Top 7,5: Zombie Music

 
Hoje estreia a nova temporada de The Walking Dead, a terceira da série com um dos temas mais legais e mais em alta na cultura pop: Zumbis! Acha exagero? Pois saiba você, sabichão, que tem até filme de zumbi estrelado por Brad Pitt vindo por aí e, se isso não prova que zumbis sairam do underground (rá!), nada mais pode provar.
Enfim, felizão e empolgadão com o retorno da série, decidi fazer um Top 7,5 de músicas com esta temática tão cativante, afinal, quem não é apaixonado por estes adoráveis cadáveres comedores de cérebro? MAS, apesar da vontade, eu não tinha toda a habilidade e conhecimentos necessários, por isso, chamei um bom amigo que entende do assunto para contribuir. E a seguir, a lista que o glorioso Carlos Castilho preparou pro NTR.

7. The Lillingtons | Zombies

 

6. Misfits | Astro Zombies

 

5. Wednesday 13 | I Walked With A Zombie

 

4. Ozzy Osbourne | Zombie Stomp

 
Zombie Stomp by Ozzy Osbourne on Grooveshark

Certos vídeos do Ozzy são bloqueados no Brasil, devido a direitos autorais, incluindo Zombie Stomp =(

3. Misfits | Land of the Dead

 

2. Ramones | Pet Sematary

 

1. Rob Zombie | Living Dead Girl

 

Bônus. Saco Cheio | Zumbizeira

Não poderia faltar um clássico nacional na mistura. R.I.P., Mc Pelé.

 
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Duas dicas para animar (ou não) o seu descanso prolongado

 
Neste post, resolvi ser democrática para ajudar alguém a escolher um sonzinho para o feriado. Sempre tem aquela galera animada, que vai para a praia, casa de campo com piscina, é bronzeada e que vai postar muitas fotos no Instagram sobre a viagem. Mas, também, tem aqueles que estão numa pegada de economia, ficar em casa, de curtir um livro na varanda com protetor solar fator 60 e um par de wayfarer da hora. Por isso, pensei: acho justo apresentar duas londrinas hype e que poderão estar no seu iPod desses dois perfis.

A primeira cantora que descobri chama-se Cher Lloyd, de 19 anos. Ela é uma típica receita de cantora pop: maquiagem à la Katy Perry (momento muherzinha: é tudo lindo!), uma voz bacaninha, estilosa e um sotaque britânico que não some na música. Gostei, confesso, muito mais do pacote estilo do que a voz e as letras. A primeira aparição de Cher foi no “The X Factor”, reality-show -modinha, em 2010, quando foi elogiada. De lá pra cá, a mocinha cresceu (mas não muito – 1,57m rá!) e chamou as amigas para encenarem clipes bonitinhos, cor de rosa e com refrão chiclete. É divertido e dá para copiar umas partes para dar um upgrade no seu Instagram – fica a dica!

O oposto de toda essa alegria tem nome e sobrenome: Paloma Faith. Inglesa, de 28 anos, a cantora também é atriz (participou do filme com o saudoso Heath Ledger, O Mundo Imaginário de Dr. Parnassus) e compositora. Dona de uma voz bem bacana e figurinos exuberantes, Paloma é dramática e me fez ter medo no clipe de sua música mais conhecida, “Picking up your Pieces”. Ela é daquele tipo exótico, não estilo Lady Gaga, mas Florence Welch.

Animar seu feriado ela não irá, mas, pode deixá-lo mais interessante e você, com um novo repertório.

Ah!, essa última música é do INXS, banda que quem foi criado a leite com pêra precisa muito conhecer

Animou?

Tá, então… bom feriado!

Ps.: Perceberam o filtro Instagram na imagem de destaque do post, lá em cima? Agora ninguém vai poder dizer que não me diverti no feriado \o/

 
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Keane | Strangeland

 

Keane | Strangeland

Island Records / 7 de maio de 2012 / Rock, Alternativo
Keane - Strangeland (2012)

Faixas:
1. You Are Young
2. Silenced by the Night
3. Disconnected
4. Watch How You Go
5. Sovereign Light Café
6. On the Road
7. The Starting Line
8. Black Rain
9. Neon River
10. Day Will Come
11. In Your Own Time
12. Sea Fog
** Deluxe version tracks **
13. Strangeland
14. Run with Me
15. The Boys
16. It’s Not True
17. Myth

 

3,5/5

“Com canções mais complexas, letras inteligentes, belas melodias e instrumental muito bem resolvido, o álbum vicia fácil, e não tem cura. Disco clássico do Keane, de 2012.”

É pra quem gosta de:

Coldplay – The Killers – Maroon 5

Tem que ouvir:

Silenced by the Night – Disconnected – Sovereign Light Café

Pode pular:

Watch How You Go – Neon River

 

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The Killers | Battle Born

 

The Killers | Battle Born

Island Records / 18 de setembro de 2012 / Rock, Pop, Indie
The Killers - Battle Born (2012)

Faixas:
1. Flesh and Bone
2. Runaways
3. The Way It Was
4. Here with Me
5. A Matter of Time
6. Deadlines and Commitments
7. Miss Atomic Bomb
8. The Rising Tide
9. Heart of a Girl
10. From Here On Out
11. Be Still
12. Battle Born

 

1,5/5

“Um disco morno, sem pontos altos. O single “Runaways”, que era para ser uma prévia, é na verdade a melhor música do disco. Saudades, The Killers.”

 

É pra quem gosta de:

Franz Ferdinand – Kaiser Chiefs – The Strokes

Tem que ouvir:

Runaways – A Matter of Time – Miss Atomic Bomb

Pode pular:

Flesh and Bone – Here with me – Be still

 

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Já fui uma brasa, a origem

Há inúmeras canções de exaltação ao samba. Moleque Atrevido fala da nata do estilo, “linha de frente de toda essa história”, do “tempo do samba sem grana e sem glória”, e cobra: “respeite quem pôde chegar onde a gente chegou”. A Batucada dos Nossos Tantãs tem a mesma linha: “você não samba, mas tem que aplaudir”. O Show Tem Que Continuar ainda avisa: “todo mundo que hoje diz ‘acabou’ vai se admirar”. O papo é sério, e o discurso foi construído por grandes compositores. Antes deles, no entanto, Adoniran Barbosa, um dos maiores, lidou com a questão de forma totalmente diferente.

Em 1966, Adoniran Barbosa estava longe da mídia – o que na época significava o rádio e a recém-implantada televisão. O último registro do compositor havia sido gravado em 1958, com Pafunça/Nois não os bleque tais. A moda era a Jovem Guarda de Erasmo, Roberto Carlos e cia., o que deixava o sambista magoado. Neste ano, ele compôs Já Fui uma Brasa. A música é extremamente simples e traz na letra um relato conformado da falta de espaço que se deu diante da turma que chamava atenção no programa de nome Jovem Guarda, da TV Record.

Enquanto os roqueiros do Brasil usavam gírias para cativar o público (caranga, pão, broto, coroa, pinta, etc), Adoniran usou uma metáfora para explicar sua situação: “Eu também um dia fui uma brasa/E acendi muita lenha no fogão”. E segue o drama: “E hoje o que é que eu sou?/Quem sabe de mim é o meu violão”. É impossível não fazer ligação com uma das frases mais marcantes de Roberto Carlos e que simbolizava bem o estilo da Jovem Guarda: “é uma brasa, mora?”. Uma brasa é algo (provavelmente alguém) quente, muito bom. Assim como Adoniran um dia havia sido.

O verso que define isso vem logo na sequência: “Mas lembro que o rádio onde hoje toca iê-iê-iê o dia inteiro tocava Saudosa Maloca”. Esse é o ponto mais amargurado do discurso de Adoniran. Ele não exalta suas qualidades nem se autopromove. Pelo contrário: busca conciliação. “Eu gosto dos meninos desse tal de iê-iê-iê/Porque com eles canta a voz do povo”, diz o sambista paulistano. O último verso é o mais emblemático, dá impressão de ser dito sorrindo, meio como um aviso, uma ameaça. Dá até para sentir um tom de “respeite quem pôde chegar onde a gente chegou”.

“E eu que já fui uma brasa/Se assoprar posso acender de novo”.

Adoniran foi mesmo uma brasa. Viveu afastado do grande público após 1966, mas “renasceu” ao se tornar ator das primeiras novelas e programas da TV Tupi e também da própria TV Record. Gravou e eternizou Já Fui uma Brasa, um de seus maiores sucessos até hoje. É como se ele nem precisa dizer que tem que ser respeitado, aplaudido e admirado.

Boas versões do clássico foram gravadas por Arnaldo Antunes e pelo grupo Casuarina, com participação especial do cantor Frejat. Confira abaixo as duas versões.

 

Segura esse flow

 
O Strike lançou em agosto seu melhor álbum, Nova Aurora, o terceiro e o que fez a banda voltar ao mainstream com força, principalmente pelo hit Fluxo Perfeito, trilha sonora da eterna novela Malhação, da Rede Globo. A música-tema tem participação de Rodolfo Abrantes, ex-Raimundos, e nenhuma temática religiosa, antes que surja a suspeita. Rodolfo se limita a cantar um verso e apoiar os refrões. Aos 2min46seg, a canção abre espaço para que o vocalista Marcelo Mancini cante 135 palavras em 25s, em um belo de um flow.

Não há como calcular as variações possíveis na levada do rap, mas ouvi-lo cantado bem rápido, com entonação nas sílabas e palavras mais marcantes, dá destaque a qualquer canção. Marcelo, que é fã do estilo e se arrisca no raggamuffin em diversas músicas – e em improvisações durante os shows – preenche esses requisitos na velocidade de 5,4 palavras por segundo. Rápido? Claro, mas de jeito algum o mais rápido de todos. Muitos outros rappers se destacaram pela velocidade do flow.

Twista, rapper americano de Chicago e parceiro das antigas de Kanye West, é alardeado como o mais rápido de todos. A música Mr. Tung Twista, de seu primeiro álbum Runnin’ Off at Da Mouth (1991), é um grande exemplo.

Bone Thungs ‘n Harmony, grupo de Cleveland, também cospe rimas na velocidade da luz em algumas das músicas. O efeito fica ainda melhor porque as cinco vozes (Layzie Bone, Krayzie Bone, Flesh-n-Bones, Bizzy Bone e Wish Bone) se intercalam, completando e enfatizando os versos. Com muitas gírias e palavras incompletas, fica difícil entender alguma coisa na música Flow Motion, do primeiro álbum, Faces of Death (1993).

Vocês certamente já ouviram falar: potência não é nada sem controle. O estilo de Tonedeff, outro americano da lista, radicado em Nova York, se aproxima dessa máxima, já que seu rap vai crescendo até explodir em um turbilhão de palavras, tantas quantas seu ouvido conseguir captar. É assim na música Velocity, que está no álbum Extended F@mm – “Happy Fuck You Songs” (2002). O nome é sugestivo.

Com certeza é mais difícil fazer rap assim – improvisar, então, provavelmente impossível. Mas fica mais bonito e divertido de ouvir, então deu para ter uma noção das influências de Marcelo Mancini, um mineiro que lidera uma banda de hardcore que agora faz sucesso no Brasil inteiro. “Quero ver quem decora o meu flow”, ele desafia na parte mais rápida de Nova Aurora. Quero ver também.

P.S.:
Os usuários do Youtube e os blogs de curiosidades adoram vídeos com os termos “mais <alguma coisa> do mundo”, e é assim que facilmente encontramos George Watsky, rapper de São Francisco com três albuns lançados, mas famoso mundialmente por um vídeo no qual rima extremamente rápido em cima da base da música Break Ya Neck, do Busta Rhymes. Como bônus, ele faz caras e bocas. Extremamente divertido.

 

 

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The Avett Brothers | The Carpenter

 

The Avett Brothers, The Carpenter

Universal Republic / 11 de setembro de 2012 / Folk, Rock, Pop
The Avett Brothers - The Carpenter

Faixas:
1. The Once and Future Carpenter
2. Live And Die
3. Winter in My Heart
4. Pretty Girl from Michigan
5. I Never Knew You
6. February Seven
7. Through My Prayers
8. Down With the Shine
9. A Father’s First Spring
10. Geraldine
11. Paul Newman vs. The Demons
12. Life

 

4,0/5

“É como se jovens Beatles, nascidos na Carolina do Norte, formassem uma banda de Folk Rock inspirados pela genialidade de Bob Dylan e com a energia dos Ramones.”

É pra quem gosta de:

Bob Dylan – Mumford And Sons – The Beatles

Tem que ouvir:

Live and Die – Pretty Girl From Michigan – Down With the Shine

Pode pular:

Through My Prayers – Geraldine

 

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Green Day | ¡Uno!

 

Green Day | ¡Uno!

Warner / 25 de setembro de 2012 / Punk, Rock
Green Day - ¡Uno! (2012)

Faixas do álbum:
1. Nuclear Family
2. Stay The Night 
3. Carpe Diem
4. Let Yourself Go
5. Kill The Dj
6. Fell for you
7. Loss Of Control
8. Troublemaker
9. Angel Blue
10. Sweet 16
11. Rusty James
12. Oh Love

3,0/5

“O Green Day deixou de lado a ideia de repetir um American Idiot e voltou às origens. ¡Uno! tem a cara da adolescência dos anos 90.”

É pra quem gosta de:

Blink 182 – Fall Out Boy – Offspring

Tem que ouvir:

Kill The Dj – Troublemaker – Oh Love

Pode pular:

Carpe Diem – Fell For You – Sweet 16

 

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Esse é o país que vai sediar a Copa, Pt.2

 
Para quem não viu, semana passada tivemos a primeira parte do casting para a Copa do Mundo de 2014. A brincadeira surgiu da questão: quem seriam os artistas nacionais a tocar em uma cerimônia de encerramento?

Diferente do trio #1, que foi escolhido a partir dos critérios popularidade, estilo e conveniência, o de hoje deixa de lado a popularidade e dá lugar a um trio um menos arrasa-quarteirão e menos “tira o pé do chão”, mas que não deve nada ao anterior. Vamos ao trio de hoje.

Trio #2: Custo-benefício

>> Seu Jorge
>> Maria Rita
>> Marcelo D2

O ator, compositor e cantor Jorge Mário da Silva é um dos artistas mais bem quistos no país. Desde quando fazia parte do Farofa Carioca até o excelente Músicas para churrasco vol.1 (2011), Seu Jorge colecionou prêmios e fãs. O fato de ser ter participado de diferentes tipos projetos – de Cidade de Deus até o Seu Jorge & Aumaz (2010) – e de ter representado o Brasil na cerimônia das Olimpíadas de Londres faz dele um tiro certo para um evento desse porte. Fora do país, Seu Jorge tem uma vasta bagagem: gravou seu segundo disco CRU (2003) com o produtor francês Jerome Pigeon, teve hollyoodianos como Bill Murray e Willen Dafoe participando do clipe de “Tive Razão” gravado em Roma. Também tocou ao vivo em vários programas de TV, como o Jools Holland (BBC).

Já a colecionadora de Grammys Latinos Maria Rita seria também uma ótima aposta. Apesar de ter passado praticamente 4 anos longe dos estúdios, voltou ano passado com o Elo (2011), onde canta composições de Caetano Veloso a Marcelo Camelo. Em todos os seus discos, a intérprete mostra que entende também de samba, o que deixa um caminho livre para uma versão de Cartola ou Adoniram Barbosa. Até o mais hipster ou fã de Latino ficaria sem graça ao reclamar.

Para fechar o trio, Marcelo D2. Não o Marcelo D2 do Planet Hemp, de Legalize Já, Mantenha o respeito e Raprockandrollpsicodeliahardcoreragga. Mas sim o Marcelo D2 de A procura da batida perfeita, Maldição do samba e de Qual é? Esse MD2 que “traiu o movimento”, misturou Hip Hop com Samba como nunca ninguém havia feito, e de quebra mostra a famosa “mistura” que todo mundo quer ver. Poderia rolar até uma participação do B. Negão e do Will.I.Am.

Em breve, ou não, um novo trio.

 

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A maioridade de “Nevermind”

 
É muito irônico que um dos discos mais importantes da história se chame “Não Importa“. Pois hoje o álbum “Nevermind“, maior sucesso do Nirvana, completa 21 anos de lançamento. E chega à maioridade sendo considerado como um clássico absoluto, divisor de águas. O disco que levou a música alternativa e independente pra televisão. Que fez jovens roqueiros mulambentos, os esquisitões da escola, de repente se tornarem os mais descolados. Que fez camisa xadrez e jeans rasgado virarem moda. Que beleza, minha gente!

Chegar aos 21 anos significa que você pode beber legalmente em qualquer país do mundo, entrar em todos os cassinos e clubes noturnos que existem. Significa que você pode festejar bebendo seus bons drink nos EUA sem ninguém te encher o saco. Significa virar adulto de vez. E, para um disco, chegar aos 21 anos e ainda se manter atual, original, interessante e atraente para os jovens de duas gerações depois não é pouca coisa. Por isso é tão irônico que “o” Nevermind se chame justamente “nevermind”. Assim como é irônico que o maior sucesso de Kurt Cobain e cia. tenha significado ao mesmo tempo o auge e a decadência do Nirvana e de seu líder – e que os mais chatonildos de plantão reclamem pro resto da vida que a música alternativa jamais deveria ser apreciada pelas massas. Fato é que, depois daquele fatídico dia 24 de setembro de 1991, o Nirvana e o rock nunca mais seriam os mesmos (assim como as rádios, a moda, a juventude e a MTV).

Apesar de o som do Nirvana não ter rendido boas expectativas comerciais, “Nevermind” ganhou disco de diamante nos EUA, vendendo mais de 11 milhões e meio de cópias só em seu país de origem. No mundo todo, foram mais de 30 milhões. Aparece em um monte de listas dos melhores discos de todos os tempos, incluindo o ranking da revista Rolling Stone e o Rock’n’Roll Hall of Fame. A música mais famosa do Nirvana, “Smells Like Teen Spirit“, foi o primeiro single desse disco e estourou bonito no mundo todo, principalmente no começinho de 1992. O sucesso foi tanto que essa canção desbancou ninguém menos que Michael Jackson (que na época estava no auge) do primeiro lugar no ranking da Billboard.

[pullquote_right]Depois daquele fatídico dia 24 de setembro de 1991, o Nirvana e o rock nunca mais seriam os mesmos (assim como as rádios, a moda, a juventude e a MTV).[/pullquote_right]

Isso sim foi um tremendo tapa na cara da sociedade, já que nem a própria gravadora do Nirvana acreditava no potencial da coisa. A Geffen Records achava que, se tudo desse muito certo, o máximo que Nevermind ia conseguir vender seriam umas 250 mil cópias, assim como o sexto disco do Sonic Youth, “Goo”, que eles tinham lançado em 1990 (e que tem a pérola “Kool Thing”). Aliás, foi por causa da Kim Gordon, baixista, vocalista e musa do Sonic Youth, que o Nirvana assinou com essa gravadora. E o “Goo” foi o primeiro disco do Sonic Youth lançado por uma grande gravadora, depois de cinco álbuns mais independentes ou de pequenos selos.

“Nevermind” ainda tem muitos outros hits, como “Come As You Are”, que até o Caetano Veloso regravou, “Lithium” e “In Bloom” – sem contar as músicas que marcaram o rock e o estilo grunge como verdadeiros clássicos, do tipo que todo moleque espinhento de 14 anos aprende nas aulinhas de violão e guitarra até hoje: “Drain You”, “Territorial Pissings”, “Polly”…e já foi quase o disco inteiro! Olha só:

Contracapa do Nevermind e setlist do álbum. Além das 12 faixas listadas, algumas cópias ainda
contavam com a faixa escondida “Endless Nameless” no fim do disco

Essa pérola foi gravada em Los Angeles, no Sound City Studios; e produzida pelo mito Butch Vig, o cara que inventou a banda Garbage, da qual era baterista; além de ter muita culpa no cartório pela qualidade e sucesso do Nevermind, além de ter produzido outros discos excelentes de outras bandas muito boas, como Subways, Smashing Pumpkins, L7, Sonic Youth, Helmet, Green Day, Muse e Foo Fighters (ele que produziu o último disco deles, “Wasting Light”, que trouxe a banda de volta pro sucesso – e é a melhor coisa que a banda fez em anos).

Spencer com dez anos, recriando a capa pela primeira vez

Até a capa do Nevermind foi um sucesso e uma ironia. O bebê mergulhando na piscina atrás de um anzol com uma nota de um dólar como isca criticava a sociedade consumista que, logo depois, foi responsável pelo sucesso do Nirvana no mundo todo – e por ter deixado Kurt Cobain, Krist Novoselic e Dave Grohl milionários e famosos da noite pro dia. Na época, Dave Grohl ainda era novo na banda e só tinha 22 anos! Imagina o que foi para eles três virarem celebridades ricas em tão pouco tempo. O bebê da capa, aliás, é o Spencer Elden. Na época da capa, ele tinha 4 meses e sua família fez a foto de graça. Pelo menos, alguns anos depois, o próprio Kurt Cobain presenteou o garoto com um dos discos de platina conquistados pelo Nevermind. Hoje, o Spencer tem curiosamente 21 anos – assim como o disco – e deve se sentir um pouco constrangido por mais de 30 milhões de pessoas terem uma foto sua pelado e terem visto as suas “partes”. Em 2001 e em 2008 ele refez a pose da foto clássica da capa, mas usando um calção de banho.

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