Luiz Beleza: Chegou a Hora

O estudante de engenharia Luiz Beleza, conhecido como Tupi entre os amigos, começou sua vida musical aos 14 anos, com sua banda de rock “Inércia 42”. Natural de Santos, morou em Manaus até os 18 anos e atualmente reside em Bauru, onde intercala aulas de eletromagnetismo com cervejadas e shows.

“Chegou a Hora”, lançado em 2011, foi produzido por Cesar Bottinha e contou com grandes nomes como por exemplo, o baixista Robinho Tavares, que já tocou com nomes como Ed Motta, Wilson Simoninha, Max de Castro, Simoninha e Jair Oliveira. No disco, nota-se grande influência de Tim Maia, Ed Motta, Djavan e Seu Jorge nas composições de Luiz, que também gravou alguns clássicos e músicas de autoria de amigos compositores.

Presente do próprio Luiz Beleza para o NTR, deixamos aqui o disco para você ouvir na íntegra.

Eu quero sol (faixa 1), tem pinta de tema de abertura de novela das oito. Faz lembrar àquelas cenas da mocinha correndo com o vestido esvoaçante contra o mar. A letra simples te faz cantar ao ouvir já pela primeira vez.

Mundo cruel (faixa 2), que não por acaso é a música de trabalho de Luiz Beleza, fala sobre dramas dos recém-chegados à vida adulta. O instrumental dessa música é simplesmente um chute nas partes baixas. Está tudo lá, em seu devido lugar: bateria, baixo, guitarra, teclados e os sopros – aaaah, os sopros! O refrão, que diz apenas “ÔÔÔÔ, mundo cruel”, não precisa de mais nada, graças aos sopros.

Capitães da areia (faixa 3), uma balada baseada no romance de Jorge Amado, mostra o lado mais “tranquilo” de Luiz, assim como Andarilho das estrelas (faixa 8).

Em Segredo (faixa 4) ele retoma o groove e coloca um pouco de romantismo, nada exagerado. A fórmula é mantida em Hey menina (faixa 7), e aqui, com certeza, lembramos um pouco de Claudio Zoli, o que troca de biquini sem parar.
Diz que fui por ai (faixa 5), samba composto por Hortênsio Rocha  e Zé Keti, começa só com voz e a caixinha-de-fósforo. A música já foi gravada pelo xará Luiz Melodia, Nara Leão e também por Fernanda Takai. Nessa versão, assim como em Geraldinos e arquibaldos (faixa 10), de Gonzaguinha, Luiz não inventa, faz o feijão-com-arroz e aproveita para mostrar sua versatilidade. Fechando o disco, temos a festiva Direção (faixa 9) e o samba-rock Já rolou (faixa 11), que com certeza bota o pessoal pra dançar nos shows.

Chegou a hora nos apresenta um cantor com muita personalidade, boas referências e uma boa mão para compor. O time que participou do disco, desde as composições, passando pelos músicos e produção, é de primeira classe, e merece também os parabéns pelo excelente trabalho. O disco vai melhor quando corre pelo Pop, Samba e Soul do que quando cai para as baladas, o que nem de longe faz com que ele deixe de ser um ótimo disco de estreia.

Só pra reforçar a brincadeira sobre a novela das oito: (1) dê um play no vídeo abaixo, (2) pause, (3) tire o som do player do youtube e (4) Dê play em “Eu quero sol”, primeira faixa do disco e em sequência, o vídeo abaixo.

Está até sincronizado. Curioso, não?