NTR Convida #47 Benke Ferraz (Boogarins)

 

O convidado de hoje é o goiano Benke Ferraz, guitarrista da banda Boogarins (na foto, à esquerda). Benke formou a banda com Fernando (vocal e guitarra), seu amigo e músico parceiro desde os tempos do Ensino Médio.

Hoje, eles têm 20 e poucos anos e o Boogarins caiu nas graças da crítica no Brasil e nos EUA, já tem um disco lançado até em vinil por um selo americano (“As Plantas que Curam”, que pode ser comprado aqui e vale cada centavo) e se prepara para a sua primeira turnê internacional, de Goiás para o mundo, com datas confirmadas nos festivais South By Southwest – SXSW, no Texas; e Primavera Sound, em Barcelona, junto a artistas como Caetano Veloso, Queens of the Stone Age, Television e Pixies. Tá bom pra você?

Eles também lançaram um clipe muito lindo para uma das melhores canções do disco, na minha opinião: Lucifernandis:

Além de Benke e Fernando, o Boogarins hoje é um quarteto, formado por Hans (bateria) e Raphael (baixo). O Boogarins tem muitas referências. As maiores influências deles são a Tropicália (Mutantes é bastante evidente), rock sessentista e rock gaúcho. Mas também dá pra perceber semelhanças com Tame Impala, The Doors, Pink Floyd e Beatles, sem deixar de lado a originalidade da banda, que tem boas letras em português sobre viagens (nos dois sentidos da palavra), experimentações, jornada e crescimento pessoal e mudanças, com um tom psicodélico, vocais suaves e lindas melodias.

Descobri que, antes do Boogarins, o Benke e o Fernando tinham uma outra banda também muito boa, embora soe mais simples, com fortes referências de Jovem Guarda e rock de garagem ao estilo dos Sonics – eles realmente amam os anos 60. Era a banda Ultravespa, com letras de amor, romance e sexo e um rock mais acelerado e sujinho:

 

Confira as músicas que o Benke escolheu para o NTR! Para ouvir todas na sequência – com exceção da música 5, que não está disponível no Youtube, aperte o play no vídeo do topo do post:

1) Dumbo Gets Mad – Marmelade Kids
“Essa canção me ganha nas melodias de voz, que segue caminhos peculiares e ainda assim ‘confortantes’; e por como ela soa, em termos de gravação – especialmente as baterias. O fato do projeto ser baseado em torno de um casal deixa tudo mais bonito e romântico, né? Escutei muito ultimamente.”

2) Pinkshinyultrablast – Blaster
“Essa canção me desperta muitos sentimentos. Nostalgia é um deles, mas o principal com certeza é o de curiosidade. Essa banda (que acredito ser) russa não tem muito material disponível na internet. Há pouquíssima imprensa falando sobre eles e apenas um EP com 4 canções disponível. A voz feminina, tão delicada no meio das cascata de som, é apaixonante.”

3) The Strokes – Tap Out
“Pra falar a verdade, nem consegui chegar ao final desse disco, mas essa música de abertura do Comedown Machine é foda. Foda de um jeito que não consigo nem explicar porque gosto,  já que eles usam um monte de referências ‘oitenteiras’ que não me agradam.”

4) Lô Borges – Como o Machado
“Acho que essa música retrata muito do que procuramos passar nas nossas letras, consciente e/ou inconscientemente. Emoção demais, parece que o Lô conversa com você nesse disco.”

5) Luziluzia – Monólogo do Velho Louco
“Essa canção está presente no primeiro EP do Luziluzia, registro no qual tive a oportunidade de participar, gravando parte das guitarras e produzindo uma das canções. Essa em específico foi gravada no meu quarto, como as que estão no primeiro disco do Boogarins. Desde então a escuto sempre em volume alto.

 

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Os verdadeiros barrados no baile

NTR história: hoje vamos ver algumas curiosidades do mundo da música! Você com certeza já ouviu o hit Get Lucky, do Daft Punk, e deve saber que a música conta com duas participações especiais – além do Pharrell Williams nos vocais, tem o guitarrista Nile Rodgers, da lendária banda de funk Chic, que fez sucesso nos anos 70. Ele é realmente um excelente músico e uma das músicas mais famosas do Chic era essa (que você com certeza também já ouviu):

 

Acontece que essa música tem uma história muito interessante…e foi escrita depois de os integrantes da banda Chic terem sido barrados na porta da balada. A discoteca mais famosa no fim dos anos 70 era o Studio 54, em Nova Iorque. O clube ficava em Manhattan e durou de 1977 a 1981. Época da música disco, drag queens, paetês, plataformas, muitos VIPs, ricos e famosos e uma fila quilométrica na porta. Era uma balada tão cobiçada que nem o “rei” Alexander de Almeida e todo o seu dinheiro conseguiriam um lugar no camarote. Era a festa que todo mundo sonhava em ir. Olha como era o Studio 54:

Em 1978, o Chic lançou o hit “Le Freak” com várias citações ao Studio 54. A música fez tanto sucesso que foi, por muitos anos, o single mais vendido da Warner Music Group – até ser desbancada pelo mega hit “Vogue”, da Madonna, em 1991. “Le Freak” tocava em todo lugar e, ironicamente, também foi uma das canções que embalou as festas do próprio Studio 54, que tinha barrado a entrada da banda meses antes.

A letra critica as filas enormes na porta da balada, os clientes VIPs passando na frente de todo mundo, seguranças e hostess ignorantes – coisas que até hoje infelizmente vemos quando resolvemos sair à noite, seja em NY, seja na Rua Augusta. É engraçado como a música de 78 continua atual.

O guitarrista Nile Rodgers contou que foi na festa de ano novo de 1977 que ele e o baixista do Chic, Bernard Edwards, foram proibidos de entrar no Studio 54, sendo que eles eram convidados da famosa atriz e cantora Grace Jones – ou seja, eles até estavam em uma lista VIP, mas mesmo assim acabaram barrados no baile. Eles ficaram tão revoltados que escreveram a música, mas ao invés de “Freak Out!”, a letra original xingava “Fuck Off!”. Hahahaha!

A letra ainda trazia várias menções ao caso: “Have you heard about the new dance craze? / Just come on down, to the Fifty-four / Find a spot out on the floor” (Você já ouviu falar da nova febre de dança? / É só aparecer no 54 / Encontre um lugar na pista de dança).

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NTR Convida #46 Irmãos Jackson

 

Hoje o NTR Convida é especial! O tempo voa: no dia 25 de junho de 2014, a morte de Michael Jackson completa 5 anos! Mas os fãs continuam adorando o rei do pop e ainda existem inúmeros covers do astro por aí.

Um dos melhores covers que eu já vi são os Irmãos Jackson – um grupo de três garotos muito novos que imitam a dança de Michael com perfeição, além de dublarem suas músicas e imitarem seus trejeitos no palco. Eles são irmãos de verdade e começaram a gostar do Michael Jackson logo após a morte do cantor, quando tentavam consolar a mãe, que já era muito fã do artista.

Os Irmãos Jackson – Matheus (17 anos), Felipe (16) e Davi (9); costumam se apresentar aos sábados e domingos, a partir das 18h, na Avenida Paulista. Eles fazem seu show na calçada em frente ao shopping Center 3, perto da esquina com a Rua Augusta e da estação Consolação do metrô. Assisti à apresentação deles no último final de semana, achei incrível e bati um papo com o Felipe para fazermos um especial Michael Jackson aqui no NTR.

Olha só os meninos em ação:


Repara no figurino deles, nos cabelos, no Davizinho – que fofo – e no Matheus arrasando!

Confira as músicas preferidas do rei do pop pelos meninos:

1) Earth Song
“The best!!!”

2) Billie Jean
“É a música que ‘deu a luz’ ao famoso passo de dança ‘moonwalk’.”

3) You Are Not Alone
“Esta talvez seja a mais clássica e romântica do rei.”

4) Give Into Me
“Essa tem a participação do Slash, guitarrista do Guns’n’Roses, e é a  mais rock’n’roll do rei!”

5) They Don’t Care About Us
“Além de ter uma mensagem maravilhosa na letra, o Michael escolheu o Brasil para fazer o clipe dela, talvez por ser um dos países onde mais existe desigualdade social.”

Para ouvir as músicas escolhidas pelos Irmãos Jackson, aperte o play no vídeo do topo do post.

Entrevista com Felipe – o irmão do meio:

1) Como é fazer show na rua?
É sempre uma terapia , faz bem pro nosso corpo e pra nossa alma; e não só pra gente, mas pras pessoas que assistem também. A dificuldade de tocar na rua é a locomoção, pois vamos para a Paulista de metrô e ônibus carregando todo o equipamento. Logo, não temos como marcar a hora exata em que vamos chegar e com isso pode ocorrer de estar algum outro artista no nosso lugar!

2) Como é se apresentar com seus irmãos?
Às vezes brigamos, pois somos irmãos, mas é otimo por termos o contato constante e compartilhamos o amor ao rei Michael.

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3) Vocês sempre foram fãs do Michael? Como começou a admiração de vocês por ele e o cover?
É uma história meio longa, mas vou tentar resumir. Minha mãe sempre foi fã do rei; e ele se foi um dia antes do aniversário dela. Para tentar consolá-la e alegrá-la, eu comprei um DVD do Michael e dei de presente para ela. A partir desse DVD, nós todos viramos fãs dele! Meu irmão mais velho, o Matheus, começou a dançar pra alegrar nossa mãe. Depois eu e o Davi também entramos literalmente “na dança”.

4) Por que vocês gostam tanto do Michael Jackson? O que ele representa pra vocês?
Simplesmente porque esse é o cara mais foda que existe! Ele é considerado o “Da Vinci da música”, pois, além de a lista de coisas que ele fazia e dominava ser gigante, como canto e dança, ele era o melhor quando o assunto é música! O hobby dele era bater recordes. Beatles e Elvis ficam nos pés dele! E NÃO SOU EU QUEM DIGO ISSO, E SIM O LIVRO DOS RECORDES!

5) O que a mãe de vocês acha de tudo isso?
Minha mãe não tem nada menos que orgulho! Quando o Davizinho se apresenta com a gente, ela vem junto. Se ela não vem, dançamos só eu e o Matheus.

6) Vocês já apareceram na televisão e chegaram a ganhar um prêmio. Como foi a experiência?
Já, sim! Disputamos ao vivo com mais dois artistas e ganhamos o premio de mil reais! Foi incrível! – No dia 16 de janeiro os meninos foram os vencedores do quadro “Em troca de um troco”, do Programa da Tarde, da TV Record. Assista aqui.

O Felipe também estava muito curioso para saber por que o Não Toco Raul tem esse nome. Expliquei para ele que era uma piada com as pessoas que costumam gritar “Toca Raul!” em tudo quanto é show, mas que nós não temos nada contra Raul nenhum – aliás, eu mesma sou muito fã do Raul Seixas. Aí ele comentou: “Ah, isso é muito interessante, o Zeca Baleiro também se irritou com isso, aí ele criou uma música em homenagem ao Raul e mandando o povo parar de gritar essa merda nos shows (risos)! Ele disse que, quando as pessoas gritassem isso, ele não ia tocar Raul, mas sim essa música dele”:

Felipe, um gênio de apenas 16 anos – e excelente cover de Michael Jackson. Olha como ele anima a plateia (a partir do 2:30 fica incrível):

Curta a página oficial dos Irmãos Jackson no Facebook.  Auh!

NTR Convida #45 Bubalina

Os primeiros convidados de 2014 são os seis integrantes da banda paulistana Bubalina: Caio Nazaro (guitarra), Marcos de Luca (guitarra), Stefan Podgorski (baixo), Victor Panucci (bateria), André Lombardi (vocal) e Marina Zilbersztejn (teclado).

A banda foi formada em São Paulo em 2011 e já teve diversas formações desde então. No comecinho da carreira, organizaram um baile que se chamou “Festa da Goiaba”, onde fizeram um show que foi um sucesso. Dessa apresentação saiu o primeiro EP, gravado ao vivo, que se chama “De repente”. Depois, o grupo ainda lançou mais três disquinhos: “Bubalanço”, “Desde aquilo e a partir de então” e, em outubro de 2013, “Moças”, que ganhou um clipe muito divertido para a canção “Veja como passa”:

Todos os EPs do Bubalina podem ser baixados de graça no site oficial da banda e também ouvidos na íntegra no Soundcloud deles. Outro clipe bem bacana da banda é um vídeo em stop motion, da música ‘Casarão”, que conta a história de uma noitada na rua Augusta. Assista aqui.

 

Para o NTR, cada membro do grupo deu uma dica de música. Confira a lista deles (para ouvir, dê play no vídeo no topo do post).

UPDATE: O YouTube está com problemas na exibição das playlists. Se o player acima não estiver funcionando, ouça as músicas indicadas pelo Bubalina aqui.

1) The Guess Who – Undun (Caio)
“O Guess Who é uma daquelas bandas que sofreram com o problema de serem absurdamente famosos por uma música só (pelo menos na nossa geração); e por isso ficaram com aquele estigma de “grupo de um sucesso só”. Mas, com certeza, injustamente. Quando eu era menor e tava naquela transição entre Beatles, Pink Floyd e Led Zeppelin, conhecer o trabalho desses caras foi genial pra acabar com aqueles estereótipos que às vezes nós construímos de que ‘só Joãozinho ou Paulinho sabiam fazer música boa’. Por isso, foram com certeza uma grande fonte de inspiração e motivação para trabalhar em músicas próprias.”

2) Chico Buarque – Sinhá (Marcos)
“Não é à toa que Chico Buarque começou a turnê do disco em que esta música está presente – Chico, de 2011 –  com a música ‘O Velho Francisco’. Trata-se de um disco onde ele reconhece e aceita sua velhice e nos brinda com uma ode à idade. ‘Sinhá’ encerra o disco, em uma parceira com João Bosco, com uma delicadeza ímpar, demonstrando que junto com a idade vem a experiência e a sabedoria. Mas, acima de tudo isso, temos aqui uma música para entrar para a história da música popular brasileira.”

3) Django Django – Hail Bop (Stefan)
“Resolvi escolher uma música de 2013 porque por muito tempo me vi buscando minhas influências nas raízes da música pop, ignorando quase tudo dos anos 80, 90 e 2000. Agora que voltei a acompanhar a produção atual, me empolguei muito com o trabalho do Django Django por apresentarem um som muito novo mas com uma estética oitentista pesada – pela qual eu tinha uma certa aversão – e misturarem com uns ritmos tribais loucos. E encontrar exemplos bons de algo que você acha que não poderia gostar é sempre uma experiência empolgante.”

4) Eric Dolphy – Hat and Beard (Victor)
“Escolhi ‘Hat and Beard’, música que abre o disco ‘Out To Lunch’, de Eric Dolphy por dois motivos principais:
1 – Free Jazz. Com ênfase no ‘Free’. É um tipo de música que me encanta, tanto pelo grau de abstração das composições, quanto pela fluência dos músicos no disco (com destaque pro vibrafone pressão tocado pelo Bobby Hutcherson).
2 – Posso fazer um monte de referências a artistas que eu admiro numa música só! Esse disco foi o primeiro e único disco que o Eric Dolphy (clarinete baixo) fez com a Blue Note. Depois disso ele fez uma turnê com o Charles Mingus e morreu. O baterista nesse álbum também merece ser citado: é ninguém mais, ninguém menos do que Tony Williams com seus 18 anos de idade (e arrebentando, diga-se de passagem). Pra fechar, a música em si é uma homenagem ao Thelonious Monk. Espero que gostem!”

5) Nino Ferrer – Moses (André)
“Ambiência, timbragem e simplicidade, quem aprendeu a fazer isso bem sabe mais da vida do que a gente. E o Nino Ferrer é um desses caras. Essa é a musica mais legal de um dos discos mais incríveis que eu já ouvi, recomendo que ele seja ouvido na íntegra, o ‘Le Sud’, de 1974. É um disco aula, vá passear com o Nino pelo sul!”

6) The Bad Plus – And Here We Test Our Powers Of Observation (Marina)
“The Bad Plus é um trio norte-americano relativamente recente, e eles têm um som bem diferente do que eu tinha ouvido até então. Tive a sorte de vê-los ao vivo em 2011 no SESC. Só com um baixo acústico, piano e bateria, o que eles fazem é de cair o queixo. Os três têm uma sincronia impressionante no improviso,se encontram nuns tempos quebrados que só eles conseguem contar. Aliás, o álbum todo, ‘Give’, vale a pena!”

 

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Grajauex no Power Point

Ayrllys Allan é fã do Criolo e mora no bairro do Grajaú, na zona sul de São Paulo, assim como o rapper. Ele fez um clipe pra música Grajauex com desenhos totalmente animados em Power Point! Sim, no PPT! Menos de três meses depois de ter sido publicado no Youtube, o clipe finalmente chegou até Criolo, que o divulgou em suas redes sociais hoje e adorou. A gente aqui do NTR também achou muito bacana! Assiste aí:

Ayrllys Allan contou que o trabalho exigiu meses de dedicação e que ele teve vontade de fazer o clipe desde que ouviu a música pela primeira vez. E valeu a pena. Com tanto talento, o fã finalmente teve o reconhecimento que merece e recebeu elogios diretamente do Criolo.

Quem aí também se anima a fazer uns vídeos para as suas músicas preferidas?

NTR Convida #44 Irina Bertolucci (Garotas Suecas)

A convidada desta semana é Irina Bertolucci, tecladista e vocalista da banda Garotas Suecas – e não, ela não é sueca. Irina é paulistana, mas no começo da carreira da banda até tinha gente que acreditava que ela era gringa, por causa do cabelo loiro, da pele branquinha e dos olhos verdes. E a turma da banda tirava um sarro e mentia que ela era sueca, mesmo, hahaha.

O grupo não tem nenhuma sueca e, além da Irina, também não tem mais nenhuma garota. A banda é formada pelos irmãos Nico e Tomaz Paoliello (bateria e vocal e guitarra e vocal, respectivamente), Fernando Freire, o “Perdido” (baixo e vocais) e Guilherme Saldanha (vocais). Pois é, todo mundo canta! E nenhum deles aguenta mais responder por que raios a banda se chama “Garotas Suecas”. Eu já ouvi várias versões, mas, em uma entrevista para a infelizmente já extinta revista Bravo!, o Tomaz disse: “o nome da banda é uma homenagem a um cantor gringo que conhecemos em Foz do Iguaçu, que compôs uma música para algumas garotas suecas que ele conheceu na cidade”. E isso faz muito sentido se você prestar atenção no primeiro clipe da banda, Corina – que até hoje é o mais engraçado e meu preferido deles (apesar de ser uma sacanagem com a Irina no final).

A banda tem um currículo de fazer inveja. Tocam juntos desde 2005, tempo em que faziam cover de Sonics (!) e se apresentavam no Café Aprendiz, na Vila Madalena. Três anos depois, já com 3 EPs de músicas próprias, venceram o prêmio de “Aposta MTV” no VMB. O Garotas Suecas, aliás, teve uma relação bem próxima com a emissora, sendo uma das bandas queridinhas da casa – sempre apareciam por lá. Em 2010, lançaram seu primeiro disco, “Escaldante Banda”. Já tocaram em festivais como Planeta terra, Porão do Rock, South by Southwest (SXSW) – EUA e Primavera Sound – Espanha. Já fizeram quatro turnês nos EUA, país onde tiveram reconhecimento antes mesmo do que em sua terra natal. O New York Times já falou deles (e bem). Eles já gravaram um clipe em Nova Iorque e outro com o Jacaré, ex-dançarino do É o Tchan, com direito a coreografia exclusiva e tudo!

No último mês de setembro, os Garotas Suecas lançaram seu segundo disco, “Feras Míticas”, que conta com a participação de vários músicos convidados, como a rapper paulistana Lurdez da Luz e o Paulo Miklos, dos Titãs, além de Kid Congo Powers, americano que fundou a lendária banda The Cramps.

O álbum, que pode ser baixado na íntegra de graça no site oficial da banda,  já rendeu dois clipes: “Eu Avisei Você” e “A Nuvem” (que tem a participação da Lurdez da Luz). “O Feras foi a nossa primeira experiência em estúdio com a presença de um produtor, o britânico Nick Graham-Smith”, conta Irina. Nick é dono do Pendulum Studio, na Vila Madalena, onde o disco foi gravado.

Na sexta-feira que vem, dia 20 de dezembro, o Garotas faz seu último show do ano, dividindo o palco com os colegas de longa data da banda O Terno – que tocam com eles desde os tempos de Café Aprendiz. “O show contará também com a participação da  Lurdez da Luz. Vamos ser sua banda de apoio em algumas músicas, e ela canta com a gente em algumas outras. A noite promete!”, adianta Irina. O show será realizado em São Paulo, no Estúdio (antigo Estúdio Emme). Mais informações aqui.

E a banda já tem grandes planos para o ano que vem. “2014 já promete lançamento na Europa, quem sabe uma turnê na América do Norte e, assim espero, um giro de respeito pelo Brasil, que tem muito lugar pra conhecer ainda”, diz a tecladista.

A LISTA DA IRINA
A Iri preferiu recomendar para os leitores do NTR as músicas que mais escutou em 2013. “Fim de ano é época daquelas listas de melhores, piores, revelações etc. Então acabei fazendo a lista das canções que foram lançadas esse ano que eu mais ouvi. As menções honrosas vão pra MIA, que acabou de lançar um discão; pro Boogarins, que eu acabei de ver ao vivo e os meninos prometem; e pro Mount Kimbie, que eu só baixei o disco agora e tá finesse, mas, como não deu tempo de ouvir bastante ainda, não está na minha lista de mais ouvidos do ano”, diz ela.

Para ouvir as músicas na sequência, é só dar o play no vídeo do topo do post. Confira a lista:
1) Unknown Mortal Orchestra – So Good at Being in Trouble
“Essa tem um clipe bastante maravilhoso, com o Mc Lovin’ do Superbad, seitas estranhas e muita gatinha curtindo em LA. Um amigo me mostrou o segundo disco deles, II, logo que saiu, no começo do ano. Foi amor à primeira audição. Essa música tem uma letra meio hino, daquelas que alguém ia ter que escrever am algum momento. Fora isso, tem aí bastante coisa que rolou esse ano: psicodelia contemporânea, reverb, voz susurrada… astral, escutem o disco inteiro!”

2) Ugabuga Feelings – Barbara Eugênia
“O disco da Bárbara é um dos mais queridos lançamentos brasileiros desse ano pra mim, sem dúvida. Tem rock, tem letras ótimas, é cru, é simples…e essa música é daquelas de ouvir no repeat. Tem uma vibe meio ‘Not Fade Away’, do Buddy Holly, com dendê. Puro amor.”

3) You and Me – Disclosure feat. Eliza Doolittle
“2013 foi também o ano em que fiz as pazes com a música eletrônica (sim, nós já havíamos sido amigas, tivemos um desentendimento, mas agora estamos ok). Esse disco é pista pura, coisa fina. Tem até participação da mina aí de baixo. E essa música é hit. Sim, eu gosto de hits! Mostra uma Eliza menos fofinha, o clipe também é demais, romance etc. Put on your dancing shoes and dance with me.”

4) Your Drums, Your Love – AlunaGeorge
“Duo voz+dj, casal, amor. Esse primeiro disco desse jovem casal é coisa séria. Tem também uma pegada eletrônica, mas com um viés mais hip hop, ela é mara, os clipes são lindos…vamos ouvir falar muito deles ainda. Essa música é mais calminha e também é das que eu ouvi, literalmente, no repeat o ano inteiro. Acho que ela tem tipo dez vezes mais plays do que as outras desse disco no meu itunes.”

5) The Throw – Jagwar Ma
“Por algum acaso, assisti ao clipe dessa música assim que ele saiu. Ninguém tava falando deles ainda, foco no ‘ainda’. Pessoal tá se derretendo pelos australianos agora. Foi outro amor à primeira ouvida. Psicodelia, boas letras, batidas eletrônicas, muito reverb, amor não correspondido, falsete. Essa foi a primeira que ouvi desse disco, que acabou virando meu grande parceiro de caminhada esse ano. Indo à pé pro trabalho, dirigindo, fazendo esteira ou curtindo um escurinho com os amigos, não tem erro com esse disco. Aliás, baixem e escutem todos esses 5 discos na íntegra. Essa é a minha recomendação!”

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Lorde | Pure Heroin

Universal Music / 30 de setembro de 2013 / Pop, Eletrônico, Trip Hop

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Faixas:

1. Tennis Court
2. 400 Lux
3. Royals
4. Ribs
5. Buzzcut Season
6. Team
7. Glory and Gore
8. Still Sane
9. White Teeth Teens
10. A World Alone

 

3,0/5

Corajosamente ignorando todo o hype, é hora de encararmos com franqueza o “fenômeno” Lorde (veja aqui o primeiro post do NTR sobre a artista). Parece sinal dos tempos o fato de que uma artista ligeiramente acima da média (em que se pese o fato de que Ella Maria Lani Yelich-O’Connor [a garota – a voz e a compositora – neozelandesa por trás da marca Lorde] tenha apenas 17 anos) cause tamanha comoção quase que simplesmente por aterrissar de cara no jogo da indústria com uma proposta aparentemente divergente da fórmula já pasteurizada de pop comercial embalado por contornos emprestados do rock alternativo pós mercantilização da rebeldia juvenil. Beneficiando-se, intencionalmente ou não, da trilha aberta por representantes do intenso, porém fugaz, fenômeno do Trip Hop do início do milênio, Lorde chega pra consolidar de vez a economia de nicho na música comercial yankee. A mistura levemente bagunçada, mas competente, de pop romântico-adolescente – conduzido fervorosamente pelos vocais melódicos de Ella – com experimentalismo rock/eletrônico atuando na margem de segurança do paladar do público jovem contemporâneo médio, tem potencial pra divertir o ouvinte ocasional ao mesmo tempo em que apela para a condescendência dos consumidores mais experimentados de música. Para os últimos está reservada a alegre sensação de que a indústria não conseguiu passar ilesa pela urgência criativa das últimas duas décadas, enquanto que aos primeiros fica reservada a emergência de um produto afinadíssimo com a esquizofrênica e insaciável demanda por criatividade musical e coragem artística aprovada por comitês executivos e habilmente empacotada para consumo. Enfim, considerando os tempos em que vivemos, Lorde supera com folga as comparações (descabidas e preguiçosas, convenhamos) com a contemporânea Lana Del Rey e gravita em uma órbita muito mais interessante, a meio caminho da galáxia em que Grimes, por exemplo, brilha sossegadamente na condição de fenômeno da música em tempos de banda larga.

É pra quem gosta de:

Lana Del Rey – Grimes – Goldfrapp – Portishead

Tem que ouvir:

Tennis Court – Royals – Buzzcut Season

Pode pular:

Ribs – Still Sane

 

*Se você não tem como comprar o álbum, em versão física ou digital, dá pra ouvir provisoriamente no YouTube.

NTR Convida #43 Full Lighters

Nossos convidados de hoje são os quatro integrantes do Full Lighters, uma banda cover de Foo Fighters. Por isso, a playlist de hoje é especial e só tem músicas da banda de Dave Grohl e cia.

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Os amigos Marco Fenili (bateria), Arthur Lange (vocal e guitarra), Augusto Maschi (guitarra) e Leandro Guaglianone (vocal e baixo) já se conheciam há bastante tempo quando decidiram montar o grupo, depois de tocarem apenas por diversão em uma festa.

“Foi em 2012. Era um churrasco em um sítio que teria várias atrações musicais, então deram o nome de Lollapaloosers pra festa. A banda de rock que ia tocar no dia furou, então nós os substituímos, porque já nos conhecíamos e às vezes tocávamos covers de várias bandas juntos. Mas, como era uma paródia do Lollapalooza e naquele ano a principal atração do festival foram os Foo Fighters, resolvemos tocar só músicas deles”, conta Marco.

O show “de brincadeira” animou a galera da festa e, com o sucesso, os quatro decidiram montar a banda oficialmente. Desde então, já tocaram em vários bares de São Paulo e lotaram uma festa da faculdade ESPM em parceria com a Red Bull. O bar onde os meninos mais “batem cartão” é o Mahôe, em Moema (que fica na Avenida Cotovia, 385. E sim, o nome é por causa do Sílvio Santos). Costumam tocar lá em quase todas as noites de sexta-feira. A banda tem dado certo e, a cada show, conquista mais fãs.

“Tocar Foo Fighters é sensacional, porque é uma banda com um grande número de fãs. Desde aqueles que só conhecem os hits até os que são completos adoradores. Quando você chega em algum lugar para tocar, é certeza que vai ter um pessoal ansioso para ver o seu show. Tem o lado bom de grande parte do lugar já curtir sua banda antes mesmo de ouvir; mas também tem a parte ruim, onde qualquer deslize vai ser notado pelos fãs mais fiéis de FF – e aí sua credibilidade vai por água abaixo”, diz Leandro.

Para a playlist do NTR, os caras do Full Lighters escolheram suas músicas preferidas do Foo Fighters dentro de seu repertório de covers. Clique no vídeo no topo do post para ouvir todas na sequência.

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1) Long Road To Ruin

“Escolhi essa pela melodia calma, sem deixar de lado o rock and roll, com ótimos arranjos vocais e empolgante o suficiente pra fazer a galera dançar.” – Marco

 

 


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2) Best Of You

“Pela força da música e o otimismo que ela é capaz de despertar nas pessoas através da letra.” – Leandro

 

 

 

1000979_666815076661976_1273166203_n3) Times Like These
“Confesso que sempre fui fã do Dave Grohl como compositor, desde o Nirvana – as músicas que eu mais gosto e acredito terem as letras mais atemporais são de autoria ou co-autoria dele, como Polly, Scentless Aprendice, Smells Like Teen Spirit e Marigold. Na minha opinião, Times Like These é umas das musicas que mais traduzem o momento que a banda viveu, e que muita gente se identifica. Aquele momento em que você se via na pior e se reergueu aprendendo com os erros, em que você aprende que não é uma vez que você vai cair na vida; que a vida é cair e levantar uma, duas, três, mil vezes. Então sem duvida Times Like These é uma musica que me influenciou em todos os aspectos. Sem falar da melodia, que é um tapa na cara!” – Augusto

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4) The Pretender
“Na minha opinião, a melhor música que tocamos do Foo Fighters é The Pretender, pelo peso que a música possui, além de ter altos e baixos que fazem com que ela tenha uma forte personalidade, definindo assim o estilo de som da banda de forma bem consistente.” – Arthur

 

 

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Mais Full Lighters:

Contato para shows: (11) 9-8030-1693

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Teria a Katy Perry plagiado o É o Tchan?!

A gente adora a Katy Perry aqui no NTR. Vocês, caros leitores, certamente já repararam que falamos muito dela. Depois de ler a resenha do novo disco da moça, “Prism”, fui ouvir o álbum, vi seus últimos clipes e me deparei com uma dúvida cruel: será que o vídeo oficial do hit “Roar” tem alguma coisa a ver com o…É o Tchan?! Porque, veja bem, o clipe da Katy Perry é muito parecido com o “É o Tchan na Selva”.

Compare você mesmo:

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E olha que o clipe do Tchan saiu no longínquo ano de 1999!!!

Sério, até a roupa das Sheilas é igualzinha a da Katy! Êta, pioneirismo brasileiro!

E pra quem acha que o É o Tchan é pouca porcaria, saibam que só o álbum “É o Tchan na Selva” vendeu mais de 750 mil cópias e foi disco de platina; e que o grupo tocou no super tradicional Festival de Jazz de Montreux, na Suíça (onde também já se apresentaram artistas como Jimi Hendrix, Marvin Gaye e Ella Fitzgerald). Tá, meu bem?!

UPDATE:

Não foi só a gente que achou estranho o clipe da Katy ter TANTAS coincidências com o do Tchan. Já fizeram até um mash-up sensacional com as duas músicas e os dois vídeos. Genial, olha só:

Katy Perry | Prism

Há pouco mais de um mês, Katy Perry lançou “Prism”, seu quinto CD depois que assumiu o novo sobrenome. Mas, e aí, vale a pena mesmo ouvir?

Lançado no final do mês passado, Prism vazou na internet, teve clipe polêmico, ganhou disco de platina no Brasil e os singles “Roar” e “Unconditionally” (que ganhou um vídeo lindo!) já estouraram de vez.

Juntando tudo isso aí de cima, acho que vale a pena espiar o que ela andou fazendo, né?

Katy Perry | Prism

Capitol Records / 22 de outubro de 2013 / Pop

Katy Perry | Prism

Faixas:

1. Roar
2. Legendary Lovers
3. Birthday
4. Walking On Air
5. Unconditionally
6. Dark Horse
7. This Is How We Do
8. International Smile
9. Ghost
10. Love Me
11. Double Rainbow
12. By The Grace Of God

 

4,0/5

“Resumão da história: em um ano sem muita movimentação das cantoras pop, Katy aproveitou e fez um CD bacana com singles-chiclete-bons-de-karaokê e que agrada os fãs. Em “Roar” manteve uma pegada cômica e lúdica, enquanto “Unconditionally” é sentimental e forte, o que reflete em ambos os vídeos da cantora.”

É pra quem gosta de:

Rihanna, Lady Gaga e Demi Lovato

Tem que ouvir:

Roar – Unconditionally

Pode pular:

Legendary Lovers – Birthday – This Is How We Do

Será que o John Mayer também gostou do resultado? 😉

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