Top 7,5: Dorgas no róquenrou

 
Sexo, drogas e rock’n’roll. Impossível desmembrar essa antiga tríade que influenciou e ainda influencia tantos músicos. As drogas, aliás, roubam espaço já que são tantas as composições a seu respeito (e sobre seus efeitos) indiretas ou diretamente. Quase que, no quesito musical, nos resta a velha pergunta do ovo e da galinha devido à linha tênue da agressividade/transgressão e autodestruição que o taking drugs to make music to take drugs…  pode levar. Afinal, até quando um sobrevive sem o outro? Ou ainda: até quando um vive com o outro? A relação perigosa entre genialidade e loucura continua no ar e é inegável a participação explícita ou não das substâncias ilícitas em algumas canções. E é sobre ela o nosso Top 7,5:

7. Bob Dylan | Mr. Tambourine Man

 

Bob Dylan, o então poeta norte-americano, já fazia a sua apologia à maconha, mesmo que de forma metafórica, em Mr. Tamborine Man, lançada em 1965 no álbum Bringing It All Back Home. A canção foi escrita em uma viagem que ele fez com amigos de Nova York para São Francisco. Eles fumaram muita marijuana durante o percurso, reabastecendo o suprimento de maconha nos correios, onde haviam enviado potes com a erva ao longo do caminho. A canção tem uma melodia que tornou-se famosa pelo seu imaginário surrealista, influenciada por artistas como o poeta francês Arthur Rimbaud e cineasta italiano Federico Fellini. A letra chama o personagem-título para tocar uma música que o narrador vai seguir, e é interpretada como um hino para as drogas como o LSD. Vale ressaltar que o mesmo Dylan foi quem apresentou a marijuana aos 4 rapazes de Liverpool.

6. The Beatles | Lucy in the Sky with Diamonds

 

Os Beatles têm várias músicas que fazem alusão às drogas como Got To Get You Into My Life e Day Tripper, mas a canção que mais ficou conhecida e mais gerou polêmica, com certeza, foi Lucy in the Sky with Diamonds, gravada em 1967 no álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. Apesar de John Lennon jurar de pés juntos que a música nada tem a ver com drogas, já que ele escreveu a letra baseada em um desenho que seu filho Julian fez de sua colega Lucy – o qual explicou ao pai como sendo “Lucy no céu com diamantes” – a canção foi composta já numa fase onde o LSD (ou ácido lisérgico) fazia parte de grandes festas ou simples eventos que o Fab4 frequentava. A atmosfera psicodélica, onírica, surrealista e as imagens de alucinações na canção foram inspiradas pelo capítulo “Lã e água” de Através do espelho, de Lewis Carroll, em que Alice é levada rio abaixo em um barco a remo pela Rainha, que de repente se transforma em um carneiro. Apesar de ser improvável que John tivesse escrito essa fantasia sem nunca ter experimentado alucinógenos, a música foi igualmente afetada pelo seu amor pelo surrealismo, pelos jogos de palavras e pela obra de Carroll.

5. The Rolling Stones | Sister Morphine

 

Os Stones ressaltaram os atributos da morfina em Sister Morphine, lançada no álbum Sticky Fingers, de 1971:

Please, Sister Morphine, turn my nightmares into dreams
Oh, can’t you see I’m fading fast?
And that this shot will be my last

A canção foi escrita por Marianne Faithfull, namorada de Jagger, durante as sessões de gravação de Let It Bleed e é sobre um cara que sofreu um acidente de carro e morreu no hospital suplicando por morfina. Um pouco da letra foi inspirada em Anita Pallenberg, namorada de Keith, que estava hospitalizada e recebendo tratamento com a droga. A composição também foi influenciada pelo Velvet Underground, que na época estava escrevendo várias canções obscuras sobre drogas, especialmente heroína.

 4. Eric Clapton | Cocaine

 

O mestre da guitarra, Eric Clapton, sem cerimônias, afirmou: She don’t lie, she don’t lie, she don’t lie; Cocaine. A canção foi escrita e lançada por JJ Cale em 1976, mas alcançou o sucesso quando foi gravada por Clapton em seu álbum Slowhan em 1977. A letra sobre o vício em drogas é algo que Clapton conhece muito bem. Como ele mesmo explicou em sua autobiografia, quando gravou essa canção ele tinha largado um sério vício em heroína e compensado a abstinência com álcool e cocaína. Ele acreditava que poderia controlar o vício e largá-lo quando quisesse, mas ele simplesmente não queria, e é por isso que conseguia cantar tão objetivamente sobre uma droga que o consumia. Quando Clapton finalmente largou as drogas e o álcool, teve que reaprender a fazer música sóbrio, o que foi uma grande transição, já que tudo parecia ser muito difícil. Ele também percebeu como o seu vício prejudicou ele mesmo e  as pessoas ao seu redor, e passou a ajudar os outros a superarem seus vícios – em 1998, abriu o centro de reabilitação Crossroads, em Antigua. Clapton chegou a remover essa música de seu setlist porque acreditava que ela passava a mensagem errada sobre o uso de cocaína. Com o passar dos anos, o músico adicionou à letra o trecho “that dirty cocaine” ao refrão e voltou a apresentá-la ao vivo.

3. Black Sabbath | Sweet leaf

 

Uma apaixonada declaração de amor. Essa descrição soaria estranha para uma canção do Black Sabbath, ainda mais com direito a súplicas como: When I first met you, didn’t realize, I can’t forget you or your surprise. Mas, como a declaração de amor em questão é feita para a Cannabis Sativa, tudo faz sentido – engana-se quem achava que a letra era uma homenagem à Sharon. Sweet Leaf é uma canção do álbum de 1971: Master of Reality. A canção é um hino ao uso recreativo da maconha, o nome vem de um maço de cigarros que o baixista Geezer Butler comprou em Dublin, que chamava o tabaco como “a erva doce”. A banda usava muita marijuana e outras drogas naquela época, e todos os membros da banda participaram da composição de “sweet leaf”, que mais tarde se tornaria uma nova gíria para maconha. A tosse inicial presente na gravação de estúdio é de Tony Iommi após engasgar-se com a fumaça. Há quem diga que esta é a música precursora do Stoner Rock acho que é por isso que sou tão apaixonada por ela. O riff de guitarra foi tirado de Hungry Freaks, Daddy de Frank Zappa & The Mothers of Invention. Este riff também pode ser ouvido no final de Give It Away do Red Hot Chili Peppers e também é a base para a música Rhymin’ and Stealin dos Beastie Boys.

2. Neddle in the hay – Elliot Smith

 

Em uma entrevista para a Q magazine, Elliott Smith disse que Neddle in the hay “é uma canção sobre fazer sexo com a sua mãe”. Apesar da afirmação irônica, a faixa de abertura de seu segundo disco – o autointitulado Elliott Smith, lançado em 1995 – pode ser interpretada como uma reflexão de como as drogas tiveram um impacto sobre sua vida. Elliott abusava do álcool e outras substâncias chegando a gastar até R$1.500 reais por dia com heroína e crack e também apresentava sinais psiquiátricos graves, como paranoia, falando frequentemente sobre suicídio e overdoses. O som entorpecedor e repetitivo do violão, a voz frágil e confessional, o verso you ought to be proud that I’m getting good marksss cantado por Smith com um “s” prolongado, imitando o sibilar da heroína cozinhando em uma colher, tudo torna a canção agonizante e ao mesmo tempo bela. Neddle in the hay ficou na 27ª posição da lista do Pitchfork das 200 melhores faixas dos anos 90, e também entrou na trilha sonora do filme The Royal Tenenbaums (2001), em uma cena de suicídio. Vale lembrar que Elliott foi encontrado morto, aos 34 anos, em seu apartamento com duas facadas em seu peito. Aparentemente suicídio, mas sabe como morte de rockstar é tudo mistério.

1. The Velvet Underground | Heroin

 

Heroin, be the death of me
Heroin, it’s my wife and it’s my life, ha-ha
Because a mainer to my vein
Leads to a center in my head
And then I’m better off than dead

Sem condenar ou fazer apologia à droga, a canção descreve o ponto de vista de alguém que está se drogando. A letra narra um usuário que, na tentativa de fuga de uma cidade e realidade que só oprimem, encontra na heroína a única alternativa melhor que a morte. Lançada em 1967 no álbum de estreia The Velvet Underground & Nico, a letra foi composta por Lou Reed em 1964. Sobre ela, Reed afirmou: “Eu quis escrever essa música para exorcizar qualquer tipo de escuridão ou elemento auto-destrutivo dentro de mim”. A melodia hipnótica é em total sincronia com a letra: ela começa lenta e vai aumentando gradualmente seu ritmo conforme o narrador tem o pico da droga, pontuado pela guitarra de John Cale e a bateria apressada e mais alta. A música, então, diminui ao ritmo original e repete o mesmo padrão antes de terminar. Heroin entrou na 455ª posição no ranking da Rolling Stone, em 2004, das 500 Melhores Canções de Todos os Tempos. O Velvet Underground tem outras canções sobre drogas, como I’m Waiting For The Manque narra um junkie, em Harlem, esperando por seu drug dealer de heroína com 26 dólares na mão. “The Man” é o traficante. Reed já declarou que “tudo sobre essa canção é verdade, exceto o preço”.

 Bônus. E-Talking | Soulwax

 

Encabeçado por David e Stephen Dewaele, o Soulwax é uma banda belga de rock alternativo/eletrônica cuja canção E Talking, presente no álbum Any Minute Now de 2004, alcançou a 27ª posição na Parada de Singles do Reino Unido em 2005. O clipe da canção se passa em um clube noturno e mostra o ponto de vista de vários frequentadores da boate sob o efeito de diferentes tipos de substâncias, passando por um verdadeiro “alfabeto de drogas“: começando com A para Ácido e terminando em Z para Zoloft. A circulação do vídeo foi restrita ao horário noturno – não preciso comentar o porquê.

 

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11 razões por que o QotSA é a banda mais foda do mundo

Som pesado, guitarras distorcidas, jam sessions no deserto e clima de chapação definem de cara o Queens of the Stone Age. A banda, formada em Palm Desert (Califórnia) em 1997, ajudou a popularizar o stoner rock e é conhecida por seu frontman, o vocalista/guitarrista/compositor Josh Homme – o único integrante original, já que o grupo passou por constantes mudanças de integrantes.  Antes de fundar o QotSA, Josh e o baixista Nick Oliveri (da formação original) passaram a adolescência tocando nos desertos dos EUA com o Kyuss (banda seminal para a geração stoner), o que influenciou muito as experimentações e sonoridade do QotSA. A banda já tocou no Brasil em 2001, no Rock in Rio; em 2010, no SWU; e volta em 2013 para uma aguardadíssima apresentação no Lollapalooza. Abaixo listo pra vocês as 11 razões pelas quais o QotSA é a banda mais badass do mundo!

1) Eles têm uma música que se chama I was a teenage hand model.

2) São expoentes do stoner rock e adoram fazer referências às coisas boas da vida como drink wine and screw.

3) O então baixista Nick Oliveri subiu ao palco peladão no Rock in Rio III. Foi aplaudido, vaiado, preso e solto. A apresentação da banda ainda não havia acabado quando oficiais de justiça tentaram entrar no palco para prender o baixista em flagrante. Enquanto isso, a produção do festival tentava contornar a situação – inclusive arranjando uma calça nos bastidores para o músico vestir. Mas Nick não conseguiu se livrar de uma audiência imediata no juizado de menores montado dentro da Cidade do Rock. A desculpa/indagação dele: “Ué, no carnaval de vocês não é assim? Pensei que em show de rock também pudesse”.

4) Eles fizeram uma música que é a repetição eterna da seguinte sequência de palavras: nicotine, valium, vicodin, marijuana, ecstasy and alcohol… c-c-c-c-c-cocaine! Sobre a famosa letra, o ex-baixista Oliveri disse: “É uma música com refrão colante; e não o tipo de música que diz ‘faça isso ou faça aquilo’. Mas ouça e faça o que quiser, que cada um aproveite sua própria vida”.

5) Foram expulsos do próprio show, em 2007, quando tiveram a brilhante ideia de tocar para internos de uma clínica de reabilitação, em Los Angeles. O motivo: abriram a gig com a música do item anterior (c-c-c-c-c-cocaine). O plano de Josh Homme de fazer um show de seis músicas teve um fim abrupto e caótico quando a banda foi interrompida antes de terminar a primeira canção e retirada à força pelos seguranças. A equipe da clínica ficou tão impressionada com o som de abertura que desplugou os equipamentos e convocou os seguranças para removê-los de imediato, sem negociação. Ironicamente, Feel good hit of the summer é usada pelo Departamento de Polícia do Colorado como trilha sonora de seus vídeos institucionais, demonstrando as consequências de dirigir sob efeito do álcool.

6) Seus álbuns são geralmente recheados de contribuições e participações de um monte de nomes fodões, como o Jesse Hughes do Eagles Of Death Metal, Trent Reznor do Nine Inch Nails, Julian Casablancas do Strokes, Billy Gibbons do ZZ Top e, é claro, o Dave Grohl do Foo Figthers, que já gravou com eles o cultuadíssimo Songs from The Deaf e também participa do sexto álbum da banda.

7) Eles tem uma ~love song~ que, apesar de ser bonitinha, é bem direta e toca no ponto: “Eu quero comer você”. Como o próprio Homme já disse, this song is about fucking:

8) Eles incentivam idiotices e não têm limites quando estão em estúdio. O próprio Grohl entrega: “Se você por acaso resolver fazer algo absurdo, eles mandam você fazer mais. Nesse último disco eu fiz algo tão ridículo que pensei que o Josh jamais me deixaria gravar, mas quando mostrei pra ele, me mandou repetir por 45 segundos – o que acabou virando uma grande parte de uma música. Eles trabalham assim”.

9) Eles fazem música no deserto, literalmente. O deserto fica por conta do estúdio Rancho de la Luna, em Joshua Tree, localizado no deserto de Mojave. Fundado em 1993 por Fred Drake e David Catching, o estúdio é bem caseiro mesmo, do tipo em que a bateria é gravada na sala de estar, os amplificadores empilhados no banheiro e Catching cozinha para a galera. Segundo o vocalista: “É um bom lugar para tocar. No deserto, no escuro, com orgias na nossa cabeça. Podemos fazer um churrasco, tomar uns drinks e talvez fazer música”. Aliás, o próximo álbum da banda é descrito por Homme como “uma orgia no escuro do deserto”.

10) Eles pedem para os fãs montarem o seu setlist. Para o Glastonbury deste ano, a banda pediu aos fãs que elegessem suas 10 canções favoritas, que eles tocariam no festival. Bastava acessar um site e escolher as suas favoritas entre um catálogo de 50 canções do QotSA e voilá!

11) Seus clipes também são fodões. Tipo o vídeo para 3’s and 7’s, que poderia facilmente ser um trecho retirado de algum filme do Tarantino:

 

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NTR Convida #7 Bruno Guerra (Strange Music)

 

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério), o NTR te traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

 
O convidado da semana é Bruno Guerra, frontman da banda Strange Music. Strange Music é um projeto de música experimental que surgiu de misturas de instrumentos variados, como guitarras de rock alternativo e batidas eletrônicas feitas em PCs antigos. Com influência de Sonic Youth e Daft Punk, o grupo (até então uma dupla) gravou em 2006 seu disco de estreia “For Ordinary People”.

O duo ganhou seu terceiro integrante em 2007, lançou mais um disco independente com composições próprias e se apresentou em diversas casas em SP e até em eventos com Frejat e Lulu Santos. O som da banda é tranquilizador e ao mesmo tempo instigante, prendendo a atenção com seus arranjos e melodias sempre bem construídas. Vale conferir as “músicas estranhas” do grupo, assim como a playlist fantástica que o Bruno fez para o NTR, a seguir.

As músicas escolhidas pelo Bruno estão no player acima. É só clicar  para ouvir todas na sequência!

A playlist:

1. Kaki King – Gay Sons of Lesbian Mothers
“Essa aí me inspira muito como guitarrista, além de fazer músicas muito boas pra relaxar. Tem disco novo dela na praça (Glow, 2012).”
2. Alt-J – Breezeblocks
“Banda nova que faz um som bem diferente daquilo que ouvi este ano. Fora o clipe, que é sensacional.”
3. Criolo – Subirusdoistiozin
“Demorei pra gostar do Criolo, mas agora ando ouvindo bastante. Praticamente a única coisa nacional bacana que escutei ultimamente. A voz dele é muito agradável e as construções melódicas são bem interessantes.”
4. Cemeteries – Summer Smoke
“Esse aí é um moleque de Buffalo (NY, EUA) que faz um som meio fantasmagórico e bonito. Ele grava tudo sozinho. Tem disco novo dele saindo logo mais (com essa música aí).”
5. The Internet – Cocaine
“Esse projeto é cria do Odd Future (coletivo do Tyler The Creator e comparsas). Fazem um trip-hop contemporâneo e contagiante (ainda que estranho, como tudo o que vem dessa turma).”

Por onde anda a banda do Bruno:
www.strangemusic.com.br
Facebook, Twitter, Youtube, SoundCloud
Trama Virtual – Aqui você pode ouvir e baixar de graça os discos e EPs da banda, na íntegra.

 
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NTR Convida #6 Noel Rouco (Rock Rocket)

 

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério), o NTR vai trazer a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

 
O sexto convidado do NTR é Noel Rouco, voz e guitarra de uma das mais expressivas bandas de rock’n’roll do Brasil, o power trio Rock Rocket. A banda, que se formou em 2002 com a formação Alan, bateria e voz; Pesky, baixo (que em 2009 sairia da banda, dando lugar para o baixista Jun Santos) e Noel, voz e guitarra, além de abrir show do Guns’n’Roses no estádio Palestra Itália em 2010, participou de diversos grandes festivais Brasil afora, como Maquinária Festival (SP), Porão do Rock (DF) entre outros.

Com a primeira formação, o trio lançou um EP independente e dois discos: “Por um rock’n’roll mais alcoólatra e inconsequente” (que saiu inicialmente em 2005 pela 13 Records e depois pela gravadora Trama em 2006) e o auto intitulado “Rock Rocket” (ThurboMusic) que foi lançado em outubro de 2008, dentro do projeto “Plataforma”, na Chopperia do Sesc Pompéia.

As músicas escolhidas pelo Noel estão no player acima. É só clicar  para ouvir todas na sequência!

A playlist:

1. Dr. Feelgood – Roxette
“O que mais me chamou a atenção no Dr. Feelgood, além da energia da banda, foi o estilo da guitarra, tem uma pegada diferente das outras bandas.”
2. MC5 – Rambling Rose
“MC5 é uma das bandas preferidas da minha vida inteira, escolhi esse vídeo por causa da dancinha que o Wayne Kramer faz nela.”
3. General Johnson & Joey Ramone – Rockaway Beach
“Versão Soul de ‘Rockaway Beach’, clássico dos Ramones. Melhor, impossível.””
4. Tina & Ike Turner – Proud Mary
“A Tina Turner é uma das minhas cantoras prediletas, nessa fase, com o Ike, gravaram sons sensacionais! As garotas do coro cantando e dançando juntas também passam uma energia muito forte.””
5. Doctor MC’s – Tik Tak
“Doctor MC’s foi a trilha sonora da última viagem do Rock Rocket. Em 4 dias, escutamos o mesmo disco deles umas 15 vezes, muito bom!”

Atualmente, a banda prepara o lançamento do terceiro álbum de estúdio, o “Rock Rocket III”, e já tem até single com clipe bacanudo liberado.

Por onde anda a banda do Noel:
www.rockrocket.com.br
Facebook, Twitter, Youtube
Trama Virtual – Aqui você pode ouvir e baixar de graça os discos e EPs da banda, na íntegra.

 
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Todos menos eu: Madrid

Em “Todos menos eu eu” vamos falar daquele artista/banda que é hype e está em todos os blogs, na programação da MTV, Multishow e na Rolling Stone. Vamos fazer o trabalho sujo para você não ficar sem assunto com seus amigos hipsters.

 
Foi de uma desilusão musico-amorosa que surgiu o Madrid. O timing do encontro entre Adriano Cintra (ex-Cansei de Ser Sexy) e Marina Vello (ex-Bonde do Rolê) foi certeiro. Ambos saíram de suas bandas badaladas no indie internacional de um jeito nada amigável, e o Madrid foi o “ombro amigo” que deu certo. Desse encontro, eles conseguiram criar uma sonoridade nada parecida ainda bem! com a de seus trabalhos anteriores. Toda a melancolia, obscuridade,  solidão e tensão entre a dualidade de amor-e-ódio refletem bastante na sonoridade, clima e tom de seu trabalho de estreia.

A dupla, cujo título vem da junção dos dois nomes: MArina e ADRIano, abusa da tríade violão-piano-voz e apresenta um trabalho mais comprometido com a composição e a performance musical. Ambos parecem mais amadurecidos e mais focados na produção do primeiro álbum homônimo, gravado em julho desse ano no home studio do Cintra e também lançado pelo seu próprio selo.

Tive a oportunidade de conferir uma apresentação do duo no Planeta Terra deste ano e posso dizer que eles não ficaram devendo em nada. Adorei o tom intimista da performance, que seria ainda melhor aproveitada em um ambiente fechado. Gosto muito do clima de suas canções e de como usam o piano e sax para criar um som sexy e ao mesmo tempo sombrio.

Marina apareceu no palco toda maquiada em uma vibe Halloween e parecia uma diva ensanguentada saindo direto de um horror movie dos anos 40. Sua belíssima voz (que não tem nada a ver com o que ela fazia no Bonde do Rolê) continua bela ao vivo e, apesar do Adriano também dividir o vocal com a sua parceira em algumas canções, fica bem clara a superioridade da voz feminina predominando no duo. Adriano, por sua vez, que inclusive voltou a tocar piano para se apresentar com o Madrid, alia sua experiência e sensibilidade para dar o tom e nível da banda.

O duo acaba de lançar um novo clipe (acima) para a faixa “Bride Dress in a Frame”, presente no disco de estreia dos paulistanos. O vídeo, que conta com Heitor Dhalia na produção e Brenno Costa na direção, foi filmado na rua Augusta e aborda temas polêmicos como religião, violência e sexo na vida de um cobrador de ônibus. E tudo isso tendo como plano de fundo o reduto indie de SP, no qual o duo brinca com a ambivalência do ambiente, já que Adriano interpreta um pastor e Marina uma das putas mulheres da Augusta.
 

Minhas favoritas do álbum:

Pra quem quiser conhecer mais sobre o Madrid, tem um vídeo bem legal da passagem deles pelo Estúdio Showlivre.

 
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NTR Convida #4 Eduardo Porto (Aeromoças e Tenistas Russas)

 

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério), o NTR vai trazer a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

O convidado da semana é Eduardo Porto, baterista na banda instrumental Aeromoças e Tenistas Russas.

Ninguém melhor para definir a banda do que seus próprios integrantes, certo?
(“Não foi preguiça do editor, eu juro” – O Editor)
“Aeromoças e Tenistas Russas é da cidade de São Carlos-SP e sua principal proposta é explorar a estrutura das músicas, evitando prender suas composições a formas fixas ou estilos definidos. Ao contrário, promovem uma construção experimental de timbres e ritmos que passeiam pelo rock, samba, jazz, funk e eletrônico. Integrada atualmente por Thiago “Hard” –  ora no saxofone, ora na guitarra; Juliano Parreira no contra-baixo, Gustavo Palma “Hoolis” no sintetizador e samples e Eduardo Porto na bateria.”

As músicas escolhidas estão todas no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência!

A playlist:

1. Itamar Assumpção – Tete Tentei
“Já tinha escutado algumas músicas, mas depois que assisti ao documentário fiquei fanático por Itamar e sua música. O que me chamou a atenção foi o modo com que ele gravava seus discos, completamente independentes naquela época. E é uma coisa que hoje em dia está bem mais contextualizada. Escolhi essa música pelo jogo de palavras e ritmo que ele coloca através de suas letras.”
2. White Denim – At the Farm
“Tive o prazer de ver essa banda ao vivo no Festival Bananada, em Goiânia, no mesmo palco em que tocamos algumas horas antes. Os compassos e a formulação das frases são muito bem construídos e trabalhados e muito potentes em um grande palco.”
3. Clutchy Hopkins – 4:08
“Ouço todos os dias e me passa uma tranquilidade enorme. Foi um cara que me chamou muita atenção nos últimos tempos e trouxe algo que eu procurava há um bom tempo na música. A fórmula simples deixa a música especial.”
4. Macaco Bong – Otro
“O novo CD do Macaco Bong vale a pena ouvir inteiro! Essa é a música que abre o álbum e é incrível na abertura de shows. Ela transforma todo o ambiente e atrai a atenção do público para todo o restante da apresentação, trazendo muita energia e mostrando que os músicos são excelentes.”
5. Morbo y Mambo – La Espada de Cadorna
“A banda de Buenos Aires traz diversos efeitos que se complementam e deixam um som muito nítido, apesar de tantas pessoas na banda. O instrumental dessas ambiências sonoras, junto com a melodia dos metais, produz um clima pra cima!”

Por onde anda:
www.aeromocas.tnb.art.br
YouTube, Facebook, Twitter

 
 
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NTR Convida #1 Victor Rocha (Black Drawing Chalks)

 

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério), o NTR vai trazer a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

 
Não é por nada não, mas a seção de playlists de convidados musicais do NTR está estreando com peso. O cara que preparou uma lista de favoritas para o post de hoje já abriu shows de bandas como Motörhead, Nashville Pussy, Eagles Of Death Metal e Black Label Society, além de ter tocado no SWU em 2010 e na primeira edição brazuca do Lollapalooza, em abril deste ano.

Nossos agradecimentos a Victor Rocha, vocalista e guitarrista da banda stoner rock Black Drawing Chalks.

As músicas estão todas no player acima. É só clicar, relaxar e ouvir todas na sequência!

A playlist do Victor:

1. A Perfect Circle – Vanishing
“A Perfect Circle. Essa música tem uma harmonia, uma levada muito bonita, fantástica a banda, uma das que eu mais ouvi na adolescencia.”
2. Deftones – Cherry Waves
“Deftones. Esse álbum, Saturday Night Wrist, é fantástico. Essa música tem um dos melhores refrões que eles já fizeram!”
3. PJ Harvey – The Letter
“PJ Harvey, não pode faltar, ela é fandardiga.”
4. Eleven (Feat. Josh Homme) – Stone Cold Crazy
“Josh e Alain Johannes, parceria que só rende sucesso, rendeu inclusive o Them Crooked Vultures.”
5. Eagles Of Death Metal – Whorehoppin’ (Shit, Goddamn)
“Uma musica style pra trabalhar, muito bom todo o álbum.”

Victor Rocha no SWU, em 2010

A banda do Victor acabou de lançar seu terceiro álbum de estúdio, No Dust Stuck On You. E olha que beleza, o Black Drawing Chalks disponibiliza todos os seus discos gratuitamente para download no site da banda.

Por onde ele anda:
Redes sociais: Twitter, Facebook
Black Drawing Chalks: Site, Fan Page, Twitter

 
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A voz do Led Zeppelin não decepciona

 

– Eu daria a minha casa pra ver o Led tocar junto de novo!
– Mesmo?
– Eu daria, meu! Depois eu veria o que eu fazia, mas pô eles são a melhor banda do mundo!

 
Eles continuariam por um bom tempo ali divagando sobre qual seria o melhor álbum do Led Zeppelin, enquanto o Espaço das Américas alcançava a sua lotação máxima. Por fim, decidiriam-se por Physical Graffiti sem sombra de dúvidas. Os dois contavam nos dedos quais eram as chances do cantor já sexagenário incluir canções de sua banda antiga no repertório. Reviam mentalmente os últimos setlists, faziam contas de probabilidade baseadas nas apresentação no Rio e tinham alguns nomes da ponta da língua como Friends, Going to California e um mashup incluindo Whole Lotta Love. Relembravam riffs e ignoravam o coitado do Jeneci, escalado não sei por que gênio da produção que teve a infeliz ideia de colocá-lo para abrir o show. O músico só foi ser amplamente aplaudido pelo público ao anunciar a sua última música.

Conforme os minutos iam passando e aproximava-se das 22h, a tensão pré show ia aumentando. A multidão cada vez mais querendo achar um lugar um pouquinho mais na “frente” do palco – “frente” porque por mais próximo da grade que conseguíssemos chegar ainda estaríamos atrás dela, da maldita pista vip: separando $fãs$ de fãs e destruindo um pouco a tal faceta democrática que a música proporcionaria.

O golden god foi pontual e logo subiu ao palco com sua nova banda: The Sensational Space Shifters. O repertório apresentava o novo trabalho de Robert Plant que transita entre o gênero folk e um som meio étnico, meio gypsy, que me lembrava um pouco a fase zen budista do George Harrison descobrindo a cítara. O legal é que deu pra entrar bem no clima desse som novo, sei lá se foi o beck do cara ao lado impregnando o ambiente, o calor insuportável daquela casa de shows ou o poder da música mesmo, só sei que o som penetra em você e parecia que quanto mais tempo passava mais a plateia entrava em harmonia com o ritmo. O Sr. Plant e sua voz, considerada uma das melhores da história do rock, não decepcionam. Fizeram um monte de marmanjo chorar ao nos presentear com oito canções do Led, cada uma com uma releitura diferente, uma roupagem mais próxima do novo estilo do cantor, mas mesmo assim belíssimas. Fechou o show com um bis matador: a emocionante Going to California e Rock’n’Roll, bem próxima de sua versão original e com os agudos característicos do cantor, que deixou todo mundo insano e trouxe abaixo o Espaço das Américas.

Apesar de ter parado de acompanhar a carreira solo de Plant, eu precisava ver e ouvir ao vivo a voz do Led Zeppelin, o cara que eu escutei repetidamente durante a adolescência e que me apresentou ao rock’n’roll. Lembro-me de ouvir um som diferente de tudo o que já tinha escutado antes vindo do quarto do meu primo. Aquele rock misturado com blues com agudos que imitavam uma guitarra chorar me chamaram a atenção, e aí já era. Eu precisava ver o Robert Plant cantar mais para ver o mito propriamente dito do que o cantor. Queria voltar um pouquinho na década de 70 pra ver se ouvindo a sua voz eu conseguiria minimizar um pouco a sensação de perda por ter nascido na época atrasada, era esse o sentimento presente ali. E posso dizer que a voz do Led não decepciona.

Setlist do Show em São Paulo (22/10/12):

 
“Tin Pan Alley”
“Another Tribe”
“Friends” (Led Zeppelin)
“Spoonful” (Howlin’ Wolf)
“Somebody Knocking”
“Black Dog” (Led Zeppelin)
“Song to the Siren” (Tim Buckley)
“Bron-Y-Aur Stomp” (Led Zeppelin)
“The Enchanter”
“Gallows Pole” (Led Zeppelin)
“Ramble On” (Led Zeppelin)
“Fixin’ to Die” (Bukka White)
“Whole Lotta Love” (Led Zeppelin)

Bis
“Going to California” (Led Zeppelin)
“Rock and Roll” (Led Zeppelin)

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Up the Bracket completa 10 anos

Gente, tô me sentindo nostálgica! É que um dos álbuns que mais ouvi durante a minha adolescência inteira está completando uma década! Outubro é o mês de um dos mais significativos discos do rock inglês no século pois marca o 10º aniversário do Up the Bracket, álbum de debut da banda inglesa The Libertines. Formada em 1997 pelos guitarritas/vocalistas Carl Barât e Pete Doherty, a banda se projetou mundo afora após o lançamento de seu primeiro disco, em 2002. O grupo, que contava com John Hassall no baixo e Gary Powell na bateria, representava uma espécie de resposta inglesa ao sucesso do novo rock norte-americano, dominado por The Strokes e companhia.

Pouco inovador mas com uma energia incrível, os Libertines foram um espelho para a nova geração britânica e inspiração para as que viriam depois (vide Arctic Monkeys). Eles faziam um som sujo e direto, rock de garagem misturado com britpop, guitarras barulhentas, meio punk (não à toa foi produzido pelo ex-guitarrista do Clash, Mick Jones) que invadia a cena indie britânica. Além do som característico, os Libertines também traziam uma atitude auto-destrutiva de drogas, sexo e rock’n’roll. Barât e (principalmente) Doherty ajudaram a dar ânimo ao rock na primeira década do século XXI.

A banda ficou conhecida pela ligação intensa e explosiva de seus co-fundadores. A relação de amor (ambos tem a palavra “Libertine” tatuada em seus braços escrita na caligrafia um do outro) e ódio entre Pete e Carl proporcionava a química e o tom das apresentações viscerais da banda. É impressionante como os dois se complementam musicalmente – um fenômeno a la Lennon/McCartney -, enquanto Carl traz o ritmo sujo e a pegada mais rock’n’roll, Pete é responsável pelo lirismo e pelo lado mais poético contido nas letras. Basta acompanhar os trabalhos paralelos pós-Libertines de ambos (BabyShambles e Dirty Pretty Things) para comprovar essa dicotomia complementar.

O relacionamento tumultuado dos dois aliado ao vício de Pete em cocaína e heroína resultou em vários momentos de turbulência da banda. Houve até a ocasião em que Pete dorgado loucão assaltou a casa de Carl para comprar drogas enquanto esse excursionava sozinho com os outros Libertines, já que tinha se recusado a deixar Pete voltar à banda enquanto ele não se desintoxicasse. Nessa época, Pete também ficou conhecido por ser o namorado da supermodel Kate Moss, foi inclusive em sua companhia que a senhorita Moss saiu na capa dos tablóides cheirando cocaine.

“Up the Bracket” é lindo de uma maneira bem tosquinha crua e sincera, de tocar a alma de uma forma bem direta para falar sobre amor, amizade e as nossas tantas frustrações dessa vida. Com singles como “Up the Bracket”, “Time for Heroes“, “I Get Along” e “Boys in the Band”, o álbum marcou o início de um revival da cena do rock britânico. Em 2003 o disco foi relançado em uma edição especial contendo como extra a canção “What a Waster”. O título do álbum “Up the Bracket” faz alusão à frase usada pelo humorista britânico Tony Hancock (de quem Pete é assumidamente fã), em seu programa Hancock’s Half Hour, que significa soco na garganta. Além disso, “Up the Bracket” também é uma gíria para cheirar cocaína algo bem apropriado levando em conta o histórico da banda.

O vício de Pete acabou colocando o fim na banda em 2004. Esse vídeo mais recente é de quando os quatro membros dos Libertines juntaram-se para tocar uma série de shows, incluindo apresentações nos festivais de Reading (pega esse Gary destruindo na bateria):

Aproveitando essa onda de nostalgia, o Guardian publicou uma divertida entrevista com Pete e Carl logo depois que eles voltaram da excursão do “Up the Bracket”, 10 dias antes de o disco ser lançado.  O jornalista inclusive trola cita que ao conversar com o duo bem de perto dá pra sacar que faz tempo que eles não tem um encontro com a pasta de dente e o desodorante. O semanário NME também está fazendo uma votação para escolher a melhor música de 2010 e os Libs estão lá com a faixa título do disco.

Em abril desse ano, o Carl Bârat fez shows aqui no Brasil. Sua apresentação, repleta de singles e várias canções dos Libs, serviu pra tapar um pouquinho a saudade de uma banda que terminou tão prematuramente no maior estilo live fast, die young.

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Sol, suor, cerveja clandestina e Franz

Não me lembro ao certo como aconteceu, mas foi lá entre 2004 e 2005 que “Take Me Out” tocou na rádio e o Franz Ferdinand invadiu a minha playlist. Foi por isso que neste domingo o 16º Cultura Inglesa Festival me fez acordar cedo e rumar o parque da Independência para ouvir os sussurros e o sotaque mais charmoso da Escócia. Cedo porque, como divulgado no site do festival, a lotação máxima do parque seria de 20 mil pessoas, e eu não queria correr o risco de ficar de fora.

Pega essa vibe de festival no parque da Independência

E foi um domingo agradabilíssimo, maior clima de festival, o parque é lindo, as pessoas estavam felizes estendendo suas cangas no gramado e deitando no verde com a Banda Uó fazendo versões duvidosas de Smiths, Garotas Suecas voltando às origens e mandando Stones, e as internacionais We Have Band e The Horrors de fundo. O paque da Independência tinha tudo para virar um Hyde Park,  o maior e mais popular parque de Londres, palco de shows ao ar livre durante o verão europeu.

A Cultura Inglesa conseguiu fazer um festival organizado, gratuito, sem atrasos e melhor que muitos Lollapaloozas em que você paga 200 reais para assistir a filas. Apesar de proibida a entrada com bebidas alcoólicas, os vendedores ambulantes deram um “jeitinho” de burlar a regra e matar a sede do pessoal judiado pelo sol forte e sendento por Heineken vendida a 5 reais – preço justíssmo, contando que no Lolla o chopp era 8 mangos, e a dificuldade em encontrar as latinhas preciosas, já que comprar breja tinha atingido um status parecido com o de procurar dorgas.

Muvuca da galera desesperada atrás de breja

E os escoceses subiram ao palco às 18h45 para nos brindar com músicas novas de seu próximo trabalho e hits de seus três álbuns: “Do You Want To“, “Walk Away“, “The Dark of the Matinee”, “Take Me Out“, “Ulysses” e “Michael” empolgaram as cerca de 18 mil pessoas que compareceram ao parque. Infelizmente muita gente não conseguiu entrar no parque e houve até tumulto com a polícia. Mas quem assistiu ao show com certeza pode apreciar uma apresentação de ótima qualidade, com uma banda empolgante, que transparecia estar feliz por estar no palco e que em sua última canção deixou claro a que veio a São Paulo: we’re gonna burn this city, burn this city!

 

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