Sol, suor, cerveja clandestina e Franz
Não me lembro ao certo como aconteceu, mas foi lá entre 2004 e 2005 que “Take Me Out” tocou na rádio e o Franz Ferdinand invadiu a minha playlist. Foi por isso que neste domingo o 16º Cultura Inglesa Festival me fez acordar cedo e rumar o parque da Independência para ouvir os sussurros e o sotaque mais charmoso da Escócia. Cedo porque, como divulgado no site do festival, a lotação máxima do parque seria de 20 mil pessoas, e eu não queria correr o risco de ficar de fora.
E foi um domingo agradabilíssimo, maior clima de festival, o parque é lindo, as pessoas estavam felizes estendendo suas cangas no gramado e deitando no verde com a Banda Uó fazendo versões duvidosas de Smiths, Garotas Suecas voltando às origens e mandando Stones, e as internacionais We Have Band e The Horrors de fundo. O paque da Independência tinha tudo para virar um Hyde Park, o maior e mais popular parque de Londres, palco de shows ao ar livre durante o verão europeu.
A Cultura Inglesa conseguiu fazer um festival organizado, gratuito, sem atrasos e melhor que muitos Lollapaloozas em que você paga 200 reais para assistir a filas. Apesar de proibida a entrada com bebidas alcoólicas, os vendedores ambulantes deram um “jeitinho” de burlar a regra e matar a sede do pessoal judiado pelo sol forte e sendento por Heineken vendida a 5 reais – preço justíssmo, contando que no Lolla o chopp era 8 mangos, e a dificuldade em encontrar as latinhas preciosas, já que comprar breja tinha atingido um status parecido com o de procurar dorgas.
E os escoceses subiram ao palco às 18h45 para nos brindar com músicas novas de seu próximo trabalho e hits de seus três álbuns: “Do You Want To“, “Walk Away“, “The Dark of the Matinee”, “Take Me Out“, “Ulysses” e “Michael” empolgaram as cerca de 18 mil pessoas que compareceram ao parque. Infelizmente muita gente não conseguiu entrar no parque e houve até tumulto com a polícia. Mas quem assistiu ao show com certeza pode apreciar uma apresentação de ótima qualidade, com uma banda empolgante, que transparecia estar feliz por estar no palco e que em sua última canção deixou claro a que veio a São Paulo: we’re gonna burn this city, burn this city!
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