Sobre Hangar 110 e “a cena”

Passaram-se 18 anos desde que o CPM 22 deu os primeiros acordes já ouvidos no palco do Hangar 110, templo do rock underground paulistano. Naquela noite, local e banda ainda não tinham o sucesso que alcançaram com a explosão do rock nacional nos anos 2000. Para o Hangar, a história chegará ao fim: Alemão e Cilmara, casal de donos do local, anunciaram 2017 como última temporada, o que tem gerado uma grande reflexão sobre o que se chama de “a cena”.

A justificativa dada para a decisão é simples: os tempos mudaram. Em comunicado postado na página do Hangar 110 no Facebook, os donos explicaram como a internet, apesar de aproximar as pessoas, acabou distanciando-as fisicamente. A consequência é acabar com o tipo de espírito que marcou o começo da casa. “Hoje, não conseguimos ver uma luz no fim do túnel em relação a isso, pois as bandas estão acabando, e poucas bandas novas seguem esse espírito rock’n roll”.

Alemão montou o Hangar depois de ir à loja de discos de um amigo e ver uma parede lotada de álbuns de bandas brasileiras, todas sem lugar para tocar. Com a chegada dos anos 2000, ficou mais fácil gravar, e as bandas independentes aumentaram consideravelmente. Quando elas começavam a alçar voo, o Hangar apareceu como o local para ajudar a projetá-las. Ou nem isso. Simplesmente o lugar para poder ver um show em companhia dos amigos.

“A relevância que o Hangar 110 tinha no ínicio para as bandas e público, já não existe mais. Há shows em inúmeros lugares e por incrível que pareça, esse também foi um complicador”, explicaram.

Oras, que diabos de “cena” é essa então, que acaba por derrubar o lugar onde ela se fortaleceu?

A cena somos nós. Nós indo ao Inferno, na Augusta, ou ao Carioca Club, em Pinheiros, assistir às bandas que, antigamente, não tocariam em lugar algum. Ou nós aproveitando o Rock na Praça, com shows de graça no centro, ou ainda eventos no Sesc mais próximo ou em casas menores. A cena são os shows pesados no Aquarius Bar, nos confins da Zona Leste, casa que foi inaugurada em 2011 onde, antigamente, não havia tanta opção.

Não é a cena que está morrendo, ela se fortaleceu. Pior para o Hangar, que já não atrai tanta gente ali pra perto do Metrô Armênia.

A cena é o Dead Fish abarrotando a Audio Club pra gravar DVD, é o Eminence vindo de BH para tocar com o Seasmile no Inferno ou o John Wayne e o Worst – dois exemplos de bandas novas – agitando o centrão. É o Sampa Music Fest, na Penha, colocando quatro bandas consagradas e outras 16 – muitas ainda em início de carreira – para tocar no mesmo dia, nos mesmos palcos, com o mesmo equipamento (basicamente).

E a cena, principalmente, somos nós saindo de casa para ir a todos esses lugares, inclusive ao Hangar 110 ao longo de todo 2017. Nós comprando merchandising de bandas que conhecemos no Youtube ou nas sugestões do Spotify. Nós participando ativamente. Isso sim é cena. Você faz parte?

 

“This song is fucking over!” – Foo Fighters no Brasil

Crédito das fotos: Foo Fighters Brasil

Ontem o Foo Fighters, banda que dispensa apresentações, fez seu último show da turnê brasileira em Belo Horizonte. Eles também tocaram em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro. Acompanhei o show em São Paulo, no Estádio do Morumbi, dia 23. E gostaria de deixar algumas considerações sobre a visita da banda ao nosso país – mais especificamente sobre o show que assisti.

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1) Foi a primeira vez em 20 anos de banda que os Foo Fighters fizeram uma turnê brasileira e tocaram em shows próprios, fora de festivais.
As outras passagens do grupo pelo país aconteceram no Rock in Rio de 2001 e no Lolapalooza de 2012, em São Paulo. Com o show exclusivo, puderam tocar por muito mais tempo. Os shows duraram cerca de três horas, contando com músicas de toda a carreira da banda e até alguns covers de clássicos do rock – como Rush, Queen e Kiss.

2) Dave Grohl voltou a tocar no Estádio do Morumbi depois de exatos 22 anos.
O Nirvana tocou no mesmo local em janeiro de 1993. Foi um show histórico, mas foi um desastre! Na época, o Nirvana era “a maior banda de rock do mundo” e as expectativas eram grandes. A apresentação em São Paulo foi recorde de público de toda a história da banda – com mais de 80 mil pessoas! Então imagine qual não foi a surpresa dos fãs brasileiros ao se depararem com o Kurt tão chapado que mal conseguia tocar. Foi parecido com o que aconteceu quando a Amy Winehouse fez show aqui. Ele errou todas as letras e todos os acordes, não conseguia cantar ou tocar uma música até o fim. A banda acabou tocando vários covers no improviso, uma hora Kurt foi pra bateria, Krist para a guitarra e Dave Grohl para o baixo. Até o Flea do Red Hot Chilli Peppers e a Courtney Love invadiram o palco. Mas tudo parecia uma grande ~zoeira~, a maior parte do público ficou puta da vida e foi embora na metade do show – enquanto alguns outros presentes acharam tudo aquilo muito “punk rock engraçado atitude radical” e consideram o show genial. No final das contas, o show ficou conhecido como “o pior da carreira do Nirvana”.

3) APENAS inaugurando o Maracanã.
O show dos Foo Fighters no Rio, no dia 25, foi o primeiro grande show realizado no “novo” Maracanã, após a grande reforma do estádio para a Copa do Mundo. Nada mal tocar em um dos mais legendários estádios do mundo, hein? Aliás, se ter 20 anos de estrada, uma porrada de hits e músicas realmente boas, lotar estádios no mundo todo, continuar relevante e produtivo e, principalmente, construir uma banda forte o bastante pra ofuscar o rótulo de “baterista do Nirvana” é ser medíocre, então eu não sei o que é ser bom. #hatersgonnahate #beijinhonoombro

4) O pedido de casamento do “Vulcão Vesúvio” foi demais.
Na parte mais calminha do show no Morumbi, com Dave tocando algumas músicas em versão “voz e violão” (Skin and Bones e Wheels), o sortudo Vinícius subiu ao palco e pediu sua namorada Mônica em casamento na frente de um público de mais de 55 mil pessoas. Ela disse sim, o estádio inteiro vibrou, Dave foi super simpático e até abraçou os dois – mas era incapaz de pronunciar o nome do noivo. Dave insistia em dar os parabéns para o “Vesuvius”, ao invés de “Vinícius”. A tempo: Vesúvio é o nome do famoso vulcão italiano que destruiu a cidade de Pompéia. Veja o pedido de casamento aqui.

 

5) “This song is fucking over!”
A penúltima música do show no Morumbi foi o grande hit “Best of You”. Ao final da canção, a plateia continuou a entoar o coro “Ooooh”. Foi bonito. O estádio estava todo iluminado com lanternas de celular, as luzes baixaram, a banda silenciou, ficou só o público cantando junto. Dave Grohl se emocionou, elogiou. A banda retomou a canção e encerrou de forma triunfal. Aí os fãs teimaram em continuar o coro de novo, porque, afinal, THE ZOEIRA NEVER ENDS – HUE BR. Dave deu risada e entrou na brincadeira. “Cara, para de cantar! Sério, já deu!”. Mas a galera não parava. Aí o cara não aguentou: “This song is fucking over!!!” – e faz todo mundo rir de novo.


10487594_831562140238891_9211674635548643925_n6) Dave Grohl caiu de bunda na frente de todo mundo.

O Foo Fighters tinha acabado de entrar no palco e ainda estava tocando a primeira música do show – “Something for Nothing”, do último disco da banda, “Sonic Highways”. De repente, Dave Grohl escorrega e leva o maior tombo, caindo de bunda na frente do estádio inteiro, com os holofotes nele. Mas Dave foi ligeiro. Levantou rapidinho, não perdeu a pose (ainda que tenha tentado disfarçar com um soco no ar), continuou tocando e batendo cabeça como se nada tivesse acontecido. Veja o tombo aqui.

7) São Pedro é fã dos Foo Fighters.
Foi um dia chuvoso em São Paulo. A chuva não teve dó dos shows de abertura. Caiu sem parar durante as apresentações do Raimundos e do Kaiser Chiefs. Mas, milagrosamente, parou assim que os Foo Fighters começaram a tocar. O que caiu de chuva durante o show deles foi uma leve e quase imperceptível garoa. Ironicamente, assim que o show acabou, a chuva voltou forte – e atrapalhou os fãs na volta pra casa.

8) Os fãs criaram um mar de luzinhas.
Bem no meio do show, na agitada “Monkey Wrench”, a banda conseguiu encaixar uma jam piração total com ares de post rock bem lenta e demorada. Já tava até batendo um soninho, mas aí a plateia começou a empunhar os celulares e acender suas lanternas. Segundos depois, todo o estádio estava coberto por um mar de luzinhas. Com a iluminação do palco e do estádio baixas e aquela atmosfera mais relaxada e viajandona, parecia até um céu coberto de estrelas. Ficou tão bonito que despertou a banda do transe. Dave Grohl mandou um “This is fucking beautiful”, parou tudo e finalmente retomou a canção com o peso e os berros de sempre.

10955340_833413630053742_2802382623175156633_n9) Dave é humildão.
No começo do show Dave prometeu tocar músicas de toda a carreira da banda, que esse ano comemora seu aniversário de 20 anos (!). Ele parecia super feliz e brincou com a plateia sobre qual seria o melhor álbum do grupo. “Vamos tocar músicas do primeiro disco, o que vocês acham?!” – e a galera pira. “Do segundo também! E do terceiro e do quarto!”, continuou ele. O público gritava, aplaudia e berrava o nome de algumas músicas. Aí ele disse “E do quinto álbum? Hummmm…esse é mais ou menos, né?”. Hahahaha!

10) Cool covers.
Teve cover. Teve muito cover. Segundo Dave Grohl, a banda só queria se divertir e mostrar pros fãs alguns sons que eles curtem, de bandas que os influenciaram. Daí o Foo Fighters tocou Queen (duas vezes), Rush, Faces e Kiss. Foi legal, bacana. É importante mesmo resgatar as raízes e mostrar coisas legais de rock clássico pro público mais jovem. Mas acho que eles passaram do ponto. Um ou dois covers já estaria mais do que bom. O Foo Fighters tem um repertório gigantesco e não precisa inventar tanta moda – ainda mais em um país como o Brasil, que não costuma recebê-los com tanta frequência e tem um público sedento pelas músicas próprias da banda, que deixou alguns de seus próprios clássicos de lado. Mas foi super bacana ver o Dave Grohl tocando bateria enquanto o Taylor Hawkins cantava. E nessa hora a banda tocou na passarela que passava bem no meio da pista, ficando bem no centro do estádio e mais próximos à turma da pista comum, das cadeiras e das arquibancadas – o que foi muito legal.

11) Tira o pé do chão!!!
No show do Morumbi o Foo Fighters deu um pau na galera do axé no quesito “fazer a galera pular”. As músicas mais pesadas agitaram tanto a plateia que se você estivesse nas cadeiras e arquibancadas podia sentir o chão tremer. Deu medo, mas foi legal.

1907939_833414420053663_6050835836132378578_n12) Ninguém conhece “I’ll Stick Around”.
Nunca me senti tão velha na vida. Vi o show de longe, da arquibancada, porque era o ingresso mais barato que tinha e eu estava falida. Não sei se nos outros setores foi diferente, mas quando os Foo Fighters tocaram “I’ll Stick Around” NINGUÉM conhecia a música. Sério. Eu era a ÚNICA alma viva cantando, pulando e parecendo curtir naquele momento. “I’ll Stick Around” está no primeiro disco da banda, de 1995 (aquele com o revólver na capa). É uma música bem importante pra carreira do Dave Grohl, criticando as pessoas que não aceitavam que ele tocasse em frente depois da morte do Kurt Cobain e do fim do Nirvana. Anos depois, ele admitiu que a inspiração da música foi a Courtney Love.

13) O improviso foi um pouco demais.
Ficou repetitivo – e bastante cansativo – o esquema de sempre esticar as músicas com jams piradonas no meio. A banda fez isso em vários momentos do show. Acontece que boa parte dos sucessos do Foo Fighters são músicas mais agitadas, pesadas e rápidas. Então a pausa no meio, que se arrastava por vários minutos diminuindo drasticamente o andamento da canção, acabava saindo arrastada e sonolenta. Considerando que o show em São Paulo teve quase três horas de duração, fazer o povo cansado de pé há horas ver várias jams “viajandonas” assim foi demais. O ânimo despencava – a plateia só voltava a vibrar com a retomada dos refrões – e muita gente acabou reclamando. “Que porra é essa? Foo Fighters agora é banda de rock progressivo?”, “Caralho, que sono” e “Para de enrolar, porra!” foram apenas alguns dos comentários que eu ouvi.

14) O carisma do Dave Grohl é mesmo contagiante.
Haters gonna hate. O sucesso dos Foo Fighters e do Dave Grohl incomoda muita gente; e possivelmente o fato de o cara ser realmente muito legal incomoda muito mais. Durante todo o show em São Paulo Dave conversou bastante com o público, fez muita piadinha, agradeceu, sorriu, foi extremamente simpático e carismático. Não é pra qualquer um. A maioria dos grandes rockstars do tipo, aliás, é bem azeda. Dave enrolou uma bandeira do Brasil no pescoço, elogiou o público e o país várias vezes e conseguiu fazer a gente rir no meio de um show de rock que lotou um estádio com uma das bandas mais populares do mundo.

10440272_833414070053698_1571223756572416925_n15) Quem gostou do disco novo?
A maioria dos fãs não se empolgou muito com as músicas do último disco da banda. “Sonic Highways” é o oitavo álbum dos Foo Fighters e, depois do estouro que foi “Wasting Light”, realmente soa meio fraco. O projeto, entretanto, é bem legal; e rendeu uma série de televisão que funciona como um documentário em capítulos – e que foi dirigida pelo próprio Dave Grohl. Cada canção do disco foi gravada em um estúdio diferente – em diferentes cidades dos Estados Unidos que são berços de algum estilo musical – e conta com a participação de algum músico importante para aquela cena. A série também traz entrevistas com gente de peso como Steve Albini, Ian MacKay, Bad Brains, ZZ Top, Thurston Moore, Dolly Parton e até o presidente Barack Obama! Sonic Highways é uma produção da HBO e, no Brasil, está sendo transmitida pelo canal pago BIS. A série segue no caminho do documentário “Sound City”, de 2013, que também foi dirigido por Grohl e acabou aclamado pela crítica e premiado com um Grammy. Ele conta a história do estúdio Sound City e a grande influência que o lugar teve na história da música americana e do rock, entrevistando vários artistas, produtores, engenheiros de som etc. Vale muito a pena assistir!

16) Bem acompanhados.
As bandas de abertura escolhidas à dedo para acompanhar os Foo Fighters no Brasil não fizeram feio. O Raimundos ainda é bom e trouxe uma nostalgia gostosa para o público presente. Provavelmente uma das melhores bandas de rock do Brasil. Já o Kaiser Chiefs é a banda mais subestimada do mundo, na minha opinião. Os caras têm vários hits, fazem shows incríveis, dão o sangue no palco, levantam a galera, têm uma super energia…e não recebem reconhecimento nenhum. Merecem mais crédito. Um exemplo disso é o show que eles fizeram no festival Lollapalooza em São Paulo no ano passado – disparado o melhor show do evento inteiro.

Clique aqui para ver o show do Foo Fighters no Morumbi na íntegra. O vídeo trava bastante, mas pelo menos já dá para matar as saudades.

Volta logo, Dave!

NTR Convida #27 Felipe Canário (Radar Quatro)

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério) o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

O NTR Convida hoje está debutando em um campo ainda não muito explorado aqui. Banda de axé nascida no interior de São Paulo (Mogi Mirim), a banda Radar Quatro mistura em seus sons vários estilos que vão do poprock ao reggae, passando inclusive pelo tão tocado e popular sertanejo universitário. A base do repertório abrange do axé tradicional ao que há de mais atual nas micaretas mais agitadas do país.

O Radar Quatro participa das principais festas no estado de São Paulo e no sul de Minas Gerais, onde a cena do Axé sempre foi forte. Sendo responsável também por diversas aberturas de bandas como Jammil e Uma Noites, Banda Eva, Chiclete com Banana, Inimigos da HP e Cheiro de Amor. Recebeu também o convite para agitar a arena do Carnalfenas e para gravar seu show no Rodeio de Americana, dois eventos de grande porte no cenário nacional.

Felipe Canário, vocalista da banda e convidado de hoje é uma pessoa com muita história pra contar: já cantou em bandas de Pop Rock, fez versões de “Play that funky music”, “Isn’t she lovely”, praticou muito a exaltarepetição em frente à faculdade e ajudou playba-cowboys a laçarem garotas em festas universitárias. Se você estava esperando uma playlist com os últimos sucessos do carnaval, não é isso que vai acontecer. Confira a playlist:

As músicas escolhidas pelo Canário estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência.

A playlist:

1) Michael Bublé – Lost
“Vocalmente falando, meu ídolo! Técnica e classe, sempre.”

2) Queen – Innuendo
“Primeiro LP que ganhei na minha vida foi o Greatest Hits II e esse som é genial! Uma viagem da música clássica a solos flamencos!”

 3) U2 – Ultraviolet
“U2 não poderia faltar! A sensação ao ouvir este som ao vivo em 2011, em meio a todos os efeitos psicodélicos do palco em 360º, foi simplesmente mágica… lembro de viajar alto com “Ultraviolet” e cair ao som da clássica “With or Without You”…inesquecível!”

4) Wilson Sideral – Hollywood Star
“Uma das melhores letras que já ouvi, por representar tudo que tenho vontade cada vez que subo no palco… afinal de contas, quem náo quer “trabalhar e se dar bem em Hollywood”??”

5) Carlinhos Brown – Tantinho
“E é claro que teria que fechar com um Axé! E nada melhor do que ser uma do mestre Carlinhos Brown! Rítmica perfeita, letra sensacional… amor e swing! Recentemente gravada pelo cantor Daniel. (Porque faz isso Daniel!? kkkkkkk)”

Mais Radar Quatro:
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NTR Convida #14 Supla

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério), o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada. Excepcionalmente,  e por (bons)  motivos de força maior, o “NTR Convida” trará 2 super convidados essa semana. C’mon, KIDS!

 
O Supla ainda é um cara analógico. Pelo menos foi essa a impressão que ele deixou quando, às 5h da tarde de uma sexta-feira, preferiu me ligar a responder um simples e-mail.

É, fui pega totalmente desprevenida ao atender o celular e ouvir: “Alô, é o Supla”. Atônita – sou fã do cara desde os 12, quando me apaixonei por ele acompanhando-o na Casa dos Artistas –, ao atender o telefone foi natural o meu primeiro pensamento ser: É pegadinha? Sério mesmo? Alguém tá me passando trote?

Meio desconfiada, desacreditada e desorientada fui ouvindo a voz característica do Papito e me dando conta de que era ele mesmo: “Vou responder tudo aqui e depois você procura lá no youtube”, disse ele. E foi pá-púm. Daquele jeito hiperativo e irreverente, em cinco minutos pensou ali na hora mesmo em suas cinco canções escolhidas – todas com uma ótima razão para entrar em sua lista. Terminou a ligação me sugerindo pedir para tocar “On my way” no facebook da Rádio Rock Uol 89 FM: “Eu quebrei uma pra você e você quebra essa pra mim, c’mon?”, disse ele.

E como não atender a um pedido do Papito?

As músicas escolhidas pelo Supla estão todas no player acima. É só dar o PLAY. C’MON!

A playlist:

1) Supla – São Paulo
“Porque sexta-feira é aniversário de São Paulo.”

2) Brothers of Brazil – On my way
“Porque o clipe dessa música foi inteiro filmado de um iPhone.”

3) David Bowie – Let’s dance
“Porque ele está loiro nesse vídeo.”

4) Billy Idol – White Wedding
“Porque ele quer me imitar.”

5) John Lennon – Stand by me
“Porque ele é o verdadeiro rei.”

Extra) The XX – Islands
“Porque é uma banda nova, na verdade não tão nova assim, mas é legal.”

Bossa’n’roll

Atualmente, o Supla segue tocando bateria de kilt por aí com seu irmão, João Suplicy, no duo Brothers of Brazil – nome, inclusive, que foi cunhado por Bernard Rhodes, empresário do The Clash, durante a primeira excursão dos irmãos pelo Reino Unido. O duo une músicas e sons tradicionalmente brasileiros, como Bossa Nova e Samba, com Rock, Punk e Funk para criar uma sonoridade única que, como afirmou o fodástico e legendário fotógrafo rock’n’roll, Bob Gruen: “Eles fazem essa mistura de um jeito tão próximo que só irmãos podem fazer, criando um ótimo som novo. Eu amo essa banda!”.

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