NTR Convida #13 Roger Paul Mason (Champu)
Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério), o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada. Excepcionalmente, e por (bons) motivos de força maior, o “NTR Convida” trará 2 super convidados essa semana. Sorte sua!
Estamos muito chiques hoje! Isso porque o convidado da vez é um artista internacional! Conversamos com Roger Paul Mason, músico, compositor e produtor de Nova Iorque que tem 34 anos (apesar de aparentar, no máximo, uns 22), é louco por pizza e gatos e tem muita experiência com música no currículo.
Roger se apaixonou completamente pelo Brasil e pela cena musical de São Paulo, cidade que tem visitado com bastante frequência. Ele vem passando algumas temporadas aqui, sempre trabalhando com música e desenvolvendo projetos. Começou produzindo o primeiro disco da banda Holger (o elogiado álbum “Sunga”). Depois, trabalhou com os Single Parents, também em seu elogiadíssimo álbum de estreia (“Unrest”).
Hoje, Roger montou uma banda com integrantes das bandas paulistas Cabana Café, A Caçamba de Dona Madalena, Shed e Single Parents. O grupo se chama “Champu” (porque a pronúncia dessa palavra é a mesma em inglês e português, explica Roger) e tem a proposta de misturar sons brasileiros com sons do Brooklin – o bairro hipster de Nova Iorque, de onde vêm a maioria das bandas indie do momento. Mason chama essa mistura de “Brookzilian Music” e pira em sons que aliam rock a sonoridades tipicamente brasileiras, como o movimento tropicalista.
O Champu já tem um EP-demo divulgado na internet e espera lançar material físico em breve, com a ajuda do selo Balaclava Records – que pertence aos Single Parents. Hoje (24/01), o Champu toca no Estúdio Showlivre, as 16h e, amanhã (25/01), se apresentam na Casa do Mancha, às 18h. Aproveite o feriado em São Paulo para vê-los, porque logo, logo o Roger volta pra Nova Iorque.
Mas ele não para nunca. É um verdadeiro workaholic da música. Roger tem uma carreira solo, compõe compulsivamente e continua a produzir avidamente. Ele deixa o apelo: “Sempre estou procurando por bandas novas para produzir. Especialmente no Brasil! Vocês podem me escrever pelo meu site ou pelo Facebook“.
A playlist:
1) Eurythmics – This Is The House
Essa foi a primeira fita cassete que eu tive. Fiz minha mãe me levar a uma loja de discos e comprá-la para mim quando eu tinha 5 anos. Tem muito mais para ouvir nesse álbum do que o single “Sweet Dreams”. Na verdade, todas as músicas são ótimas! Acho interessante que tudo nessa canção ainda está presente na minha vida hoje: tocar um baixo maluco, trabalhar com baterias eletrônicas e vocais femininos – o dia inteiro, todos os dias.
2) Broadcast – Corporeal
Vinte anos depois de eu descobrir a Annie Lenox, me apaixonei por esta banda. O modo como eles usam barulho de sintetizador é sempre uma inspiração para mim quando estou produzindo. Tive a sorte de poder assisti-los tocando muitas vezes em Nova Iorque e de vê-los crescer como uma coisa extremamente bonita com o tempo. A vocalista morreu há dois anos, vítima da Gripe H1N1 (a gripe suína)…muito triste! Compre todos os discos deles!
3) Dirty Projectors – Fluorescent Half Dome
Brian Mcomber tocava bateria no Dirty Projectors desde o começo da banda até o ano passado. Foi ele quem sugeriu para a banda Holger que me trouxessem para o Brasil para fazer suas músicas soarem tão boas quanto elas poderiam.Três anos depois, eu continuo a vir para o Brasil e continuo a fazer grandes amigos – e tenho que agradecer ao Brian por isso. A bateria que preenche esta canção é 100% estilo Brian. O jeito como ele toca é genial. Nós gravamos um álbum de noise ao vivo juntos, com meu amigo – e guru de sintetizador – Peter Edwards (do casperelectronics.com). Talvez um dia esse disco seja lançado.
4) Skeleton Key – Wide Open
Essa foi a primeira banda com a qual eu fiz uma turnê. A banda é formada por bateria, baixo, guitarra e percussão feita com objetos encontrados por aí. Eu fui o percussionista de ferro velho e tocava com baldes, para-choque de caminhão, barril de cerveja, botijão de gás, pratos de bateria quebrados e outras tralhas malucas de metal. A banda tinha acabado de ser expulsa da Ipecac Records, a gravadora do Mike Patton (do Faith No More). Então, parecia ser um momento meio estranho para se juntar a eles em uma turnê. Mas eu era jovem e doido. Nós tocamos em clubes lotados, com ingressos esgotados; e ficamos na mansão do Danny Elfman (produtor de trilhas sonoras de cinema que trabalhou em vários filmes de Tim Burton, como “O Estranho Mundo De Jack”, “Edward Mãos De Tesoura” e “A Lenda Do Cavaleiro Sem Cabeça”) em Los Angeles. Acabei sendo demitido da banda por ser muito jovem e doido (e também porque eu não era um baterista de verdade). Mas eu ainda amo a música deles e desejo-lhes toda a sorte do mundo. ESCUTA ESSE BAIXO!
5) Lee Fields – Faithful Man (Yours Truly Session)
Essa é a minha “canção do mês”. Acho que o Lee Fields mora na mesma rua que eu no Brooklin, mas eu nunca tinha ouvido falar dele até a semana passada, quando o Fernando Dotta (do Single Parents) me mostrou esse vídeo. Esse cara é um verdadeiro cantor. Em comparação a ele, eu só digo umas palavras engraçadas em cima de uns acordes de guitarra…mas tudo bem.
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Balaclava Records
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