NTR Convida #30 Marquinho Cesaroni (Beijo de Hera)

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério) o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

 

bjo de heraO NTR Convida hoje trás um músico que também é um grande amigo (de sons e de copos) dos autores do blog. Marquinho Cesaroni é vocalista da banda de pop/rock Beijo de Hera, formada em 2011 e natural de Mogi Mirim. A banda é figura carimbada das principais festas e baladas região de Campinas e de São Paulo.

O repertório do Beijo de Hera passa por clássicos de Guns n’ Roses e Bon Jovi, chegando até os sucessos de Kings of Leon e Maroon 5. Além da alta qualidade técnica da banda, um dos seus principais trunfos é a leitura que a mesma faz do público, o que permite que os shows sejam dançantes até o fim. Hoje, o Beijo de Hera está empenhado no projeto “Tributo Charlie Brown Jr.”, trazendo em seu repertório apenas músicas da banda da baixada santista. Acompanhei vários dos últimos shows do Beijo de Hera e posso dizer que o público tem simplesmente adorado. A pegada e estilo da banda, assim como as junções e medleys inusitados são sempre muito elogiados.

Marquinho Cesaroni, ou simplesmente “Marquinho”, pretende lançar em breve algumas composições que vai contar com um pouco de cada coisa que você pode conferir na playlist, logo abaixo.

As músicas escolhidas pelo Marquinho estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência.

A playlist:

1) Guns N’ Roses – Welcome to the Jungle
“Ouço Guns N’ Roses regularmente desde a adolecência. Impossível não chacoalhar a cabeça com esse o riff e cantar “Shananananana knees knees…”. Perfeita pra começar o fim de semana com tudo. Bem vindo à selva….”

2) Allen Stone – What I’ve Seen
“Aqui uma dica. Artista relativamente novo e que vem ganhando certo destaque atualmente. Voz muito bonita, tem personalidade e um som enraizado na música negra americana. Vale a pena conferir pois tem muita qualidade.”

 3) 30 Seconds to Mars – Closer to the Edge
“Pura energia. Com uma pegada de batera frenética e sonoridade moderna eu recomendo pra dar um pique na academia ou se arrumar pra night de sabadão.”

4) Alicia Keys – If I Ain’t Got You
“Perfeita. Letra, melodia e uma voz de arrepiar. Volta e meia me pego ouvindo esse som.”

5) JJ Grey & Mofro – Lochloosa
“Maior som pra relaxar, abrir aquela cerveja e pensar na vida. Ideal pra finalizar o fim de semana.”

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Thiago Castanho, o capitão

 

Chorão estourou duas champagnes no palco, molhando parte do público do MixFest! no último sábado (21/07), no Anhembi, em São Paulo. O Charlie Brown Jr. foi a terceira banda a se apresentar no festival da rádio e canal de televisão e fez um show emocionado: apesar de não ser o primeiro na capital paulista desde a volta dos integrantes Champignon e Marcão, firmada no final de 2011, a reunião foi muito celebrada com discursos emocionados de quase todos os músicos. O guitarrista Thiago Castanho foi um dos mais exaltados.

“Se tem um cara que tem a cara dessa banda mesmo, que tem o Charlie Brown na veia, é esse cara”, disse Chorão, batendo no braço como quem indica “na veia” e arrancando aplausos do público. “Esse é o Thiago, o nosso capitão”, complementou. Mas quem é esse cara que impediu que o Charlie Brown Jr. se desfizesse no momento mais difícil da carreira de 20 anos da banda?

O capitão

Thiago Castanho nasceu em Santos em 8 de fevereiro de 1975 e começou a tocar com 13 anos, mesma época em que comprou seu primeiro vinil: Led Zeppelin IV (1971). Influenciado pela irmã, dona de um violão, e pelos sucessos “Black Dog”, “Rock ‘n Roll” e “Stairway to Heaven”, investiu no instrumento e desenvolveu grande habilidade. Entrou para o Charlie Brown em 1992, depois de abandonar a faculdade de administração com apenas um semestre completado.

Thiago Castanho é tão habilidoso quanto Marcão, com quem divide palco no Charlie Brown, mas seu estilo bem definido fez com que se destacasse com seus solos ágeis recheados por efeitos como wah-wah, chorus e delay – “Aquela Paz” (Transpiração Contínua Prolongada, 1998), “Zóio de Lula” e “Não deixe o mar te engolir” (Preço curto… prazo longo, 1999) são bons exemplos. Foi o primeiro a desintegrar a banda, ao sair em 2001 por “divergências musicais”. Participou dos três primeiros álbuns.

Se era outra identidade musical que Thiago buscava quando deixou o Charlie Brown, é bem possível que não tenha encontrado nos anos em que passou afastado da grande mídia. Montou o estúdio Digital Grooves, onde produziu uma demo para o Aliados 13 (hoje se apresenta apenas como Aliados). Passou a tocar com a banda, mas deixou o posto quando as coisas começavam a engrenar, em 2002, com direito a contrato com gravadora e a música “Sem sair do lugar” tocando na MTV.

Também tocou com a banda Power S.A. até que, em 2003, foi convidado por Rick Bonadio, produtor do Charlie Brown, a fazer parte do projeto que se tornaria o Acústico MTV Ira! (2004). Sem qualquer alarde, tocou na gravação completando a banda de apoio do grupo paulistano e com eles excursionou nos oito meses seguintes. Então, começou a manifestar a intenção de voltar ao Charlie Brown, chegando a fazer um show com a banda antes da traumática dissolução, com a saída de Chapignon, Marcão e Pelado. No palco do MixFest!, Chorão relembrou o período.

“No momento em que esses caras saíram e foram viver a vida deles, com todo direito, e eu estava totalmente confuso, pintou o Thiago na minha casa. Troquei ideia com ele e falei: “meu, vai ser muito difícil”. Ele falou: “velhão, vamo fazer na prática o que as nossas letras dizem na teoria.” E continuou: “se não fosse esse cara aqui, sinceramente, eu não estaria aqui hoje, nem Chapignon, nem Bruno nem Marcão, porque se esse cara não tivesse dado pra mim musicalidade, uma segurança a mais de que eu tinha alguém com DNA da banda mesmo (…), um cara que corria sangue do Charlie Brown na veia do cara, a gente não estaria aqui”.

Enquanto falava, Chorão batia no braço como quem diz “na veia”, emocionando Thiago. O vocalista ainda completou com a deixa: “é por isso que eu digo: existem pontes indestrutíveis”. E aí tocou a música de mesmo nome. A volta do guitarrista surpreendeu a todos e, com o álbum Imunidade Musical (2005), a dupla, auxiliada por André Ruas “Pinguim” na bateria e Heitor no baixo, conseguiu manter com êxito a relevância do Charlie Brown Jr.

Além de exímio guitarrista, Thiago Castanho também é artista plástico: segundo o site oficial do Charlie Brown Jr., já se dedicou à pintura e agora faz esculturas, além de ter criado a marca Urban Safari – a qual não há registros no mundo virtual, por sinal. Estreitou tanto os laços com Chorão a ponto de ajudá-lo a fazer um jantar para Grazi, a mulher do cantor (homenageada com a música “Proibida pra mim”, primeiro sucesso), episódio mostrado no programa Família MTV.

Desde que impediu o fim do Charlie Brown Jr., Thiago Castanho contribuiu em três álbuns de inéditas. Como anunciado no MixFest!, a banda agora prepara um novo registro, programado para servir como apoteose da formação quase que original – só Renato Pelado não voltou ao grupo, sendo Bruno Graveto o baterista atual. Durante o show em São Paulo e entre declarações de amor ao baixista Champignon e elogios a Marcão, Chorão falou com confiança sobre a nova fase e pediu: “uma salva de palmas pro salvador, capitão: Thiago Castanho”.

Confira o Show Completo:

Eu vim de Santos!

Charlie Brown Jr. é uma banda muito repetitiva. Essa afirmação não trata de frases como “eu vim de Santos, sou Charlie Brown”, quase que um lema adotado por Chorão nos shows e CDs. Ela realmente tem identidade e, mais do que isso, uma grande história por trás. Trata das origens da banda, onde ela se formou e cresceu e de onde saiu para se tornar uma das mais populares do Brasil. Trata também da barraquinha que Chorão atropelou com seu carro em um dia de forte chuva e alagamento. Daí surgiu o nome, acrescentando apenas um “Jr.” por se tratar da nova geração. De lá para cá foram dez álbuns – nove de inéditas – em um espaço de apenas 12 anos. Em seis deles encontrei letras repetidas, a partir de uma pesquisa simples e feita no mais puro olhômetro, comparando.