ajuda os backing vocals no refrão. Todo mundo faz isso.

Hipótese 2: Playback

Não entendeu a imagem? Clique aqui.

Ah, aí a coisa muda. Pela imagem divulgada pelo jornal, o instrumento tocado pelo suposto músico escondido é claramente um baixo, o que me leva a pensar: por que qualquer banda – ainda mais o Restart – colocaria duas linhas de baixo em suas músicas – ainda mais as do restart – a ponto de precisar que as duas sejam tocadas ao vivo? Trata-se de um altíssimo indício de uma puta falta de sacanagem. Fazer playback em shows é uma das coisas mais abomináveis que pode existir.

Me vem à cabeça agora três casos em que o playback foi escancarado e ridículo: Aaron Carter e Britney Spears no Rock in Rio III, em 2001, e Bloc Party no VMB 2008, na MTV. Será que o sr. Pelanza não está dando conta de tocar e cantar as suas próprias músicas, por mais simples que sejam? Se for isso, está na hora de ser mais sincero, ou então assistir John Mayer e Dave Mathews dedilhando e tocando simultaneamente, uma verdadeira aula.

Hipótese 3: Roadies

Não entendeu a imagem? Clique aqui.

Como eu disse, a reportagem é bem simplória ao denunciar os músicos escondidos atrás do palco do Restart. O local do show, por exemplo, é descrito de forma bastante vaga como “uma cidade do norte do Rio de Janeiro”. Quem fez a matéria não entrevistou os supostos guitarrista e baixista, nem mesmo entrou em contato com a banda para pegar uma explicação ou declaração. Ninguém falou com outros membros da equipe do Restart, nem com empresário, familiares, amigos. Só o que se sabe pode ser concluído por duas fotos da mesma pessoa.

Roadies são pessoas que ficam atrás do palco segurando instrumentos enquanto usam fones de ouvido para ajustar a afinação. E entre uma música e outra podem matar o tempo praticando, ou então tocar os instrumentos para esticar de vez as cordas – corda nova é fogo, desafina rápido se não for “amaciada”. Não seria uma hipótese palpável? Nem playback nem músicos de apoio, apenas roadies e seu desejo de fazer parte do show. Por que não?

Enfim, eu acho que até essa história se esclarecer vou dar uma segurada. Nada garante que sejam uma farsa. E o benefício da dúvida? Tenho certeza que eles não precisam de mais gente atirando pedras.

“Ah… que pecado. Que pecado!”

 
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Maldita indústria cultural: Fresno

Indústria Cultural é um termo cunhado pelos filósofos alemães Adorno e Horkheimer para definir padrões que se repetem afim de criar uma consciência coletiva voltada ao consumismo. Foi um baita desafio tentar sintetizar em poucos caracteres uma definição sobre esse termo, que é muito profundo e extenso.
Pegamos o termo emprestado para dar o nome a seção que vai te apresentar de verdade a artistas que são injustiçados e sofrem algum tipo de preconceito.

 

“Uma música” é tocada em ré e tem mesmo um começo agudo, fácil para o vocalista da Fresno, Lucas Silveira, mas complicado para fãs como o rapaz do vídeo, que de forma afetada tenta cantar enquanto é atrapalhado pelo irmão mais novo aos gritos de “fresco, boiola”. A filmagem tem mais de 500 mil visualizações no Youtube, e o protagonista é chamado de tudo quanto é nome nos comentários, de forma quase sempre ligada à sua suposta viadagem. É esse mesmo rótulo que ainda parece pesar sobre o Fresno, apesar de seus integrantes não usarem mais franjas de lado e terem abandonado definitivamente o emocore. Obra da maldita indústria cultural.

Fresno foi emo, tinha influência de bandas como Dashboard Confessional, Jimmy Eat World e Get Up Kids. Letras como “Alguém que te faz sorrir” e “Onde está” têm cunho emocional intenso, falam de sofrimento e de amor. Os fãs choravam, se vestiam de preto e pintavam o rosto, e deixavam as franjas de lado. Quando a banda chegou ao mainstream, isso tudo pesou sobre eles. E toda a fama de emo e o preconceito levantado com isso fez com que o Fresno se transformasse.

Em 2011, fui a um show no Citibank Hall que tinha a Fresno como headliner (V.O.W.E., Strike e Hevo 84 também tocaram). A banda estava encerrando a turnê do álbum Redenção (2008) e já preparando o lançamento de Revanche, que viria em junho daquele ano. Durante a apresentação, o vocalista Lucas Silveira fez um discurso pesado, que dizia que a banda havia passado por muita coisa até aquele momento. Citou que haviam ouvido “muita coisa ruim desses filhos da puta” e pediu para tudo ficar definitivamente no passado. E aí tocou a faixa título, pesada e agressiva. Ao que pareceu, Lucas se referia a esse preconceito, algo que o NX Zero deixou para trás e que sequer chegou a afetar bandas como o CPM 22, o ForFun ou o Hateen.

A música “A minha história não acaba aqui”, a 10ª de Revanche, mostra bem esse sentimento: “vão encontrar mil maneiras de te rotular/E em todo canto sempre tem alguém que quer roubar o seu lugar” e “vão te vender sem saber o que há por dentro/e por alguns trocados vão achar que podem te comprar”. O álbum todo é assim: um dos mais pesados da banda, mais pesado ainda do que na época do emocore, quando guitarras e riffs eram a base para o vocal meloso e harmonioso de Lucas.
A banda deu mais um passo nessa direção recentemente, quando rompeu com a Universal Music de Rick Bonadio e voltou à cena independente. Lucas explicou em entrevista à revista Rolling Stone que a disparidade de visões entre eles e o produtor chegou ao nível em que o que faziam já não servia a Bonadio. O limite entre o que era possível ceder para permanecer no mainstream foi atingido. “Vocês querem sair? Então podem sair”, disse o produtor. Meses depois, a Fresno lançou o EP Cemitério das Boas Intenções, com guitarras tão altas quanto vocais, teclados copiando os riffs de guitarra e baixo e letras sobre religião.

“Crocodilia” tem os versos “não, não, não acredito em inferno/é só uma ilusão, o sofrimento é eterno”, enquanto que “A gente morre sozinho” traz  “perguntaram para mim pra onde vou, de onde vim/eu respondi com um olhar pedindo ajuda sem encontrar”, “quando estamos sozinhos não existe bem ou mal” e até um “cadê seu Deus?”. Ao que me parece, a missão proposta com o lançamento de Revanche foi cumprida: mudou a cara da banda, ainda que o preço seja sumir das rádios e da televisão.

Fresno não é som de viado. Se “Uma música” tivesse sido gravada por bandas como o Skank, ninguém criaria polêmica com isso.

P.S.: Quer ouvir uma música de viado?

 

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Maldita indústria cultural: Glee

Indústria Cultural é um termo cunhado pelos filósofos alemães Adorno e Horkheimer para definir padrões que se repetem afim de criar uma consciência coletiva voltada ao consumismo. Foi um baita desafio tentar sintetizar em poucos caracteres uma definição sobre esse termo, que é muito profundo e extenso.
Pegamos o termo emprestado para dar o nome a seção que vai te apresentar de verdade a artistas que são injustiçados e sofrem algum tipo de preconceito.

Fiquei super feliz em poder inaugurar essa seção aqui no Não Toco Raul, afinal, tem muita gente boa injustiçada e rotulada por aí e desmistificar o que falam desses caras, é nossa missão por aqui.

Para começar os trabalhos, vamos falar um pouco do seriado musical Glee. Hoje, os fãs do gênero podem se deliciar com a quantidade de programas de tv sobre o assunto (o próprio Glee e a nova sensação da NBC, Smash – que tem produção do Spielberg, por exemplo) e várias peças da Broadway que chegam em terras tupiniquins, como Hair, Violinista no Telhado e Família Addams, para citar alguns.

Glee é, em tradução livre e minha, um grupo que canta tudo junto, um clube de coral. O seriado começou em setembro de 2009, criado por Ryan Murphy e, logo na primeira semana, conquistou os primeiros lugares no iTunes com o cover do hit “Don’t stop believing”. De lá pra cá, a cantoria dos estudantes tomou uma proporção cada vez maior e ganhou espaço na indústria fonográfica – o que rendeu muitos fãs e dinheiro.


O seriado trata, basicamente, de aceitação. E há coisa mais universal que a paixão pela música? O autor, homossexual assumido, inclui, em cada episódio, questões importantes e cheias de atitude para quebrar paradigmas. Todas as referências pop estão lá, claro, como Madonna, que ganhou um especial com suas músicas, Lady Gaga e Michael Jackson, cujo sucesso Smooth Criminal recebeu uma nova roupagem com violoncelos. Mas, também, há de se destacar a coragem de Murphy ao incluir no setlist do seriado covers de Lionel Ritchie, Queen, The Doors, R.E.M e Beatles. Apresentar música boa à juventude, nem que seja no meio de muito drama escolar, já é uma iniciativa válida.


Além deles, o autor incluiu na receita uma pitada de Broadway, com a paixão de Rachel Berry por Barbra Streisand (uma atriz e cantora premiadíssima que, acredite, já existia antes daquela musiquinha da dupla Duck Sauce) e pitadas de canções conhecidas em musicais como Cats e Les Miserables. Além da iniciativa bacanérrima (e meio freak) de recriar “The Rocky Horror Picture Show” no Halloween e repaginar “Time Warp”.

Ok, eles cantam com playback? Sim. Fica muito mais sonoro e visualmente bonito para a câmera – fora que sabemos o trabalho logístico de filmar tudo isso sem ser dessa forma. Mas o mais importante em Glee é a capacidade de transitar em vários gêneros (rock, pop, musicais da Broadway, surf music, eletrônico etc) e mostrar que a música é para todos e que preconceito a gente revida cantando – ou acabando com ele, conhecendo o que não se conhece.


 

Até a próxima! 😉

 

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