A Jamaica europeia

A música jamaicana influencia inúmeros artistas no mundo inteiro há mais de 50 anos. Principalmente o ska e o reggae, ritmo que até hoje é o  mais popular da ilha (o estilo estourou nos anos 70 em boa parte pelo sucesso meteórico de Bob Marley e sua grande aceitação nos EUA e na Europa). Mas, da mesma forma com que muitos ouvintes mais, digamos, “tradicionalistas” não conseguem engolir bandas de rock brasileiras cantando em inglês ou um grupo japonês tocando pagode, ver uns branquelos entoando ritmos jamaicanos pode gerar um tipo de estranhamento.

Só que  obviamente tudo isso é uma grande bobagem! As pessoas devem ser livres para tocar e cantar o que quiserem, não importa onde tenham nascido, qual seja sua língua materna, a música típica de seu país de origem ou o que seus pais gostavam de ouvir. Aliás, acredito que, quando acontece uma troca de culturas tão intensa a ponto de um estrangeiro querer tocar um estilo típico de outro país (e até mesmo aprender outro idioma para compor uma canção), nasce ali uma ligação riquíssima de valorização e laços entre povos que pode tornar o mundo um lugar melhor, mais unido, diversificado e tolerante.

Tendo dito isso, apresento alguns dos muitos artistas europeus que mergulharam de cabeça na música jamaicana, em alguns casos tendo até incorporado o sotaque característico da terrinha caribenha. Nesse caso, as aparências enganam e sua origem surpreende pelo estilo musical que escolheram.

Skaladdin | Suíça


Branquelos, loiros e de olhos azuis, falam inglês com sotaque bem ianque. Todo mundo pensa que são dos EUA – mas, na verdade, vêm da Suíça. Seguindo a linha de bandas americanas como Reel Big Fish e Toasters, misturam punk rock a um ska bem acelerado, com guitarras distorcidas. A banda existe desde 1998. Tocaram em São Paulo em julho de 2006, no finado bar Black Jack (o CBGBs brasileiro). Na época, divulgavam seu último disco (e o último lançamento da banda até hoje), o irônico “Young, Handsome & We Know It” – Jovens, Bonitos e Nós Sabemos Disso. A banda de abertura foi o Sapo Banjo – que também segue os ritmos jamaicanos. Eu estava lá e o ingresso custava só 10 reais. Bons tempos.

 

Soom T | Escócia


Também conhecida como “MC Soom T”, a moça nascida em Glasgow (mesma cidade do Franz Ferdinand) cai matando em ragga, rimando muito rápido com um sotaque que engana bem. Sem ver a cara dela, apenas ouvindo sua voz e suas rimas, você poderia imaginar que é uma jamaicana da gema. O som dela é uma pegada jamaicana mais moderna, mais eletrônica, seguindo ritmos mais novos como ragga, dub e raggamuffin ao invés de ska e reggae.

As canções da Soom T têm letras politizadas e por vezes falam sobre anarquismo e liberação da maconha. Ela tem seu próprio selo (o No Step Productions, criado em 2009) e já trabalhou com artistas como Asian Dub Foundation, Hagos e até a DJ Miss Kittin (que não tem nada a ver com música jamaicana, mas é um nome ilustre da cena eletrônica).

 

Selah Sue | Bélgica


A moça belga tem uma canção famosa na Europa chamada “Raggamuffin” – que, ironicamente,  não é raggamuffin (ritmo jamaicano criado nos anos 80, oriundo do dancehall – com batidas eletrônicas mais pesadas e sintetizadores. Fugia da tradição purista rastafari e era visto como “música de baile” nos guetos de Kingston). Mas o hit de Selah Sue é claramente influenciado por reggae – ela também faz um sotaque jamaicano e tem uma voz densa, grave e rouca que engana. Só de ouvi-la, assim como a Soom T, você poderia pensar que é uma típica jamaicana ou inglesa de Brixton (bairro de Londres que teve uma intensa imigração jamaicana na segunda metade do século XX e continua, até hoje, concentrando a comunidade caribenha da cidade. Pode ser comparado ao bairro da Liberdade e os imigrantes japoneses e chineses em São Paulo).

O som da Selah Sue tem apenas pitadas de música jamaicana – e o sotaque – , mas na verdade é um pop bem radiofônico. Tanto que a moça vende muito bem na Europa e já é bem famosinha por lá. Ela mistura várias referências de música negra – soul, jazz, ritmos jamaicanos (ragga, dub e reggae) e hip hop – à baladas na base voz e violão. E, com uma voz bem diferente e rouca, destoa das cantoras pop atuais. Música fácil de ouvir, nada contestadora, mas muito bem feita.

 

Amy Winehouse | Inglaterra


Pouca gente conhece o Ska EP, lançado pela Amy em 2008. Para mim, é a coisa mais interessante que ela fez. A cantora teve o grande feito de ressuscitar o soul e o estilo da Motown no mainstream, colocando a black music tradicional dos EUA de volta ao topo. Mas também era uma grande amante de ska – um dos ritmos que deu origem ao reggae e que se tornou muito popular na Inglaterra – e, principalmente, em Londres, cidade natal de Amy – por causa da forte imigração jamaicana no país.

Amy sempre fez muitos covers de clássicos do estilo e chegou a se apresentar como backing vocal do tradicional grupo de ska inglês The Specials. No EP, gravou um cover deles (“Hey Little Rich Girl”), dois clássicos de ska jamaicano que também foram regravados pelos Specials (“Monkey Man”, sucesso absoluto do Toots & The Maytals que já recebeu dezenas de versões; e You’re Wondering Now”, gravada pelo tradicionalíssimo grupo Skatalites – conhecido como a banda mais antiga de Ska do mundo – e pela dupla Andy & Joel)  e um clássico do soul travestido pro ritmo de ska (“Cupid”, de Johnny Nash).

A paixão de Amy pelo Ska e pelos Specials era tanta que até a capa do EP reproduzia a arte característica dos Specials e seu Ska “2 tone”, todo em preto e branco e com o clássico quadriculado (o Ska “dois tons” era feito na Inglaterra, por brancos, mas referenciando e contando com a participação de músicos negros jamaicanos. Daí o nome e a referência a preto e branco.).

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NTR Convida # 22 Johann Vernizzi (Veronica Kills)

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério) o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

 
O convidado da semana é Johann Vernizzi, vocalista e guitarrista da banda Veronica Kills. O quarteto pode ser simplesmente definido como uma banda de rock. E no sentido tradicional da coisa. Não tem efeito, não tem firula, é guitarra no talo, música rápida e barulhenta, gritos e distorção suja. Como eles mesmos dizem, só querem saber de tocar “rocão”, se divertir e se manter fiel às origens, sem pretensões de atingir grandes massas ou aparecer no Faustão.

Apaixonados por rock de garagem cru, com clara inspiração em bandas como Ramones, MC5, Hellacopters, Turbonegro e Stooges, Alex Scotch (guitarra), Johann Vernizzi (guitarra e vocal), Matheus Lopes (baixo) e Giuliano Di Martino (bateria) formaram a banda em 2012 para tocar o que realmente gostavam. Meses depois, já se enfiaram em estúdio para gravar seu primeiro EP, batizado de “Disaster Tonight”.

As seis faixas do EP de estreia foram gravadas no estúdio Costella, de Chuck Hipolitho; e produzidas pelo próprio. Hoje Chuck faz parte da banda Vespas Mandarinas e é VJ da MTV, mas também ficou conhecido por fazer parte da banda brasileira de rock Forgotten Boys, outra influência da Veronica Kills.

Trabalhando de forma totalmente independente, sem selo ou gravadora, os meninos bancaram todos os custos do EP (os quatro têm empregos paralelos à banda), fizeram a capa do disco (Johann é designer e ilustrador), camisetas, adesivos, cartazes de shows, divulgação e até seu primeiro clipe,  para a canção “Lack Of Soul”. O vídeo, que foi filmado com um iPhone e editado pela própria banda, está na programação da MTV e já tem mais de duas mil visualizações no Youtube.

As músicas escolhidas pelo Johann estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência.

A playlist:

1) The Stooges – TV Eye
“Essa é uma das musicas mais fodas que já ouvi na minha vida. Cada vez que escuto essa faixa é como se a estivesse ouvindo pela primeira vez, me faz rever todos os meus conceitos sobre o que é fazer rock.”

2) Turbonegro – Get it On
“Turbonegro é uma banda norueguesa muito boa, de death punk/rock’n’roll. Gosto muito do jeito como eles misturam humor e energia ao som deles. Eles têm seu próprio exército (o Turbojugend), que é uma molecada que se organiza pelo mundo inteiro; e é demais. Recentemente eles trocaram de vocalista. O CD novo tá muito bom, mas prefiro o Hank no vocal.

3) Johnny Thunders – Born to Lose
“Depois que saiu do NY Dolls, ele formou o Heartbreakers com o Richard Hell (que saiu cedo da banda) e com o Jerry Nolan (ex-baterista do Dolls). O disco LAMF é muito foda, rock’n’roll simples, com muita energia.”

4) Ty Seagall – Girlfriend
“Todas as bandas e projetos desse cara são demais. Geniozinho.”

5) Black Lips – Sea of Blasphemy
“Banda foda, energia pra caralho!”

 

veia copy copyMais Veronica Kills:

Entrevista do Johann para o LADO Bá
Soundcloud (ouça o EP na íntegra)
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NTR Convida #21 Luis Haruna (João e os Poetas de Cabelo Solto)

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério) o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

 
O convidado da semana é o primeiro trompetista que passa por aqui. Luís Haruna toca trompete e faz backing vocals na João e os Poetas de Cabelo Solto, banda que nasceu em 2007 fazendo shows cover de Los Hermanos em festas universitárias e evoluiu, naturalmente, até o lançamento do primeiro cd próprio, homônimo, em março de 2012.
joão e os poetas de cabelo solto
Conheci a João e os Poetas através de uma bela coletânea de tributo a Los Hermanos, chamada Re-Trato, onde contribuíram com um digníssimo cover da música É de Lágrima. Participaram da mesma coletânea nomes como Cícero, Velhas Virgens, Tiago Iorc, Maglore e vários outros igualmente sensacionais.

Outra coletânea de que os caras fizeram parte – e vale a pena ser conferida -, foi uma homenagem a The Strokes, entitulada Is This Indie, onde dividem a lista de faixas com Vivendo do Ócio, Vespas Mandarinas, Jennifer Lo-Fi e outros.

As músicas escolhidas pelo Luis estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência.

A playlist:
1) The Beatles – Penny Lane
“O mais difícil de indicar um som do Beatles é descobrir qual delas escolher, mas ‘Penny Lane’ traz o que é de bom em uma música pop. Uma ótima melodia, arranjo com uma instrumentação muito bem combinada soando simplicidade e um refrão que fica nas nossas cabeças. Além disso, a ótima letra traz imagens e sensações de um lugar totalmente amigável com um tom nostálgico de boa vizinhança. Me faz lembrar minha infância ou uma sensação de como vida podia ser hoje!! Uma das melhores dos caras!!”

2) Dave Matthews Band – Ants Marching
“Junto com Beatles, Dave Matthews Band está sempre presente em alguma playlist semanal minha. Acho a banda tecnicamente fenomenal e as improvisações tornam cada show diferente do outro. ‘Ants Marching’ fala da vida em uma metrópole e como somos pequenos perante ela, sensação corriqueira pra quem mora em São Paulo, como eu. O riff de sax com violino no começo faz toda a diferença na música, além das batidas de Carter Beauford, um dos melhores bateristas que já vi tocando ao vivo. Ela está no primeiro álbum “Under the Table and Dreaming” que, junto com “Crash”, são os meus discos preferidos dos caras.”

3) Bruce Springsteen & The E Street Band – Rosalita
“Aquela história do amor de uma mulher com um homem prestes a virar Rock Star, tudo feito com uma energia insana. A sinergia entre a voz de Springsteen com a The E Street Band é empolgante, com destaque para as linhas de sax de Clarence Clemons. Coloco esse som junto com ‘Born to Run’, ‘Thunder Road’ e ‘Born in the USA’ como os melhores de Springsteen.”

4) Gilberto Gil – Back in Bahia
“Sou fã da musica baiana. Desde as composições de Gil, Caetano e Tom Zé, as vozes de Betânia e Gal, a inovação dos Novos Baianos e as batidas do Olodum. Sem falar ainda da Bossa Nova de João Gilberto, baiano de Juazeiro. ‘Back in Bahia’ traz a saudade de Gil de sua terra natal durante seu exilio na época da ditadura militar e, por consequência, todas as boas sensações e lembranças de quem uma dia já visitou a terra baiana, e tudo arranjado em um bom rock. Uma das melhores músicas da discografia de Gil.”

5) Cartola – Corra e Olha o Céu
“O samba mais bonito que já ouvi!! A melodia por si só já dá o tom da música, mas a letra apaixonada torna ela fenomenal.”

Mais João e os Poetas de Cabelo Solto:

Site da banda
Fanpage oficial da banda

 

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10 posts que você precisa ler novamente

 
O Ano 2 do Não Toco Raul começa com uma seleção marota de posts que você não pode deixar passar. Eles estão aqui por vários motivos. Não são necessariamente os mais acessados, comentados, adorados ou odiados, mas com certeza estão entre os que mais gostamos. Vamos aos posts:

Maldita indústria cultural: Glee

 
Glee é, em tradução livre e minha, um grupo que canta tudo junto, um clube de coral. O seriado começou em setembro de 2009, criado por Ryan Murphy e, logo na primeira semana, conquistou os primeiros lugares…
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Açaí, Djavan

 Djavan falou sobre isso em uma edição do programa Som do Vinil, do Canal Brasil, depois de ser provocado sobre o assunto por Charles Gavin. O baterista dos Titãs elogia o swingue de Djavan e diz que isso permite…
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Esse é o país que vai sediar a Copa – Pt.1

 Bem, amigos, como já é sabido, o Brasil é o próximo país a sediar os maiores eventos esportivos do planeta: a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Além das centenas de profissionais que atuam dentro e fora dos campos…
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Playlist: dia dos namorados

 Não há nada melhor em um sextime do que um bom som para acompanhar (e esquentar) o momento. Aproveitando essa vibe romântica do dia dos namorados, o NTR escolheu a dedo uma playlist…
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11 razões do por quê o QOTSA é a banda mais foda do mundo

 Som pesado, guitarras distorcidas, jam sessions no deserto e clima de chapação definem de cara o Queens of the Stone Age. A banda, formada em Palm Desert (Califórnia) em 1997, ajudou a popularizar o stoner rock…
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A maioridade de Nevermind

 É muito irônico que um dos discos mais importantes da história se chame “Não Importa“. Pois hoje o álbum “Nevermind“, maior sucesso do Nirvana, completa 21 anos de lançamento. E chega à maioridade…
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 Right Track #6 – Foo Fighters vs. Drive

 Apesar de Drive já ter uma trilha sonora digna, contando com sons bem “retrôs” que se encaixam com o visual do filme, Everlong cai como uma luva na história do motorista sem nome…
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James Hetfield: o melhor guitarrista base do mundo

 A alcunha de “melhor guitarrista base do mundo” pode não parecer grande coisa, quase como um prêmio de consolação: “a banda tem seus destaques, mas na base você é o melhor”. Ninguém que tenha…
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O fenômeno da Exaltarepetição

 Desde a primeira música do primeiro CD até a última gravada em um DVD em São Paulo, 25 anos depois, o Exaltasamba fez uso de uma fórmula musical específica: terminar as canções da mesma forma…
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 NTR Convida #14 – Supla

 
O Supla ainda é um cara analógico. Pelo menos foi essa a impressão que ele deixou quando, às 5h da tarde de uma sexta-feira, preferiu me ligar a responder um simples e-mail….
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Deus salve o Não Toco Raul!

 
12 de março é um dia muito especial, caro leitor: há exatamente um ano entrou no ar o Não Toco Raul, com tudo sobre música – só que ao contrário. Foram 365 dias de muito empenho para abordar um pouco de tudo, mas sem qualquer compromisso de falar sobre nada. Deu pra entender? Aos poucos, vamos compreendendo também, aprendendo a levar para a frente um site que pretende ser interessante e de qualidade. A você, caro leitor, o nosso muito obrigado por contribuir com esse processo. Crescemos muito nesse último ano. Deus salve o Não Toco Raul!

Foram 145 postagens nesse período. Falamos sobre a origem das músicas, explicamos algumas fórmulas musicais, fizemos análises e relatamos shows. Mostramos o que músicos de bandas de todo o Brasil – e até do exterior – costumam ouvir com o NTR Convida; e unimos musicalidade e cinema no Loroza Records e Right Tracks. Fizemos listas temáticas e apresentamos alguns Cool Covers, seção onde está a origem verdadeira do Não Toco Raul. Esse era o nome de um Tumblr, ideia que evoluiu até o lançamento do site, em 12 de março de 2012.

Não há explicação para este nome, caro leitor, ele apenas apareceu em uma lista feita durante o brainstorm – e nós gostamos. Achamos engraçado, claro, mas de certa forma denota personalidade, como a banda que diz “foda-se” para quem exige: “toca Raul!”. Deste jeito mesmo, conseguimos mais de 115 mil visualizações, feitas por quase 30 mil pessoas, a grande maioria do Brasil, mas com acessos vindos dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Espanha, Portugal e países africanos de língua portuguesa como Angola.

“O mundo dá voltas”, já diria Fernando Stéfano Badauí, vocalista do CPM 22 – e com quem o Não Toco Raul partilha aniversário (Parabéns, Badauí!); e aos poucos vamos nos encaixando nessa, encontrando nosso espaço. Se não ficarmos tão loucos quanto Pete Doherty, frontman do Babyshambles e do Libertines, outro que nasceu em 12 de março (Cheers, mate!), talvez a gente consiga melhorar nesse próximo ano. Que tenhamos a determinação de Steve Harris, o único membro original a permanecer no Iron Maiden em quase 40 anos de carreira e que, é claro, faz aniversário hoje (devil horns!).

Curiosamente, nenhum dos nossos Rauls preferidos (Seixas, Castro, Gazola, Gil, Julia…) tem o 12 de março como data especial. Mas neste dia histórias grandiosas tiveram início, podem ter certeza. É o nascimento, por exemplo, de Sir Thomas Arne, em 1710. Compositor inglês, trabalhou à frente da orquestra do Teatro Real Drury Lane de 1734 a 1750. Por isso, é constantemente apontado como autor do hino nacional “God Save The Queen” (ou King, a depender da situação) – oficialmente, autoria e composição são “desconhecidas”.

Em 2013, nós merecemos uma homenagem como esta: God save Não Toco Raul!

 

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NTR Convida #20 Luis Calil (Cambriana)

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério) o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

 
O convidado da semana é Luis Calil, vocalista da banda Cambriana. Sabem aquelas listas de “melhores do ano”, que a maioria dos blogs e sites musicais fazem em dezembro/janeiro? A Cambriana fez valer uma lista de 100 bandas nacionais que eu vi no começo de 2013.
cambriana
É a típica banda-nacional-que-não-parece. Se auto-definem como sendo uma banda de “pop psicodélico”, com influência de artistas como The Kinks, Grizzly Bear, Neil Young e Radiohead, entre outros. Acho pouco.

Ouvindo o disco House of Tolerance (2012) e os dois EPs, Afraid of Blood (2012) e Worker (2013), todos gravados, produzidos e mixados pela própria banda, temos uma das melhores coleções indie disponíveis hoje no Brasil. A Cambriana participou de grandes festivais no ano passado e dividiu palco com Móveis Coloniais de Acaju e Black Drawing Chalks, em Goiânia, e Otto, Marcelo Jeneci, Criolo e Milton Nascimento, em Pirenópolis.

Fiquei dias, vários dias, com a música e o clipe de The Sad Facts na minha cabeça. Faça-se o favor e veja-o.

As músicas escolhidas pelo Luis estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência.

A playlist:
1) Abayomy Afrobeat Orquestra – Eru
“Afrobeat de altíssimo nível sendo feito no Brasil. Orgulho.”

2) Harry Nilsson – Me and My Arrow
“Indicação do Israel Santiago, guitarrista da banda. Pop perfeito, simples e delicado, com a dose correta de melancolia.”

3) Kendrick Lamar – Real
“Eu não consigo tirar o gancho da minha cabeça: “I’m real, I’m real, I’m really really real”.”

4) Rihanna – Stay
“A linha de piano no verso é reticente de um jeito que é muito raro em baladas pop. A emoção nela é repetidamente suprimida pelo terceiro acorde. É claro que no refrão a Rihanna entrega o jogo e solta a franga, mas até lá, é uma composição de muita classe.”

5) Philip Glass – Closing
“É a faixa final do grande disco do Glass, o “Glassworks”. É uma reprise da faixa de abertura (que é tocada apenas no piano), só que com que instrumentos de corda e sopro. Muito, muito bonito.”

Mais Cambriana:
charlotte-cooper
Site da banda
Fanpage oficial da banda

Corra e baixe todas as músicas da Cambriana, na página deles no BandCamp.

 

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Cool Covers: Livin’ On a Prayer

 
Se você assim como eu é um pouco infeliz, por nunca ter ido a um show do Bon Jovi, pode ir se preparando para tirar esse peso das costas. Com o anúncio da vinda da banda ao Brasil, muitos de nós terão a chance de se redimir. Bon Jovi se apresenta no Rock in Rio, dia 20/09, mesmo dia do Nickelback. Para alegria de muitos, não vai ser necessário ouvir How you remind me, Far Away ou Photograph, pois também haverá um show em São Paulo, dia 21/09.

Pegando esse gancho, o Cool Cover de hoje é uma excelente versão de Livin’ On a Prayer, feita pelo homem-banda Alex Goot. Alex já fez parte do elenco de Glee, o que já garante a alta qualidade de produção. Sem mudar a estrutura da música, Alex consegue fazer um cover notório, com exceção do vocal. Porém, chega a ser injusto julgar o vocal quando falamos da banda que até hoje faz muito marmanjo chorar, não é mesmo?

Fiquem com a versão de Alex, e em seguida um pequeno e já conhecido Bônus: “Ismailai”.


Alex Goot – Livin’ On a Prayer


Ismailai – O pior cover de todos os tempos

 

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Stereophonics | Graffiti on the Train

 

Stereophonics | Graffiti on the Train

Stylus Records / 4 de março de 2013 / Rock
Stereophonics | Graffiti on the Train

Faixas:
1. We Share the Same Sun
2. Graffiti on the Train
3. Indian Summer 
4. Take Me
5. Catacomb
6. Roll the Dice
7. Violins and Tambourines 
8. Been Caught Cheating 
9. In a Moment
10. No-one’s Perfect

 

3,5/5

Graffiti on the Train não compete com os clássicos do Stereophonics, mas é um disco completo e inspirado. Nenhuma “Have a Nice Day” ou “Maybe Tomorrow” para estourar na rádio, um clima dark na maioria das músicas e um set de cordas muito bem utilizado dão personalidade e maturidade para o álbum.”

É pra quem gosta de:

Travis – The Verve – Train

Tem que ouvir:

Indian Summer – Violins and Tambourines – Been Caught Cheating

Pode pular:

Roll The Dice – In the Moment

 

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NTR Convida #19 Charlotte Cooper (The Subways)

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério) o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

 
Mais uma vez o NTR Convida traz uma playlist gringa: a convidada da vez é a inglesa Charlotte Cooper, baixista e vocalista dos Subways (e NÃO, não é aquela lanchonete, pode guardar a piadinha!).

the-subwaysA banda é um power trio inglês formado por ela e pelos irmãos Billy Lunn (vocalista e guitarrista) e Josh Morgan (baterista). Eles ficaram famosos no mundo todo com o hit “Rock’n’Roll Queen” (de seu álbum de estreia “Young for Eternity”, lançado em 2005). A canção chegou a ser usada na trilha sonora de comerciais, seriados e filmes (como “The OC”, “Rock’n’Rolla” e o excelente longa alemão “A Onda”). Eles estouraram quando ainda eram adolescentes.

Com vinte e poucos anos, já tinham rodado o mundo todo fazendo shows e ganharam notoriedade com apresentações muito intensas, enérgicas e explosivas em grandes festivais (viraram praticamente residentes do Reading Festival). Hoje ainda nem chegaram nos 30 anos e já  têm 3 álbuns lançados – o segundo deles, “All or Nothing (de 2008), foi produzido por Butch Vig, que também fez o seminal “Nevermind”, do Nirvana.

Apesar de tocar em uma banda de rock bem purista, a Charlotte é bastante eclética e nos indicou as cinco músicas que mais tem ouvido ultimamente:

As músicas escolhidas pela Charlotte estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência. 

A playlist:
1) Bat For Lashes – All Your Gold
“Eu sempre me inspiro ouvindo e assistindo a artistas femininas que realmente detonam e dominam o palco. E a Natasha Khan definitivamente é um exemplo disso. Essa é a minha canção preferida do último álbum dela.”

2) Blood Red Shoes – Heartsink
“Nós tocamos com os Blood Red Shoes em alguns festivais no último verão; e foi tão incrível vê-los tocando ao vivo de novo! Me fez querer ouvir os álbuns deles mais uma vez; e “Heartsink” é provavelmente a minha música preferida deles.”

3) Reverend & the Makers – Bassline
“Meu marido está tocando bateria com a banda, então eu vi muitos shows deles no ano passado. A plateia sempre pula e se agita quando eles tocam essa música; e eu adoro isso.”

4) Kylie Minogue – BPM
“Essa música é um lado B do single “I Believe In You” e é uma das minhas canções preferidas da Kylie. Ela tem sido minha artista favorita desde que eu tinha 5 anos…e é surpreendente ter um lado B tão incrível quanto esse!”

5) Hundred Reasons – I’ll Find You
“Os caras dessa banda eram heróis para todos os jovens roqueiros quando eu era adolescente. Recentemente eles se reuniram para alguns shows e foi tão legal poder ouvir todas as pessoas do lugar cantando cada palavra de suas músicas de novo.”

Mais Charlotte Cooper e Subways:
charlotte-cooper
Twitter dela
Twitter da banda
Site oficial dos Subways
Fanpage oficial da banda no Facebook
Canal oficial da banda no Youtube

Entrevista especial da Charlotte para o Lado Bá.

 

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Cool Covers: Beck canta David Bowie

 
Tá aí um cover criativo! Em plena semana na qual David Bowie apresenta o segundo single – o primeiro você pode ver aqui – do CD  “The next day”, temos a sorte de conferir o americano Beck (Beck Hansen, o nome artístico completo) em uma releitura da gostosa de ouvir “Sound and Vision” de Bowie.

A apresentação aconteceu em um evento da Lincoln, marca de automóveis, parte do projeto “Hello Again”.Para conferir a performance do rapaz e mais uma orquestra bacana, só dar o play logo abaixo:

Te deu saudade do David Bowie? Dá um play no trailer de “Labirinto”, aquele filme estranho (ah vá), depois do cover. 😉

 

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