Metallica e Lollapalooza

Oras, oras, Metallica no Lollapalooza?

A noticia, anunciada pela organização do festival durante a semana, causou certo estranhamento nos fãs, acostumados a ver o festival, nas duas últimas edições, cada vez mais indie e afastado de rock stars absolutos – principalmente metaleiros – como a banda de Los Angeles. Ao mesmo tempo, levou a uma chuva de comentários nas redes sociais ao melhor estilo “o ingresso é muito caro e eu só quero ver Metallica”. De fato, além do grupo de James Hettfield, apenas o Rancid encarna esse estilo especifico no lineup da edição 2017. Mas, historicamente, essa união não pode ser considerada estranha.

lollapalooza-brasilPrimeiro porque o próprio Metallica já foi headliner do Lollapalooza antes: em 1996, nos Estados Unidos, edição que, por coincidência (ou não) também contou com o Rancid no palco principal, ao lado de nomes como Soundgarden e Ramones. Pesado, certo? Além da versão brasileira do festival, a banda ainda vai liderar as atrações das edições na Argentina e Chile em 2017.

Segundo porque, no Brasil, especialmente, o festival tem essa tradição de colocar rockstars no palco principal: Foo Fighters e Artic Monkeys em 2012, The Killers, The Black Keys e Pearl Jam em 2013 e Muse em 2014. Além de nomes de grande peso que integraram o evento, como Joan Jett, Queens of the Stone Age e Soundgarden.

Ok, é verdade que o Metallica faz destoar um pouco em relação às duas últimas edições, capitaneadas por Jack White e Pharrel Williams, em 2015, e Eminem e Florence + The Machine, no ano passado. Colocar a banda de James Hettfield para tocar é a chance de trazer para o evento um público diferente do que tem sido visto, ainda mais em um ano em que não há edição do Rock in Rio. Não que o Lollapalooza precise disso. O público se mantém agradavelmente alto nos últimos anos, de 160 mil em 2014 para 135 mil em 2015 e novamente 160 mil na última edição – todas realizadas em dois dias de shows.

Vai valer a pena ver o Metallica, é claro. A banda tem colocado o Brasil constantemente em sua agenda, com shows em 2010, 2011, 2013, 2014 e 2015. Desta vez, no entanto, estará em turnê com o novo álbum, Hardwire… to self-destruct, que será lançado em novembro.

Por fim, o que não se pode negar é o preço abusivo do ingresso: R$ 920 (inteira) pelo pass para dois dias de festival. Como ainda não foi definido em quais dias as bandas tocam, os ingressos separados não foram colocados à venda, mas devem sair com valor acima de R$ 460 – e ainda tem taxa de conveniência e de entrega de ingresso, se for o caso. Mais uma vez, o festival será realizado no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, em 25 e 26 de março.

Dançar só porque é legal

 
Este post não é nada muito sobre música, é sobre dança (mais ou menos, na verdade).
Mas, como esse blog não tem nada a ver com música mesmo, então tá beleza!

Alguém aqui deve se lembrar do Matt, o cara que fez uma dança besta em vários países do mundo com pessoas daqueles lugares e ficou famoso na internet. Pois então, esse cara postou um novo vídeo na semana passada, com uma produção mais bacana, danças novas e novos lugares no mundo. Veja aí embaixo:

O vídeo mais famoso, de 2008, já tem mais de 43 milhões de visualizações

Você pode dizer que “nossa, que porcaria de coisa mais inútil… e nada a ver isso aqui”.
Eu digo que acho muito válido esse tipo de post – e me emociono (sério!) -, quando vejo tanta gente que não se conhece, de tantos lugares e culturas diferentes, fazendo algo tão bobo e inofensivo, só porque é muito legal. Eu faria.

Esse tipo de manifestação, espontânea ou não, é mais comum em shows e festivais de música (por motivos ÓBVIOS), mas não tão comum como se espera. Há uma certa timidez da multidão, um receio do julgamento de desconhecidos, que faz com que você não aproveite a música, não se divirta completamente fluindo com a batida e saindo do chão quantas vezes por segundo forem possíveis. Isto acontece principalmente quando/onde você não está totalmente familiarizado com a banda, a música ou as pessoas.

Uma bela demonstração disso, eu presenciei no Lollapalooza 2012, em São Paulo, durante o show da Gogol Bordello – um dos melhores do segundo dia do festival. Eu nunca tinha ouvido falar da banda e, seguindo o conselho deste blog que vos fala, fui no escuro, sem escutar o som das bandas que não conhecia.
A Gogol Bordello é uma banda de “punk cigano” que tem o show ao vivo mais contagiante que eu já vi. Em todo lugar se via pessoas pulando desordenadamente, felizes, arriscando seus melhores passos de dança cigana, abraçando quaisquer amigos ou desconhecidos transeuntes que estivessem mais próximos.

Você não tem nenhum bom motivo para não pular/dançar/gingar/balançar quando dá vontade e quando o ambiente permite. E fuck it, isso é legal pra caralho!

Curiosidade: caso você venha a se perguntar, neste vídeo o próprio Matt explica como consegue que tantas pessoas dancem com ele.

 
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Playlist: músicas que o Foo Fighters não tocará

Mesmo com a previsão de um show com mais de 2 horas e meia, é inevitável que algumas músicas populares do Foo Fighters fiquem de fora do show de amanhã (07/04). O que é uma pena, pois algumas foram singles de seus álbuns e ganharam até videoclipes.

Dave Grohl prometeu um setlist digno de festival. Dando uma rápida busca nos últimos shows, dá pra imaginar o que vem e o que não vem por aí. Com certeza o critério para selecionar as músicas para o show pode ser explicado pela variável “tira o pé do chão e grite bem alto”. Não é a toa que a agitação causada pelo show deles já foi comparado a tremores vulcânicos.

Fiquem com a nossa playlist, baseada nos últimos grandes shows:

Big me – Foo Fighters (1995)
“Big me to talk about it I could stand to prove” 

Big Me

 

Hey Johnny Park – The colour and the shape (1997)
“Throw it away long before, I’d share a piece of mine with you” 

Hey, Johnny Park!

 

Walking after you – The colour and the shape (1997)
“If you walk out on me, I’m walking after you”

Walking After You

 

Generator – There’s nothing left to lose (1999)

Next Year – There’s nothing left to lose (1999)
“No one can find us now, living with our heads underground”

Next Year

 

DOA – In your honor (2005)
“Been a pleasure, but the pleasure’s been mine all mine”

DOA

 

Resolve – In your honor (2005)
One more year that you’re not here, has gone and passed you by” 

Resolve

 

No way back – In your honor (2005)

Another round – In your honor (2005)
“Room for photographs, box full of letters, come on make it last…”

Another Round

 

Wheels – Greatest Hits (2009)


A “música que ninguém gosta” segundo o próprio Dave,  Wheels foi dúvida  e quase ficou de fora da playlist, pois nos últimos shows ela vem sendo tocada após o break (ou bis), que é aquele charme que faz os fãs gritarem pela banda após ela sair do palco.

Confira as músicas em sequência abaixo, é só dar o play.

 

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Vá ao Lollapalooza sem ouvir as bandas que não conhece

Não ouça as bandas que não conhece antes de ir ao Lollapalooza. Simplesmente não ouça.

Se você comprou só pra ver o Foo Fighters no dia 7, sábado, então ouça muito Foo Fighters. Ouça os álbuns antigos, relembre os sucessos e dê risada com os clipes engraçadões como “Everlong”, “Breakout” e “Long road to ruin”. Escute o último Wasting Light (2011) imaginando como vai ser na hora em que a banda abrir com “Bridge Bruning”. Aprenda a letra e esteja preparado pra gritar o primeiro verso (“these are my favourites last words”) se Dave Grohl prefrir jogar para o público. Senão, tudo bem: cante junto e alto.

Decore as letras e até assista shows dessa turnê (digite “full concert no youtube, e um novo universo se abrirá). Descubra o que eles costumam fazer em determinadas músicas e já entre no clima de antemão. Faça isso também com o Jane’s Addiction – o Perry Farrel nem aguenta mais cantar mesmo. E também com o Artic Monkeys, headliner do dia 8, domingo. Assim, quando eles tocarem “I bet you look good on the dance floor” e o vocalista Alex Turner cantar “and your shoulders are frozen”, você vai poder responder “cold as the night”.

Dificilmente haverá alguém no Lollapalooza que não conheça essas bandas. Mas se você não conhece Cage the Elephant, Band of Horses e TV on the Radio, não escute-as com antecedência, como se pudesse abrir um catálogo e dizer “vejamos o que temos aqui”. Muito menos faça isso com bandas como Gogol Bordelo, MGMT e Foster the People. As chances de você ouvir cinco minutos de som, achar monótono e passar para a próxima são enormes. O que também pode acontecer, e que seria ainda pior, é arraigar um pré-julgamento que pode atrapalhar o show.

Dê a oportunidade a si próprio de vê-las pela primeira vez no palco, onde toda banda se mostra da forma mais verdadeira: sem loopings, transposição de vozes, equalizadores e efeitos artificiais extenuantes. No palco, eles fazem acontecer – ou pelo menos deveriam. Permita-se conhecê-las de forma mais intensa, com a vibe do público, do som ao vivo, dos erros de notas e da postura dos músicos. E entre no clima.

Saiba usar a expectativa. Pode ser que alguns shows sejam uma merda ou as bandas não sejam do seu gosto. Mas pelo menos vai poder dizer algo sobre elas muito além de “eu ouvi uma música lá, de um album e tal. E não gostei”. Mas se curtir,  vai ser como um tapa da cara, com aquela excitação de conhecer mais, ir atrás e achar aquela música com aquela parte em que o vocalista fez isso, o público cantou e o show veio abaixo.

Escute as bandas do Lollapalooza que não conhece na hora certa.

 

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