Shimbalaiê, a origem
Maria Gadú compôs Shimbalaiê aos 10 anos de idade. A então menina passava férias com a família quando a canção surgiu, ao observar um pôr do sol na praia. Em 2009, quando estava para completar 23 anos, a música estourou nacionalmente (depois fez sucesso até na Europa), colocando a artista no rol de grandes performers da música brasileira, especialmente porque seu primeiro disco, homônimo, acompanhou o sucesso. Pronto, essa é a origem, muito simples, da música.
Desde então, a cantora nos quis fazer acreditar que a gênese da palavra Shimbalaiê é tão simples quanto essa história toda. “Criança inventa palavra, né?”, disse, em entrevista à Saraiva Conteúdo. Inventa, Maria Gadú. Mas não só criança. A música brasileira está cheia de exemplos de neologismos muito famosos, desde coisas onomatopéicas como “tchurururu” até a “tonga da mironga do kabuletê” de Toquinho e Vinícius de Morais.
Mas não Shimabalaiê.
O termo, vamos concordar, é um tanto quanto complexo pra ser simplesmente uma invenção infantil. E ele na verdade tem significado. Talvez tenha chegado à pequena Maria Gadú por alguma referência que, pelo menos até agora, ninguém encontrou explicação, mas trata-se de uma palavra de origem africana, originalmente grafada Ximbhalaijè e que significa a junção de Deus com a natureza, algo divino e belo, um sentimento bom, portanto.
Não faltam outras teorias pouco críveis, que vão da ligação da cantora com orixás até a invocação de demônios com o termo. Mesmo o sobrenome dela atrai especulações: a cantora se chama Mayra Corrêa, mas adotou o sobrenome Aygadoux do homem que adotou como pai; a “simplificação” da pronúncia leva ao termo “Gadú”. Ok, talvez as coisas com ela sejam mesmo simples. A gente é que complica.