A volta dos Racionais MC’s

Os Racionais MC’s são considerados como o grupo mais importante de rap do Brasil. Em 2014, eles comemoram 25 anos de carreira e, em dezembro, lançam um disco novo, que será seu sexto álbum de estúdio – e o primeiro disco cheio de inéditas em 12 anos. Com tudo isso, não é de espantar o quanto a volta dos Racionais é ansiosamente aguardada pelos fãs.

Ontem, foi divulgado o primeiro single do disco novo, “Quanto Vale O Show”:


A nova música foi produzida pelo DJ Cia, do RZO, em parceria com o próprio Mano Brown, dos Racionais. O tema do clássico filme “Rocky Balboa” foi usado como sample em alguns trechos da canção, que traz Mano Brown rimando sobre sua adolescência na periferia de São Paulo nos anos 80.

O disco novo do Racionais foi mixado e masterizado no Quad Recording Studios, em Nova Iorque, onde também já gravaram artistas como Jay-Z, Lil Wayne, Coldplay, Whitney Houston, Busta Rhymes e Alicia Keys. O álbum ainda não tem nome divulgado, mas a expectativa é que esteja disponível a partir do dia 25 de novembro (semana que vem) com exclusividade na loja digital Google Play.

O show oficial de lançamento do novo disco está marcado para o dia 20 de dezembro no Espaço das Américas, em São Paulo. Dá pra comprar ingresso aqui.

12 de novembro: Dia Mundial do Hip Hop

B-boys dançando break no centro de São Paulo, nos anos 80. Agaixado, Nelson Triunfo, um dos ícones do movimento Hip Hop no Brasil

Hoje é o Dia Mundial do Hip Hop. O movimento foi criado em Nova Iorque na década de 70 e agora completa 38 anos. E, no Brasil, ele nunca esteve tão bem.

Entendedores já sabem que a cultura Hip Hop é composta por quatro elementos: o grafite, o break (a dança dos B-boys), o DJ e o MC.

Mas, considerando o Hip Hop simplesmente como gênero musical, é indiscutível o seu crescimento no Brasil nos últimos anos. O estilo se popularizou ainda mais, transbordou as fronteiras da periferia de vez e, felizmente, levou acesso para muito mais gente a artistas tão bacanas que temos por aqui e que sempre mereceram mais valor – como o Criolo, que faz rap há mais de 20 anos e só foi estourar com seu segundo disco, o consagrado “Nó Na Orelha”, de 2011.

O grafite também estourou no mundo todo pra valer de uns dez anos para cá; e artistas brasileiros como Os Gêmeos agora são mega famosos internacionalmente…mas vamos focar na música.

Aposto que não foi coincidência o cantor e rapper Rael ter lançado justo hoje a parte 2 da música e homenagem “O Hip Hop É Foda”:

A música nova conta com a participação de Emicida, Marechal, KL Jay (do Racionais MCs) e Fernandinho Beat Box, além do B-boy Pelezinho e do grafiteiro Does. A canção foi inspirada em “A Bossa Nova É Foda”, do Caetano Velloso. Clique aqui para ver a parte 1, lançada em 2013, que também é muito boa.

DJ Hum e Thaíde

Este ano, temos muitos lançamentos de álbuns inéditos de Hip Hop de qualidade no Brasil. O tradicional grupo RZO voltou e, nas últimas semanas, saiu disco novo do Projota, da Lurdez da Luz e do próprio Criolo. Em dezembro, sai disco novo do Racionais. Os shows, os clipes, a produção e os discos do gênero estão cada vez mais profissionais e hoje já não perdem em nada para os rappers gringos. É, o Hip Hop brasileiro também é foda.

Gwen Stefani volta com novo trabalho solo

A cantora californiana Gwen Stefani, do No Doubt, mantém uma carreira solo em paralelo às atividades da banda desde 2004. Atualmente, ela está em alta e tem aparecido bastante na mídia – Gwen é uma das apresentadoras da versão americana do The Voice e o No Doubt andava em turnê com seu último disco Push and Shove, de 2012, que marcou a volta da banda. Aproveitando a boa fase, ela soltou um single novo. É a música “Baby Don’t Lie”:

A canção é o primeiro trabalho solo de Gwen a ser lançado desde 2006. Mesmo contente com sua volta depois de um hiato de oito anos, não gostei muito da música nova, apesar de o single estar sendo aparentemente bem recebido pelos fãs. Achei sem graça e meio chatinha, muito parecida com alguns trabalhos da Rihanna, mas sem potencial para virar um grande hit. A carreira solo da Gwen sempre foi muito mais focada em pop e dance, estilos que diferem bastante da pegada do No Doubt – que também sempre teve uma forte veia pop, mas sem deixar o rock, o ska e a música jamaicana de lado. Por isso, muita gente critica bastante a carreira solo dela. Eu sou fã da Gwen, tanto no No Doubt quanto em carreira solo. Mas confesso que esperava mais dela e fiquei decepcionada.

E você? O que achou?

NTR Convida #53 – Troublemaker

Os convidados desta sexta-feira são os paulistanos da Troublemaker, banda de rock grunge e sujo formada por Gui Maia (vocal e guitarra), Lucas Andrade (bacteria), Vitor Cunha (baixo e vocal) e Fabio Frank (guitarra e vocal). Eles acabaram de lançar seu primeiro EP, chamado “Sheep”, que traz cinco canções inéditas (Pulse, Drive Me Crazy, Suspicious, Guess Who e Stone Cold). O EP foi produzido pelo Gui Maia, da própria banda, que também é dono do Dinamite Studios, localizado na zona sul de São Paulo.

10466884_4409076281771_1213300717_n“Foi meio tenso. Na verdade acho até que foi legal, mas como eu estava emocionalmente envolvido no processo não sabia se estava julgando certo. No meio do caminho até cheguei a pensar em pegar o que já tinha gravado e ir no Costella (estúdio de Chuck Hipolitho) terminar o EP por lá, para ter uma pessoa de fora da banda atuando na produção. Mas no fim acabei desistindo, pois só faltavam as guitarras e vocais. Eu também produzi no Dinamite o álbum de estréia do Sleeping Sapiens e um EP do Veronica Kills (que se chama justamente Dinamite Days). Não gosto muito de produzir bandas que eu não curta o som, tenho que curtir pra caralho o trampo pra dar aquele tesão na hora que você ouve pronto, sabe? A gente grava bastante coisa no Dinamite que eu não assino como produtor, porque temos que pagar as contas! Mas quando eu curto, eu gravo de graça ou ‘quase de graça’ e assino!”, conta Gui. Além do Estúdio Dinamite, ele também é dono do selo Dinamite Records, criado para lançar suas bandas junto com o Adriano, do grupo Little Drop Joe.

10421170_250206301854525_3771280076238877379_nOs grupos Sleeping Sapiens e Veronica Kills são parceiros do Dinamite e alguns de seus integrantes, que também são designers, acabaram desenhando artes gráficas para a Troublemaker. Johann Vernizzi (vocalista e guitarrarista das duas primeiras bandas citadas) criou a capa do EP do Troublemaker, enquanto o baterista Giuliano Di Martino (da Veronica Kills) desenhou a camiseta da banda do Gui. Os caras também são amigos de longa data. “Conheço o Johann há séculos. Desde os 17 anos temos bandas horríveis que tocam juntas (risos)! Sempre curti o trampo dele como designer, quando ele tinha uma banda chamada Bulletproof ele fazia uns quadrinhos do grupo e eu achava os desenhos demais! Sabia que se alguém fosse fazer a capa do nosso EP, tinha que ser ele!”, conta Guilherme.

As influências da Troublemaker são muito diversas. Cada integrante gosta de um tipo de som, então a playlist que eles escolheram para o NTR ficou bem interessante – apesar de todas as musicas escolhidas puxarem para o lado do rock e da distorção pesada que eles tanto gostam. Guilherme explica: “Cada um ouve uma coisa completamente diferente do outro! O Lucas curte uma setentera, MC5! O Fabio curte Rainbow pra caralho e ouve umas paradas mais heavy metal. O Vitor é fã de Muse e QOTSA e eu sou da sujeira, ouço bastante Mudhoney, Stooges, Nirvana e derivados! O engraçado é que a unica coisa em comum que todo mundo pira é groove, que não tem nada a ver com o som que a gente faz; e o Black Sabbath, que é unânime!

Confira a seleção da banda abaixo (para ouvir as canções na sequência, aperte play no video do topo do post):

1) Queens Of The Stone Age – Go With The Flow (Vitor)
“Sujo, chute na cara e dois pés no peito. Boa música para fazer problemas enquanto se ouve. se”)! E não tenha vergonha nem medo das gravações garageiras! Grava suas paradas e só, vai.”

2) Grand Funk Railroad – Inside Looking Out (Lucas)
A minha escolha pro rock não poderia ser outra. O Grand Funk é Blues, Soul e Funk! É foda, uma marretada de maravilha na sua cuca, fora que as ideias deles eram só estuprar o amplificador de alguma forma genial, coisa que se assemelha muito com as ideias imbecis “troublemakeanas”! E o motivo de eu escolher essa música? Primeiro, é uma perfeita tradução de feeling musical em minha concepção – obviamente que também eram músicos dotados de técnica musical, mas é que era muito feeling, cara – e como não sou tão dotado de técnica tenho que me apegar ao feeling e nisso os caras dão aula. Nessa música ao mesmo tempo eles espancam e massageiam; é uma maravilha musical, mas poderia citar toda a discografia do Grand Funk e mesmo assim achar impecável! Um fato engraçado é que toda vez que posto uma foto da banda no Facebook, o site marca o Gui automaticamente na cara do vocalist (risos).”

3) Black Sabbath – Symptom Of The Universe (Fabio)
“Porque tem um dos riffs mais malvados do mundo e o Iommi é rei. Porque os berros do Ozzy não tem nem o que justificar. E também porque a bateria desse som é cabulosa e o final dele é lindo e inusitado.

4) Mudhoney – Touch Me I’m Sick (Gui)
“Eu não poderia escolher outra música, pois essa é a faixa de abertura do disco que mudou a minha vida! Não é a abertura do Superfuzz Bigmuff original, mas o que chegou na minha mão foi uma versão da Trama Virtual que era o Superfuzz Bigmuff plus early singles. Quando eu tinha uns 15 anos eu curtia um metalzão: Metallica, Megadeth, essas paradas! E curto até hoje…mas um dia entrei numa loja de disco e vi a seção só com CDs em promoção. Paguei R$ 7,90 nesse CD do Mudhoney sem nem saber do que se tratava, comprei pela capa mesmo! E, cara, quando eu botei pra tocar minha vida mudou pra sempre, fiquei doente e não tinha mais cura. Depois veio o Nirvana, o Soundgarden, o Queens Of The Stone Age e todo o resto. Mas, se não fosse pelo Mudhoney, talvez eu nem ouvisse essas coisas! Fui em todos os shows dos caras que rolaram aqui no Brasil e parece que toda vez que o Mudhoney volta pra minha vida, acontece alguma coisa. Tipo um “breaking point”. Os caras são fodas demais! Nessa última passagem deles pelo Brasil eu tive a oportunidade de conversar com eles e fiquei sabendo que todos têm empregos normais e ralam do mesmo jeito que as bandas daqui ralam pra poder tocar! Achei isso simplesmente do caralho! O dia do show não foi um dos melhores dias da minha vida, mas teria sido pior se não tivesse o Mudhoney pra salvar!”

A história de como a banda foi formada é bem engraçada. Guilherme conhecia o Fabio há anos, e eles tiveram juntos uma banda chamada “Baby Dinamite” – que deu origem ao nome do estúdio e do selo dos caras, hoje sócios.  Um dia, Gui deu uma festa no estúdio para comemorar seu aniversário e aí Vitor e Lucas apareceram de penetras, sem terem sido convidados. Mas no final todos ficaram amigos e acabaram fazendo jams juntos, começaram a compor músicas e aí oficializaram a banda.

Gui conta que o interesse do grupo sempre foi fazer música autoral e que o processo de composição funciona com improvisação e jams no estúdio, de forma instintiva: “No ensaio alguém puxa um riff, aí todo mundo vai tocando em cima, vamos acertando as partes e o negócio vai tomando forma. É bem esponâaneo e acho que se não tivesse todo mundo lá não rolaria. Tem vários riffs desse novo EP que eu tentei tocar com outra galera e não saiu nada”.

10418201_250206028521219_5083449419740794197_nMais troublemaker:

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Soundcloud (ouça o EP “Sheep” na íntegra)

Dinamite Studios

Dinamite Records

Quanto vale um ídolo?

unnamedHoje eu recebi um e-mail com uma oferta tentadora: conhecer o Ozzy Osbourne pessoalmente. Eu sempre fui fã do cara e é uma figura que eu adoraria ver de perto. Mas é claro que a oferta não é milagre – é um produto que estão tentando me vender. E, como todo produto no mercado, tem um preço. Que é bem alto, aliás: o “meet and greet” do Ozzy Osbourne sai pela bagatela de 250 libras esterlinas – o equivalente a R$ 1.000,00. Não, você não leu errado!

A oferta é válida para o show que o Black Sabbath vai fazer aqui em Londres no dia 04 de julho, em um festival no Hyde Park. Quem comprar o “meet and greet” tem o direito de encontrar com o Ozzy antes do show, pode tirar uma foto com ele, ganha uma camiseta do show e um brinde assinado. Detalhe: o preço do encontro (250 libras) não inclui o ingresso do show, que deve ser pago à parte. O bilhete mais barato para o festival custa 69 libras (o equivalente a R$ 276,00, mais a taxa de conveniência – pois é, tem isso aqui também, mas não em todo show).

Depois de receber esse e-mail fiquei um tempão pensando em como é meio triste pagar para conhecer um ídolo. Quem é muito, muito fã e pode pagar deve mesmo fazê-lo? Será que realmente vale a pena? Muitas vezes é capaz de a pessoa se decepcionar bastante com o seu ídolo. Pensei nos fãs brasileiros da Avril Lavigne, que desembolsaram R$ 800,00 para encontrar com a cantora e, na hora, não puderam nem chegar perto dela para tirar a tão desejada foto com sua grande ídola. Resultado: todas as fotos dos fãs tem um espaço enorme entre eles e a Avril e os dois aparecem sem graça, desconfortáveis e exibindo um sorriso amarelo. Triste. E tão ridículo que virou meme.

avril4Tudo bem que alguns artistas fazem parecer valer a pena pagar caro pelo encontro. As divas do pop Rihanna e Katy Perry sempre tiram fotos abraçadas com os fãs e parecem ser realmente atenciosas e simpáticas. Mas é certo vender esse tipo de coisa? É ético?

Alguns podem dizer que sim, é bacana, e que se fosse de graça seria impossível atender à demanda. E eu concordo com isso. Imagina a fila de groupies histérias se alguém tão famoso quanto o Paul McCartney (ou mesmo o Ozzy) tentasse atender a todos os fãs depois de um show. Mas acho que, se um artista se propõe a cobrar de um fã por um encontro, o mínimo que tem de fazer é ser extremamente simpático, aberto, carinhoso e atencioso – ainda mais pelos valores altíssimos que exigem.

E pensar que tantas vezes eu tive a oportunidade de conhecer artistas que realmente admiro depois de um show sem pagar nenhum centavo por isso (incluindo artistas gringos no pacote, que encontrei pessoalmente no Brasil, como o Mark Arm do Mudhoney, os australianos do Datsuns, o Blood Red Shoes e o MC5 – todos me deram autógrafos, conversaram e foram muito legais. Do MC5 eu ganhei até brinde e palheta, inesquecível). Acho que meus “ídolos” talvez não sejam tão famosos assim. Mas também devo ter sorte por admirar pessoas humildes e acessíveis.

O que você acha sobre pagar para conhecer um ídolo?

How much would you pay for an idol?

unnamedToday I received an e-mail with a very tempting offer: a chance to meet Ozzy Osbourne. I have always been a big fan of him and he’s someone I’d love to see in person. But of course the offer was not a miracle: it is in fact a product someone is trying to sell me. And, such as every product in the market, it has a price. Which is also pretty high: Ozzy’s “meet and greet” costs £ 250. Yes, you read that right!

This offer is avaiable for the Black Sabbath concert in British Summer Festival. The event will take place in Hyde Park, London, 4th of july. If you buy the “meet and greet” package, you get to know Ozzy before the gig starts, is allowed to take a picture with him and gets a special T-shirt of the event plus a signed gift. But the price does not include an entrance to the concert itself. To see Ozzy in action, you also have to pay for the festival ticket. The cheapest ticket costs £ 69 – plus the convenience fee!

After receiving this e-mail I spend a long time thinking about how it is a little sad to pay for meeting an idol. The ones who are really huge fans and can afford it should really do it? Does it really worth it? Chances are the person might get really disappointed with his idol. I remembered about the brazilian fans of Avril Lavigne, that payed as much as 200 pounds to meet the singer and, during the meet and greet, weren’t allowed to touch her or even get closer to take the so desired picture with their idol. The results? All the pictures of the event shows a huge gap between the fans and Avril, their faces show embarassement and a crooked smile. So sad. And so ridiculous that it has even turned out to be an internet meme.

avril4On the other hand, some artists make it look like the price is worth it. Pop divas Katy Perry and Rihanna, for example, are always holding the fans tight in the pictures and seem to be really considerate and nice to them. But, still, is it righ to sell this kind of thing? is it ethical?

Some might say it is ok, and that if an artist would do it for free it would be impossible to supply the demand. I agree. Just imagine the size of the queue if someone as famous as Paul McCartney (or even Ozzy) tried to attend all the fans after a concert. But I think that, if an artist decides to charge of a fan for a meeting, the least he has to do is being really nice, considerate and approachable – even more considering the high prices required.

And to think I had the chance to meet so many artists I admire whithout spending a single penny…including talking, hugs, signatures and sometimes even little gifts, like guitar picks from MC5. Plus, all of them were really nice to me. Maybe my “idols” are not so famous. Or maybe I’m lucky for admiring humble and approachable people.

What do you think about paying for meeting an idol?

Brasileiros tocam no Primavera Sound

O festival Primavera Sound será realizado em Barcelona na semana que vem; e conta com artistas brasileiros em sua programação – como os já super famosos Caetano Veloso e Rodrigo Amarante (Los Hermanos), além de quatro bandas que achamos bem mais interessantes de ver: Black Drawing Chalks e Boogarins de Goiânia, Móveis Coloniais de Acaju; de Brasília e Single Parents, de São Paulo.

O Primavera Sound é um dos maiores e melhores festivais do mundo, super reconhecido por público e crítica; e na edição de 2014 traz atrações como Arcade Fire, Queens of the Stone Age, Pixies, Nine Inch Nails e Kendrick Lamar. Para comemorar a participação no festival espanhol, que certamente será um dos shows mais importantes em suas carreiras, as bandas brasileiras organizaram shows em Brasília (hoje, na Arena Futebol Clube em frente à AABB) e em São Paulo – onde tocam amanhã, no Cine Joia. O mais bacana é que cada grupo tem um estilo diferente: o Black Drawing Chalks é rocão e stoner, o Boogarins lembra tropicália, jovem guarda e psicodelismo dos anos 60, o Móveis é uma mistureba de rock, soul, disco, MPB e ska bem dançante e animada; e o Single Parents é rock sujo bem anos 90, lo-fi e shoegaze. Resumindo: estaremos muito bem representados em Barcelona.


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A banda Single Parents é um baita exemplo de empreendedorismo: os caras são independentes, gravaram disco nos EUA, têm seu próprio selo (Balaclava Records) e acabaram de trazer para o Brasil o Mac DeMarco e o Sebadoh – com quem dividiram o palco, além de participarem do Primavera e fecharem outros shows na Espanha e em Portugal no que será sua primeira turnê europeia (tá, meu bem?!).

Falando em Sebadoh, eles participaram de uma coletânea de bandas brasileiras em tributo ao grupo americano,  com uma versão para a canção “Skull”. Escute aqui: www.tributoh.com. Eles também acabaram de lançar uma música nova, a primeira dentro de seu próprio selo e com a nova formação da banda, que virou um quarteto com a chegada de Zeek Underwood (guitarra) e Martim Batista (baixo), além dos membros originais Fernando Dotta (guitarra e vocal) e Rafael Farah (bateria). A música inédita se chama “VHS” (ah, a paixão pelos anos 90, né) e é muito boa – presta atenção no solo de baixo (2min40seg)!

Vai, Brasil! #vaitercopa

Yes, nós temos Michael Jackson!!!

Sim, caros leitores, é verdade! Foi lançado um álbum de inéditas da lenda Michael Jackson. O disco póstumo do saudoso rei do pop, que nos deixou há quase cinco anos, se chama “Xscape” e traz 9 canções novinhas em folha – além de faixas bônus na edição deluxe e um cover do clássico “Horse With No Name”, do America – que, na versão de Michael, se chama “Place With No Name”. Aliás, dá pra dar uma espiadinha no disco no site da gravadora Sony, com streaming de um pedacinho de cada música (clique aqui para ouvir!).

O disco foi produzido por gente de peso como Timbaland, Rodney Jerkins, Stargate e John McClain, além de L.A. Reid. E, entre as faixas inéditas do Rei do Pop, há uma música em parceria com Justin Timberlake, provavelmente o maior representante da influência de Michael na música atual. É a “Love Never Felt So Good”, que ganhou esse clipe bem bacana – uma linda homenagem a Michael:

Aqui em Londres, onde estou morando agora, o disco novo do Michael Jackson está recebendo toneladas de publicidade, com muitos cartazes espalhados pela cidade e em todas as linhas de metrô. Já dá para comprar o disco novo, Xscape, na Amazon e na iTunes Store. Acho que os Irmãos Jackson devem estar muito felizes 🙂

Mais Michael Jackson (canais oficiais):
Facebook
Site
Twitter
Instagram
Google +

 

Imparável / Unstoppable

Esse post possui uma versão em inglês / This article is also avaiable in english

O paulistano Johann Vernizzi, salvas as devidas proporções, é quase um Dave Grohl brasileiro. Além de trabalhar com publicidade e design em período integral em uma das maiores agências do Brasil, o cara ainda atua como ilustrador e tem duas bandas bastante produtivas: o trio Veronica Kills e a dupla Sleeping Sapiens. Johann é workaholic, quase hiperativo e envolvido em muitos projetos, assim como o líder dos Foo Fighters. E sim, sou suspeita pra falar porque ele é um dos meus melhores amigos. Mas essa produtividade musical vai muito além do meu possível puxa-saquismo e acho de verdade que merece a sua atenção.

Acontece que, quase ao mesmo tempo, o Sleeping Sapiens lançou um clipe novo; enquanto o Veronica Kills lançou um EP novo em parceria com a marca Converse e uma campanha de crowdfunding para a gravação de seu primeiro álbum completo – e seu lançamento em vinil. Tô falando que não é brincadeira, hahaha.

O vídeo do Sleeping Sapiens é legal porque é vintage. Os caras gravaram tudo EM FITA, com máscaras malucas, brincando num parquinho tipo playground de condomínio.

Johann Vernizzi, from São Paulo – Brazil, can be compared to Dave Grohl in is hyperactivity. Besides working as a full time designer for one of the main brazilian advertising agencies, he still works as an illustrator and has two great rock’n’roll bands: the trio Veronica Kills and the duo Sleeping Sapiens. Johann is a workaholic ans is always envolved em lots of different projects, such as the Foo Fighters leader. And yes, I’m biased because he is one of my best friends. But this high musical productivity goes far beyond my personal judgement and really deserves your attention.

The thing is, almost at the same time, Sleeping Sapiens has launched a new videoclip, while Veronica Kills has released a new EP in a partnership with Converse plus a crowdfunding campaign for the recording of their first full album – ans its release in vinyl. I’m telling you, it’s serious business.

The Sleeping Sapiens video is cool because its vintage. The guys have recorded it IN TAPE, wearing crazy masks and fooling around in a kids playground.

O EP novo do Veronica Kills se chama “Eu Caminho” e é legal porque, obviamente, é uma tiração de sarro com o disco mais hypado da dupla americana Black Keys, “El Camino”. Além disso, esse EP consolida a nova formação do Veronica Kills como um trio e foi gravado pelo projeto Rubber Tracks em parceria com a Converse (a marca que faz o clássico tênis All Star, moda entre os roqueiros desde os anos 70 e os Ramones).

O projeto, aliás, é uma chiqueza só: começou no Brooklin, em Nova Iorque, para incentivar a música independente; e agora chegou ao Brasil com a banda paulistana. As duas faixas do “Eu Caminho” foram gravadas no Family Mob Studios (que pertence a Jean Dolabella, ex-Sepultura) com o produtor Hector Castillo, que já trabalhou com artistas como David Bowie, Lou Reed e Bjork (tá, meu bem?!); e mixadas e masterizadas por Chuck Hipolitho no estúdio Costella. Dá pra ouvir as canções novas (“Song to Die” e “Feelin’ Alright”) no Bandcamp do Veronica Kills. E a capa, feita pelo próprio Johann, também ficou ótima (veja ao lado).

Agora, o Veronica Kills precisa da sua ajuda para poder lançar seu primeiro álbum cheio em vinil. Para explicar o que é o projeto, o que é crowdfunding e como todo mundo pode ajudar, a banda fez um vídeo bem divertido, com a volta da fatídica mãozinha do clipe “Lack of Soul”.

The new Veronica Kills’ EP is called “Eu Caminho” – in portuguese, “I walk”; in a clear reference and parody of the most hype album by american duo The Black Keys (“El Camino”). Besides that, this EP consolidates the bands’ new formation as a trio and was recorded by the project Rubber Tracks in partnership with Converse (the brand that makes the classic trainers All Star, in fashion among rockers since the 70s and the Ramones) .

The project is really great. It has started in Brooklyn, New York, to support independent music; and now it arrives in Brazil with the band from São Paulo. The two tracks from “Eu Caminho” were recorded in the Family Mob Studios (which belongs to Jean Dolabella, former member of the brazilian metal band Sepultura) with the producer Hector Castillo, who have worked with artists such as David Bowie, Lou Reed e Bjork (is that enough for you?); and mixed and mastered by Chuck Hipolitho, a legendary musician from brazilian underground rock scene who has also been a MTV presentor, in his Costella studios. You can hear the new tracks (“Song to Die” and “Feelin’ Alright”) on their Bandcamp website. The cover art were also made by Johann (see above).

Now, the band Veronica Kills needs your help so they can release their first full lenght album on vinyl. To explain how the project works, what is crowdfunding ans how to donate, the group has made a very funny and instructive video – starring the talking silly hand from their first video, “Lack of Soul”:

O álbum irá contar com 8 músicas inéditas da banda e será lançado em vinil de 12 polegadas de 140 g com capa colorida, em uma prensagem exclusiva para os apoiadores do projeto. Dependendo da quantia doada, os apoiadores também podem ganhar outras recompensas, como camisetas e adesivos. Clique aqui para acessar a página do projeto e ajudar! Tem recompensas legais a partir de apenas R$ 20,00.

Seguindo a tradição do “Faça Você Mesmo” e da hiper produtividade, o baterista da Veronica Kills, Giuliano Di Martino, assina o design das camisetas e adesivos do projeto. Queria saber o que esses caras comem no café da manhã. A campanha para ajudar a banda vai até o dia 17 de maio e ainda falta arrecadar boa parte da verba. Você já viu que os meninos fazem boa música, estão trabalhando duro e ralando de verdade. Então, que tal ajudá-los?

The album will have 8 new tracks and will be released in 12 inch 140 grams vinyl, with a high quality coloured cover, in an exclusive pressing for the pledgers. Depending on the amount donated, the pledgers can also win other nice rewards, like stickers and t-shirts. Click here to access the project webpage and help them! There are nice rewards from BRL 20 (less than 10 US dollars).

Following the “Do It Yourself tradition” and the hyperactivity, the bands’ drummer, Giuliano Di Martino, is responsible for the design of the project’s stickers and t-shirts. I wonder what do these guys eat for breakfast. The campaign to help the band goes up until May 17th and they’re unfortunately far from reaching their goal. You already know these boys make great music and that they’re working really hard. Now, what about helping them?

NTR Invites #49 Gwyn Ashton (english version)

Today’s “NTR Invites” session has a special guest and a bilingual edition. Click here to read the portuguese version / clique aqui para ler a versão em português.

Robert Plant, Led Zeppelin’s vocalist, says he’s the king of feeling and tone. Don Airey, Deep Purple’s keyboardist, says he’s one of the big blues heroes. And Johnny Winter says he is someone who knows how to play real blues. Gwyn Ashton is a legend of blues rock and guitar playing. He has a solid career, has played all over the world and been praised by rock legends. Even though, his talent seemed to be out of the spotlight – he’s unfortunately not as famous as he deserves, at least among brazilians.

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But, lucky us, that’s all about to change: Gwyn will be visiting Brazil with a special tour next may. The dates, cities and venues are yet to be defined, but Gwyn intends to visit as much places as possible, including more than 15 cities, smaller towns and the countryside – São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Florianópolis and Brusque, among other locations.

Gwyn was born in Australia and started playing guitar when he was only 12 years old. In the 60s, he formed his very first band – he was 16. He recorded two albuns and than moved to England with his group. He still lives in England and has been playing all over the world for the past 20 years, headlining festivals and playing with big artists like the british band Wishbone Ash – including a historical show at the Wembley Arena, for a 10 thousand people crowd.

He’s an authority in guitar playing and he has his own guitar model, made by the italian company LiutArt. He’s also sponsored by Fender, Dunlop Strings, Busker Guitars and lots of other companies. And we are pleased to have Gwyn as our special guest today, with a complete interview and 5 tunes he thinks you all should listen to. Check it out!

Playlist (press play on the video on the top of this post to listen all songs in sequence):

1) Ry Cooder – Boomer’s Story
“It’s from his first solo album. It’s a very funky, bluesy thing, great guitar, great song, lyrics and vocals. I love everything about it, it’s a very good feeling song. It makes me feel happy everytime I hear it.”

2) Little Feat – Rock’n’Roll Doctor
“He’s one of my favorite slide guitar players, I love him. They were a very unique band, and that song determines the band. It’s one of their best songs, I love hearing them.”

3) Rory Gallager – Mississipi Sheiks
“He was a big influence on my playing and that particular track was one of my favorite tracks. That was one of the first albums I listened from him. You can hear the Delta Missispi Blues infuence in this song, it was really filthy and bluesy. Ted McKenna played with me and he was the drummer in this album. And it is his favorite song from this album. I agree with him. He’s a a fantastic drummer.”

4) Les Paul – The World Is Waiting For The Sunrise
“It’s a fantastic track. He was a great inventor and he was an innovator. He has changed the course of pop music and guitar. The way the guitar was became different after he came along, and he invented tape delay and multi-track recording. There wouldn’t be Jimi Hendrix or Buddy Holly if it weren’t him.”

5) Minus Swing – Django Reinhardt
“I really like that gipsy jazz thing. I can’t play it, but I love to listen to it. He had an accident and his fingers were melted together. But he continued to play! It’s amazing.”

 

Interview:

1) There are some famous musicians quotations about you, like Robert Plant and Don Airey. What do you think about this?
It’s very nice. I met Robert Plant a few years ago, in a small gig, where his son saw me playing. The venue was really empty, I guess there were only Plant, his son and our drummer’s mom in the crowd. It was a very small pub in England, we were sort of rehearsing.

1932115_10203371509354909_164289066_n2) You have been in Brazil before. How was your first time here?
I played at the first Rio Blues Festival, with Alamo Real and Big Gilson, two local masters of blues. We went swimming at the beach. I love swimming! It was very nice.

3) Why did you move to the UK?
I played all over Australia for a long time, and it’s a big place. I recorded an album in 1993 and my manager said that we were selling more records in Europe than in our home country, so he recommended us – me and my band – to come over to Europe. Back than I was ready to change my life and I really like adventures, so I decided it was a big idea. I was 35 years old. Since than, I have been living in England. I live in the countryside, near Birmingham. London is too expansive. And I like where I live, south Birmingham, cause lots of good bands have originated here – such as Led Zeppelin and Black Sabbath.

4) You play since you were 12. What are your major influences?
My first guitar influences were Chuck Berry, Buddy Holly and George Harrison. I like music from 30s and 40s, the Delta Blues guys, like Robert Johnson, and the Chicago Blues, like Muddy Waters. I also like Lionel Hopkins, Mississipi hill country stuff. I love the Black Crowes and mainly 70s rock’n’roll. I don’t really get into the indie thing. Today I listen to pre-war things and also Jerry Write, Ben Harper and Tony Jo White.

5) You have already travelled the whole world playing. What were the best experiences playing abroad?
There are still lots of places I’d like to go play, like Japan and China. Wembley Arena was great, we played for 10 thousand people, so it was really cool. But that doesn’t matter so much. You can play to thousands of people in an arena, it’s still not going to make you have a great night. Sometimes playing at little venues and pubs makes you feel better than arenas and big crowds. It gets also a better guitar sound. Small rooms sound fantastic, it’s more intimate. Big gigs also comes with big pressures.

6)  You have your own guitar model, right?
Yes! It’s an italian guitar from LiutArt. I have designed it. I have chosen the pickups configuration and the head from my favorite slide guitar. It’s a pretty cool slide guitar. There are certain things about a guitar that I like, the playability, the shape of the neck, so I have made a combination of my favorite guitars and I’m very happy with that.

radio7) You have recorded 6 records. Tell us more about them.
I have six albuns and an EP, and they’re available on iTunes and Amazon. I have recorded with some of my heroes, people I admire which are great musicians, and people that were on records I used to buy as a kid. I think each one of my albuns are special, I like to think my songwriting and playing developded in each album and I like to see this growing. I did the best that I could at the time. It’s not about flash guitar playing, it’s about songs. I like to think my last album, “Radiogram”, is the best performance I’ve done. I recorded that in my mobile studio and I was the engineer. Having your own studio helps you not worrying about time, deadlines etc. You can work just like you want to. Nowadays, anyone can make a record. New technologies allow us to do anything. I have recorded a song in the back of my van, once – and e-mailed it to my master engineer half  hour later. Thecnology allow us to create without strings. But I’m also a very analog sort of guy. I like old fashioned records, tape recorders and that kind of stuff.


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