Lorde | Pure Heroin

Universal Music / 30 de setembro de 2013 / Pop, Eletrônico, Trip Hop

lorde

Faixas:

1. Tennis Court
2. 400 Lux
3. Royals
4. Ribs
5. Buzzcut Season
6. Team
7. Glory and Gore
8. Still Sane
9. White Teeth Teens
10. A World Alone

 

3,0/5

Corajosamente ignorando todo o hype, é hora de encararmos com franqueza o “fenômeno” Lorde (veja aqui o primeiro post do NTR sobre a artista). Parece sinal dos tempos o fato de que uma artista ligeiramente acima da média (em que se pese o fato de que Ella Maria Lani Yelich-O’Connor [a garota – a voz e a compositora – neozelandesa por trás da marca Lorde] tenha apenas 17 anos) cause tamanha comoção quase que simplesmente por aterrissar de cara no jogo da indústria com uma proposta aparentemente divergente da fórmula já pasteurizada de pop comercial embalado por contornos emprestados do rock alternativo pós mercantilização da rebeldia juvenil. Beneficiando-se, intencionalmente ou não, da trilha aberta por representantes do intenso, porém fugaz, fenômeno do Trip Hop do início do milênio, Lorde chega pra consolidar de vez a economia de nicho na música comercial yankee. A mistura levemente bagunçada, mas competente, de pop romântico-adolescente – conduzido fervorosamente pelos vocais melódicos de Ella – com experimentalismo rock/eletrônico atuando na margem de segurança do paladar do público jovem contemporâneo médio, tem potencial pra divertir o ouvinte ocasional ao mesmo tempo em que apela para a condescendência dos consumidores mais experimentados de música. Para os últimos está reservada a alegre sensação de que a indústria não conseguiu passar ilesa pela urgência criativa das últimas duas décadas, enquanto que aos primeiros fica reservada a emergência de um produto afinadíssimo com a esquizofrênica e insaciável demanda por criatividade musical e coragem artística aprovada por comitês executivos e habilmente empacotada para consumo. Enfim, considerando os tempos em que vivemos, Lorde supera com folga as comparações (descabidas e preguiçosas, convenhamos) com a contemporânea Lana Del Rey e gravita em uma órbita muito mais interessante, a meio caminho da galáxia em que Grimes, por exemplo, brilha sossegadamente na condição de fenômeno da música em tempos de banda larga.

É pra quem gosta de:

Lana Del Rey – Grimes – Goldfrapp – Portishead

Tem que ouvir:

Tennis Court – Royals – Buzzcut Season

Pode pular:

Ribs – Still Sane

 

*Se você não tem como comprar o álbum, em versão física ou digital, dá pra ouvir provisoriamente no YouTube.

Todos menos eu: a praga da Lorde

Sempre que vejo uma novidade “hypada” demais me bate uma preguiça tão grande que começo a evitar o artista. Foi isso que aconteceu com a Lorde. A cantora tem apenas 16 anos, é da Nova Zelândia e, há alguns meses, tem sido assunto de quase todos os blogs, programas de TV e rádio, revistas e sites especializados em música do mundo. Ela já tinha estourado na Austrália, nos EUA e na Europa quando começou a ser comentada por aqui. E eu li tanto sobre ela que me deu uma baita preguiça de ouvir sua música. Mas, depois de tanta insistência, acabei vendo o clipe de “Royals”, seu hit mundial; e ouvindo seu EP de estreia inteiro – The Love Club, lançado em março deste ano. Não achei nada de mais. Só que aí, como uma praga, a Lorde começou a me perseguir.

Como se não bastasse ler “Lorde” em todo site que costumo acessar e ser atacada por anúncios dela pipocando pela internet, tem uma menina na minha academia de Kung Fu que é igualzinha a ela, comecei a ver amigos compartilhando suas músicas nas redes sociais e peguei “Royals” tocando na rádio. O pior de tudo: foi na rádio de verdade, na FM local, nada moderninha, tipo uma Alpha ou Antena 1 careta que tava tocando dentro do salão quando fui à manicure (!!!). Choquei. E então resolvi dar mais uma chance pra menina.

Ouvi o EP de novo, vi mais alguns clipes, incluindo o assustador “Tennis Court”, mas o que mais me chamou a atenção foram os vídeos dela cantando ao vivo. Acabei ficando com “Royals” grudada na minha cabeça por dias a fio e agora até que acho legal. O mais bacana sobre a Lorde, que na verdade se chama Ella Yelich-O’Connor, é que, apesar de ser muito jovem, aparentemente não se deixou moldar tanto assim pela linha de produção da Indústria Musical, como muitas cantoras pop padronizadas estética, vocal e musicalmente.

Ela escreve suas próprias músicas, canta bem e com personalidade, tem um cabelão cacheado e volumoso, só usa preto e roupas esquisitas, tem cara de chapada nos vídeos ao vivo, que grava sem maquiagem, aparenta ser bem mais velha do que é, mantém a voz mais grave e um estilo de música que não soa nada adolescente. E olha que ela nasceu em 1996!

O primeiro disco da Lorde se chama “Pure Heroin” (interprete como quiser) e foi lançado há menos de um mês. Desde então, só se fala dela por aí, sua música toca no mundo inteiro, já tem um monte de gente fazendo covers dela (incluindo a Selena Gomez num show em Amsterdã  – alou, globalização!), ela conquistou o 1º lugar nas paradas dos Estados Unidos e de seu país natal, tornando-se a Neozelandesa mais jovem a ocupar o topo da lista Billboard, tomando o posto antes ocupado pela polêmica Miley Cirus. E o hit “Royals” virou tema de uma propaganda do Samsung Galaxy Note 3 com o Messi! Tá bom, né?

Mais Lorde:

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