Cool Covers: Blurred Lines

Peitos e bundas fazem parte do nosso cotidiano tão massivamente quanto trânsito em São Paulo, academias no Rio de Janeiro ou o mangue em Recife que acabam sendo banalizados. Eles passam, são empurrados e esfregados na nossa cara, mas a gente nem dá bola mais porque é uma coisa tão costumeira que nem nos chama mais a atenção.

Isso acaba tirando o nosso sendo crítico e, às vezes, não conseguimos enxergar logo de cara como uma imagem/vídeo pode ser ultrajante e sexista. Quando isso acontece, um exercício simples para “ligar” a nossa capacidade de julgamento é inverter os gêneros. Ao fazer essa troca de papéis das representações de gênero o homem assume a posição feminina tradicional e vice-versa.

Muitas vezes, é preciso fazer esse exercício mental (no caso, de imaginar homens com ~roupas provocantes~ e fazendo cara de desejo) pra se dar conta do absurdo a que somos expostos e pra ver como o que era pra ser sensual sem ser vulgar, na verdade, é ridículo e patético.

Uma música que se encaixa muito bem nesse contexto é o hit “Blurred Lines” de Robin Thicke. Quando você escuta o som pela primeira vez é muito fácil se viciar na batida pop chiclete com direito a um “hey hey hey” que você fica cantando o dia inteiro. Mas basta prestar atenção no videoclipe e na letra para constatar como a ela é perversa com a mulher, pois a retrata como sendo altamente sexual e submissa e o homem como dominante e agressivo. A música chegou até a ser banida por estudantes de Edimburgo por considerá-la um incentiva ao estupro por conter versos como: “I’ll give you something big enough to tear your ass in two”.

Para esse Cool Covers escolhi uma versão que faz justamente essa troca de papéis que citei anteriormente: o grupo Mod Carousel parodia a canção de Robin Thicke promovendo a inversão de gêneros. O resultado é incrível porque a gente está tão calejado de ver peitinhos por aí que um a mais ou um a menos não faz diferença, mas quando é um homem que se coloca nessa posição, aí a gente se dá conta de como a mulher é objetificada e do quão ridícula, absurda e misógina é essa situação.

O polêmico rebolado da Miley Cyrus virou joguinho

O “twerking”, rebolado sensual e descarado que deriva das danças jamaicanas originais das festas de Dancehall (que é tipo o funk carioca deles), virou uma febre nos EUA e gerou polêmica ao ser feito pela Miley Cyrus, que tenta desesperadamente parecer sexy e se livrar da imagem de “menininha Hannah Montana da Disney”. Começou com esse clipe dela:

Aí, como todo mundo já tá careca de saber, a Miley fez o twerking e muitas outras coisas bizarras em sua apresentação no último VMA, prêmio anual da MTV americana, e deu o que falar. Tanto que virou até um jogo!

Isso mesmo, você não leu errado. Uns malucos de Amsterdã inventaram um joguinho em que o objetivo é fazer a Miley Cyrus rebolar o máximo possível em frente ao cantor Robin Thicke. Quanto mais rebolado, mais a plateia pira e mais pontos você ganha. No final, o objetivo é chocar as celebridades da plateia (tem a família do Will Smith e até o presidente Barak Obama!).

miley twerk

“Miley Cyrus: The Game” está disponível em 38 países e já teve mais de 500 mil acessos! Pra jogar é só controlar o rebolado fazendo círculos com o mouse ou o touchpad. Clique aqui para abrir o jogo.