Cool Covers: We Can’t Stop

Palmas para o Bastille, banda inglesa que, em apresentação à BBC Radio, conseguiu transformar a música We Can’t Stop, da Miley Cirus, em um legítimo MINDFUCK.

Por partes, o Não Toco Raul explica:

1) We Can’t Stop é o primeiro single do álbum Bangerz (2013). Fez grande sucesso e chegou ao 2˚ lugar das paradas americanas. A música defende o estilo porra-louca da cantora, que chocou o mundo ao ligar o foda-se em suas atitudes e canções – principalmente porque ela era, antes, a queridinha da América, estrela da Disney e ídolo adolescente.
2) A versão do Bastille é cheia de referências, e todas elas fazem sentido. Eles não dão ponto sem nó. A primeira, bem explícita, é a introdução com o riff the Lose Yourself, do rapper Eminem. Lose Yourself pode ser traduzido como “entregue-se” ou “perca a si mesmo”. Interessante…

3) O Bastille usa a introdução de I Just Can’t Wait To Be King (em português, O Que Eu Quero Mais É Ser Rei) no trecho entre o final do refrão e os versos restantes. A música é trilha do filme Rei Leão – da Disney, assim como Miley no começo da carreira – e mostra a pretensão descabida e a ousadia juvenil de Simba. Hmmm…

4) Na segunda estrofe, o Bastille substitui a palavra GOD (Deus) por DAD (Pai) no verso “only God can judge us” (apenas Deus pode nos julgar). Essa foi uma sacada cruel e perspicaz…

5) Depois do segundo refrão, o Bastille inclui um trecho de Achy Breaky Heart, grande sucesso de Billy Ray Cyrus, o pai de Miley. A música, de autoria de Don Von Tress, virou sucesso mundial em 1992. A banda inglesa, no entanto, muda a letra original. Em vez de “Don’t tell my heart, my achy breaky heart“, canta “Don’t break his heart, his achy breaky heart” (“não parta o coração dele, seu dolorido e quebradiço coração”). Quase não dá para conter a ironia. Sabe-se que Miley e seu pai, grande ícone da música country, tiveram desentendimentos por conta da forma como a cantora leva sua carreira – ou seja, ele não gosta dessa porra-louquice toda. Billy chegou a contracenar com Miley em Hannah Montana, programa da Disney que fez dela um ícone infantil.

6) Pra fechar com chave de ouro, o Bastille muda o sujeito do último refrão, do pronome we (nós) para she (ela). Fica assim: “but she can’t stop and she won’t stop” (“mas ela consegue parar e ela não vai parar”). Aparentemente, Miley está incontrolável…

Está aí uma bela versão: tem mashup com três outras músicas, e a banda alterou o formato e o sentido. MINDBLOWING.

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