Trouble, trouble, trouble

No momento em que escrevo esse artigo, a cantora Taylor Swift se encontra em um relacionamento amoroso. Isso não é novidade. O diferente, agora, é o outrém: o cantor inglês Tom Odell, 22 anos, que ainda não fez a carreira deslanchar – tem apenas um EP chamado “Songs From Another Love” (2012) e prepara o lançamento de um álbum para abril. Essa é a figura menos famosa com quem a cantora de 23 anos se enroscou nos últimos anos. Com os mais conhecidos, a história não terminou bem e virou música.

Taylor Swift é problema, e todos nós sabemos por antecipação: invariavelmente, ela transforma suas crises sentimentais em música. É a fórmula musical dela, a origem de boa parte de seus maiores sucessos. “Para mim, estou apenas escrevendo músicas do jeito que eu sempre fiz. Sou eu sentada na minha cama sofrendo com algo que eu não entendo, escrevendo uma música e desvendando”, contou à revista Elle. “É algo que me faz sentir melhor”, complementou.

Trata-se de uma terapia um tanto quanto egoísta, já que, apesar de não confirmar quais canções foram feitas para quais pessoas, ela admite que são inspiradas em seus ex-namorados. A exposição pública de tudo isso facilita a curiosidade de saber: sobre quem ela canta determinado verso? “I knew you were trouble” (Red, 2012), por exemplo, poderia ser sobre ela própria, mas fala sobre seu último ex, Harry Styles, um dos integrantes da boy band One Direction.

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Os tabloides britânicos vibraram com a história: a cantora americana se apaixona perdidamente por um jovem prodígio cinco anos mais novo (Harry tem 18 anos), leva um fora após breve relacionamento e viaja até a Inglaterra só para tentar reatar, mas recebe um grande “não” como resposta. Então ela volta para casa e grava: “I knew you were trouble when you walked in, so shame on me now” (eu soube que você era problema quando você apareceu, que vergonha de mim).

Dá até para achar que ela é uma coitada. Mas aí vem a lista: desde 2009, outros cinco ex-namorados, sempre famosos, foram homenageados com música. O cantor John Mayer ganhou a menção mais direta, na canção “Dear John” (Speak Now, 2010). “I lived in your chess game, but you changed the rules every day” (eu vivi no seu jogo de xadrez, mas você trocou as regras todos os dias), canta Taylor. O refrão é mais pesado: “don’t you think I was too young to be messed with?” (você não acha que eu era muito jovem para ser ‘bagunçada’ por você?). Em 2009, Taylor tinha 20 anos; John, 32.

Para o ator Taylor Lautner, a americana escreveu “Back to December” (Speak Now, 2010), uma espécie de pedido de desculpas. Para o também ator Jake Gyllenhaal, a música criada tem um tom mais maduro, quase de deboche: “We are never getting back together” (Red, 2012). Joe Jonas, um dos Jonas Brothers, ficou com as reclamações e broncas de “Forever & Always” (Fearless, 2008). Por fim, há Conor Kennedy (da família do ex-presidente John Kennedy), com “Begin Again” (Red, 2012).

Dá pra achar que a Taylor Swift é emocionalmente equilibrada?

paulataylor_montagemPelo menos a fórmula está dando certo: ora rende músicas mais agitadas, que vão tocar na rádio e fazer sucesso; ora surgem canções mais melosas, a grande base do repertório da “Paula Fernandes americana“. Não é à tôa que elas gravaram juntas a música “Long Live”. Ambas têm fama de sertaneja (country), mas na verdade fazem música romântica da mais melosa. Os fãs da brasileira adoram a comparação; os da Taylor, odeiam. Pelo menos a versão tupiniquim é menos dramática.

NTR Convida #18 Nata de Lima Santos (Manger Cadavre?)

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério) o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

Hoje quem nos recebe é a Nata de Lima Santos, vocalista da Manger Cadavre? e minha amiga pessoal. Conheci a Nata na faculdade e logo de cara nossos santos bateram. Admiro muito essa moça de São José dos Campos, muito mesmo. Tem ideais fortes, tem coragem em ser verdadeiramente ela, várias tattos bacanas e um lado inconformado com o sistema – como eu, que aflorava nas aulas de Sociologia.

manger-cadavreEla entrou no meio musical independente em 2005, quando começou a organizar shows com um amigo (que é o baterista do Manger Cadavre?). “Sempre tive vontade de ter banda, mas sempre fui um fracasso para instrumentos musicais. Então no final de 2011 meus amigos me convidaram para tentar fazer um vocal para a banda que estavam montando… até então nunca tinha berrado na vida, mas aos poucos fui desenvolvendo um vocal gutural”, diz.

Ano passado, ela e os caras da Manger Cadavre? fizeram uma mini-tour pelo estado de São Paulo com a banda holandesa Stoma e a nacional Le Mars.


As músicas escolhidas pelo Alan estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência. 

A playlist:

1) Napalm Death – When All is Said and Done
“Gosto muito do misto de grindcore e death metal que o Napalm apresenta, mas o que me chama a atenção mesmo é o teor político das músicas. A forma como o Barney canta, para mim é referência tanto em relação a potência, quanto a métrica. Essa música, em específico, tem um clima pesado e o clipe é um dos meus favoritos.”

2) Catharsis – Deserts Without Mirages
“O Catharsis é uma banda de hardcore ativista mesmo! Tanto que os integrantes já foram presos diversas vezes, sendo o vocalista Brian D, preso na maior Occupy nos EUA. O que me chama a atenção na banda e é influência direta tanto nas letras que eu escrevo, como no meu modo de enxergar as coisas, é o niilismo quase que mórbido, mas que ao mesmo tempo te convida para pensar na forma em que você utiliza da própria existência. Deserts Without Mirages é uma fuga do padrão das melodias. É uma espécie de reggaezinho macabro! Indicadíssimo para dias de reflexão!”

3) Atari Teenage Riot – Revolution Action
“O Atari é uma banda alemã de hardcore techno formada em 1992. É muito difícil escolher uma música apenas do Atari. Todas te dão ânimo para sair para as ruas e atirar molotovs! (rs)… mas indico a clássica Revolution Action, que é meio que um hino para revoltas! Aliás, tem um vídeo no youtube muito interessante, em que eles se apresentavam em meio a uma manifestação no dia do trabalhador em Berlin, e literalmente fizeram a massa ferver contra policiais que estavam agredindo a manifestantes!”

4) Confronto – Santuário das Almas
“Adentrando às bandas nacionais (que são muitas as de ótima qualidade), destaco a carioca Confronto, que possui um metalcore engajado, tratando, em suas letras, de temas relacionados ao dia-a-dia dos excluídos pelo capital. A princípio foi a minha maior inspiração para vocal. É uma daquelas bandas que quando você vê um show, parece que voltou para a adolescência e quando se dá conta, está no meio de um mosh pit!”

5) Desalmado – Todos Vão Morrer
“Conheci a banda há cerca de 1 ano e meio, e digo com toda a propriedade que o Desalmado é um dos 5 maiores nomes dentre o grindcore brasileiro. As letras são extremamente inteligentes, em um contexto político sem utopias. É apenas realidade jogada na nossa cara, ai cabe nos cabe escolher se ignoraremos a informação ou refletiremos. Indico a banda sem querer puxar a sardinha para o meu lado (já que acabei caindo de amores pelo vocalista), pois antes mesmo de conversar com qualquer integrante da banda, já falava muito bem dos caras!”

Quer mais Nata o Manger Cadavre? Confira os links abaixo

mangr-cadavre

 

Twitter da Manger Cadavre?
Fanpage da Manger Cadavre?
Trama Virtual da Manger Cadavre?

 

 

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Os momentos mais tensos de João Gordo

João Gordo é o vocalista do Ratos de Porão, banda “desde 1981 traindo o pseudo-movimento de alguns idiotas”, como ela mesma se define. Por quase 20 anos, Gordo viveu o auge de porra-louquice na trinca sexo-drogas-rock ‘n roll, exageros que lhe renderam, em 2000, um derrame pleural e 22 dias internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). João Gordo teve momentos tensos. Alguns deles são dignos de notas. O Não Toco Raul lista abaixo.

Os abusos de João Gordo – e dos membros e ex-membros do Ratos de Porão, no geral – são parte importante da história da banda, com diferentes consequências. Por isso, ao contrário de outros artistas, eles na maioria das vezes não escondem o que ocorreu. Boa parte está no documentário Guidable – A verdadeira história do Ratos de Porão, de Fernando Rick e Marcelo Appezato, lançado em 2010. Gordo aparece em filmagens caseiras fumando maconha e na presença de quilos – literalmente – de cocaína.

Apesar de toda a loucura, Gordo aparenta conservar uma memória incrível, relembrando datas e episódios engraçados não necessariamente relacionados a atos ilícitos com grande precisão. Como banda de grande reputação no cenário underground brasileiro, carreira sólida na Europa e totalmente fora do mainstream, o Ratos de Porão tem muita história para contar. João Gordo, o mais desregrado e intenso, ainda mais.

Produção de Crack

Rock, drogas e sexo. Nessa ordem, primeiro porque, nas palavras de João Gordo, “o movimento punk me entortou a vida de um jeito…”. Foi gravando o primeiro álbum do Ratos de Porão, Crucificados pelo Sistema (1984), que ele cheirou cocaína pela primeira vez, e a partir daí a loucura só aumentou. O sexo quase não aparece na biografia da banda.

Maconha, extasy, cocaína, heroína, speedy, LSD, Gordo experimentou de tudo, até crack. Em 1990, durante uma turnê europeia, aprendeu com uma amiga italiana a fazer a pedra. De volta ao Brasil, a banda entrou em hiato porque Boka, que havia acabado de substituir o ex-baterista Spaghetti, machucou o pé andando de skate. Antes do crack se popularizar no País, os membros do Ratos de Porão já tinham o know-how da produção: faziam a pedra e fumavam. O período viciou alguns membros da banda e causou a expulsão do baixista Jabá. TENSO!

Caganeira

print gordo cagaoClique para ampliar

João Gordo já cagou na calça durante um show. Sem grandes especificações, contou o feito no Twitter e quase se comparou a GG Allin. Este sim era um fenômeno dos momentos de tensão. Tocou em mais de uma dezena de bandas e tem significativo trabalho solo, principalmente no punk rock, mas ficou conhecido por não ter limites em suas atitudes altamente impressionáveis. Já fez coisas como se cortar com cacos de vidro, inserir o microfone no ânus, defecar no palco, passar os excrementos no rosto e atirá-los na plateia, entre outras coisas. Imbatível.

João Gordo tem mais de uma história com caganeira. Certa vez durante as gravações da programação de verão da MTV sentiu uma forte dor de barriga na praia. Correu para um banheiro público, mas notou que a porta não tinha tranca. Mais do que isso: o espaço era grande demais para sentar no vaso e segurar a porta fechada. Para não ser pego de calças arriadas, preferiu segurar a porta e cagar no chão. Gordo se limpou com as mãos e saiu correndo para se lavar no mar. Antes, ainda teve que desviar de Falcão, o “Rei do Brega”. A história foi contada em um dos especiais de bastidores da própria MTV. TENSO!!

Balada com Kurt Cobain (pré-requisito: ver o vídeo neste link)


No especial “Contos do Rock” do canal Multishow, Gordo conta a história de uma forma que leva a crer que é o responsável pelo show do Nirvana no Hollywood Rock de 1993 ter sido um dos piores da banda. Ele manifestou essa opinião mais de uma vez antes. Para os céticos: as versões de Gordo em diferentes entrevistas não contrasta, e há testemunhas que comprovam toda a história nos mais diversos documentários e reportagens feitos sobre o Nirvana na última década.

Há ainda outras histórias que não estão descritas no vídeo acima. Depois do show, por exemplo, Gordo entrou no carro com Kurt, Courtney Love, Flea (baixista do Red Hot Chilli Peppers) e outros e os levou à Der Temple, balada na Rua Augusta. No caminho, Courtney Love pediu para parar o carro para ver um dos travestis da região. Maravilhada, deu 300 dólares ao transexual. João Gordo foi para a balada com um dos mais auto-destrutivos rockstars do século. TENSO!!!

Fome e frio na Europa

O Ratos de Porão tem carreira sólida na Europa, chegando ao ponto de gravar versões de alguns álbuns em inglês. Em uma das turnês internacionais, tiveram uma ideia descrita ironicamente como “brilhante”: viajar de trem. As viagens eram sempre com orçamento reduzido, e a estadia passava por squats – prédios e galpões ocupados por movimentos políticos/sociais. Em um deles, na Itália, Gordo chegou a ser expulso do quarto porque roncava alto demais. Foi viajando de trem que ele passou frio e fome.

Em uma viagem da Itália para a Holanda, onde fariam um show, a banda foi parada na França. O país fazia parte do itinerário do trem, mas os brasileiros não tinham visto para passar por território francês. Foram obrigados a descer e, enquanto tentavam explicar a situação, o trem simplesmente foi embora. Para a sorte deles, uma amiga que estava na viagem e tinha passaporte italiano cuidou de todas as malas e instrumentos. A salvação veio com o baixista Jabá, que tinha dinheiro guardado. Compraram as passagens e com o resto comeram pão. Sem bagagem, pegaram mais 18 horas de viagem até Amsterdã. TENSO!!!

Derrame Pleural

“Em 2000 eu estava doidão”, conta Gordo no documentário “Guidable”. O vocalista usava heroína, fumava quase três maços de cigarro por dia, passou um mês “cagando sangue”, sofria com uma apinéia e, para completar, estava com uma costela quebrada. O osso furou uma membrana que envolve o pulmão chamada pleura enquanto João Gordo estava na van da banda, saindo da MTV para ir para casa. Seu pulmão se encheu de sangue e água, e ele precisou ser internado às pressas. Chegou à UTI com 210 kg e saiu, 25 dias depois, com cerca de 180 kg.

Esse não seria o último episódio em que Gordo colocaria sua vida em risco. Mesmo recuperado, voltou a fumar e a usar drogas. Em dezembro do mesmo ano, por exemplo, voltou à UTI com overdose de speedyball, uma mistura de cocaína e heroína. Gordo usa esses episódios como extremos do estilo de vida que já não leva mais. Fez cirurgia de redução de estômago e parou de comer carne. Agora define cigarro como “pirulito de câncer”. O relatório médico da primeira internação aparece no final da música “Obesidade Mórbida Constitucional“, do álbum Guerra Civil Canibal (2000). O primeiro verso dela é: “Atentado contra a vida/Suicídio, punição”. TENSO!!!!!

NTR Convida #17 Alan Coelho (The900)

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério) o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

the900-Conheci o The900 recentemente através do QCLV. Quando assisti ao – então recém lançado – clipe de “Hoje tudo está bem”, corri pra chamar o Pepê (editor no QCLV), que me apresentou ao guitarrista Alan Coelho, dono da playlist de hoje.

A banda de Americana formada em 2005 é composta por Laio Carvalho (Vocal/Guittarra), Alan Coelho (Guittarra), Kleber Bovo (Baixo/back-vocals) e Nara Maciel (Bateria). Eles fazem um rock cru e dançante, com berros “na medida” de Laio. Não é a toa que abriram recentemente o show do Marky Ramone (ex-baterista do Ramones) junto com Michael Graves, ex-integrante do Misfits em Americana. Você pode conferir as músicas do último trabalho do The900, o EP “Queimando Vivo”, no site oficial da banda.


As músicas escolhidas pelo Alan estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência. 

A playlist:

1) Green day – Basket case
“Uma das primeiras bandas de rock que eu ouvi e a primeira música que aprendi a tocar na guitarra.”

2) The Rolling stones – Tumbling Dice
“O riff da intro é de arrepiar, uma das minhas bandas favoritas!”

3) Blink 182 – Obvious
“Apesar de não ser considerado por muitos, pra mim é o melhor CD do Blink e essa música representa isso muito bem!”

4) Kings of Leon – California Waiting
“Toda vez que saio de viagem ligo esse som, é ótimo som pra pegar a estrada!”

5) Them Crooked Vultures – Elephants
“Josh Homme, John Paul Jones e Dave Grohl. Não precisa falar mais nada, né?? Um dos projetos mais Rock n’ Roll dos últimos tempos.”
 

Mais sobre Alan Coelho e The900:

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Canal da The900
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Site The900

 

 

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Fechando a conta: 2012

 
Dois mil e treze está no comecinho e acabamos de passar o carnaval, o Réveillon do calendário “Jeitinho Brasileiro”, mas já temos grandes promessas de álbuns novos e shows sensacionais por aqui neste ano. Mesmo assim, não podemos deixar de celebrar e relembrar as realizações do ano passado antes de fazermos nossas apostas para 2013.

Não sabemos vocês, mas nós, do Não Toco Raul, gostamos de lembrar das boas descobertas sonoras de anos que passam, as bandas que conhecemos do zero ou conhecemos melhor. Com 6 pessoas no plantel fixo do blog, passamos este começo de ano contabilizando e escolhemos, cada um, as duas bandas ou artistas preferidos de 2012 para montar uma calendário do que você deve(ria) ter ouvido no ano que passou.

Servirá também como uma boa base para começar o ano trocando os sons do iPod. Afinal, já está na hora de tirar o Coldplay e a Katy Perry daí, não? Vamos à lista:


Rival Sons por: Tadeu


Foi com este vídeo que conheci a banda e foi a banda que mais me “explodiu a cabeça” no ano passado. Há anos eu não ficava empolgado com uma banda assim de primeira, a última vez foi quando ouvi Highway To Heaven pela primeira vez e fui tirar a intro no violão. Se eu nunca enjoo, meus vizinhos com certeza não aguentam mais ouvir (ou não!).

The Avett Brothers por: Tadeu


“É como se jovens Beatles, nascidos na Carolina do Norte, formassem uma banda de Folk Rock inspirados pela genialidade de Bob Dylan e com a energia dos Ramones”. Esta foi a descrição que usei em meu mini-review do cd The Carpenter, não sei se preciso dizer mais. Vontade de comprar um banjo pra enfeitar a casa.


Eliza Dolittle por: Eder


Voz suave. Todos se lembram de Lily Allen na primeira vez que escutam. Sua banda se apresenta sempre com instrumentos acústicos e uma estética – o famoso moderninho/retrô – bem definida. A britânica gosta de fazer vários covers, o que é ótimo para nós!

The Black Keys por: Eder


A história do Black Keys é realmente muito curiosa: uma banda que sempre teve ótimos discos mas que só estourou para o grande público após 10 anos e 7 álbuns. Eles não parecem ligar muito para isso e ainda se consideram “indie”. Tanto faz, contanto que suas guitarras continuem soando como guitarras.


Alabama Shakes por: Bárbara


A primeira vez que eu vi os Alabama Shakes foi no finzinho de 2011. Um amigo postou um vídeo toscão deles no Facebook. Era uma coisa muito caseira, sem produção nenhuma, os caras tocando em um estúdio simples. A banda era desconhecida, uns zé-ninguéns caipiras do sul dos EUA. Mas aquilo me chamou muito a atenção. Porque era uma jovem mulher tocando uma guitarra SG vinho igualzinha a do Angus Young, do AC/DC. Porque ela não estava dentro de nenhum padrão estético e/ou musical das cantoras atuais. E porque, MEU DEUS, como ela cantava bem.

Em 2012, a banda cresceu e apareceu. Tocou em todos os grandes festivais, foi capa de todas as revistas de música do mundo, lançou um CD. Chegaram aonde mereciam, com tanto potencial e talento. E agora a musa do blues e do rock, Brittany Howard, assume seu posto de direito e, para nossa alegria, poderá ser vista e ouvida no Brasil em março, como um dos destaques do Lollapalooza.

Cícero por: Bárbara


Lá pro meio de 2012, li e ouvi centenas de vezes pessoas falando sobre o carioca Cícero antes de escutá-lo propriamente. Demorei um tempão para me interessar, para querer saber, afinal, como era a música desse cara, o “hype da nova MPB”. Acho que, de tanto ver esses rótulos chatos e pretensiosos sobre ele, acabei criando um certo preconceito (ou só preguiça, mesmo). Mas, meses depois, quando finalmente ouvi de cabo a rabo seu álbum de estreia – Canções de Apartamento – , me apaixonei. Perdidamente! É um dos discos mais bonitos e tocantes que conheço. Letras incríveis, autenticidade, melodias lindas, música de arrepiar.


Keane por: Aline


Eu era uma pessoa que conhecia “Keane” por conta do refrão (é, nem a música inteira eu sabia) de Somewhere Only We Know e vivia bem com isso, até que um dia fui a um show deles. Foi aí que me rendi, afinal, ninguém melhor do que o próprio Tom Chaplin para me apresentar a banda e me fazer refletir coisas do tipo “viu só quanto tempo você perdeu sem ouvir o nosso som decentemente?”. Eu, que geralmente tenho um gosto cor de rosa para música, virei fã de verdade da banda.

Desde o show, em agosto, eles vêm sendo minha companhia quando dirijo sozinha cantando bem alto “You Are Young”, “Silenced By The Night” (no vídeo) e “Everybody’s Changing”, minhas favoritas. Ah, e hoje eu sei cantar “Somewhere Only We Know”, inteirinha.

Elenco de "O Despertar da Primavera" por: Aline


Naturalmente absorvo muito mais rápido as novidades do cinema e do teatro e foi pensando em não deixar de lado minha paixão número #1 das artes, o teatro, nem a estrela do nosso blog, a música, que escolhi o musical “O Despertar da Primavera”. Foi a melhor peça, de longe, que já vi. O melhor musical também. Além de uma produção impecável e um elenco que eu adoro e sou groupie no teatro, os temas são persistentes em nossa sociedade de hoje, mesmo escrita em uma Alemanha restritiva em 1891: aborto, estupro, suicídio, homossexualismo, primeira vez, preconceito.

Sem agudos e coreografias à la Noviça Rebelde, o musical, que vi em 2009, vive no meu coração. Ouvi a peça em MP3 várias vezes em 2012 e um dos meus números favoritos é esse. Uma pena não estar mais em cartaz no Brasil – quando der, dou um pulinho na Broadway para rever! 😉


Marilyn Manson por: Laís


Marilyn Manson é um artista que dispensa apresentações. É também uma das figuras da música mais cercada de mitos (como aqueles que dizem que ele tirou uma das costela para melhor se satisfazer, ou que era ele o Paul da série Anos Incríveis). Apesar de sempre lembrar dele como aquele cara meio andrógeno que fez um cover legal de Sweet Dreams, foi só esse ano que resolvi ouvir um pouco mais do som do rasgador de Bíblias. E posso dizer que viciei (meu last.fm me condena). O Mr. Manson consegue fazer sons com um clima muito legal e característico: consegue combinar uma atmosfera dark, sombria, agressiva e sexy (sim, eu acho sons como esse aí ou o cover de Tainted Love super sexies!).

Imenda May por: Laís


Um vício chamado Imelda May. Essa foi a minha melhor descoberta de 2012: uma pin-up atrevida com pegada rockabilly, perfume vintage e voz rasgada acompanhada de um baixo acústico animal. Uma das minhas músicas favoritas dela é Psycho <3 Me apaixonei pela bela voz, afinadinha, com um quezinho rouco gritado da diva Karen O, e pelo baixo acústico sempre presente que dá um toque todo rockabilly pro som dela. A cantora irlandesa já tem 3 discos de estúdio, sendo o seu último Mayhem, de 2010, cuja canção homônima tem um solo de guitarra fantástico.


Jay Vaquer por: Danilo


Em 2012, especificamente, Jay Vaquer não mostrou ao mundo nada de novo em seu trabalho, mas posso considerar uma das grandes descobertas que fiz. Umbigobunker, álbum de 2011, é um excelente registro do poprock classudo que tem feito desde 2000.

Walk off the Earth por: Danilo


Muita gente ouve música exclusivamente pela internet hoje em dia, boa parte via YouTube. Entre as ofertas mais divertidas, interessantes e bem feitas está o Walk off the Earth. Com loopings e muita criatividade, fizeram covers incríveis. As músicas próprias também são bem legais, na verdade.


O resto é com vocês, minha gente. O Google ta aí pra isso! Feliz 2013.

 
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NTR Convida #16 Rafael Rocha (Wannabe Jalva)

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério) o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

 
wannabe-jalvaO convidado de hoje é o Rafael Rocha, que se divide – assim como os outros membros da banda – entre o baixo, a guitarra e os vocais da Wannabe Jalva.

Com musicas que “tanto podem lembrar o indie contemporâneo quanto o funk ou o post-hardcore”, eles tocam no Lollapalooza, dia 31/03 (domingo), que tem como headliner o Pearl Jam. A banda já tinha feito a abertura do último show do PJ aqui no Brasil, arrancando elogios de Eddie Vedder.

Deixando os rótulos de lado, ouvi pela primeira vez a Wannabe Jalva através do canal Oi Novo Som. Na época fiquei impressionado por ouvir diversas vezes guitarras limpas e levadas funkeadas, uma raridade nas bandas de rock brazucas. Se você, como muitos, não é muito de carnaval e vai passar longe de marchinha, samba-enredo e axé, baixe o disco Welcome to Jalva, disponível for free no site oficial, e faça a sua festa.


As músicas escolhidas pelo Rafa estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência. 

A playlist:

1) Bill Whiters – Harlem
“Um dos melhores do soul 70’s, tem uma pegada muito característica e um som que se diferenciou bastante de outros da sua época. Gosto muito como ele utiliza o violão nas composições, sem falar na voz de Bill que é algo inacreditável.”

2) Jack White – Freedom at 21
“O que dizer de Jack White? Ele simplesmente é o artista de rock mais interessante que surgiu na década passada. Seu disco solo veio para coroar essa grande quantidades de trabalhos que ele fez, todos com muita qualidade.”

3) Dr. John – Revolution
“Dr. John é um desses “puta velha” do rock/blues americano, tendo uma historia muito bacana desde os anos 60. Porém, em seu útlimo trabalho, que teve a produção de Dan Auerbach (nada mais nada menos que o guitarrista e vocalista do Black Keys) ele veio com peso. Uniu toda essa atual estética blueseira vintage, que bandas como o próprio black keys bebem direto na fonte, e fez um dos melhores discos de 2012. Se nunca escutou vale o play.”

4) Gorillaz – Feel Good Inc.
“Eu considero Damon Albarn um dos maiores gênios que nós conhecemos nessa tal de “música contemporânea”. A habilidade que ele tem de produzir e compor canções incríveis e orginais me fascina. Nesse som do Gorillaz ele une groove com rap, soul e muita originalidade.”

5) The Doors – Love Me Two Times
“Os Doors foram a primeira banda que eu realmente fui fã na vida. Desde então eles nunca sairam de rotação no meu som. Escolhi um clássico, que representa a banda de forma geral, mas para quem não é muito familiarizado, vale muito a pena ir atrás da carreira completa dos caras.”

 

Mais sobre Rafael Rocha e Wannabe Jalva:

Wannabe Jalva

Twitter do Rafa
Twitter da Wannabe Jalva
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Site oficial da Wannabe Jalva (Faça o download do disco)

 

 

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Cool Cover: Rosemary That I Used To Know

Ninguém mais aguenta covers de Somebody That I Used To Know, eu sei, mas permita-me.

A banda Scalene deu um jeito no nosso enjoo da música do Gotye e mandou muito bem, aprontando um mashup finíssimo com “Rosemary”, do Foo Fighters.

CapaCD-scalene
A Scalene tem músicas próprias e um CD independente lançado, o Cromático (que você pode baixar aqui, se quiser), palmas para a capa do disco. A banda se define como “um duelo amigável entre o Rock pesado e a música Pop” e define bem, é um som bem feito que merece ser ouvido.

Este post foi uma descarada e sem vergonha chupinhada da nossa parceira Ana Unplugged. Olha lá o blog, que é muito legal. Claro, senão ela não seria nossa amiga.

Ana’s Song (Open Fire), a origem

Daniel Johns é um dos meus vocalistas preferidos. Ouço Silverchair desde que comprei o cd Neon Ballroom, no começo dos anos 2000, porque – e aposto que não estou sozinho nessa – a música Miss You Love era tema de um casalzinho qualquer em Malhação (tinha 15 anos, ok?).

De qualquer forma, Silverchair é uma das minhas bandas favoritas de todos os tempos. Não sei se muita gente ainda acha que Ana’s Song (Open Fire) é uma canção de amor, muito pelo contrário, mas sempre achei essa história trágica interessante e resolvi compartilhar.

Em 1999, quando o Neon Ballroom foi lançado, Johns sofria de depressão e anorexia nervosa. Ana é o nome “carinhoso” da anorexia, pelo qual os que sofrem da doença a chamam, e foi ela quem levou Johns a pensar diversas vezes no suicídio. Durante seus meses mais críticos, Daniel Johns chegou a pesar 50kg. E pensar que poderíamos ter ficado sem ouvir o Diorama (um dos discos que mais ouvi na vida), de 2002, e o Young Modern (outra obra prima), de 2007, porque Daniel Johns quase se matou.

Melhor versão ao vivo desta música. Está no DVD “Across The Great Divide”, de 2007.
Entrevistado em 2004 pelo apresentador de TV Andrew Denton, Johns disse como se sentia quando sofria com a doença e durante a gravação do Neon Ballroom. Eu traduzi algumas das declarações:

“Eu pude de alguma forma me convencer de que as maçãs continham lâminas de barbear e não ia a restaurantes, porque eu pensava que todo chef do mundo queria me envenenar.”

“A comida era o inimigo. Eu simplesmente odiava olhar para ela, o cheiro dela. Se alguém falasse sobre isso, eu saía da sala.”

“Eu escrevi Neon Ballroom em um tempo em que eu odiava música, realmente tudo sobre ela, eu odiava. Mas eu não conseguia parar de fazer e me sentia como um escravo dela.”

“Eu acho que me assustei definitivamente na segunda ou terceira vez que um médico me disse que eu estava morrendo.”

“Houve três ou quatro anos da minha vida em que eu me odiava e teria muito felizmente acabado com ela [vida]. Mas eu não sou mais assim… tenho essa vida incrível, esposa incrível…” (Johns era casado com a cantora Natalie Imbruglia na época)

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Ainda bem que tivemos um final feliz.

 

NTR Convida #15 Jajá Cardoso (Vivendo do Ócio)

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério) o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

Hoje nosso convidado é o super simpático soteropolitano Jajá Cardoso, vocalista, guitarrista e compositor da banda Vivendo do Ócio.

jajaO grupo é formado por ele mais os irmãos Luca Bori (vocal e baixo) e Davide Bori (guitarra) e Dieguito Reis (bateria). Eles juntam boas letras em português a um som que lembra a primeira fase dos Strokes e dos Arctic Monkeys. Começaram em 2006 e, desde então, ganharam um concurso do Guaraná Antarctica, o prêmio Video Music Brasil (VMB), da MTV; lançaram dois discos, entraram para a gravadora Deck, tocaram com o Lou Reed na Itália, têm clipes incríveis e muito engraçados e fazem um show de lavar a alma, super intenso. Em março, tocam no festival Lollapalooza Brasil. Uma banda de respeito. E de muito Rock’n’Roll, baby!

Uma curiosidade: pouca gente sabe, mas o Jajá também é um grande desenhista e já ilustrou muitos trabalhos da própria banda. Dá uma olhada no portifólio dele. E, pra fechar com maestria a seção “NTR Convida”, ele teve a pachorra de tirar uma com a nossa cara, nos obrigando a tocar…bem, veja na lista aí em baixo:


As músicas escolhidas pelo Jajá estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência. 

A playlist:

1) Legião Urbana – Há Tempos
“Essa música é muito especial, porque foi a primeira que aprendi a tocar no violão e, consequentemente, a Legião foi a primeira banda de rock nacional que escutei.”

2) The Offspring – The Kids Aren’t Alright
“Essa marcou minha fase punk rock, quando tentava andar de skate e montei minha primeira banda, a “The Collision”. O Americana era um dos discos que eu mais escutava, lembro que a introdução dessa música era um mistério, ninguém conseguia tirar e não tinha internet pra ajudar, nessa época (1998 pra 1999). Computador era muito caro e, além disso, éramos todos iniciantes, então, depois de um tempo pelejando, fui o primeiro a tirar e passei pra galera.”

3) Teddy Morgan and The Sevilles – Dear Ted Letter
“Um dos meus melhores amigos, Sidarta, me apresentou o Blues. Ele estudava num conservatório e eu aproveitava pra fazer as lições com ele e pegar todos os conselhos que o professor dele passava. Teddy Morgan foi uma das recomendações. Quando escuto é como se eu voltasse a ter 13 anos de novo, é impressionante o poder que a música tem de te transportar para outras épocas e lugares. O Blues me mostrou que eu apenas preciso sentir a música e entender que ‘a guitarra precisa cantar.”

4) The Beatles – All You Need Is Love
“Essa é um das minhas preferidas dos Beatles, a letra é linda e é de autoria do melhor Beatle, na minha opinião: George Harrison. Ele não ficava forçando a barra, tentando se aparecer. E não se envolvia naquela guerra de egos entre Paul e John. Me identifico muito com ele.”

5) Raul Seixas – Gita
“Agora vocês vão ter que tocar!!! Raulzito dispensa comentários, sou fã! Ele foi um ícone, pai do rock nacional. E mostrou que é possível falar sobre coisas profundas de forma simples, sem ser clichê ou piegas. Todo compositor de rock que se preze, se não gostar, tem que no mínimo compreender a genialidade dele. Essa música é um marco,  pois o Brasil inteiro escutava, do pedreiro ao professor de faculdade.”

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Cool Covers: Reptilia, The Strokes

 
O Cool Cover de hoje traz uma ótima versão de Reptilia, do The Strokes. Confesso não ser o maior admirador da banda, mas partilho do sentimento de muitos dos fãs de que “antes eram mais legais”, tema discutido recentemente por aqui. “One Way Trigger” é o primeiro single do novo disco, ainda sem nome ou data de lançamento.


Parece ruim, mas é só na primeira vez.

O novo single já causa estranhamento logo de cara. A levada da bateria acompanhada pelas guitarras “tecnobregas” e pelo falsete de Julian não deixaram os fãs muito animados.

Se hoje em dia The Strokes não soa mais como The Strokes, o cover de Reptilia soa menos ainda. Mas é essa a proposta aqui, e a dupla “Eta Pô”, inspirados pelo já conhecido Pomplamoose fez um ótimo trabalho. Para ver outras versões da dupla, é só dar uma checada no Youtube.

 

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