Brasileiros tocam no Primavera Sound

O festival Primavera Sound será realizado em Barcelona na semana que vem; e conta com artistas brasileiros em sua programação – como os já super famosos Caetano Veloso e Rodrigo Amarante (Los Hermanos), além de quatro bandas que achamos bem mais interessantes de ver: Black Drawing Chalks e Boogarins de Goiânia, Móveis Coloniais de Acaju; de Brasília e Single Parents, de São Paulo.

O Primavera Sound é um dos maiores e melhores festivais do mundo, super reconhecido por público e crítica; e na edição de 2014 traz atrações como Arcade Fire, Queens of the Stone Age, Pixies, Nine Inch Nails e Kendrick Lamar. Para comemorar a participação no festival espanhol, que certamente será um dos shows mais importantes em suas carreiras, as bandas brasileiras organizaram shows em Brasília (hoje, na Arena Futebol Clube em frente à AABB) e em São Paulo – onde tocam amanhã, no Cine Joia. O mais bacana é que cada grupo tem um estilo diferente: o Black Drawing Chalks é rocão e stoner, o Boogarins lembra tropicália, jovem guarda e psicodelismo dos anos 60, o Móveis é uma mistureba de rock, soul, disco, MPB e ska bem dançante e animada; e o Single Parents é rock sujo bem anos 90, lo-fi e shoegaze. Resumindo: estaremos muito bem representados em Barcelona.


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A banda Single Parents é um baita exemplo de empreendedorismo: os caras são independentes, gravaram disco nos EUA, têm seu próprio selo (Balaclava Records) e acabaram de trazer para o Brasil o Mac DeMarco e o Sebadoh – com quem dividiram o palco, além de participarem do Primavera e fecharem outros shows na Espanha e em Portugal no que será sua primeira turnê europeia (tá, meu bem?!).

Falando em Sebadoh, eles participaram de uma coletânea de bandas brasileiras em tributo ao grupo americano,  com uma versão para a canção “Skull”. Escute aqui: www.tributoh.com. Eles também acabaram de lançar uma música nova, a primeira dentro de seu próprio selo e com a nova formação da banda, que virou um quarteto com a chegada de Zeek Underwood (guitarra) e Martim Batista (baixo), além dos membros originais Fernando Dotta (guitarra e vocal) e Rafael Farah (bateria). A música inédita se chama “VHS” (ah, a paixão pelos anos 90, né) e é muito boa – presta atenção no solo de baixo (2min40seg)!

Vai, Brasil! #vaitercopa

NTR Convida #47 Benke Ferraz (Boogarins)

 

O convidado de hoje é o goiano Benke Ferraz, guitarrista da banda Boogarins (na foto, à esquerda). Benke formou a banda com Fernando (vocal e guitarra), seu amigo e músico parceiro desde os tempos do Ensino Médio.

Hoje, eles têm 20 e poucos anos e o Boogarins caiu nas graças da crítica no Brasil e nos EUA, já tem um disco lançado até em vinil por um selo americano (“As Plantas que Curam”, que pode ser comprado aqui e vale cada centavo) e se prepara para a sua primeira turnê internacional, de Goiás para o mundo, com datas confirmadas nos festivais South By Southwest – SXSW, no Texas; e Primavera Sound, em Barcelona, junto a artistas como Caetano Veloso, Queens of the Stone Age, Television e Pixies. Tá bom pra você?

Eles também lançaram um clipe muito lindo para uma das melhores canções do disco, na minha opinião: Lucifernandis:

Além de Benke e Fernando, o Boogarins hoje é um quarteto, formado por Hans (bateria) e Raphael (baixo). O Boogarins tem muitas referências. As maiores influências deles são a Tropicália (Mutantes é bastante evidente), rock sessentista e rock gaúcho. Mas também dá pra perceber semelhanças com Tame Impala, The Doors, Pink Floyd e Beatles, sem deixar de lado a originalidade da banda, que tem boas letras em português sobre viagens (nos dois sentidos da palavra), experimentações, jornada e crescimento pessoal e mudanças, com um tom psicodélico, vocais suaves e lindas melodias.

Descobri que, antes do Boogarins, o Benke e o Fernando tinham uma outra banda também muito boa, embora soe mais simples, com fortes referências de Jovem Guarda e rock de garagem ao estilo dos Sonics – eles realmente amam os anos 60. Era a banda Ultravespa, com letras de amor, romance e sexo e um rock mais acelerado e sujinho:

 

Confira as músicas que o Benke escolheu para o NTR! Para ouvir todas na sequência – com exceção da música 5, que não está disponível no Youtube, aperte o play no vídeo do topo do post:

1) Dumbo Gets Mad – Marmelade Kids
“Essa canção me ganha nas melodias de voz, que segue caminhos peculiares e ainda assim ‘confortantes’; e por como ela soa, em termos de gravação – especialmente as baterias. O fato do projeto ser baseado em torno de um casal deixa tudo mais bonito e romântico, né? Escutei muito ultimamente.”

2) Pinkshinyultrablast – Blaster
“Essa canção me desperta muitos sentimentos. Nostalgia é um deles, mas o principal com certeza é o de curiosidade. Essa banda (que acredito ser) russa não tem muito material disponível na internet. Há pouquíssima imprensa falando sobre eles e apenas um EP com 4 canções disponível. A voz feminina, tão delicada no meio das cascata de som, é apaixonante.”

3) The Strokes – Tap Out
“Pra falar a verdade, nem consegui chegar ao final desse disco, mas essa música de abertura do Comedown Machine é foda. Foda de um jeito que não consigo nem explicar porque gosto,  já que eles usam um monte de referências ‘oitenteiras’ que não me agradam.”

4) Lô Borges – Como o Machado
“Acho que essa música retrata muito do que procuramos passar nas nossas letras, consciente e/ou inconscientemente. Emoção demais, parece que o Lô conversa com você nesse disco.”

5) Luziluzia – Monólogo do Velho Louco
“Essa canção está presente no primeiro EP do Luziluzia, registro no qual tive a oportunidade de participar, gravando parte das guitarras e produzindo uma das canções. Essa em específico foi gravada no meu quarto, como as que estão no primeiro disco do Boogarins. Desde então a escuto sempre em volume alto.

 

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