Fórmula musical: D-D-Djent
Como é difícil gostar de um estilo musical que mais ninguém do seu círculo social gosta. O Djent – e o metalcore, no geral – é motivo de piadas entre mim e meus amigos, que sempre citam “aquelas músicas lá que você curte” para falar sobre o lado mais extremo da meu ecleticíssimo gosto musical. Eu, por outro lado, me divirto colocando sons pesadíssimos enquanto eles estão no carro, só para ver as caras de espanto e susto. “Não dá pra entender o que ele canta” é normalmente o primeiro comentário. Aí eu tento explicar o que é Djent.
Como é difícil fazer isso por texto. Talvez porque o estilo seja quase onomatopéico: os break-downs do metalcore, marcados pelo pedal duplo da bateria, ficam mais intensos e marcados, ritmados ao longo de toda a canção. Guitarra e baixo trabalham especialmente com a mão que segura a palheta – sem chance de tocar essas músicas no finger picking – e a afinação é baixíssima.
O nome Djent é, em si, uma espécie de onomatopéia: diz respeito ao som da guitarra quando as cordas são tocadas ao mesmo tempo em que são abafadas com a palma da mão. Os maiores expoentes internacionais são Meshuggah, Born of Osiris e Vildhjarta, mas há também boas bandas brasileiras que incorporaram as características, como John Wayne e Sea Smile – ambas cantam em português e fazem trabalho que nada deve ao resto do mundo.
A verdade é que Djent é uma denominação muito curiosa e que é encarada com extremo bom-humor, como você pode ver nos vídeos ao redor desse texto. A onda do Djent é também impulsionada por memes e piadas que circulam nas redes. Eu sempre tento fazer essas piadas com meus amigos, mas ninguém me entende.
Temos uma playlist de Djent no Spotify. Siga o Não Toco Raul!