NTR Convida # 22 Johann Vernizzi (Veronica Kills)

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério) o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

 
O convidado da semana é Johann Vernizzi, vocalista e guitarrista da banda Veronica Kills. O quarteto pode ser simplesmente definido como uma banda de rock. E no sentido tradicional da coisa. Não tem efeito, não tem firula, é guitarra no talo, música rápida e barulhenta, gritos e distorção suja. Como eles mesmos dizem, só querem saber de tocar “rocão”, se divertir e se manter fiel às origens, sem pretensões de atingir grandes massas ou aparecer no Faustão.

Apaixonados por rock de garagem cru, com clara inspiração em bandas como Ramones, MC5, Hellacopters, Turbonegro e Stooges, Alex Scotch (guitarra), Johann Vernizzi (guitarra e vocal), Matheus Lopes (baixo) e Giuliano Di Martino (bateria) formaram a banda em 2012 para tocar o que realmente gostavam. Meses depois, já se enfiaram em estúdio para gravar seu primeiro EP, batizado de “Disaster Tonight”.

As seis faixas do EP de estreia foram gravadas no estúdio Costella, de Chuck Hipolitho; e produzidas pelo próprio. Hoje Chuck faz parte da banda Vespas Mandarinas e é VJ da MTV, mas também ficou conhecido por fazer parte da banda brasileira de rock Forgotten Boys, outra influência da Veronica Kills.

Trabalhando de forma totalmente independente, sem selo ou gravadora, os meninos bancaram todos os custos do EP (os quatro têm empregos paralelos à banda), fizeram a capa do disco (Johann é designer e ilustrador), camisetas, adesivos, cartazes de shows, divulgação e até seu primeiro clipe,  para a canção “Lack Of Soul”. O vídeo, que foi filmado com um iPhone e editado pela própria banda, está na programação da MTV e já tem mais de duas mil visualizações no Youtube.

As músicas escolhidas pelo Johann estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência.

A playlist:

1) The Stooges – TV Eye
“Essa é uma das musicas mais fodas que já ouvi na minha vida. Cada vez que escuto essa faixa é como se a estivesse ouvindo pela primeira vez, me faz rever todos os meus conceitos sobre o que é fazer rock.”

2) Turbonegro – Get it On
“Turbonegro é uma banda norueguesa muito boa, de death punk/rock’n’roll. Gosto muito do jeito como eles misturam humor e energia ao som deles. Eles têm seu próprio exército (o Turbojugend), que é uma molecada que se organiza pelo mundo inteiro; e é demais. Recentemente eles trocaram de vocalista. O CD novo tá muito bom, mas prefiro o Hank no vocal.

3) Johnny Thunders – Born to Lose
“Depois que saiu do NY Dolls, ele formou o Heartbreakers com o Richard Hell (que saiu cedo da banda) e com o Jerry Nolan (ex-baterista do Dolls). O disco LAMF é muito foda, rock’n’roll simples, com muita energia.”

4) Ty Seagall – Girlfriend
“Todas as bandas e projetos desse cara são demais. Geniozinho.”

5) Black Lips – Sea of Blasphemy
“Banda foda, energia pra caralho!”

 

veia copy copyMais Veronica Kills:

Entrevista do Johann para o LADO Bá
Soundcloud (ouça o EP na íntegra)
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Conheça: Band of Skulls

 
A formação clássica de Rock’n’Roll não tem firulas nem segredos: é composta por guitarra, baixo e bateria. Por isso os power trios costumam ser uma síntese perfeita desse ritmo, com barulho na medida exata, sem exageros – mas ao mesmo tempo podendo inventar moda dentro de sua modesta formação para criar músicas mais interessantes.

O Band of Skulls é isso: um trio clássico, que pouco se destaca com pequenas peculiaridades. A começar por terem uma garota no baixo (a Emma Richardson). E também por ela dividir os vocais com o guitarrista, Russel Marsden. O baterista Matthew Hayard completa a banda. Eles vêm de Southampton, no sul da Inglaterra, e tocam juntos desde 2008. Fora isso, não trazem nada de novo, apenas músicas muito boas. O som é rock de garagem, sujinho e cru, mas não muito pesado. Os vocais harmônicos mesclando a voz feminina de Emma com a masculina (mas aguda) de Russel dominam as canções com as linhas de guitarra e uma bateria simples e marcada.

Com um som desses, sem grandes inovações, é fácil compará-los com o Black Rabel Motorcycle Club (outro power trio garageiro que conta com uma garota, só que na bateria) e muitas outras bandas – como The White Stripes (a voz e a guitarra do Russel lembram muito o Jack White), Jet e até o Kills. Mas isso não quer dizer que eles sejam irrelevantes ou descartáveis.

Você pode até não se lembrar, mas na certa já deve ter ouvido essa música em algum lugar

O Band of Skulls pode até não ser tão famoso por aqui, mas já tocou em todos os grandes festivais europeus e norte americanos e tem dois discos lançados: “Baby Darling Doll Face Honey”, de 2009; e “Sweet Sour”, de 2010. É o segundo álbum que traz os maiores sucessos do grupo (além da canção homônima, tem “Lies” e “The Devil Takes Care Of His Own”). Depois de já serem bastante hypados na gringa, veio o golpe de mestre: a canção “Friends” entrou na trilha sonora do filme Lua Nova, da saga Crepúsculo. Depois dessa, os shows do Band of Skulls ficaram ainda mais lotados, agora com hordas de fãs adolescentes.

O trio é muito competente e ralou até conseguir aparecer junto aos headliners de festivais de verão – apesar de a banda só ter 4 anos de estrada. Os integrantes sempre sonharam em ser rockstars e tiveram muitas outras bandas e empregos medíocres antes de chegarem lá. Russel e Mathew se conheceram na escola e tocam juntos desde os 12 anos. O pai do baterista os fazia ensaiar exaustivamente. Já na faculdade, conheceram Emma, que fazia artes plásticas e não sabia tocar nada, mas aprendeu baixo para entrar na banda. Ela é responsável pela arte dos discos do Band of Skulls. No começo da banda, os três trabalhavam em bares e casas de show e ficavam com dor de cotovelo vendo outros grupos tocarem enquanto eles ainda não tinham conseguido sair da garagem. Hoje, o trio excursiona o mundo inteiro – e merece ser ouvido.

 
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