A última vez, a última chance, o último adeus. Uma playlist para despedidas e os derradeiros acontecimentos da vida. Só não é a última playlist.
Jeff Buckley – Last Goodbye
Bon Jovi – Last Man Standing
Rolling Stones – The Last Time
Pearl Jam – Last Kiss
Aerosmith – Last Child
The Strokes – Last Nite
Papa Roach – Last Resort
E para coroar a lista, um bônus nacional. Uma triste história de amor contada da forma poética que era de costume de uma das bandas que mais fazem falta no Brasil.
Hoje o NTR recebe a banda indie-rock The Madrugas, conhecida da comunidade universitária de São Carlos, interior de São Paulo. Conheça um pouco da história dos caras e a seleção que eles fizeram para o NTR para agitar a sexta-feira pós-carnaval!
Primeiros passos e integrantes
A banda foi formada em meados de 2011, na cidade de São Carlos, onde os membros do grupo estudavam na época. Augusto, então estudante de Engenharia da Computação na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), procurava integrantes para montar uma banda quando encontrou Fábio (Fabinho) e Caio, baterista, via Orkut (sente a nostalgia!). Para completar a banda, juntou-se aos meninos o baixista Thomás, que dividia apartamento com o Augusto.
Formação original da banda, ainda com Thomás (2011)
A proposta era simples: tocar Strokes, Arctic Monkeys, Kings of Leon, Franz Ferdinand e afins, um indie-rock de primeira para o público universitário de São Carlos. “Sempre que íamos a eventos universitários de rock, percebíamos que as bandas tocavam heavy metal e hard rock, mas, mesmo gostando desses estilos também, sempre tivemos preferência pelo indie. Por sentirmos falta de bandas que tocavam esse estilo, resolvemos abraçar a causa”, conta Augusto.
No mesmo ano, a banda já ingressou no circuito universitário da região, tocando em festas organizadas pelos centros acadêmicos de todos os cursos dos campi da USP e UFSCar. Em 2012, Caio saiu da banda, deixando o lugar para Victor Ferrari (vulgo Vitão ou Odalisca).
Com ele, a banda retomou os ensaios e a rotina de shows pelos pubs, bares e festas, mas, com a mudança de outro integrante para o exterior (dessa vez, Thomás), a banda voltou à ativa com um novo baixista, Guerra.
Formação atual, com Fabinho, Vitão, Augusto e Guerra (2013)
The Madrugas?
O nome da banda foi escolhido no apuro, quando os caras foram chamados para fazer o primeiro show. Sem nome e com a pressão dos organizadores do evento, cogitaram batizar a banda de “Pelicanos” ou “Vizinhos”, mas o nome que vingou foi “The Madrugas”. “Foi um nome que pegou, tipo amor à primeira vista; e caiu na simpatia do público rapidamente! Fora que eu sou mega fã de Chaves (risos)”, conta Augusto. “Nas apresentações, levamos alguns bonecos do Seu Madruga para prendermos nos pedestais dos microfones. São sempre um sucesso!”, completa.
No momento, a banda prepara seu novo repertório para iniciar a temporada de shows de 2014, que começará agora, após o carnaval.
Você confere a playlist ali, no topo do post. Abaixo, as músicas escolhidas pelos nossos convidados:
Victor Ferrari – “Vitão” (bateria e vocal): 1) Arctic Monkeys – Settle for a Draw Influências: The Beatles, The Libertines, The Velvet Underground, Neil Young e Wilco.
Vitor Guerra – “Guerra” (baixo):
2) Fora Mônica (Vivendo do ócio)
Influência: Blink 182.
Fábio Alexandrino – Fabinho (guitarra e vocal):
3) Spaceman – The Killers Influências: The Strokes
Augusto Knijnik (guitarra e vocal):
4) Jake Bugg – Kingpin Influências: Arctic Monkeys, Kings of Leon, Jake Bugg, Beatles, Blink 182, Green Day e Franz Ferdinand
Escolha da Banda: 5) Under the Cover of Darkness (The Strokes)
Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério) o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.
O convidado de hoje é André Ache, vocalista e baixista da banda gaúcha Fire Department Club. A banda foi formada em 2009 e seu som trás elementos disco, dance e indie rock com composições em inglês. O single Merry-Go-Round, recentemente lançado, mostra o grande potencial e a cara da banda: arranjos com riffs e levada marcantes, além ótimas melodias para bater o pezinho no chão na dancefloor.
O primeiro trabalho da banda foi o EP “Colourise”, que culminou em uma parceria com o produtor Luc Silveira e a Soma Records. Merry-Go-Round será distribuído pela britânica Ditto Music, o que vai espalhar a música do FDC em 130 países, através de lojas virtuais como iTunes, Spotify, Amazon, Deezer e eMusic.
Junto com André Ache, no baixo e vocais, a banda conta com Gabriel Gottardo, na guitarra/synth, Meinel Waldow, também na guitarra, e Gui Schwertner, na bateria. As referências do Fire Department Club estão aí e todo mundo já pode sacar: The Strokes, Incubus, Two Door Cinema Club e Foals. Mas André foi muito além disso na playlist que mandou aqui pro NTR.
As músicas escolhidas pelo André estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência.
A playlist:
1) The Stills – Lola Stars and Stripes “Foram esses canadenses que despertaram um outro lado musical meu, quando tinha uns 15 anos. Me apaixonei pelo primeiro disco, que abriu minha mente pra mais um monte de bandas ‘indie’ da época: Metric, Phantom Planet,The Thrills e We Are Scientists, por exemplo.”
2) Raconteurs – Many Shades Of Black Jack White = Gênio. “Jack White + Brendan Benson? Meu deus! E nessa faixa é o Benson liderando, pena que perdi o show dele em São Paulo esse ano.”
3) Paul McCartney – Another Day “Minha época favorita do Sir.”
4) Kaki King – Pull Me Out Alive “Essa mulher é talento puro, suas canções me levam pra outro planeta. E ainda por cima esse clipe é demais.”
5) Miike Snow – Black & Blue O Miike Snow é uma banda que mistura com magnitude os elementos de música eletrônica com uma pegada de rock clássico. É uma baita influência pro Fire Dept. Club.
Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério) o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.
Esta semana o convidado é Ricardo Nisiyama, também conhecido como Dinho, baterista e vocalista do power trio paulistano Jenni Sex. Façam o favor de guardar piadinhas e comparações com o Japinha do CPM 22, porque, além da cidade natal, da ascendência nipônica e do instrumento, os dois não têm nada a ver.
Dinho forma a Jenni Sex ao lado do baixista Lucas Krotozinsky (na foto, à esquerda) e do guitarrista Helder Oliveira (no centro). O trio lançou um excelente EP chamado “She’s Gone” no fim de fevereiro. E o Dinho tem a proeza de cantar e tocar bateria muito bem e ao mesmo tempo. Haja fôlego e coordenação motora! O som da Jenni Sex remete ao fim dos anos 70 e ao começo dos 80 e muitas vezes me lembra o Joy Division e, principalmente, o Gang Of Four – o que é um baita elogio. Apesar de ser um rock meio melancólico, mais calcado em melodias e não tão acelerado nem pesado, ao mesmo tempo tudo soa muito dançante e sexy. Suas canções não são nada óbvias e, apesar de não serem comerciais nem pop, grudam na cabeça.
Conversei com o baterista/vocalista e pedi para ele nos indicar cinco músicas. “Só pra lembrar, como eu não toco um instrumento harmônico, as músicas que eu costumo ouvir não exercem muita influência sobre o produto da banda (risos). Mas, apesar disso, dá pra assimilar algumas levadas, vozes ou convenções nas músicas próprias”, disse ele, antes de me indicar as canções abaixo – algumas de suas preferidas da vida.
As músicas escolhidas pelo Ricardo estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência.
A playlist:
1) The Strokes – Under Cover of Darkness “Minha banda favorita. Sou declaradamente fã deles. Quase uma fan girl! Essa música pode não ser instrumentalmente a mais ousada deles, mas tem tudo no pacote. Guitarras que se completam, um baixo que sustenta e uma bateria comandando o ritmo que acompanha a melodia. Pra dar mais gosto, tem também harmonias vocais. Tudo isso dá aquela vontade de pular, dançar e gritar junto, porque é Strokes; e é isso o que eles fazem.”
2) Psapp – The Monster Song “Todo mundo gosta de um vocal feminino. Eu, pelo menos, amo. Particularmente gosto ainda mais de uma voz macia, com um teor melódico, seja alegre ou triste. O álbum dessa música difere um pouco do som da banda em geral, mas o som todo vale a pena ouvir.”
3) Queens of the Stone Age – Misfit Love “Dave Grohl é um dos melhores bateristas de rock da atualidade, com certeza. Mas o que o Joey Castillo faz nessa música é fantástico. Falando como baterista, ele leva a música numa levada simples, ao se ouvir, sem muitas viradas ou quebras de ritmo; o que acontece é ele conduzir o tempo com a mão esquerda, sendo destro, numa levada que parece não mudar muito, mas tem cada compasso contadinho.”
4) Dr. Dog – Old News “Essa é uma das bandas que a gente gosta demais, mas não tem um amigo que goste. É um som acessível, gostoso. Tenho amigos que acham isso sem graça. Eu acho esses caras demais, todo o lado instrumental, (o baixista é muito bom), como as melodias vocais e os backing vocals, que eles trabalham muito bem. É uma daquelas bandas que tem fases (como as melhores): que começou com um som meio underground, meio lo-fi; e, conforme foi obtendo sucesso, foi (e continua) mudando um pouco.”
5) Regina Spektor – Daniel Cowman “Eu ia citar ‘Trains to Brazil’, do Guillemots, mas a Regina Spektor tem uma música que parece uma obra de arte. O arranjo do piano com a voz tem uma intensidade tão grande que parece orquestrado como música clássica. Não me refiro à qualidade teórica, nem à virtuose, mas, sim, à maneira com que a música leva o ouvinte. Começa tensa, com uma letra densa (como muitas das músicas dela, principalmente no começo de carreira) e, com uma convenção, parece explodir do nada e muda todo o ambiente. Fica bonita, calmante, melódica… Mais uma mudança de ‘ambiência’: sshhhhhhh…um final gostoso, sereno, bonitinho pra música, pra letra, pro mundo, para mim e para você. Ela é linda.”
Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério) o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.
O convidado da semana é o primeiro trompetista que passa por aqui. Luís Haruna toca trompete e faz backing vocals na João e os Poetas de Cabelo Solto, banda que nasceu em 2007 fazendo shows cover de Los Hermanos em festas universitárias e evoluiu, naturalmente, até o lançamento do primeiro cd próprio, homônimo, em março de 2012.
Conheci a João e os Poetas através de uma bela coletânea de tributo a Los Hermanos, chamada Re-Trato, onde contribuíram com um digníssimo cover da música É de Lágrima. Participaram da mesma coletânea nomes como Cícero, Velhas Virgens, Tiago Iorc, Maglore e vários outros igualmente sensacionais.
Outra coletânea de que os caras fizeram parte – e vale a pena ser conferida -, foi uma homenagem a The Strokes, entitulada Is This Indie, onde dividem a lista de faixas com Vivendo do Ócio, Vespas Mandarinas, Jennifer Lo-Fi e outros.
As músicas escolhidas pelo Luis estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência.
A playlist: 1) The Beatles – Penny Lane “O mais difícil de indicar um som do Beatles é descobrir qual delas escolher, mas ‘Penny Lane’ traz o que é de bom em uma música pop. Uma ótima melodia, arranjo com uma instrumentação muito bem combinada soando simplicidade e um refrão que fica nas nossas cabeças. Além disso, a ótima letra traz imagens e sensações de um lugar totalmente amigável com um tom nostálgico de boa vizinhança. Me faz lembrar minha infância ou uma sensação de como vida podia ser hoje!! Uma das melhores dos caras!!”
2) Dave Matthews Band – Ants Marching “Junto com Beatles, Dave Matthews Band está sempre presente em alguma playlist semanal minha. Acho a banda tecnicamente fenomenal e as improvisações tornam cada show diferente do outro. ‘Ants Marching’ fala da vida em uma metrópole e como somos pequenos perante ela, sensação corriqueira pra quem mora em São Paulo, como eu. O riff de sax com violino no começo faz toda a diferença na música, além das batidas de Carter Beauford, um dos melhores bateristas que já vi tocando ao vivo. Ela está no primeiro álbum “Under the Table and Dreaming” que, junto com “Crash”, são os meus discos preferidos dos caras.”
3) Bruce Springsteen & The E Street Band – Rosalita “Aquela história do amor de uma mulher com um homem prestes a virar Rock Star, tudo feito com uma energia insana. A sinergia entre a voz de Springsteen com a The E Street Band é empolgante, com destaque para as linhas de sax de Clarence Clemons. Coloco esse som junto com ‘Born to Run’, ‘Thunder Road’ e ‘Born in the USA’ como os melhores de Springsteen.”
4) Gilberto Gil – Back in Bahia “Sou fã da musica baiana. Desde as composições de Gil, Caetano e Tom Zé, as vozes de Betânia e Gal, a inovação dos Novos Baianos e as batidas do Olodum. Sem falar ainda da Bossa Nova de João Gilberto, baiano de Juazeiro. ‘Back in Bahia’ traz a saudade de Gil de sua terra natal durante seu exilio na época da ditadura militar e, por consequência, todas as boas sensações e lembranças de quem uma dia já visitou a terra baiana, e tudo arranjado em um bom rock. Uma das melhores músicas da discografia de Gil.”
5) Cartola – Corra e Olha o Céu “O samba mais bonito que já ouvi!! A melodia por si só já dá o tom da música, mas a letra apaixonada torna ela fenomenal.”
O Cool Cover de hoje traz uma ótima versão de Reptilia, do The Strokes. Confesso não ser o maior admirador da banda, mas partilho do sentimento de muitos dos fãs de que “antes eram mais legais”, tema discutido recentemente por aqui. “One Way Trigger” é o primeiro single do novo disco, ainda sem nome ou data de lançamento.
Parece ruim, mas é só na primeira vez.
O novo single já causa estranhamento logo de cara. A levada da bateria acompanhada pelas guitarras “tecnobregas” e pelo falsete de Julian não deixaram os fãs muito animados.
Se hoje em dia The Strokes não soa mais como The Strokes, o cover de Reptilia soa menos ainda. Mas é essa a proposta aqui, e a dupla “Eta Pô”, inspirados pelo já conhecido Pomplamoose fez um ótimo trabalho. Para ver outras versões da dupla, é só dar uma checada no Youtube.
Island Records / 18 de setembro de 2012 / Rock, Pop, Indie
Faixas:
1. Flesh and Bone
2. Runaways
3. The Way It Was
4. Here with Me
5. A Matter of Time
6. Deadlines and Commitments
7. Miss Atomic Bomb
8. The Rising Tide
9. Heart of a Girl
10. From Here On Out
11. Be Still
12. Battle Born
1,5/5
“Um disco morno, sem pontos altos. O single “Runaways”, que era para ser uma prévia, é na verdade a melhor música do disco. Saudades, The Killers.”