Cool Covers: Blurred Lines

Peitos e bundas fazem parte do nosso cotidiano tão massivamente quanto trânsito em São Paulo, academias no Rio de Janeiro ou o mangue em Recife que acabam sendo banalizados. Eles passam, são empurrados e esfregados na nossa cara, mas a gente nem dá bola mais porque é uma coisa tão costumeira que nem nos chama mais a atenção.

Isso acaba tirando o nosso sendo crítico e, às vezes, não conseguimos enxergar logo de cara como uma imagem/vídeo pode ser ultrajante e sexista. Quando isso acontece, um exercício simples para “ligar” a nossa capacidade de julgamento é inverter os gêneros. Ao fazer essa troca de papéis das representações de gênero o homem assume a posição feminina tradicional e vice-versa.

Muitas vezes, é preciso fazer esse exercício mental (no caso, de imaginar homens com ~roupas provocantes~ e fazendo cara de desejo) pra se dar conta do absurdo a que somos expostos e pra ver como o que era pra ser sensual sem ser vulgar, na verdade, é ridículo e patético.

Uma música que se encaixa muito bem nesse contexto é o hit “Blurred Lines” de Robin Thicke. Quando você escuta o som pela primeira vez é muito fácil se viciar na batida pop chiclete com direito a um “hey hey hey” que você fica cantando o dia inteiro. Mas basta prestar atenção no videoclipe e na letra para constatar como a ela é perversa com a mulher, pois a retrata como sendo altamente sexual e submissa e o homem como dominante e agressivo. A música chegou até a ser banida por estudantes de Edimburgo por considerá-la um incentiva ao estupro por conter versos como: “I’ll give you something big enough to tear your ass in two”.

Para esse Cool Covers escolhi uma versão que faz justamente essa troca de papéis que citei anteriormente: o grupo Mod Carousel parodia a canção de Robin Thicke promovendo a inversão de gêneros. O resultado é incrível porque a gente está tão calejado de ver peitinhos por aí que um a mais ou um a menos não faz diferença, mas quando é um homem que se coloca nessa posição, aí a gente se dá conta de como a mulher é objetificada e do quão ridícula, absurda e misógina é essa situação.

NTR Convida #42 Alexander de Almeida

alexander-rei-camaroteBrasil: país do futebol, do samba e do Carnaval, da Amazônia e do Cristo Redentor, de Luciano Huck e de Eike Batista e, agora, de Alexander de Almeida, o Rei do Camarote.

Fomos atrás da celebridade mais badalada (trocadilho intencional) do Brasil esta semana, e conseguimos* que o dono da Ferrari e das melhores roupas das melhores marcas nos enviasse as 5 músicas que não podem faltar nos melhores camarotes e nas melhores baladas. É uma playlist de apenas 5 músicas, mas, segundo o Rei, poderia facilmente ir até o infinito.

 

1) Frank Ocean – Super Rich Kids
“Bem, eu nem sei direito quem é esse rapper. Me parece uma espécie de novo Jay Z ou Eminem. Anyway, sempre que o DJ solta “Super Rich Kids” nas baladinhas topíssimas de Hip Hop/Black não tem como não se identificar.”

2) Corona – Rhythm of The Night
“Clássico das minhas mais memoráveis Flash Nights. Adoro baladas flashbacks. Essa Corona tem um quê de Rihanna, não tem? Meus seguranças também adoram.”

3)  Zé Ricardo e Thiago – Sinal Disfarçado
“Olha, não é o meu forte, essa coisa de se vestir de Cowboy e até acho a letra meio pesada, mas é o que está em evidência não é mesmo? Dizem que eu tenho um gosto eclético demais, chega a ser estranho. Mas eu acho isso uma IN-VE-JA.”

4) Bonnie Tyler – Total Eclipse of the Heart
“Para os momentos a dois, não há nada melhor que as coletâneas Love Songs. Gosto muito dessa canção, agrega muito durante o meu amorzinho.”

5) SunStroke Project – Run Away (Epic Guy Sax Remix)
“Se eu fosse um instrumento, seria um Sax. Ou melhor, se tocasse algum instrumento eu seria como esse saxofonista. Poderia tocar de 5 minutos até o infinito: 1 hora, cinco ou dez.”

Mais Alexander de Almeida

agrega

Vídeo Original
Dura vida após a Fama
Verdade ou mito -Braincast


*Disclaimer: Lista e depoimentos fictícios, Alexander não criou uma lista para o NTR (ainda).

10 motivos para você não perder o show do Yeah Yeah Yeahs

*Texto escrito com colaboração da Thássya Macedo que também pira em YYY.

A grande atração da noite é o Red Hot Chilli Peppers, mas tem muita gente que está é mesmo com o coraçãozinho apertado ansiando pela segunda passagem do Yeah Yeah Yeahs no Brasil. O primeiro e único show da banda em terras tupiniquis foi em 2006, no falecido Tim Festival, pela turnê do “Show Your Bones”. Sete anos depois, o YYY é praticamente outra banda (compare aqui o setlist de 2006 com o show mais recente da banda, na Argentina) . Mas a Karen O continua a musa-indie-suprema-japa-lôki-descolex-explosiva que capricha no figurino cheio de macacões esquisitões e, pra mim, o YYY continua sendo tipo uma paixão adolescente que, como todo amor inconsequente, quase me seduziu e me fez deixar de prestar vestibular pra gastar a grana da inscrição com os ingressos do seu primeiro show por aqui. É por isso que listamos os 10 motivos pelos quais estamos ansiosos por esse show e porque, se eu fosse você, não o perderia por nada:

1) Karen O por si só já é um excelente motivo. Ela canta, escreve letras, elabora trilhas sonoras de filmes, faz performance e ainda desenha as estampas das camisetas da banda que estão no site oficial;

2) Aliás, todos os integrantes da banda tem projetos em paralelo nos quais são muito bem sucedidos, o que só comprova o talento de todos ali no palco;

3) Eles são uma das poucas bandas que fazem rock porque amam e acreditam no que fazem;

4) Tem músicas para todos os gostos – tem aquela que foi feita só pra vc curtir o momento e balançar o esqueleto, tem aquelas que vão te pensar naquela pessoa que partiu o seu coração  e tem as que te elevam para uma concepção nova da vida;

5) Você vai poder pular, gritar e se emocionar 74627423013923014738462423 vezes em menos de uma hora;

 

6) Eles não são banda de uma música só. Então, na hora do BIS, qualquer coisa que eles tocarem já vai ser dugrandecaraleo e não vai ter gente enchendo o saco pedindo pra tocar “essa ou aquela”;

7) Eles não usam playback e o figurino da Karen O é meio que baseado em Elvis e Michael Jackson;

8) Ver a Karen O fazer isto com o microfone:

9) Os fãs do YYY geralmente são fãs porque entendem de boa música e não por modinha besta, então a chance de você aumentar sua rede social com pessoas realmente interessantes enquanto estiver na fila é altíssima;

10) Se vc conhece a expressão “linda, loira e japonesa”, bom, vc vai ter uma no palco bem na sua frente.

Eliza Doolittle | In Your Hands

Eliza Doolittle| In Your Hands

Parlophone Records Limited / 11 de outubro de 2013 / Pop, Soul, R&B

Eliza Doolittle | In Your Hands

Faixas:

1. Waste of Time
2.Back Packing
3. Hush
4. Let It Rain
5. No Man Can
6. Walking On Water
7. In Your Hands
8. Checkmate
9. Team Player
10. Make Up Sex
11. Don’t Call It Love
12. Big When I Was Little 
13. Euston Road
14. Missing Kissing
15. One in Bed
16. Rubbish Cans

 

3,0/5

“Não diferente de seu disco de estreia, In Your Hands é calcado no Soul/Pop. Faixas com grande destaque para sopros e piano fazem o disco consistente, sem grandes altos e baixos. Pode-se notar uma clara evolução em relação às composições, aqui um pouco mais sérias. Nada como a carga de Amy Winehouse ou Adele, mas ainda sim soa natural e sem exageros.”

É pra quem gosta de:

Joss Stone – Lily Allen – Kate Nash

Tem que ouvir:

Waste of time – Checkmate – Big When Was Little

Pode pular:

Walking on water – Don’t Call It Love – Missing Kissing

NTR Convida #41 Gustavo da Mata (Índios Nativos Valvulados)

Às sextas-feiras o NTR traz a seção “Convida”, onde músicos convidados ditam o som para você começar o final de semana na pegada!

6833146880_9f2d1082f5_cA playlist da semana fica por conta do guitarrista Gustavo da Mata, da Índios Nativos Valvulados, banda que faz com maestria a mistura do samba, bossa nova, jazz e consegue até pincelar um pouco de punk na mescla.

Conheci a banda quando estava vendo as novas “curtidas” na fanpage do NTR, onde vi o perfil do Gustavo. Fiquei um dia inteiro repetindo as 4 músicas que compõem o primeiro EP da banda “Isso é tudo sobre ela”. A voz do vocalista Daniel Barreto parece que nunca cansa os ouvidos e as melodias são extremamente bem construídas. A única coisa ruim da banda é que eles não tem mais músicas pra gente ouvir.

Vamos à playlist do Gustavo. Aproveitem!

1) The Verve – Bitter Sweet Symphony

“Colossal! É essa sensação de grandiosidade que a Bitter Sweet Symphony me traz, sempre me vem uma ideia, um momento quando a ouço, uma ideia cinematográfica, soa como o som da “vitória” para mim, com certeza minhas conquistas estarão acompanhadas por essa sinfonia e tem um fato curioso que envolve o Rolling Stones, que a torna mais emblemática.”

2) Os Mutantes – El Justicero

“Difícil falar deles considerando sua importância, nessa música o que mais me impressionou na época, quando eu tinha uns 15 anos, foi a temática hispânica, ficava imaginando como foi o processo de criação e de onde havia surgido a idea, dai surgiu um aprofundamento no trabalho dos Mutantes. Com certeza uma banda atemporal.”

3) Vinícius de Moraes – Carta ao Tom 74

“Tenho uma admiração incondicional pelo Vinícius, e essa música em especial por ser uma carta ao Tom. Vejo todas as cenas, seguindo as estrofes da música, a boemia, os amores, Rio, copacanaba, e nela é falada a Rua Nascimento Silva 107 que quando eu fui ao Rio, pela primeira vez, passei por lá, da onde saiu uma década de canções e a Garota de Ipanema.”

4) Zaz – Je Veux

“Com certeza, é a melhor artista que vi nos últimos anos, tem uma pluralidade musical incrível e admirável, nos álbuns dela existe uma diversidade de estilo muito grande, algumas das músicas dela fico com a sensação de querer ter feito. A Zaz tem canções em francês, italiano, português, espanhol e talvez outra que eu não saiba.”

5) The Vines – Outtathaway

“Essa foi a banda que me fez querer ter banda, lembro bem da sensação de ouvir o primeiro álbum, era incrível mesmo, mas a banda foi perdendo a “mão” e vocalista se complicando na sua Síndrome de Asperger. Ainda hoje é presente na minha musicalidade influências do The Vines.”

 

Mais Índios Nativos Valvulados:

Site
Fanpage
SoundCloud
YouTube
Flickr

Thirty Seconds To Mars – City Of Angels

A banda Thirty Seconds To Mars tem um histórico de clipes e short films muito bem produzidos, e já provou algumas vezes que consegue emocionar com participação dos fãs, como em Do Or Die e Closer To The Edge.

Com a música “City Of Angels”, do seu último disco LOVE LUST FAITH + DREAMS, a banda homenageia a cidade de Los Angeles e traz um curta de 11 minutos, onde celebridades e desconhecidos dão depoimentos sobre LA, sobre fama e sobre suas vidas.

Algumas das pessoas que estão no vídeo:

KANYE WEST
SELENA GOMEZ
JAMES FRANCO
OLIVIA WILDE
STEVE NASH
JULIETTE LEWIS
SHAUN WHITE
LILY COLLINS
COREY FELDMAN
LINDSAY LOHAN

30stm-kanye-west30stm-lindsay-lohan20stm-james-franco30stm-superman30stm-olivia-wilde30stm-jared-leto130stm-jared-leto2

Best Coast: I Don’t Know How

O clipe novo do Best Coast tinha mesmo que ser filmado na ensolarada Califórnia, né?

A dupla formada por Bethany Cosentino e Bobb Bruno aparece feliz em uma pistona de skate em Sun Valley para promover a canção “I don’t know how”, do seu último lançamento – um “mini disco” ou “EP grande”, álbum com 7 músicas chamado “Fade Away”.

1231429_10151569254416277_1682732512_n

O vídeo foi dirigido por Patrick O’Dell e faz parte do projeto Noisey, parceria da Intel com a revista Vice que serve como plataforma de divulgação de artistas geralmente alternativos e novos.

Pessoalmente, acho que “Fade Away” tem músicas melhores do que essa e preferia ver um clipe para “This Lonely Morning”, por exemplo. “I don’t know how”, pra mim, é a mais fraca do disco. Mas tá valendo. A gente ama Best Coast e esse clima de férias de verão!

Cool covers: “Meu nome é EMINEM! 56!”

Ah, a internet… sempre nos surpreendendo, não é mesmo? Eis que nós do NTR ficamos chocados com um mash-up de discurso + beat de rap famoso e simplesmente precisávamos dividir essa pérola com vocês. É um cover acidental. Sem querer querendo. Do Eminem com… o Enéas!

Imagina isso! “Meu nome é EMINEM, 56”! Hahahahahahha!

Os caras misturaram um discurso político e agressivo que o saudoso Enéas fez em inglês com a base musical do hit “Lose Yourself”, lançado pelo Eminem em 2002 – e que é trilha sonora do filme “8 mile”, estrelado pelo próprio rapper.

Gostaram?

NTR Convida #40 Luiz Beleza

Às sextas-feiras o NTR traz a seção “Convida”, onde músicos convidados ditam o som para você começar o final de semana na pegada!

 

59764_3563873431823_162136129_nO responsável pela playlist de hoje é Luiz Beleza, que já passou por aqui há algum tempo. Natural da cidade de Santos, Beleza lançou recentemente o clipe de “Andarilho das estrelas”, faixa do disco “Chegou a Hora” (2011). A faixa é uma das baladas do disco que transita entre o pop, soul e samba-rock. Na playlist do Luiz podemos entender um pouco de onde vem toda essa mistura que resultou na qualidade de sua música. Curta a playlist e não deixe de ler a análise do disco.

 

Confira a seleção do Luiz playlist lá no topo do post. o/

1)  Ed Motta- Marta
“Essa música faz parte do último álbum do Ed Motta, o AOR. Sempre gostei muito das músicas do Ed, e essa canção traz os elementos de que mais gosto dele: Groove violento de bateria e de baixo(Robinho Tavares, que na minha opinião, é o melhor baixista do ramo), harmonia dos metais muito bem arquitetadas e com os elementos do jazz, incluindo um belíssimo solo de rhodes no meio da música. Recomendo.”

2) Paul McCartney- My Love
“Nunca tive um contato duradouro com os Beatles, mas as parcerias do meu ídolo Michael Jackson com o Paul McCartney me abriram os olhos para o legado deste artista. Quando eu escutei My Love pela primeira vez, fiquei impressionado com a capacidade de Paul de se declarar através de uma música com a melhor melodia possível para tal e percebi que ” menos é mais” analisando a simples e linda harmonia que ele compôs nessa canção. Simplismente um gênio.”

3) Michael Jackson- PYT (Pretty Young Thing) 
“Quando me perguntam qual o artista de que mais gosto, eu não hesito em falar Michael Jackson, o maior de todos. Essa música faz parte do disco ” Thriller”, que foi o mais vendido da história, além de ter uma qualidade musical imensurável. Disco este que trouxe o funk característico do disco anterior de MJ, o Off the Wall, mas com uma sonoridade bem moderna com a incrementação dos baixos sintetizados e minimoogs. Eu poderia escolher qualquer música deste disco para recomendar, mas sempre quando eu estou animado, ponho ela para tocar no carro. Demais!”
PS.: A música não está disponível no Youtube por direitos autorais. :/

4) Seu Jorge- Dois beijinhos
“Já deixei claro que gosto muito de música swuingada. E nessa música, o Seu Jorge conseguiu unir fundir o funk com o samba. Essa música está no disco ” Música para Churrasco vol 1″, onde o seu jorge faz crônicas de personagens do cotidiano de qualquer bairro. Tanto que têm as músicas ” A Doida”, ” Meu parceiro”, ” Amiga da minha mulher”, entre outras. Dá para curtir essa música tanto numa balada black quanto sambando a dois com a parceira. Só não dá para ficar parado.

5) Raul Midón- State of Mind
“Encontrei sem querer o video do Raul Midón pela internet. E fiquei me perguntando? Por que eu não o encontrei antes? Musicalidade impressionante, técnica vocal incrível, ótimo timbre, modo ímpar de tocar violão e o cara ainda faz um trompete com a boca de modo a deixar dúvida se é ele mesmo ou se háum trompetista por trás. Uma das maiores revelações para mim. Muito bom”.

 

Mais sobre Luiz Beleza
luiz-beleza-capa


Site
Perfil Facebook
Videoclipe “Andarilho das estrelas”
Análise do disco “Chegou a Hora”