Todos menos eu: Kimbra

 
Conheci Kimbra há mais de um ano, quando o clipe de seu 2° single, “Cameo Lover” acabava de ser lançado. O clipe bem produzido chamou a atenção não só pela qualidade da música e belezura da cantora, mas principalmente porque ela vinha na contramão do eletrônico, hip-hop, indie e principalmente na contramão de Adele.

Kimbra começou a cantar aos 10 anos, quando entrou para o coral da escola. Lá, ela conheceu o som de Ella Fitzgerald e começou a compor suas próprias canções no violão. Aos 14, participou do SmokeFree Rockquest, ficando em segundo lugar. Poucos anos depois, recebeu um prêmio de melhor clipe por “Simply On My Lips”, chamando a atenção de produtoras Australianas. Nessa época, ainda conhecida por Kimbra Johnson, fazia um som mais tradicional e comum aos nossos ouvidos.

Aos 17, Kimbra mudou-se para Melbourne e percorreu um caminho longo com a ajuda de Mark Richardson e François Tétaz – também produtor de Gotye – e culminou no seu álbum de estreia, Vows, lançado em 29 de agosto de 2011. O álbum demorou longos anos para sair do forno, pois para os produtores, Kimbra ainda não estava preparada e precisava de “um bom número de canções realmente sólidas”. A espera valeu tanto a pena que rendeu um contrato com a Warner Music.

Os ares da Austrália fizeram bem a Kimbra, que misturou jazz, soul, black music, música eletrônica e o peso de big bands em Vows. Os até então 4 singles, “Seetle Down” (faixa 1), “Cameo lover” (faixa 2), “Two way street” (faixa 3), e a sexy “Good Intent” (faixa 5), renderam clipes impecáveis. Mais um mérito para esse disco que ainda conta com as ótimas “Call me” (faixa 7), e “Wandering Limbs” (faixa 8). Além das 11 faixas, a versão americana do disco, que saiu do forno apenas em maio desse ano, contou com mais 5 faixas. Dentre as novas, destaque para a frenética “Come into my head” (faixa 9).

Ao vivo, Kimbra é a rainha das caras e bocas, mas nada é fake em suas apresentações. Sua expressão corporal é natural, o jeito com que ela movimenta os braços e entorta a cabeça lembra a nossa brazuca Maria Rita. Em parte das músicas com sua banda completa, ela sempre faz questão de ter uma meia-lua nas mãos.
Todas esses trejeitos não são um mero disfarce para sua voz, como normalmente acontece com outros artistas. O potencial e alcance de sua voz ao vivo é realmente muito grande. Qualquer outra vocalista colocaria 2 pessoas para dar aquela migué uma ajuda durante os shows, mas Kimbra prefere fazer tudo sozinha, e faz muito bem feito.
Em algumas de suas últimas apresentações, Kimbra resolveu inovar e se apresentou usando um Loop Station – nesse caso um aplicativo no Ipad – onde ela grava várias trilhas com a voz. A novidade não fica por conta do Loop Station e sim por ela preferir se apresentar em programas fazendo uma versão de sua própria música sua utilizando a ferramenta.

[pullquote_right]“Kimbra é uma artista de verdade, e prevejo que ela tenha uma carreira de 15 a 20 anos. Ela tem potencial para ser como o Prince. É o quanto sua musicalidade é forte” – Rob Cavallo, presidente da WM.[/pullquote_right]

Kimbra também é muito bem quista entre os colegas de trabalho. Sua primeira participação foi em “I Look To You” do Miami Horror. A sua segunda e mais famosa parceria foi com o Gotye, na bacana e pegajosa “Somebody that I use to know”, que dispensa apresentações. Por último, Kimbra formou um trio com Mark Foster (Forter the People) e o dj A-Trak, numa ação bancada pela Converse All Star para gravar “Warrior”, que entrou na versão americana do disco.

Sua parceria com Gotye a levou aos 4 cantos do mundo, porém, até agora ela é apenas uma sombra frente ao belga. Kimbra foi vencedora do último ARIA Awards – uma espécie de Grammy Australiano – na categoria Melhor Cantora, o que a deixou ainda mais paparicada pela gravadora e bem perto de deixar o grupo das grandes promessas.

 

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