A voz do Led Zeppelin não decepciona
– Eu daria a minha casa pra ver o Led tocar junto de novo!
– Mesmo?
– Eu daria, meu! Depois eu veria o que eu fazia, mas pô eles são a melhor banda do mundo!
Eles continuariam por um bom tempo ali divagando sobre qual seria o melhor álbum do Led Zeppelin, enquanto o Espaço das Américas alcançava a sua lotação máxima. Por fim, decidiriam-se por Physical Graffiti sem sombra de dúvidas. Os dois contavam nos dedos quais eram as chances do cantor já sexagenário incluir canções de sua banda antiga no repertório. Reviam mentalmente os últimos setlists, faziam contas de probabilidade baseadas nas apresentação no Rio e tinham alguns nomes da ponta da língua como Friends, Going to California e um mashup incluindo Whole Lotta Love. Relembravam riffs e ignoravam o coitado do Jeneci, escalado não sei por que gênio da produção que teve a infeliz ideia de colocá-lo para abrir o show. O músico só foi ser amplamente aplaudido pelo público ao anunciar a sua última música.
Conforme os minutos iam passando e aproximava-se das 22h, a tensão pré show ia aumentando. A multidão cada vez mais querendo achar um lugar um pouquinho mais na “frente” do palco – “frente” porque por mais próximo da grade que conseguíssemos chegar ainda estaríamos atrás dela, da maldita pista vip: separando $fãs$ de fãs e destruindo um pouco a tal faceta democrática que a música proporcionaria.

O golden god foi pontual e logo subiu ao palco com sua nova banda: The Sensational Space Shifters. O repertório apresentava o novo trabalho de Robert Plant que transita entre o gênero folk e um som meio étnico, meio gypsy, que me lembrava um pouco a fase zen budista do George Harrison descobrindo a cítara. O legal é que deu pra entrar bem no clima desse som novo, sei lá se foi o beck do cara ao lado impregnando o ambiente, o calor insuportável daquela casa de shows ou o poder da música mesmo, só sei que o som penetra em você e parecia que quanto mais tempo passava mais a plateia entrava em harmonia com o ritmo. O Sr. Plant e sua voz, considerada uma das melhores da história do rock, não decepcionam. Fizeram um monte de marmanjo chorar ao nos presentear com oito canções do Led, cada uma com uma releitura diferente, uma roupagem mais próxima do novo estilo do cantor, mas mesmo assim belíssimas. Fechou o show com um bis matador: a emocionante Going to California e Rock’n’Roll, bem próxima de sua versão original e com os agudos característicos do cantor, que deixou todo mundo insano e trouxe abaixo o Espaço das Américas.
Apesar de ter parado de acompanhar a carreira solo de Plant, eu precisava ver e ouvir ao vivo a voz do Led Zeppelin, o cara que eu escutei repetidamente durante a adolescência e que me apresentou ao rock’n’roll. Lembro-me de ouvir um som diferente de tudo o que já tinha escutado antes vindo do quarto do meu primo. Aquele rock misturado com blues com agudos que imitavam uma guitarra chorar me chamaram a atenção, e aí já era. Eu precisava ver o Robert Plant cantar mais para ver o mito propriamente dito do que o cantor. Queria voltar um pouquinho na década de 70 pra ver se ouvindo a sua voz eu conseguiria minimizar um pouco a sensação de perda por ter nascido na época atrasada, era esse o sentimento presente ali. E posso dizer que a voz do Led não decepciona.
Setlist do Show em São Paulo (22/10/12):
“Tin Pan Alley”
“Another Tribe”
“Friends” (Led Zeppelin)
“Spoonful” (Howlin’ Wolf)
“Somebody Knocking”
“Black Dog” (Led Zeppelin)
“Song to the Siren” (Tim Buckley)
“Bron-Y-Aur Stomp” (Led Zeppelin)
“The Enchanter”
“Gallows Pole” (Led Zeppelin)
“Ramble On” (Led Zeppelin)
“Fixin’ to Die” (Bukka White)
“Whole Lotta Love” (Led Zeppelin)
Bis
“Going to California” (Led Zeppelin)
“Rock and Roll” (Led Zeppelin)
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O Raça Negra foi um dos grandes ícones da música brasileira nos anos 90. O grupo abriu portas para uma enxurrada de grupos de pagode que os sucederam até os dias hoje. Não é a tôa, as 12 músicas escolhidas para serem regravadas são sucessos dos quase 30 anos de carreira do grupo que tocava boas canções românticas, sem exageros de “ôôÔ” ou “La-laiá”. Outro ponto marcante da banda eram os teclados utilizados em vez dos metais e por fim, o vocalista e principal compositor Luis Carlos. Sua língua presa virou um ponto forte, uma característica praticamente impossível de se “samplear”.



Chorão estourou duas champagnes no palco, molhando parte do público do MixFest! no último sábado (21/07), no Anhembi, em São Paulo. O Charlie Brown Jr. foi a terceira banda a se apresentar no festival da rádio e canal de televisão e fez um show emocionado: apesar de não ser o primeiro na capital paulista desde a volta dos integrantes Champignon e Marcão, firmada no final de 2011, a reunião foi muito celebrada com discursos emocionados de quase todos os músicos. O guitarrista Thiago Castanho foi um dos mais exaltados.
“No momento em que esses caras saíram e foram viver a vida deles, com todo direito, e eu estava totalmente confuso, pintou o Thiago na minha casa. Troquei ideia com ele e falei: “meu, vai ser muito difícil”. Ele falou: “velhão, vamo fazer na prática o que as nossas letras dizem na teoria.” E continuou: “se não fosse esse cara aqui, sinceramente, eu não estaria aqui hoje, nem Chapignon, nem Bruno nem Marcão, porque se esse cara não tivesse dado pra mim musicalidade, uma segurança a mais de que eu tinha alguém com DNA da banda mesmo (…), um cara que corria sangue do Charlie Brown na veia do cara, a gente não estaria aqui”.
Rafael Hoffmann, morador de Criciúma e torcedor do time que usa o nome da cidade, é designer há mais de 10 anos e professor de design há 5. No Rahma Projekt, Hoffmann diz que “cria simplesmente pelo prazer de criar, sem briefing e sem pressão e opinião de clientes”. A marca principal de seu trabalho é a simplicidade das composições: um trecho curto da música escolhida seguida de dois ou três ícones pra representá-la.















