NTR Convida #56 – The Fingerprints

Os nossos convidados de hoje são os integrantes da banda The Fingerprints, de Santo André. A banda foi formada em maio de 2014 por May Dantas (vocal e guitarra), Felipe Gasnier (guitarra), Tales Lobo (baixo) e Daniel Cardoso (bateria). Eles tocam punk rock rápido, distorcido e sujo, com muita influência de grunge também. A própria banda define seu som como “guitarras bem sujas, vocal feminino rasgado e uma forte presença e energia no palco”.

Os integrantes se conhecem há anos e sempre tocaram juntos de brincadeira, até decidirem levar a sério, investir em músicas autorais e shows.

O nome da banda é inspirado em silk-screen, uma técnica artesanal de estampar camisetas. Em 2007, May, Tales e Daniel moraram no Canadá e trabalharam em uma estamparia. Algumas camisetas saíam manchadas com as digitais (fingerprints).

Os Fingerprints vem fazendo muitos shows e tocando músicas autorais. Eles já passaram por casas de show tradicionais de São Paulo, como o Hangar 110, casa de muitas bandas punk e alternativas; e o clássico Café Aurora, no Bixiga.

Eles têm bons vídeos tocando músicas próprias ao vivo no Aleluia Fest, em outubro do ano passado:

                 Obsession – a música que eles mais gostam, que deve ganhar um clipe em breve

 

                                                                                      Drama King

 

Confira a playlist e a entrevista dos Fingerprints para o Não Toco Raul:

 

PLAYLIST
Clique no vídeo no topo do post para ouvir as músicas na sequência)

“As músicas escolhidas são aquelas que estávamos com bastante vontade de tocar nos shows. Não sabemos ainda se iremos tocá-las, mas se anunciarmos um cover no show provavelmente será uma dessas. São músicas que nós quatro gostamos e que de certo modo influenciam no nosso som”, explicou Felipe.

1) The Pixies – Hey

2) Descendents – Suburban Home

3) L7 – Wargasm

 

ENTREVISTA

1) Ainda tem espaço pro punk rock no Brasil? Vocês sentem que tem onde tocar, que tem público?
Felipe: Espaço tem. E, se não tem, “faça você mesmo”! Tocando na rua, estacionamento, casa de amigos…o problema, ao meu ver, e que gerou uma extinção de bandas punks, foram os incentivos. São poucos que consomem, são poucos que não estão na lista VIP, que compram CDs e merch… Sabe, no Brasil ninguém foi educado a colaborar com arte, não importa se é música, quadros, zines, a galera não apoia e isso desmotiva geral. Não estou falando só de grana, não é essa a questão, mas para a engrenagem rodar é preciso algum tipo de estimulo. Às vezes os aplauso ou um papo pós showjá são motivo para o artista querer se superar na próxima apresentação. É assim que a arte funciona! Agora, se a banda XYZ do EUA vem tocar no Brasil com ingressos absurdamente caros, surgem roqueiros de todos os cantos para babar ovo. Vai entender…

2) Vocês já gravaram algumas músicas, certo? Dá pra ouvir na internet?
May: A banda tem relativamente pouco tempo de vida. Lançado mesmo a gente só tem um álbum ao vivo que rolou no Aleluia Fest, em outubro do ano passado. Dá pra ouvir na internet sim, no nosso Bandcamp. Também temos uns videos bem legais desse show, com a qualidade de áudio muito boa, no nosso canal do YouTube. A gente tá trabalhando no nosso primeiro EP, que vai contar com 5 músicas. Queremos lançar agora em março.

3) Quais são suas influências e inspirações pra fazer música?
May: Tem uma banda Americana que chama “Crime in Stereo” e, em uma de suas músicas, o vocalista diz: “Without a broken heart, we’ve got nothing to sing about” (“sem um coração partido, não teremos sobre o que cantar”). Eu mesma que escrevo as letras, sobre situações (ou frustrações) cotidianas, por isso algumas delas são bem pesadas, algumas até meio profundamente melancólicas. Quando lançarmos o EP, iremos também divulgar as letras. Depois que a letra é feita, a base e toda a harmonia da música é trabalhada pela banda inteira junta, dando assim um peso e uma certa agressividade num todo.

4) May, você já sofreu com machismo por ser musicista? Já rolou alguma situação em show?
May: Existe machismo sim, um tipo de interesse escroto. Pode ser alguma admiração estranha por ser uma mina na banda, mas eu quero mais é que se foda! Não vou deixar isso me limitar, por mais que encha o saco pra caralho. Acham que ser mulher é ser o sexo frágil; e quero muito poder provar o contrário. Quando eu falo para as pessoas que eu tenho banda, toco punk rock e tal, todo mundo tenta imaginar algo o mais doce possível – e eu adoro a cara de espanto de cada um quando já no primeiro acorde sai aquela sujeira podre, com um puta vocal rasgado.

5) Vocês têm vários shows marcados, estão tocando bastante. Quais são as aspirações da banda?
May: Como eu falei antes, agora a gente tá focando no nosso EP, que queremos lançar em março. Com ele lançado, vamos começar a gravar o clipe do nosso som favorito, chamado Obsession. E nesse meio tempo (claro, sempre tentando descolar mais e mais shows), de repente tocar em outros estados seria bem legal! Fazer contatos com selos, aquela correria pela qual toda banda independente acaba passando. Tocamos no Hangar no ano passsado e foi um puta show sensacional, acho que pra toda banda independente de São Paulo tocar lá é sempre uma honra. Queremos tocar de novo, obviamente, quem sabe seria até legal fazer um show de lançamento por lá ao lado de alguma outra banda consagrada pela casa. Ah, sim, vale constar que queremos ficar ultra famosos, com aquela mega pose de roqueiros doidões, pra depois (essa alias é toda a intenção da banda) nos voltarmos à igreja universal e mostrar pra todo mundo que reabilitação e servir a nosso senhor é possível sim, só necessita da ajuda de um bom, poderoso e todo bondoso pastor.

6) Aproveitem o espaço pra divulgar o que vocês quiserem!
Felipe: Monte uma banda, pinte quadro, escreva zines, abra seu próprio negócio! Faça você mesmo! Quem manda em você é SOMENTE você.
May: VEJAM NOSSO VÍDEO NOVO! E vão nos shows, tá da hora e sem escrúpulos.

 

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