NTR Convida #20 Luis Calil (Cambriana)

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério) o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

 
O convidado da semana é Luis Calil, vocalista da banda Cambriana. Sabem aquelas listas de “melhores do ano”, que a maioria dos blogs e sites musicais fazem em dezembro/janeiro? A Cambriana fez valer uma lista de 100 bandas nacionais que eu vi no começo de 2013.
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É a típica banda-nacional-que-não-parece. Se auto-definem como sendo uma banda de “pop psicodélico”, com influência de artistas como The Kinks, Grizzly Bear, Neil Young e Radiohead, entre outros. Acho pouco.

Ouvindo o disco House of Tolerance (2012) e os dois EPs, Afraid of Blood (2012) e Worker (2013), todos gravados, produzidos e mixados pela própria banda, temos uma das melhores coleções indie disponíveis hoje no Brasil. A Cambriana participou de grandes festivais no ano passado e dividiu palco com Móveis Coloniais de Acaju e Black Drawing Chalks, em Goiânia, e Otto, Marcelo Jeneci, Criolo e Milton Nascimento, em Pirenópolis.

Fiquei dias, vários dias, com a música e o clipe de The Sad Facts na minha cabeça. Faça-se o favor e veja-o.

As músicas escolhidas pelo Luis estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência.

A playlist:
1) Abayomy Afrobeat Orquestra – Eru
“Afrobeat de altíssimo nível sendo feito no Brasil. Orgulho.”

2) Harry Nilsson – Me and My Arrow
“Indicação do Israel Santiago, guitarrista da banda. Pop perfeito, simples e delicado, com a dose correta de melancolia.”

3) Kendrick Lamar – Real
“Eu não consigo tirar o gancho da minha cabeça: “I’m real, I’m real, I’m really really real”.”

4) Rihanna – Stay
“A linha de piano no verso é reticente de um jeito que é muito raro em baladas pop. A emoção nela é repetidamente suprimida pelo terceiro acorde. É claro que no refrão a Rihanna entrega o jogo e solta a franga, mas até lá, é uma composição de muita classe.”

5) Philip Glass – Closing
“É a faixa final do grande disco do Glass, o “Glassworks”. É uma reprise da faixa de abertura (que é tocada apenas no piano), só que com que instrumentos de corda e sopro. Muito, muito bonito.”

Mais Cambriana:
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Site da banda
Fanpage oficial da banda

Corra e baixe todas as músicas da Cambriana, na página deles no BandCamp.

 

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Stereophonics | Graffiti on the Train

 

Stereophonics | Graffiti on the Train

Stylus Records / 4 de março de 2013 / Rock
Stereophonics | Graffiti on the Train

Faixas:
1. We Share the Same Sun
2. Graffiti on the Train
3. Indian Summer 
4. Take Me
5. Catacomb
6. Roll the Dice
7. Violins and Tambourines 
8. Been Caught Cheating 
9. In a Moment
10. No-one’s Perfect

 

3,5/5

Graffiti on the Train não compete com os clássicos do Stereophonics, mas é um disco completo e inspirado. Nenhuma “Have a Nice Day” ou “Maybe Tomorrow” para estourar na rádio, um clima dark na maioria das músicas e um set de cordas muito bem utilizado dão personalidade e maturidade para o álbum.”

É pra quem gosta de:

Travis – The Verve – Train

Tem que ouvir:

Indian Summer – Violins and Tambourines – Been Caught Cheating

Pode pular:

Roll The Dice – In the Moment

 

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Cool Cover: Rosemary That I Used To Know

Ninguém mais aguenta covers de Somebody That I Used To Know, eu sei, mas permita-me.

A banda Scalene deu um jeito no nosso enjoo da música do Gotye e mandou muito bem, aprontando um mashup finíssimo com “Rosemary”, do Foo Fighters.

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A Scalene tem músicas próprias e um CD independente lançado, o Cromático (que você pode baixar aqui, se quiser), palmas para a capa do disco. A banda se define como “um duelo amigável entre o Rock pesado e a música Pop” e define bem, é um som bem feito que merece ser ouvido.

Este post foi uma descarada e sem vergonha chupinhada da nossa parceira Ana Unplugged. Olha lá o blog, que é muito legal. Claro, senão ela não seria nossa amiga.

Ana’s Song (Open Fire), a origem

Daniel Johns é um dos meus vocalistas preferidos. Ouço Silverchair desde que comprei o cd Neon Ballroom, no começo dos anos 2000, porque – e aposto que não estou sozinho nessa – a música Miss You Love era tema de um casalzinho qualquer em Malhação (tinha 15 anos, ok?).

De qualquer forma, Silverchair é uma das minhas bandas favoritas de todos os tempos. Não sei se muita gente ainda acha que Ana’s Song (Open Fire) é uma canção de amor, muito pelo contrário, mas sempre achei essa história trágica interessante e resolvi compartilhar.

Em 1999, quando o Neon Ballroom foi lançado, Johns sofria de depressão e anorexia nervosa. Ana é o nome “carinhoso” da anorexia, pelo qual os que sofrem da doença a chamam, e foi ela quem levou Johns a pensar diversas vezes no suicídio. Durante seus meses mais críticos, Daniel Johns chegou a pesar 50kg. E pensar que poderíamos ter ficado sem ouvir o Diorama (um dos discos que mais ouvi na vida), de 2002, e o Young Modern (outra obra prima), de 2007, porque Daniel Johns quase se matou.

Melhor versão ao vivo desta música. Está no DVD “Across The Great Divide”, de 2007.
Entrevistado em 2004 pelo apresentador de TV Andrew Denton, Johns disse como se sentia quando sofria com a doença e durante a gravação do Neon Ballroom. Eu traduzi algumas das declarações:

“Eu pude de alguma forma me convencer de que as maçãs continham lâminas de barbear e não ia a restaurantes, porque eu pensava que todo chef do mundo queria me envenenar.”

“A comida era o inimigo. Eu simplesmente odiava olhar para ela, o cheiro dela. Se alguém falasse sobre isso, eu saía da sala.”

“Eu escrevi Neon Ballroom em um tempo em que eu odiava música, realmente tudo sobre ela, eu odiava. Mas eu não conseguia parar de fazer e me sentia como um escravo dela.”

“Eu acho que me assustei definitivamente na segunda ou terceira vez que um médico me disse que eu estava morrendo.”

“Houve três ou quatro anos da minha vida em que eu me odiava e teria muito felizmente acabado com ela [vida]. Mas eu não sou mais assim… tenho essa vida incrível, esposa incrível…” (Johns era casado com a cantora Natalie Imbruglia na época)

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Ainda bem que tivemos um final feliz.

 

Right Track #8 Bon Jovi vs. (500) Days of Summer

 

Nesta seção vamos disponibilizar wallpapers bacanudos de clássicos do cinema revisitados por clássicos da música. Sempre uma bela sacada (ou não). Veja o que preparamos, baixe, use e, se tiver uma bela ideia, não deixe de enviar nos comentários!

 

Nesta edição: This Ain’t A Love Song, Bon Jovi

 

No começo do filme “(500) Days of Summer”, de 2009 – “500 Dias Com Ela”, na tradução porca para o português – o narrador diz, e isso não é spoiler nenhum, que o filme que você vai assistir é a história de um garoto que encontra a garota, mas não é uma história de amor.

Assim como na música do Bon Jovi – que não por acaso, vem a ser uma das minhas bandas favoritas de todos os tempos -, o personagem central da história se ferra porque não viu o relacionamento ir para o buraco. Se viu o filme, vai conseguir fazer a relação perfeita entre esse filme e a música do post (este é um caso de bela sacada, modéstia a parte).
Se não viu, pode ver sem medo de parecer um maricas, afinal, a Zooey tá lá, pessoal, no auge. Enjoy!

NTR Convida #12 Pedro Gama (The Outside Dog)

 

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério), o NTR te traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

 
Hoje o convidado é Pedro Gama, frontman da banda de folk, que coloca rock e blues na mistura, The Outside Dog. O paulistano de 24 anos tem uma coleção de referências musicais e uma grande identificação com mestres como Neil Young, Bob Dylan, Tom Petty e Bruce Springsteen. Pedro reuniu composições autobiográficas, sua voz e a intimidade com o violão – um autêntico Gibson de 1967 -, além de banjo, gaita e guitarras para dar corpo, em 2011, ao álbum “The Outside Dog”, produzido por Zeca Leme e masterizado no estúdio Sterling Sound, em Nova Iorque.

O registro em estúdio foi só o começo: ainda em 2011, a banda cresceu e ganhou lirismo, ritmo e vibração com a entrada de Rafael Elfe (guitarra), André Sanches (que já havia tocado baixo no CD), Ciro Jarjura (gaita) e Dmitri Medeiros (bateria). Em 2012, Medeiros saiu e entrou Mateus Polati na bateria.

Atualmente, a banda prepara o lançamento do próximo CD que, segundo Gama, vai apresentar as músicas do estilo em português. No final do ano passado, lançaram o clipe de The Rooster’s Gonna Crow.


As músicas escolhidas pelo Pedro estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência!

A playlist:

1) Bruce Springsteen – Born To Run
“Amando ou odiando seus teclados, é primordial reverenciar o chefão do Rock. O cara dá o sangue, o suor e quase 5h de show para o público. Born To Run é um clássico, o ápice da energia que pauta toda sua obra e, pra mim, a maior injeção de adrenalina que um som pode dar para um ser humano. Não é aconselhável dirigir em estradas monitoradas por radar com ela no som!”

2) Neil Young – Old Man
“Meu herói do Rock and Roll! Elétrico ou acústico, Neil Young arrasa e essa faixa ainda me arrepia independente de quantas vezes tenha escutado o Harvest. Posso dizer também que não tenho a menor vergonha de fazer papel de ridículo tentando alcançar aquele agudo!”

3) James Taylor – Fire and Rain
“Perfeição em forma de acordes, letra, voz, melodia e interpretação. Coloque os fones, apague as luzes e não pense duas vezes em colocar no repeat. Essa música deve ser tocada não só com o coração, mas com a experiência que só os anos de vida podem nos trazer. Por isso quanto mais recente a versão, melhor.”

4) Stevie Wonder – Signed, Sealed, Delivered, I’m Yours
“
É preciso dizer algo? Não! É só aumentar o volume.”

5) Phantom, Rocker & Slick – Men Without Shame
“Quando tinha uns 5 anos, meu pai gravou os 2 primeiros minutos dessa música numa fita K7. Levamos 15 anos para descobrir o nome da banda e da música… 6 minutos que sem dúvida alguma compensaram a espera.”

The Outside Dog

Quer conhecer mais?

Photo - Album Cover
The Outside Dog:
www.theoutsidedog.com
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O álbum de 2011 e dois outros singles podem ser baixados no BandCamp da banda. De graça, aproveita!

 
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Saia do modo automático

 
Uma das minhas categorias favoritas do NTR é “A Origem”, onde são apresentadas as histórias por trás da criação de grandes clássicos, aquele tipo de coisa que pouco paramos para pensar quando estamos ouvindo a maioria das músicas. E é uma favorita pois sempre tive interesse na origem de certas músicas, o que o compositor estava pensando, o que estava sentindo, quem foi que fez isso, ou se é verdade ou não.

Acredito que este interesse se deva principalmente a esse fato: eu ouço boa música.

Não vou dizer que TODA música que eu escute seja do nível técnico ou tão marcante e atemporal como a música de Mozart ou Beethoven (argumento típico de haters), mas essencialmente é boa música. Também não pretendo entrar nos méritos do que é bom ou ruim aqui, mas não venha me falar que “gosto não se discute”. Tudo é discutível, dependendo dos interlocutores. O que me obrigo a fazer com a afirmação acima é, no mínimo, justificar-me.

Me baseio exclusivamente em um critério para defender a minha visão sobre a música: repetição.
A repetição, a meu ver, age de duas formas diferentes sobre os músicos e suas músicas. Quando age sobre o músico, de fora para dentro, é uma coisa boa, mas, se acontece o contrário e a repetição tem seu efeito no interior, no conteúdo da música, aí a coisa muda.

A repetição saudável (ou "O esforço dos bravos")

 
Prática, muita prática, aptidão e paixão também, mas eu diria que a prática é um dos principais fatores de sucesso para um musicista. Cantores, guitarristas, bateristas, maestros e até o cara que toca sax de suspensórios, todos tem uma coisa em comum: repetem a mesma nota, os mesmos acordes e os mesmos gestos durante anos, todos os dias, para conseguirem chegar onde desejam na música.

Este lugar desejado pode ser um Grammy de melhor instrumentista de jazz ou apenas conseguir tocar aquele solinho da introdução de Sweet Child O’mine mas, em ambos os casos, a repetição está ali, construindo o caminho e aperfeiçoando e desenvolvendo a técnica e habilidade das pessoas.

Quantas vezes na vida um baterista castiga um bumbo? Quantos aquecimentos de “trrrrrrrrrr” ou “zzzzzzmmm” faz um vocalista? Quantas vezes um guitarrista profissional repete uma escala enquanto estuda? Eu fiz esta última pergunta a um grande amigo, que por acaso vem a ser um dos melhores guitarristas do país, André Nieri. Juntos, fizemos umas contas rápidas. Se liga no resultado.

O André toca violão e guitarra desde os 9 anos de idade. Naquela época, treinava acordes, basicamente, durante cerca de 2 ou 3 horas por dia. Hoje, com 26 anos, passa a maior parte do dia com um violão ou uma guitarra a tiracolo. Podemos dizer que, na média, durante os 17 anos de música o André tocou 6 horas diariamente, contando sábados e domingos. Ok, com 6 horas diárias durante os 17 anos de música, foram tocadas um total aproximado de 36.720 horas. Essas horas, se divididas em dias, nos dão algo em torno de impressionantes 4 anos ininterruptos tocando.

Se quiser tocar assim algum dia, pare de ler e vá praticar, agora.

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Existem casos em que uma repetição bem utilizada transforma faz bem às músicas, transformando-as em uma espécie de hino, quase que um mantra. Um cara que sabe utilizar este artifício com maestria em suas letras é o cantor/guitarrista John Mayer. É difícil uma música de John que não tenha ao menos uma frase repetida cerca de 10 vezes, geralmente o refrão, atingindo picos, por exemplo, em Half Of My Heart, onde a frase título é repetida 25 vezes (até terminar em fade-out) durante os 4 minutos da música.

A partir de agora repare nisso, John Mayer repete muito, mas como tudo tem um sentido e um propósito dentro de cada canção, isso passa despercebido e acaba se tornando uma coisa boa.


 

A repetição prejudicial (ou "Ai, se eu te pego")

 
O ser humano civilizado precisa da repetição. O homem se sente confortável e seguro na sua rotina e a repetição dos mesmos hábitos, dia após dia, faz com que a percepção deste homem seja prejudicada. Vou explicar, dá um play aí embaixo, enquanto isso.

Ernold Same by Blur on Grooveshark
Se você entende um pouco inglês e ouviu a música acima, entendeu a estória, mas, se não entende, pelo menos percebeu que muitas vezes foi utilizada a palavra “same“, que quer dizer “mesmo”.

O personagem ironizado na música do Blur, Ernold Same, vive a mesma vidinha todos os dias. Todos os dias acorda do mesmo sonho na mesma cama, toma o mesmo café, pega o mesmo trem a caminho do mesmo lugar para fazer a mesma coisa de novo e de novo. Pobre Ernold. Você desejaria nunca ser o Ernold, certo? Má notícia: se você tem um emprego e segue uma rotina, você é Ernold e nada vai ser diferente amanhã. Triste, não? Pois é. Dias e ações repetitivas regem a nossa vida civilizada e essa normalidade é muito louca, se formos parar para pensar.

Dirigir, por exemplo, é uma ação extremamente complexa, ainda mais nos dias de hoje, onde centenas de milhares de pessoas fazem isso ao mesmo tempo passando pelos mesmos lugares. Se você parar para pensar na complexidade que é movimentar as duas pernas e os dois braços para direções diferentes, dividir a sua atenção entre os sons do motor e dos outros carros, pontos cegos, outros motoristas, pedestres, motos e tudo que você tem para fazer no trabalho dali a 30 minutos… me parece mais tranquilo tocar bateria no Rush.

Tudo isso é muito complexo, tanto que conheço pessoas que foram reprovadas 4 vezes na prova da baliza, mas através da repetição nos acostumamos e paramos de pensar, entramos em modo automático. Em modo automático nos tornamos seres imbecis que, mesmo diante da complexidade que acabei de descrever, se metem a fazer tudo aquilo enquanto digitam um SMS totalmente dispensável. Que beleza.

A repetição é prejudicial quando nos torna esses seres que não pensam mais no que estão fazendo, nem no porquê estão fazendo alguma coisa, e este, na minha opinião, é o maior trunfo das músicas que fazem sucesso com as grandes massas. As pessoas estão acostumadas a pegarem a rota mais curta mesmo sabendo do congestionamento, a escolherem o PF porque já vem pronto e a consumirem música porque é o que toca na TV.

Sucessos dos ritmos que mais vendem, como o sertanejo, o axé e tantos outros que seguem essa fórmula do repetitivo chiclete, se aproveitam da preguiça da maioria, da falta de espaço que a boa música tem na grande mídia e, principalmente, de todo o foco disperdiçado do brasileiro. É tanto tempo gasto com futebol, novela e carnaval, que fica muito fácil para os “universitários” que ganham milhões emplacaram sucesso atrás de sucesso, com propaganda em dancinhas de jogadores de futebol ou pagando um tema de novela aqui e outro ali. Para entender melhor, leia sobre o Fenômeno da Exaltarepetição.

Não estou querendo que todos parem de ouvir os sucessos da Transamérica, nem dizendo que isso faz de você uma pessoa pior e de mim uma pessoa melhor. Há, é claro, lugar para essa categoria de música. Duvido, por mais que eu goste de rock, que um churrasco ou festa com amigos seria animado ao som de Radiohead ou The Smiths, por exemplo.

Sempre vão existir lugares e situações que pedem os ritmos rápidos e repetitivos, onde aquela coletânea do É O Tchan é melhor aceita do que o Nevermind do Nirvana, mas é aí que eu faço meu ponto. Esse tipo de música é aceita por todas as pessoas (incluindo os mais radicais) somente nestas situações específicas, onde você não vai parar para ouvir letra ou melodia, onde sua atenção está voltada para coisas mais importantes, como uma conversa com seus amigos, o nível do estoque de cerveja ou o flerte com um broto.

A gente só precisa sair do automático depois que a festa acabar e a ressaca passar.

Ps. 1: Este texto foi escrito ao som do álbum “The Great Escape”, do Blur.
Ps. 2: Este texto não leva em consideração nenhum tipo de música eletrônica, fato observado após conversa sobre o assunto com um dos músicos convidados do NTR Convida, Guilherme Pires.

 
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NTR Convida #10 André Micheloni (Ponto 50)

 

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério), o NTR te traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

 
O convidado de hoje é André Micheloni, guitarrista da banda de rock nacional de São Carlos – SP, Ponto 50.
A Ponto 50, já com 10 anos de música, manda seu rock n’ roll por todo o estado de São Paulo, principalmente, e onde forem chamados. Além da estrada, a banda acaba de lançar seu primeiro disco de inéditas “Nunca Entregue os Pontos” e, junto com ele, clipes MUITO bons dos singles. Vale a pena conferir!


As músicas escolhidas pelo André estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência!

A playlist:
1) Rival Sons – Get What’s Coming
“Pesquisando alguns sons para o programa da rádio que apresento (programa MOFO da rádio UFScar, de São Carlos), descobri essa banda com uma pegada hard rock lembrando bem os anos 70.”

2) The Muggs – Slow Curve
“Com as linhas de baixo feitas num teclado Fender Rhodes, esse power trio de blues-rock e hard-rock tem um som bem consistente e cheio de riffs pesados, para um bom rock n’ roll.”

3) The Black Keys – She’s Long Gone
“Faixa 5 do álbum BROTHERS. Esse som eu curto muito e tenho ouvido bastante esse disco do THE BLACK KEYS, esse álbum venceu o Grammy na categoria “Best Alternative Music Album”, bem como na categoria “Best Recording Package”. A canção “Tighten Up” venceu o Grammy na categoria “Best Rock Performance By A Duo Or Group With Vocals”.”

4) Jet – Cold Hard Bitch
“Do disco GET BORN, essa sonzeira lembra bastante a pegada AC/DC, porém com os vocais mais rasgados.”

5) The Hellacopters – Better Than You
“Uma banda que infelizmente acabou, mas deixou uma sonzeira pra galera curtir. Eu, particularmente, ouço muito esse disco BY THE GRACE OF GOD.”

Mais sobre a Ponto 50:
Site oficial e download do cd “Nunca Entregue os Pontos”
Facebook
Clipe oficial do single “Correndo Atrás”

 
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NTR Convida #8 Guilherme Pires (Aesthetische)

 

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério), o NTR te traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

 
O convidado da semana é Guilherme Pires, integrante do duo de música eletrônica Aesthetische (que se lê “Aestétish”).

A Aesthetishe foi fundada em agosto de 2011 por Guilherme Pires e Fabricio Viscardi. O som é temperado por anos de experiência na música eletrônica, tem raízes no EBM e industrial. Guilherme e Fabricio fundaram no início dos anos 90 uma das bandas mais importantes do cenário industrial no Brasil, a Aghast View, a primeira banda do interior do estado de São Paulo a ter notoriedade de nível nacional e internacional, numa época onde ninguém podia se apoiar muito na tecnologia e na internet, em iMacs, iPads ou autotunes da vida.

As músicas escolhidas pelo Guilherme estão no player acima. É só clicar  para ouvir todas na sequência!

A playlist:

1. IAMX – The Unified Field
“Vou começar com uma banda que, na minha opinião, é uma das mais interessantes da atualidade. O líder, Cris Corner, era do Sneaker Pimps, banda precursora do Trip Hop. Esse é o seu mais novo single, cada vez que escuto, gosto mais.”
2. Ministry – Watch Yourself (Renholdër Remix)
“MINISTRY! Falar o que do Ministry… inspiração em todas as suas fases. Industrial na veia. Esse remix é du c…”
3. RECOIL – The Killing ground/Never let me down again
“Aqui já coloco 2 em um, Depeche Mode + Recoil (projeto do Alan Wilder ex-DM). O cara simplesmente estava nos melhores discos do Depeche Mode e ainda continua fazendo um som de tirar o chapéu.”
4. Crystal Castles – Plague
“Esse duo é bem legal. Som bem sombrio, low-tech e bem feito eu acho sensacional!”
5. Reizstrom – Winners & Losers
“Uma das novas bandas da cena EBM. Música muito poderosa num estilo oldschool, mas modernizado.”

O último disco da dupla, Powerswitch, foi lançado em 2012 pela gravadora belga Alfa Matrix e está disponível para compra pelo iTunes e pela Amazon para download.

Para quem quiser conhecer o som do Guilherme, tao aí a Fan Page e o Soundcloud com previews das músicas do álbum Powerswitch: Facebook da Aesthetische

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Cool Covers: Creep

 
Dá pra ver por este, e pelo meu último post, que estou ouvindo pouco Radiohead. É uma das bandas na minha lista “Bandas favoritas de todos os tempos que nunca me canso de ouvir”, ainda faço um Top 7,5.

A música Creep foi a estreia do Radiohead, primeiro single e maior sucesso do álbum Pablo Honey, de 1993. Platéias dos primeiros shows da banda apresentavam pouco interesse nas outras músicas da banda, fato que fez com que Creep começasse a ser renegada pelo Radiohead, até ser excluída de vez do repertório da metade para o final dos anos 90, só sendo tocada ao vivo novamente em 2001. Quase uma Anna Julia, não é verdade? Mas só quase.

Assim como o clássico-amado-e-odiado Anna Julia, centenas de milhares de versões da música circulam por aí desde os primórdios da internet, sempre carregadas de muita emoção dos intérpretes. Nenhuma das versões ganha da original, na minha opinião, mas mesmo assim selecionei as minhas preferidas.


 
A cantora Daniela Andrade tem o dom de fazer covers que muitas vezes deixam as canções originais no chinelinho, só com a voz doce e viciante e um violão. Lindo!

Eliza Doolittle faz cover de qualquer coisa, em qualquer lugar. Yellow (Coldplay) na van, Fuck You (Cee-Lo Green) no camarim e tantas outras. Belo cover de Creep no Hyde Park em Londres.

O vocalista Lukas Rossi participou do reality show Rock Star: Supernova, de 2007, que tinha como objetivo escolher um lead singer para o super grupo de mesmo nome formado por Tommy Lee (Mötley Crüe), Jason Newsted (ex-Metallica) e Gilby Clarke (ex-Guns N’ Roses). A apresentação de Creep ficou reduzida, devido ao formato das músicas no programa, mas ainda assim é uma das minhas preferidas. Ah, o Lukas venceu o reality e gravou um disco bacaninha com o Supernova.

Esta não é a melhor versão, não tem o melhor vídeo, está meio desencontrada e confusa, mas adorei o esforço coletivo junto da banda Weezer para gravar esse cover. Weezer, que fez um cover fantástico de Paranoid Android também.

O vídeo a seguir não se encaixa na categoria em questão no post, mas eu tinha que colocá-lo aqui. Trata-se de uma homenagem da fantástica série de desenhos depressivos Low Morale, utilizando uma versão acústica de Creep, pelo próprio Radiohead (ou Thom Yorke sozinho). O vídeo capta muito bem a agonia e tristeza presentes na música. Um dos melhores clipes-que-não-são que eu já vi.

 
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