NTR Convida #24 Ricardo Nisiyama (Jenni Sex)

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério) o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

 
Esta semana o convidado é Ricardo Nisiyama, também conhecido como Dinho, baterista e vocalista do power trio paulistano Jenni Sex. Façam o favor de guardar piadinhas e comparações com o Japinha do CPM 22, porque, além da cidade natal, da ascendência nipônica e do instrumento, os dois não têm nada a ver.

Dinho forma a Jenni Sex ao lado do baixista Lucas Krotozinsky (na foto, à esquerda) e do guitarrista Helder Oliveira (no centro). O trio lançou um excelente EP chamado “She’s Gone” no fim de fevereiro. E o Dinho tem a proeza de cantar e tocar bateria muito bem e ao mesmo tempo. Haja fôlego e coordenação motora! O som da Jenni Sex remete ao fim dos anos 70 e ao começo dos 80 e muitas vezes me lembra o Joy Division e, principalmente, o Gang Of Four – o que é um baita elogio. Apesar de ser um rock meio melancólico, mais calcado em melodias e não tão acelerado nem pesado, ao mesmo tempo tudo soa muito dançante e sexy. Suas canções não são nada óbvias e, apesar de não serem comerciais nem pop, grudam na cabeça.

Conversei com o baterista/vocalista e pedi para ele nos indicar cinco músicas. “Só pra lembrar, como eu não toco um instrumento harmônico, as músicas que eu costumo ouvir não exercem muita influência sobre o produto da banda (risos). Mas, apesar disso, dá pra assimilar algumas levadas, vozes ou convenções nas músicas próprias”, disse ele, antes de me indicar as canções abaixo – algumas de suas preferidas da vida.

As músicas escolhidas pelo Ricardo estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência.

A playlist:

1) The Strokes – Under Cover of Darkness
“Minha banda favorita. Sou declaradamente fã deles. Quase uma fan girl! Essa música pode não ser instrumentalmente a mais ousada deles, mas tem tudo no pacote. Guitarras que se completam, um baixo que sustenta e uma bateria comandando o ritmo que acompanha a melodia. Pra dar mais gosto, tem também harmonias vocais. Tudo isso dá aquela vontade de pular, dançar e gritar junto, porque é Strokes; e é isso o que eles fazem.”

2) Psapp – The Monster Song
“Todo mundo gosta de um vocal feminino. Eu, pelo menos, amo. Particularmente gosto ainda mais de uma voz macia, com um teor melódico, seja alegre ou triste. O álbum dessa música difere um pouco do som da banda em geral, mas o som todo vale a pena ouvir.”

3) Queens of the Stone Age – Misfit Love
“Dave Grohl é um dos melhores bateristas de rock da atualidade, com certeza. Mas o que o Joey Castillo faz nessa música é fantástico. Falando como baterista, ele leva a música numa levada simples, ao se ouvir, sem muitas viradas ou quebras de ritmo; o que acontece é ele conduzir o tempo com a mão esquerda, sendo destro, numa levada que parece não mudar muito, mas tem cada compasso contadinho.”

4) Dr. Dog – Old News
“Essa é uma das bandas que a gente gosta demais, mas não tem um amigo que goste. É um som acessível, gostoso. Tenho amigos que acham isso sem graça. Eu acho esses caras demais, todo o lado instrumental, (o baixista é muito bom), como as melodias vocais e os backing vocals, que eles trabalham muito bem. É uma daquelas bandas que tem fases (como as melhores): que começou com um som meio underground, meio lo-fi; e, conforme foi obtendo sucesso, foi (e continua) mudando um pouco.”

5) Regina Spektor – Daniel Cowman
“Eu ia citar ‘Trains to Brazil’, do Guillemots, mas a Regina Spektor tem uma música que parece uma obra de arte. O arranjo do piano com a voz tem uma intensidade tão grande que parece orquestrado como música clássica. Não me refiro à qualidade teórica, nem à virtuose, mas, sim, à maneira com que a música leva o ouvinte. Começa tensa, com uma letra densa (como muitas das músicas dela, principalmente no começo de carreira) e, com uma convenção, parece explodir do nada e muda todo o ambiente. Fica bonita, calmante, melódica… Mais uma mudança de ‘ambiência’: sshhhhhhh…um final gostoso, sereno, bonitinho pra música, pra letra, pro mundo, para mim e para você. Ela é linda.”

Mais Jenni Sex:

Bandcamp com o EP “She’s Gone” completo
Facebook
Twitter
 Clipe: Lost Forever
Vídeo: Take Me To The Stars (ao vivo)

Entrevista de Lucas e Helder sobre o EP de estreia da banda

 

[author_infos title=][/author_infos]