NTR Convida #13 Roger Paul Mason (Champu)

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério), o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada. Excepcionalmente,  e por (bons)  motivos de força maior, o “NTR Convida” trará 2 super convidados essa semana. Sorte sua!

 
Estamos muito chiques hoje! Isso porque o convidado da vez é um artista internacional! Conversamos com Roger Paul Mason, músico, compositor e produtor de Nova Iorque que tem 34 anos (apesar de aparentar, no máximo, uns 22), é louco por pizza e gatos e tem muita experiência com música no currículo.

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Roger se apaixonou completamente pelo Brasil e pela cena musical de São Paulo, cidade que tem visitado com bastante frequência. Ele vem passando algumas temporadas aqui, sempre trabalhando com música e desenvolvendo projetos. Começou produzindo o primeiro disco da banda Holger (o elogiado álbum “Sunga”). Depois, trabalhou com os Single Parents, também em seu elogiadíssimo álbum de estreia (“Unrest”).

Hoje, Roger montou uma banda com integrantes das bandas paulistas Cabana Café, A Caçamba de Dona Madalena, Shed e Single Parents. O grupo se chama “Champu” (porque a pronúncia dessa palavra é a mesma em inglês e português, explica Roger) e tem a proposta de misturar sons brasileiros com sons do Brooklin – o bairro hipster de Nova Iorque, de onde vêm a maioria das bandas indie do momento. Mason chama essa mistura de “Brookzilian Music” e pira em sons que aliam rock a sonoridades tipicamente brasileiras, como o movimento tropicalista.

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O Champu já tem um EP-demo divulgado na internet e espera lançar material físico em breve, com a ajuda do selo Balaclava Records – que pertence aos Single Parents. Hoje (24/01), o Champu toca no Estúdio Showlivre, as 16h e, amanhã (25/01), se apresentam na Casa do Mancha, às 18h. Aproveite o feriado em São Paulo para vê-los, porque logo, logo o Roger volta pra Nova Iorque.

Mas ele não para nunca. É um verdadeiro workaholic da música. Roger tem uma carreira solo, compõe compulsivamente e continua a produzir avidamente. Ele deixa o apelo: “Sempre estou procurando por bandas novas para produzir. Especialmente no Brasil! Vocês podem me escrever pelo meu site ou pelo Facebook“.

As músicas escolhidas pelo Roger estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência!

A playlist:

1) Eurythmics – This Is The House
Essa foi a primeira fita cassete que eu tive. Fiz minha mãe me levar a uma loja de discos e comprá-la para mim quando eu tinha 5 anos. Tem muito mais para ouvir nesse álbum do que o single “Sweet Dreams”. Na verdade, todas as músicas são ótimas! Acho interessante que tudo nessa canção ainda está presente na minha vida hoje: tocar um baixo maluco, trabalhar com baterias eletrônicas e vocais femininos – o dia inteiro, todos os dias.

2) Broadcast – Corporeal
Vinte anos depois de eu descobrir a Annie Lenox, me apaixonei por esta banda. O modo como eles usam barulho de sintetizador é sempre uma inspiração para mim quando estou produzindo. Tive a sorte de poder assisti-los tocando muitas vezes em Nova Iorque e de vê-los crescer como uma coisa extremamente bonita com o tempo. A vocalista morreu há dois anos, vítima da Gripe H1N1 (a gripe suína)…muito triste! Compre todos os discos deles!

3) Dirty Projectors – Fluorescent Half Dome
Brian Mcomber tocava bateria no Dirty Projectors desde o começo da banda até o ano passado. Foi ele quem sugeriu para a banda Holger que me trouxessem para o Brasil para fazer suas músicas soarem tão boas quanto elas poderiam.Três anos depois, eu continuo a vir para o Brasil e continuo a fazer grandes amigos – e tenho que agradecer ao Brian por isso. A bateria que preenche esta canção é 100% estilo Brian. O jeito como ele toca é genial. Nós gravamos um álbum de noise ao vivo juntos, com meu amigo – e guru de sintetizador – Peter Edwards (do casperelectronics.com). Talvez um dia esse disco seja lançado.

4) Skeleton Key – Wide Open
Essa foi a primeira banda com a qual eu fiz uma turnê. A banda é formada por bateria, baixo, guitarra e percussão feita com objetos encontrados por aí. Eu fui o percussionista de ferro velho e tocava com baldes, para-choque de caminhão, barril de cerveja, botijão de gás, pratos de bateria quebrados e outras tralhas malucas de metal. A banda tinha acabado de ser expulsa da Ipecac Records, a gravadora do Mike Patton (do Faith No More). Então, parecia ser um momento meio estranho para se juntar a eles em uma turnê. Mas eu era jovem e doido. Nós tocamos em clubes lotados, com ingressos esgotados; e ficamos na mansão do Danny Elfman (produtor de trilhas sonoras de cinema que trabalhou em vários filmes de Tim Burton, como “O Estranho Mundo De Jack”, “Edward Mãos De Tesoura” e “A Lenda Do Cavaleiro Sem Cabeça”) em Los Angeles. Acabei sendo demitido da banda por ser muito jovem e doido (e também porque eu não era um baterista de verdade). Mas eu ainda amo a música deles e desejo-lhes toda a sorte do mundo. ESCUTA ESSE BAIXO!

5) Lee Fields – Faithful Man (Yours Truly Session)
Essa é a minha “canção do mês”. Acho que o Lee Fields mora na mesma rua que eu no Brooklin, mas eu nunca tinha ouvido falar dele até a semana passada, quando o Fernando Dotta (do Single Parents) me mostrou esse vídeo. Esse cara é um verdadeiro cantor. Em comparação a ele, eu só digo umas palavras engraçadas em cima de uns acordes de guitarra…mas tudo bem.

Quer conhecer mais?
champu
Roger Paul Mason:

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Balaclava Records

 

 

 

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NTR Convida #11 Sabine Holler (Jennifer Lo-Fi)

 

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério), o NTR te traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

 
A convidada desta sexta-feira é Sabine Holler, musicista que canta, compõe e toca guitarra (entre outros instrumentos). Ela faz parte da banda paulistana Jennifer Lo-Fi, que soube usar com muita esperteza as ferramentas da internet para estourar lá pelos idos de 2009. Eles fazem um som lo-fi, como o nome entrega, com muito experimentalismo e psicodelia, aliando guitarras sujas e gritos a melodias mais suaves, viajandonas; e um vocal poderoso e versátil que pode também soar doce com a bonita voz da Sabine. As letras também chamam a atenção, contando histórias bizarras, porém verossímicas (como na canção Troffea, que relata a lenda urbana de histeria coletiva de Estrasburgo), ou soando como um desabafo de agonia e paranoia.

Hoje, o grupo faz parte do catálogo da gravadora Desk, dentro do selo Vigilante. Já lançaram quatro EPs, incluindo o excelente “Noia”, produzido por Chuck Hipolitho – que ganhou uma versão em vinil de alta qualidade no fim do ano passado (e que pode ser comprado pela internet). Eles também têm um álbum maior, gravado ao vivo nos Estúdios Trama, reunindo canções de toda a carreira da banda. Agora, a Jennifer Lo-Fi está gravando um novo EP, que terá quatro músicas e será produzido pelos próprios integrantes. Eles esperam lançar esse material inédito ainda na primeira metade de 2013.

Sabine também faz parte do quarteto Ema Stoned, formado apenas por garotas. O som delas remete bastante ao da Jennifer Lo-Fi, mas parece mais focado no instrumental e traz uma pegada mais post rock e suave. Elas também estão gravando um EP, que será sua estreia e deve sair nos próximos meses. Sabine disse que elas estão trabalhando nestas músicas há um ano, já; e que estão muito ansiosas para gravar e lançar o material. Nessa banda, ela toca guitarra e “dá uma palhinha na voz”, como diz.

Confira abaixo as indicações dela:


As músicas escolhidas pela Sabine estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência!

A playlist:

1) Mary Lou Williams – St Martin De Porres
“É uma pianista e compositora americana do começo do século XX. O que impressiona nessa versão é o arranjo vocal deste gospel. Flerta com o soul e o erudito e é uma das musicas mais fantásticas que ja escutei, de arrepiar todos os pelinhos do corpo.”

2) Jeff Buckley – Gunshot Glitter
“Essa musica é um dos “Sketches” do “Sketches for my Sweetheart, the Drunk”, disco póstumo do Jeff Buckley. Sempre amei essa musica desse jeito, completamente lo-fi, ruidosa, gravada no banheiro e o mais introspectiva e sensível possível.”

3) Björk – Joga
“Foi a primeira música que escutei da Björk, numa coletânea de um CDR gravado por algum anônimo que foi parar nas minhas mãos. Eu devia ter uns 14 anos. Entrou dentro de mim e não saiu mais.”

4) The Sound of Animals Fighting – I, The Swan
“
Um super grupo, com super cantores, super letras, super arranjos, super tudo.”

5) Elis Regina (Composição de Fátima Guedes) – Onze Fitas
“A letra é genial e a Elis tambem é.”

Jennifer Lo-Fi

Quer conhecer mais?

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Emma Stoned:
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Não tenha vergonha de ouvir The Pretty Reckless

Algumas bandas despertam um tipo de bullying imediato. É só admitir que gosta para ser zoado. Aquele papo de “guilty pleasure”, sabe? The Pretty Reckless, dos EUA, é um bom exemplo dissoApesar de pouca gente conhecer o grupo, a reação é sempre a mesma: é só começar a explicar que é a banda da Taylor Momsen, aquela loirinha que fez a Jenny Humphfrey no seriado Gossip Girl, que as pessoas imediatamente passam a achar péssimo! Mas não é bem assim. A banda é realmente muito boa e a Taylor sabe cantar de verdade. Tudo bem que existe muita imagem, grana, marketing, produção, pose e a malandragem de usar a fama que conquistou na TV a seu favor. Mas isso tudo não anula seu talento musical.

O Pretty Reckless foi montado em 2009, quando a Taylor tinha só 16 anos e estava cansada de atuar. Ela começou como modelo e atriz aos 2 anos de idade. Além de ter participado de Gossip Girl, ela aparece no filme “O Grinch”, em um monte de comercial dos EUA e quase foi a protagonista da série Hannah Montana, da Disney (justamente porque sabia cantar). Mas perdeu o papel nas seletivas finais pra Miley Cirus (!).

Taylor compõe suas próprias canções e sabe tocar violão e guitarra. Quando apareceu a oportunidade de gravar um disco, a coisa deu certo porque ela arrumou um produtor e músicos MUITO bons, que não tentaram fazer tudo soar pop demais. Todas as canções do Pretty Reckless são assinadas por ela, pelo guitarrista Ben Phillips e pelo produtor Kato Khandwala (que já trabalhou com bandas como Blondie, Paramore e Breaking Benjamin).

Juntando tudo isso ao auge da fama de Momsen, principalmente entre o público adolescente e jovem, deu no que deu: hoje a banda já tem dois EPs e um álbum lançados, já tocou em todos os grandes festivais de música dos EUA e da Europa e fez extensas turnês pelo mundo todo, tendo dividido o palco com o Paramore, o Evanescence, o Marilyn Manson, a Kesha e o Guns’n’Roses (!). Um dos maiores sucessos do grupo, “Make Me Wanna Die”, fez parte da trilha sonora do filme Kick-Ass e de um desfile da grife Victoria’s Secret. A banda também compôs “Only You” para a trilha sonora do filme Frankenweenie, do Tim Burton. Eles vieram tocar no Brasil em agosto de 2012, passando por Curitiba, Rio e São Paulo. Hoje, estão preparando um novo álbum e acabaram de lançar um single muito bom chamado “Kill Me”.

Assisti ao show deles em São Paulo, no HSBC Brasil (antigo Tom Brasil). Os ingressos esgotaram semanas antes do evento e, no dia, a casa estava tão lotada que ficou difícil enxergar o palco direito. A maioria do público eram garotas adolescentes histéricas, que berravam o tempo inteiro, conversavam sem parar, tiravam zilhões de fotos e ficavam constantemente olhando pro celular ao invés do palco – típicas “roqueiras de boutique”. Tanto que, quando a banda tocou um cover de “Like a Stone” (do Audioslave), eu me senti uma tia velha porque era a única que conhecia a música e sabia cantar junto. O Pretty Reckless também fez um cover de “Seven Nation Army”, dos White Stripes, que ficou bem legal. Embora a gritaria e a tietagem tenham sido muito irritantes (em alguns momentos chegaram até cobrir o som da banda completamente!), incluindo um faniquito geral causado pela ilustre presença de Pe Lu e Koba, do Restart, o Pretty Reckless fez um show impecável, provando que são realmente bons ao vivo.

Confira os vídeos abaixo para ter uma ideia de como foi esse show:

Muitos ainda criticam a Taylor pelo seu visual, que mudou drasticamente quando ela comecou a trabalhar oficialmente como musicista. Ela usa roupas e maquiagens bem exageradas, misturando glam, gótico, grunge e punk com plataformas maiores do que as das Spice Girls e tanto lápis de olho que poderia ser confundida com um urso panda. Esse visual se alia a uma exploração também exagerada da sua sensualidade: ela aparece no palco só de lingerie ou com figurinos minúsculos enquanto faz mil poses, dancinhas, caras e bocas. Sem contar os videoclipes, onde surge fazendo tudo isso e ainda fuma, bebe e insinua o uso de drogas. Como a Taylor ainda é muito jovem, isso gera muitas críticas. E, realmente, essa pose toda acaba sim parecendo muita forçação de barra e apelação. Os clipes de “Miss Nothing” e “My Medicine” (minha preferida da banda) são exemplos perfeitos disso:

Mas nem assim o talento musical de Taylor e sua banda são anulados. As canções são boas, as letras têm inteligência e a produção e os músicos são impecáveis. Por isso, meu amigo, não se acanhe! Pode ouvir Pretty Reckless. E pode admitir que achou legal. Sem vergonha!

As capas de disco mais feias de 2012

Com o fim do ano chegou uma enxurrada de listas dos melhores e piores discos de 2012, mas percebi um fenômeno bastante curioso: muitos discos lançados este ano têm capas horrorosas! Mesmo entre os eleitos como os melhores lançamentos e mesmo entre artistas já muito consagrados. Eu simplesmente não entendo… se a ideia é que as pessoas gostem da sua música e queiram comprar o seu disco, para que raios você vai fazer uma capa tão repugnante? O pior de tudo é que, em muitos casos de embalagem zoada, o conteúdo musical é lindo. Confira a seguir as capas de disco mais feias de 2012:

Graham Coxon, A+E

Pra mim, é a pior de todas. Me dá muita aflição ver o sangue e o joelho estrupiado da menina. Me dá uma vontade louca de sair correndo pra pegar uns band-aids e merthiolate. E que perna feia, hein, minha filha?! Toda torta e mais branquela que pão de queijo cru congelado. Isso sem falar do fundo, com cor de vômito; e do texto, com a pior fonte possível e as cores mais erradas. Nada se salva!

Spiritualized, Sweet Heart Sweet Light


Parece um layout pronto de power point tosqueira ou então uma imitação simplista de marca de remédio. “Preguiça” define. É a capa mais chata e sem graça do ano.

Actress, R.I.P.


Pode mandar seu designer descansar em paz mesmo, viu…parece um stencil mal feito do logo das Olimpíadas de Londres.

Animal Collective, Centipede Hz


Nem sei por onde começar. Se eu olho pra essa capa por muito tempo, me dá dor de cabeça. Exagero é apelido pra isso aí.

How to Dress Well, Total Loss


“Perda total” deveria se referir à noção e ao bom senso de quem fez essa arte; e não ao nome do disco. Uma cabeça de estátua que já é muito feia é colocada deitada, de perfil, olhando pro nada em cima de uma tábua de madeira – como se um menino pestinha tivesse acabado de quebrar um enfeite brega da mãe na sala. Se fosse meu disco, definitivamente não era isso que eu ia querer mostrar na capa.

Bobby Womack, The Bravest Man in the Universe


Essa capa me dá ainda mais aflição do que a do Graham Coxon. Parece que só de olhar já dá para ouvir os dedos estalando e o dedão a ponto de quebrar. As veias saltadas e as unhas sujas não ajudam.

Santigold, Master of my Make-Believe


Estupidamente brega. Pressinto uma louca necessidade de se afirmar como muito rico e poderoso, encarnar o Napoleão Bonaparte ou ter morado no castelo de Versailles nos tempos áureos.

Mika, The Origin of Love


Tirando o que parece ser mostarda derramada acidentalmente bem na cabeça do Mika, a capa se salvaria e seria facilmente uma das mais bonitas do ano.

Gaby Amarantos, Treme


Esse disco chegou a receber prêmio de “melhor capa do ano”. Aham, Cláudia… adoro a Gaby Amarantos, mas não dá. A floresta, que era provavelmente pra exaltar as belezas de sua terra natal paraense, não convence de jeito nenhum e só me lembra um monte de plantas de plástico mal feitas compradas na rua 25 de março. A cobra e a pantera até enganam, mas essa coleira de luzinhas de natal e os peitões pra fora da roupa com jatos de laser foram o limite para mim. Podiam ter escolhido mil outras formas melhores para fazer referência ao Pará e às festas de aparelhagem.

Pulled Apart By Horses, Tough Love


Eu gosto das letras enormes em branco por cima do fundo vermelho. Mas…um bibelô feioso de louça em forma de gatinho?! Sério mesmo? Sendo martelado na cabeça, ainda por cima?! Vocês juram? É a pior foto do ano.

Gossip, A Joyful Noise


Parece um filme de terror! A Beth Ditto tá a cara do demônio com esse olho verde de gato e a sobrancelha limitada a dois risquinhos finos. Pior ainda é que aparece só a cabeça dela voando, com os cabelos esvoaçantes, como se tivesse acabado de ser decaptada e jogada ao chão. Pra arruinar ainda mais a capa, por cima de tudo vem uma mão gigantee bem gordinha, com unhas de Zé do Caixão pintadas com o esmalte rosa cintilante que a minha avó usa e uma pulseira exagerada. Eu, hein. 

Cee-Lo Green, Cee Lo’s Magic Moment


O cara pirou que era o Papai Noel gangsta-rap, né? Um carro vermelho conversível voador, puxado por cavalos brancos também voadores e cheio de presentes, dirigido pelo Cee Lo num exuberante casaco de pele. Tudo com muito brilho, num fundo rosa e roxo. Minha nossa senhora da falta de noção.

Die Antwoord, Ten$ion


Essa é uma das piores, hein…um anjo branco com cara de mau, uma testa gigante e um cabelo-que-tá-na-cara-que-é-peruca todo estranho, à la cacatua/Neymar albino, olho que é só pupila, asas abertas e um bocão vermelho – mas não é de batom, é de sangue! E esse coração gigante que o anjo/anja tá comendo? É de boi? Eca! E o nome do disco escrito com um cifrão no lugar do “S” e quase sumindo no fundo da mesma cor? Afe.

Thee Oh Sees, Putrifiers II EP


Um cachorro com cara de homem. Sem mais.

Ariel Pink & R. Stevie Moore, Ku Klux Glam


Essa capa é tão, mas tão errada que eu nem sei por onde começar. Por que raios uma mulher estaria só de tanguinha num cemitério?! E a imagem toda em negativo? E o nome dos artistas em Times New Roman com um Yin-Yang no meio? E o vermelho super apagado no meio dessa foto horrenda? Cruzes!

Twoo Door Cinema Club, Beacon


O lustre é a bunda de uma garota. Com belas pernas e um salto alto. Ou então a menina estava no apartamento de cima, o chão/teto quebrou, abriu um buraco, ela caiu pro apartamento de baixo e, do nada, fez-se luz?! É feio e é muito non-sense.

Bob Dylan, Tempest


Poderia ser um caso de “simples e bonito”. Mas acabou que é simples e feio. Sem graça, sem sal – e qual é a da estátua?

Cidade Negra, Hei, Afro!


O que é esse fundo? Uma aldeia colorida? E por que TANTA coisa por cima de tudo? Sombras de pessoas nas laterais, sombreado laranja e cinza geral,um leão de Judá (?) e o trio que aparece esquisitíssimo. É feio. Sem mais.

Chelpa Ferro, Chelpa Ferro 3


Parece que tiveram apenas 5 minutos para fazer a capa do disco. Aí pegaram uma folha de sulfite e as canetas BIC que tinham na mesa e desenharam isso aí. A banda é do Brasil, aliás. 

Tratak, Agora Eu Sou o Silêncio


Que raios de capa é essa?  O cara me bota um bonsai (!!!) na frente da porta, em cima de uma pilastra de concreto toscamente pintada que ele arrancou da varanda. Ainda por cima tem a fechadura, a tomada e o interruptor ali. E acha que é uma bela capa de disco? Que pobreza.

Bemônio, Serenata


Essa capa até que é legal, mas a máscara de Fofão (da Augusta) me dá medo, ainda mais quebrada. E a parede de azulejo é muito feia.

Jair Naves, E Você Se Sente Numa Cela Escura, Planejando A Sua Fuga, Cavando O Chão Com As Próprias Unhas


Esse álbum compete com o novo da Fiona Apple como “o disco com o nome mais comprido do mundo”. Mas a capa é fraquinha, hein? Tá no pique da do Bob Dylan.Uma cabeça sem rosto toda vermelha, num fundo também todo vermelho, ficou muito apagada. Gosto do título e do nome dele na capa. Mas ficou sem graça.

Muse, The 2nd Law

O que é essa coisa colorida? Um brócoli mutante? Um buquê de fibra ótica? Afe.


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Toda a discografia dos Beatles em vinil

 
Hoje em dia, o vinil já voltou à moda e virou objeto de desejo entre os amantes da música. E olha que custa caro, hein… tirando grandes achados usados em sebos, um disco novo custa em média R$ 80 nas grandes livrarias e megastores brasileiras.

Então, se você adora vinil e ainda por cima é beatlemaníaco, recomendo que pare de ler esse texto por aqui, em prol do bem estar do seu décimo terceiro salário. É sério!

Abaixo, uma foto do Ringo comendo uma maçã, para provar que eu estou falando sério.

Ok, eu tentei… foi lançada uma caixa especial com a discografia completa dos Beatles em vinil de alta qualidade 180 gramas. A discografia completa já havia sido relançada em CDs com áudio remasterizado em 2009 e, agora, chega em discos.

O box especial de vinis inclui os 12 álbuns originais britânicos, mais o norte-americano Magical Mistery Tour e os lados B e raridades da coletânea Past Masters (volumes 1 e 2). A caixa com a discografia completa em vinil tem tiragem limitada, com apenas 50 mil cópias em todo o mundo. As capas e encartes são reproduções fiéis dos originais, a embalagem é linda e, ainda por cima, vem com um livro especial de capa dura, ilustrado com muitas fotos legais da banda, que conta detalhes da criação e da gravação dos discos.

Dá uma espiadinha e vai babando com essa belezura:

Já dá para comprar o box pela Amazon dos EUA e da Inglaterra. A versão norte-americana custa 319 dólares (cerca de R$ 680) e a inglesa, 300 libras (cerca de R$ 930). Aproveite se tiver um amigo ou parente viajando pela gringa para encomendar, porque, se resolver comprar pela internet, ainda vai ter de arcar com custos de frete e impostos de importação. Sim, amigos, é uma pequena fortuna. Nos EUA, os discos também poderão ser comprados separadamente. Um presente de natal dos sonhos para qualquer fã de Beatles ou colecionador de vinis.

Ah, e tem mais uma coisa super legal: lançaram um site com a coleção toda para você “testar”. O site é lindo e funciona como uma vitrola de verdade, você escolhe o disco na prateleira, manda tocar e pode ver o vinil girando sob a agulha. Demais! Tem todos os discos do box na íntegra para conferir. Infelizmente, as músicas não tocam inteiras – só o comecinho de cada uma, como se fosse uma “amostra”. Mas já vale a pena para lembrar dos clássicos sucessos do Fab Four e, escutando os discos na sequência, de acordo com sua data de lançamento, é muito interessante perceber a evolução da banda – que é, provavelmente, a mais importante e influente do mundo.

Sinceramente, o site me chamou mais a atenção do que o próprio box. Passei horas brincando com isso aqui:

Acesse e divirta-se: http://beatles.com/vinyl/

 
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Black Drawing Chalks | No Dust Stuck On You

 

Black Drawing Chalks | No Dust Stuck On You

Crânio / 10 de Outubro de 2012 / Stoner Rock, Rock’n’Roll, Garagem
Black Drawing Chalks | No Dust Stuck On You

Faixas:
1. Famous
2. Cut Myself In Two 
3. Street Rider 
4. Walking By
5. No Anchor
6. Disco Ghosts
7. I’ve Got Your Flavor 
8. Simmer Down
9. Swallow
10. Immature Toy
11. Black Lines
12. Little Crazy
13. The Stalker 
14. Denis’ Dream
15. Cheat, Love and Lies

 

4,5/5

“O Black Drawing Chalks manteve o melhor dos dois primeiros discos, mas arriscou e acertou na mosca com canções menos pesadas, dançantes e muito sensuais. Em 7 anos de estrada, acharam seu caminho com rock’n’roll (e fuck music) de primeira qualidade e, hoje, se consolidam como uma das melhores bandas do Brasil.”

É pra quem gosta de:

Queens Of The Stone Age – Datsuns

Tem que ouvir:

Cut Myself In Two – Street Rider – I’ve Got Your Flavor

Pode pular:

Immature Toy – Black Lines

 

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NTR Convida #5 Titi Morelli (Libre)

 

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério), o NTR vai trazer a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

 
O convidado dessa semana é Tiago Morelli, mais conhecido como Titi. Ele é vocalista, guitarrista e compositor da banda Libre – que, apesar de ter apenas um ano, possui um currículo invejável.

Titi é o segundo da esquerda para a direita, de camisa xadrez

O grupo paulistano, que hoje conta com uma formação clássica de banda de rock (com vocal, baixo, bateria e duas guitarras), começou como um projeto solo caseiro do Titi – que gravava músicas próprias em seu quarto. Com a parceria do amigo e também guitarrista Luan Duarte, a Libre virou dupla e lançou um EP com 5 músicas em 2011, intitulado “No quarto”. Hoje, tem dois novos integrantes (o baixista Felipe Bedani e o baterista Rafael Cruz), mais um EP (Tribo) e anda fazendo vários shows por São Paulo (incluindo apresentações na Livraria Cultura, no CEU Feitiço da Vila, no parque Villa Lobos e em casas tradicionais da Rua Augusta), além de já ter tocado com o Móveis Coloniais de Acajú e A Banda Mais Bonita da Cidade e lançado dois clipes (para as canções “Bem-Vindo” e “E Agora?”). Eles também fizeram um vídeo ao vivo da canção “Carta para os idiotas”, um protesto contra os políticos na época das eleições, que conta com a participação de Teco Martins, vocalista da banda Rancore.

As músicas escolhidas pelo Titi estão no player acima. É só clicar  para ouvir todas na sequência!

A playlist:

1. Laid Back – People
“Putz, isso é lindo!”
2. Bessie Smith – St. Louis Blues
“Escuto todas desse álbum (que se chama “Martin Scorsese Presents The Blues: Bessie Smith”) quase todos os dias, são muito boas.”
3. Jelly Roll Morton – Jungle Blues
“Gosto de todas desse álbum também, “Jazz King New Orleans””
4. Manu Chao – Me Gustas Tu
5. Arcade Fire – The Suburbs
“Quando escuto essa música, me sinto caminhando por aí.”

As últimas novidades da Libre são a gravação de músicas novas para um terceiro EP, um destaque no site da MTV Brasil e a participação na final do São Judas Music Festival, competição realizada pela rádio Metropolitana, de São Paulo, e patrocinada pela Universidade São Judas. Quem vencer a final vai tocar com o Capital Inicial e ganhar a gravação do show produzida em CD.

Por onde ele anda:
Facebook, Twitter, Youtube
Trama Virtual – Confira uma faixa bônus do segundo EP, Tribo, chamada “Irreal”.
Soundcloud – Aqui você pode ouvir e baixar de graça os dois EPs da banda, na íntegra. Aproveite!

 
 
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Holger | Ilhabela

 

Holger | Ilhabela

Avalanche Tropical / 13 de novembro de 2012 / Rock, Axé, Hipster, Indie
Holger - Ilhabela

Faixas:
1. Tonificando 
2. Abaía
3. Se Você Soubesse
4. Great Strings 
5. Another One
6. Infinita Tamoios 
7. Me Leva Pra Nadar
8. Pedro
9. Full Of Life
10. Bambalira
11. Treta
12. Ilhabela 

 

4/5

“Quem diria, dá pra misturar axé com rock. É a guitarrada! A definição de micareta indie ou música de hipster podia ser esse disco. Mas esses termos soam pejorativos – e não é o caso. Ilhabela é a trilha sonora perfeita de uma típica viagem para a praia, num feriadão quente, com todos os amigos zoando. Curtição! Alto astral!”

É pra quem gosta de:

Vampire Weekend – Friendly Fires – Paralamas do Sucesso

Tem que ouvir:

Tonificando – Great Strings – Infinita Tamoios

Pode pular:

Se Você Soubesse – Another One

 

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Macaco Bong | This Is Rolê

 

Macaco Bong | This Is Rolê

Independente / 4 de setembro de 2012 / Rock, Instrumental, Alternativo
Macaco Bong - This Is Rolê

Faixas:
1. Otro 
2. O Boi 957
3. This is Rolê 
4. Broken Chocobread 
5. Copa dos Patrão 
6. Mullets
7. Summer Seeds
8. Seu João
9. Dedo de Zombie

 

4,5/5

“Depois de um excelente disco de estreia, o Macaco Bong lançou um EP e mudou de baixista e de cidade. Mas, passados quatro anos, o som continua o mesmo – pesado, libertador e brilhante – ainda que seu primeiro álbum continue insuperado.”

É pra quem gosta de:

Sepultura, Elma, Fugazi, At The Drive In

Tem que ouvir:

Otro – This Is Rolê – Broken Chocobread

Pode pular:

Summer Seeds – Dedo De Zombie

 
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Conheça: Band of Skulls

 
A formação clássica de Rock’n’Roll não tem firulas nem segredos: é composta por guitarra, baixo e bateria. Por isso os power trios costumam ser uma síntese perfeita desse ritmo, com barulho na medida exata, sem exageros – mas ao mesmo tempo podendo inventar moda dentro de sua modesta formação para criar músicas mais interessantes.

O Band of Skulls é isso: um trio clássico, que pouco se destaca com pequenas peculiaridades. A começar por terem uma garota no baixo (a Emma Richardson). E também por ela dividir os vocais com o guitarrista, Russel Marsden. O baterista Matthew Hayard completa a banda. Eles vêm de Southampton, no sul da Inglaterra, e tocam juntos desde 2008. Fora isso, não trazem nada de novo, apenas músicas muito boas. O som é rock de garagem, sujinho e cru, mas não muito pesado. Os vocais harmônicos mesclando a voz feminina de Emma com a masculina (mas aguda) de Russel dominam as canções com as linhas de guitarra e uma bateria simples e marcada.

Com um som desses, sem grandes inovações, é fácil compará-los com o Black Rabel Motorcycle Club (outro power trio garageiro que conta com uma garota, só que na bateria) e muitas outras bandas – como The White Stripes (a voz e a guitarra do Russel lembram muito o Jack White), Jet e até o Kills. Mas isso não quer dizer que eles sejam irrelevantes ou descartáveis.

Você pode até não se lembrar, mas na certa já deve ter ouvido essa música em algum lugar

O Band of Skulls pode até não ser tão famoso por aqui, mas já tocou em todos os grandes festivais europeus e norte americanos e tem dois discos lançados: “Baby Darling Doll Face Honey”, de 2009; e “Sweet Sour”, de 2010. É o segundo álbum que traz os maiores sucessos do grupo (além da canção homônima, tem “Lies” e “The Devil Takes Care Of His Own”). Depois de já serem bastante hypados na gringa, veio o golpe de mestre: a canção “Friends” entrou na trilha sonora do filme Lua Nova, da saga Crepúsculo. Depois dessa, os shows do Band of Skulls ficaram ainda mais lotados, agora com hordas de fãs adolescentes.

O trio é muito competente e ralou até conseguir aparecer junto aos headliners de festivais de verão – apesar de a banda só ter 4 anos de estrada. Os integrantes sempre sonharam em ser rockstars e tiveram muitas outras bandas e empregos medíocres antes de chegarem lá. Russel e Mathew se conheceram na escola e tocam juntos desde os 12 anos. O pai do baterista os fazia ensaiar exaustivamente. Já na faculdade, conheceram Emma, que fazia artes plásticas e não sabia tocar nada, mas aprendeu baixo para entrar na banda. Ela é responsável pela arte dos discos do Band of Skulls. No começo da banda, os três trabalhavam em bares e casas de show e ficavam com dor de cotovelo vendo outros grupos tocarem enquanto eles ainda não tinham conseguido sair da garagem. Hoje, o trio excursiona o mundo inteiro – e merece ser ouvido.

 
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