Top 7,5: Telefone

Sejamos francos: há quanto tempo você não conversa com alguém por telefone? Não vale uma ligação curtinha, só um verdadeiro papo. Aquela coisa de passar meia hora fofocando com um(a) amiga(a) – porque, sim, eu tenho muito mais amigos homens e eles são igualmente fofoqueiros – e depois tomar um susto quando chega a conta. E há quanto tempo você não fala com alguém pelo telefone fixo, hein?! Ligação de trabalho não vale!

Em uma era em que o mundo tem quase mais aparelhos de celular do que pessoas, nos tempos de wi-fi, smartphones e Whatsapp da vida, todos conversam por texto. Podemos passar muito tempo sem ouvir de fato a voz dos nossos amigos e familiares – apesar da existência do Skype, que é praticamente o desenho “Os Jetsons” virando realidade. E o mais impressionante é que isso facilitou e muito as paqueras, já que a timidez é bem mais branda quando não se precisa ouvir, falar e gaguejar – basta mandar um torpedo ou uma mensagem no Facebook.

tv_foneAgora pensa bem: devia ser muito mais difícil no tempo em que as únicas mensagens de texto disponíveis eram cartas, telegramas e bilhetinhos; no tempo em que só existia telefone fixo e orelhão de ficha. Imagina: para paquerar aquela gatinha, você precisava ligar NA CASA DELA. E correr o risco de ser atendido pelo pai, ainda por cima! Quando você conhecia alguém interessante, tinha que trocar telefone e ficar esperando aquela ligação que parecia demorar uma eternidade. Nem dava pra stalkear, minha gente!

Então vamos dar valor aos músicos que escreveram sobre as agruras do telefone fixo com uma playlist temática. E, acredite se quiser, caro(a) leitor(a), essa lista NÃO terá os clichês “Call Me Maybe” nem “Telephone” – da Lady Gaga.

1. Blondie: Call Me


“Call me on the line, call me, call me, any, anytime. Call me, my love…you can call me any day or night. Call me!”

Que Call Me Maybe, o quê? Essa canção aqui põe a Carly Rae Jepsen no chinelo. É praticamente o melô do desespero, ou o jingle do “dia seguinte”. Grande sucesso da banda e nem precisa falar muita coisa, né…a referência é muito óbvia: PELAMORDEDEUS, me liga! A loirinha Debbie Harry canta “Call Me!” TRINTA E DUAS vezes na canção, que tem apenas 3 minutos e 8 segundos: média de um “me liga” a cada 10 segundos. São 30 “Call Me” em inglês e mais 2 em francês, olha que chique – “Appelle moi, mon cherrie”.

2. Os Paralamas Do Sucesso: Me Liga


“Eu sei, jogos de amor são pra se jogar. Ah, por favor, não vem me explicar o que eu já sei, e o que eu não sei. O nosso jogo não tem regras nem juiz. Você não sabe quantos planos eu já fiz. Tudo que eu tinha pra perder eu já perdi. O seu exército invadindo o meu país… se você lembrar, se quiser jogar, me liga, me liga.”

Sim, é o mesmo título da canção do Blondie, só que em português. E sim, Herbert Vianna pede “me liga” várias vezes durante a música. Mas ele não está tão desesperado assim; e manda a garota parar de fazer joguinhos e só ir falar com ele quando quiser conversar que nem gente. A balada foi tema para muitos adolescentes sofredores nos anos 80, hino de quem brigava com o(a) namorado(a) ou tinha uma paixão enrolada, não correspondida, cheia de joguinhos. Ponto extra para a guitarra, uma das mais bonitas da música brasileira.

3. Jorge Ben Jor: O Telefone (Tocou Novamente)


“O telefone tocou novamente. Fui atender e não era o meu amor… será que ela ainda está muito zangada comigo? Que pena.”

Um clássico da música brasileira! O instrumental é um samba bonito cheio de balanço que até parece alegre, mas a letra é muito triste. O homem apaixonado espera que sua amada telefone, mas fica frustrado toda vez que atende e vê que não era ela.

4. Cake: Never There


“On the phone, long, long, distance. Always through such strong resistance and, first you say you’re too busy. I wonder if you even miss me.”

Um grande hit internacional e mais uma canção de dor de cotovelo… o pobre caminhoneiro corre atrás e a menina só esnoba. O clipe já começa com momentos telefônicos de tensão, várias referências a telefones e, toda vez que o cara liga, a mulher não atende.

5. Rolling Stones: Miss You


“I’ve been holding out so long, I’ve been sleeping all alone. Lord, I miss you!  I’ve been hanging on the phone, I’ve been sleeping all alone, I want to kiss you.”

Quem diria que Mick Jagger, a maior piriguete da história da música, passaria horas sofrendo ao lado do telefone esperando aquela ligação especial…pois ele teve até que apelar para os amigos e sair com umas gatinhas porto-riquenhas para recobrar o ânimo e esquecer da saudade. Êta, telefone bandido!

6. The Donnas: You Don’t Wanna Call Me No More


“You don’t wanna call me no more. You don’t wanna call me your girl. So I guess I’ll just stare at the wall, cause I know that you’ll never call. You don’t wanna take me anywhere. I’ll pretend everything’s all right, even though you won’t call me tonight.”

Amor sofrido e adolescente. Nos primórdios da banda, fim dos anos 90, quando as Donnas ainda faziam um som mais tosco à la Ramones, veio essa canção de desabafo. A mocinha gosta do cara, eles saíam, tudo legal, mas aí ele some. Dá bolo nela e não telefona mais. E ela fica triste, é claro, mas é durona e forte e acaba fazendo pouco caso do mané, pique “azar o seu”; e superando – como acontece em TODAS as canções dessa banda. Eu amo o fato de que, para elas, a mocinha nunca é frágil, nunca fica em casa chorando e nunca se rebaixa por um cara.

7. Blondie: Hanging On The Telephone


“I’m in the phone booth, it’s the one across the hall. If you don’t answer, I’ll just ring it off the wall. I know he’s there, but I just had to call. Don’t leave me hanging on the telephone. It’s good to hear your voice, you know it’s been so long. If I don’t get your calls then everything goes wrong. I had to interrupt and stop this conversation, your voice across the line gives me a strange sensation. Oh, hang up and run to me!”

Sim, eu sei que essa banda já apareceu aqui na lista, mas o que posso fazer se eles falam muito de telefones e se todas as músicas são boas? Particularmente, eu acho essa aqui melhor do que o hit “Call Me”. E, enquanto na primeira canção a Debbie Harry tava gamadona e implorava pro cara ligar pra ela, nessa é ela quem liga e fica pê da vida porque o moço não a atende e a deixa “pendurada no telefone”.  Afinal, todo(a) namorado(a) fica bravo(a) quando o outro não atende – e já sai pensando besteira, cego de ciúmes. Quando é a mãe que liga e a gente não atende, então, é ainda pior! Ela não só fica possessa, como também começa a achar que a gente morreu ou que está acontecendo alguma tragédia.

Bônus 7,5. Sandy & Júnior: Baby Liga Pra Mim


“Não vou aguentar, será que vai me ligar? Melhor esperar no chão! Melhor não demorar, não, não vá me fazer chorar (eles são todos iguais). Dançou pertinho de mim e não parou de me beijar. Pediu meu telefone, será que vai me ligar? Mas eu sei que ele não é assim. Ficou o tempo todo perto de mim. Mil carinhos e beijinhos, não sei porque não liga pra mim! Eu já cansei de esperar! Baby, liga pra mim!”

telefone-linguada-safadoUma verdadeira pérola. É a versão brasileira de “Call Me”. A Sandy desesperadíssima aguarda ansiosamente a ligação do fatídico “dia seguinte”. Conheceu um cara na balada, pegou, deu seu telefone e inocentemente acreditou que ia dar em alguma coisa (o pior é que o coro canta, ao fundo, “fácil demaaaais!”… HAHAHAHA). E vocês pensando que ela era boazinha e santinha e que só despirocou na fase loira devassa e sexo anal, hein?

O ápice da canção, entretanto, não é a Sandy esperando o cara ligar nem a grande atuação dos dois e a piadinha do homem que fica ligando procurando uma Claudia. O melhor de tudo, meus amigos, é que no fim tem um RAP DO JÚNIOR. Sim, acreditem! De sertanejo a pop e hip hop, é a dupla mais eclética do Brasil! Aguenta o clipe até o fim pra ver as rimas e a pose do mano Juninho, das quebrada de Campinas, que é uma belezura.

Cool Covers: Prototype

 
Os australianos do Tame Impala participaram de um programa de rádio em sua terra natal e fizeram ao vivo um cover inusitado de… Outkast! Pra quem não sabe, a dupla americana formada por Andre 3000 e Big Boi fez muito mais do que “Hey Ya!” (de 2003), incluindo a música que ganhou uma versão mais acústica e roqueira com o Kevin Parker e sua turma – e bem psicodélica e viajandona, como é o jeito da banda.

Kevin deixa de lado o vocal “John Lennon” para fazer uma voz tão aguda que, por vezes, acaba desafinada. Mas o cover ficou muito bom mesmo assim – e ainda conta com os belos vocais de Nick Albrook (o baixista, que canta bem, apesar de não soltar a voz no Tame Impala; e tem uma outra banda chamada Pond, onde canta e toca guitarra com mais 2 caras do grupo “maior”). Bem legal:

O programa de rádio que aparece no vídeo se chama “Like A Version” e é veiculado pela estação de rádio australiana Triple J, que parece ser bem grande no país. Acho engraçado o locutor do programa se espantando com a escolha do cover e brincando com os caras da banda, dizendo que é “uma música para fazer bebês” – sim, amigos, é uma fuck music romântica.

A versão original de “Prototype” faz parte do famoso álbum duplo do Outkast, “Speakerboxxx/The Love Below”, que também tem o hit “Hey Ya!”.

“Prototype” está no disco 2, The Love Below, do Andre 3000. E tem esse clipe aí, “mó brisa”, com extraterrestres descobrindo o amor.

 

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Os meninos do One Direction são mais punks que você

Ou não.

Tudo começou quando tomei um susto ao assistir TV. Zapeando aleatoriamente, caí na MTV e ouvi uma música muito familiar, mas vi um clipe irreconhecível com uma boy band. WTF?

Acontece que o grupo inglês One Direction, mais comercial impossível, gravou um cover mesclando as excelentes canções “One Way Or Another”, do Blondie; e “Teenage Kicks”, do Undertones. E acontece que essas duas músicas são clássicos do rock do fim dos anos 70 e moldaram toda a estética do punk rock que surgiria na época. Coincidentemente, as duas canções originais foram lançadas em 1978.

E, acredite ou não, a versão do One Direction não ficou (tão) ruim.

Roqueiros, tremei:

O mais incrível e surpreendente dessa história toda é que os meninos do One Direction não fizeram o cover à toa. Muito pelo contrário. Como eles mesmos explicam no começo do clipe, a canção foi gravada como um single especial para arrecadar doações para a Comic Relief, instituição britânica muito popular que combate a pobreza beneficiando comunidades carentes na África e no Reino Unido (pois é, existem pessoas passando necessidade na Inglaterra também).

A Comic Relief nasceu em 1985 para combater a fome na África e foi fundada por comediantes (daí o nome) que procuravam uma maneira divertida e positiva de arrecadar doações e mobilizar a sociedade – sem apelar para dramas ou pena.

Todo o dinheiro arrecadado com a venda do single do One Direction será revertido para a Comic Relief, assim como o dinheiro poupado pela banda por não produzirem um clipe profissional para esta canção. Ao invés disso, eles fizeram um vídeo “caseiro” durante sua última turnê, com imagens deles na estrada, no palco, viajando por lugares como Londres, Nova Iorque, alguma cidade do Japão, hotéis e aeroportos.

one-direction-red-nose-dayEles também aparecem em uma comunidade africana e usam narizes de palhaço – uma marca da Comic Relief, que inclusive promove o “Red Nose Day”, ou “Dia do Nariz Vermelho”, espécie de Teleton ou Criança Esperança realizado a cada dois anos na TV britânica, sempre em março. A boy band participou intensamente da última edição do evento,  não apenas com o cover e o vídeo, como também com várias outras ações de marketing para aumentar o número de doações e o alcance da campanha.

Eu não suporto a música do One Direction, mas meu respeito por eles aumentou uns 800% depois disso. E não importa se você for muito cético e não acreditar que a boa ação foi ideia deles, ou se achar que foi uma estratégia apelativa só para aparecer e fazer média. Porque, veja bem, a base de fãs deles é tão gigantesca que uma campanha como essa pode levar conscientização a centenas de milhares de pessoas em todo o mundo, divulgar o trabalho da Comic Relief e beneficiar um monte de gente que realmente precisa de ajuda – sem contar a possibilidade de fazer menininhas de 12 anos aprenderem o que é Blondie, quem é a Debbie Harry, o que é rock’n’roll e punk rock (enfim, coisas muito importantes).

E pelo menos agora eles podem ficar conhecidos por regravarem boas canções e realizarem uma bela ação de responsabilidade social – e não apenas como “aquela boy band do X Factor” ou “aquele grupo do menino que namorou a Taylor Swift”.

NTR Convida #26 Érika Martins

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério) o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

O NTR tem a honra de apresentar a vocalista, compositora e guitarrista Érika Martins, que ficou conhecida por integrar o grupo de rock Penélope e por participar do grande hit “A mais pedida”, dos Raimundos – sim, ela é aquela mocinha que quer quebrar o nariz do locutor da rádio.

Depois de o Penélope lançar três discos (o incrível “Mi Casa, Su Casa”, em 1999; “Buganvilia”, em 2001; e “Rock, Meu Amor”, em 2003), tocar pelo Brasil inteiro e até participar do Rock in Rio, Érika partiu para carreira solo e lançou um disco homônimo em 2009, que tem a canção “Sacarina”  e uma versão muito legal da canção “Lento”, da cantora americana/mexicana Julieta Venegas, com participação da própria. A parceria rendeu um clipe muito bonitinho e engraçado, com direito a uma guerra de cupcake entre Érika e seu marido, o carioca Gabriel Thomaz (dos excelentes Autoramas). A melhor parte do clipe é quando ela sai de casa arrumadinha para fazer show e deixa a bagunça da cozinha pro maridão limpar.

Ela também fez uma versão para a canção “In Between Days”, do The Cure, em parceria com o Herbert Vianna (precisa dizer que é dos Paralamas do Sucesso?), que foi aprovada pessoalmente pelo vocalista do grupo, Robert Smith.

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Hoje,  Érika está finalizando seu segundo disco solo, o “Modinhas”, e acabou de voltar de uma turnê pela Europa, onde apresentou as canções que compõem esse novo álbum. Ela gosta de pesquisar músicas antigas e regravá-las em versões repaginadas, mais modernas. Foi assim com “Namorinho de Portão”, lançada por Tom Zé nos anos 60, que no começo dos anos 2000 fez sucesso como cover do Penélope.

“Eu amo garimpar. Passar um dia inteiro numa feira de antiguidades, num mercado de pulgas, brechós ou sebos, não existe nada mais prazeroso pra mim. E é assim com a música também”, escreveu ela em seu blog. No “Modinhas”, ela resgatou o gênero musical de dois séculos atrás, que nasceu da troca cultural entre Portugal e Brasil nos tempos coloniais –  tocado na viola, com temas românticos e chorosos.

Érika também continua revisitando o passado em um projeto musical chamado “Lafayette & os Tremendões”, que toca canções da Jovem Guarda e é integrado por ela, seu marido e o próprio Lafayette – organista que gravou com Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléa e outros artistas da época.

Mas ela nunca deixa o Rock’n’Roll de lado, munida de sua guitarra Flying V branca; e nos deu boas dicas roqueiras para agitar o fim de semana:


As músicas escolhidas pela Érika estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência.
A playlist:

1) David Bowie – Space Oddity
“Sei que essa é super batida, eu mesma não consigo mais escutar (risos). Mas lembro perfeitamente a sensação que me deu quando a ouvi pela primeira vez. Foi realmente uma viagem no tempo e no espaço, me transportei pro meio do universo… inesquecível… quantas músicas tem esse poder?”

2) Perrosky – Luz
“Essa eu não canso de escutar! Gosto tanto que convidei os chilenos para gravarem uma faixa comigo no meu disco novo, o ‘Modinhas’. Quem produziu esse álbum deles foi o Jon Spencer, acho impecável!”

 3) Teenage Fanclub – The Concept
“Marcou muito uma época pra mim, é a cara dos anos 90, adoro até hoje!”

4) Belle & Sebastian – Get Me Away From Here, I’m Dying
“A cara de quando eu morava em Salvador, pegava minha bike e andava horas escutando esse disco.”

5) Joan Jett & The Blackhearts – I Love Rock n Roll
“Pra sair pulando na pista de dança! Toco em todas as minhas discotecagens!”

Mais Érika Martins:
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NTR Convida #24 Ricardo Nisiyama (Jenni Sex)

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério) o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

 
Esta semana o convidado é Ricardo Nisiyama, também conhecido como Dinho, baterista e vocalista do power trio paulistano Jenni Sex. Façam o favor de guardar piadinhas e comparações com o Japinha do CPM 22, porque, além da cidade natal, da ascendência nipônica e do instrumento, os dois não têm nada a ver.

Dinho forma a Jenni Sex ao lado do baixista Lucas Krotozinsky (na foto, à esquerda) e do guitarrista Helder Oliveira (no centro). O trio lançou um excelente EP chamado “She’s Gone” no fim de fevereiro. E o Dinho tem a proeza de cantar e tocar bateria muito bem e ao mesmo tempo. Haja fôlego e coordenação motora! O som da Jenni Sex remete ao fim dos anos 70 e ao começo dos 80 e muitas vezes me lembra o Joy Division e, principalmente, o Gang Of Four – o que é um baita elogio. Apesar de ser um rock meio melancólico, mais calcado em melodias e não tão acelerado nem pesado, ao mesmo tempo tudo soa muito dançante e sexy. Suas canções não são nada óbvias e, apesar de não serem comerciais nem pop, grudam na cabeça.

Conversei com o baterista/vocalista e pedi para ele nos indicar cinco músicas. “Só pra lembrar, como eu não toco um instrumento harmônico, as músicas que eu costumo ouvir não exercem muita influência sobre o produto da banda (risos). Mas, apesar disso, dá pra assimilar algumas levadas, vozes ou convenções nas músicas próprias”, disse ele, antes de me indicar as canções abaixo – algumas de suas preferidas da vida.

As músicas escolhidas pelo Ricardo estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência.

A playlist:

1) The Strokes – Under Cover of Darkness
“Minha banda favorita. Sou declaradamente fã deles. Quase uma fan girl! Essa música pode não ser instrumentalmente a mais ousada deles, mas tem tudo no pacote. Guitarras que se completam, um baixo que sustenta e uma bateria comandando o ritmo que acompanha a melodia. Pra dar mais gosto, tem também harmonias vocais. Tudo isso dá aquela vontade de pular, dançar e gritar junto, porque é Strokes; e é isso o que eles fazem.”

2) Psapp – The Monster Song
“Todo mundo gosta de um vocal feminino. Eu, pelo menos, amo. Particularmente gosto ainda mais de uma voz macia, com um teor melódico, seja alegre ou triste. O álbum dessa música difere um pouco do som da banda em geral, mas o som todo vale a pena ouvir.”

3) Queens of the Stone Age – Misfit Love
“Dave Grohl é um dos melhores bateristas de rock da atualidade, com certeza. Mas o que o Joey Castillo faz nessa música é fantástico. Falando como baterista, ele leva a música numa levada simples, ao se ouvir, sem muitas viradas ou quebras de ritmo; o que acontece é ele conduzir o tempo com a mão esquerda, sendo destro, numa levada que parece não mudar muito, mas tem cada compasso contadinho.”

4) Dr. Dog – Old News
“Essa é uma das bandas que a gente gosta demais, mas não tem um amigo que goste. É um som acessível, gostoso. Tenho amigos que acham isso sem graça. Eu acho esses caras demais, todo o lado instrumental, (o baixista é muito bom), como as melodias vocais e os backing vocals, que eles trabalham muito bem. É uma daquelas bandas que tem fases (como as melhores): que começou com um som meio underground, meio lo-fi; e, conforme foi obtendo sucesso, foi (e continua) mudando um pouco.”

5) Regina Spektor – Daniel Cowman
“Eu ia citar ‘Trains to Brazil’, do Guillemots, mas a Regina Spektor tem uma música que parece uma obra de arte. O arranjo do piano com a voz tem uma intensidade tão grande que parece orquestrado como música clássica. Não me refiro à qualidade teórica, nem à virtuose, mas, sim, à maneira com que a música leva o ouvinte. Começa tensa, com uma letra densa (como muitas das músicas dela, principalmente no começo de carreira) e, com uma convenção, parece explodir do nada e muda todo o ambiente. Fica bonita, calmante, melódica… Mais uma mudança de ‘ambiência’: sshhhhhhh…um final gostoso, sereno, bonitinho pra música, pra letra, pro mundo, para mim e para você. Ela é linda.”

Mais Jenni Sex:

Bandcamp com o EP “She’s Gone” completo
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 Clipe: Lost Forever
Vídeo: Take Me To The Stars (ao vivo)

Entrevista de Lucas e Helder sobre o EP de estreia da banda

 

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A Jamaica europeia

A música jamaicana influencia inúmeros artistas no mundo inteiro há mais de 50 anos. Principalmente o ska e o reggae, ritmo que até hoje é o  mais popular da ilha (o estilo estourou nos anos 70 em boa parte pelo sucesso meteórico de Bob Marley e sua grande aceitação nos EUA e na Europa). Mas, da mesma forma com que muitos ouvintes mais, digamos, “tradicionalistas” não conseguem engolir bandas de rock brasileiras cantando em inglês ou um grupo japonês tocando pagode, ver uns branquelos entoando ritmos jamaicanos pode gerar um tipo de estranhamento.

Só que  obviamente tudo isso é uma grande bobagem! As pessoas devem ser livres para tocar e cantar o que quiserem, não importa onde tenham nascido, qual seja sua língua materna, a música típica de seu país de origem ou o que seus pais gostavam de ouvir. Aliás, acredito que, quando acontece uma troca de culturas tão intensa a ponto de um estrangeiro querer tocar um estilo típico de outro país (e até mesmo aprender outro idioma para compor uma canção), nasce ali uma ligação riquíssima de valorização e laços entre povos que pode tornar o mundo um lugar melhor, mais unido, diversificado e tolerante.

Tendo dito isso, apresento alguns dos muitos artistas europeus que mergulharam de cabeça na música jamaicana, em alguns casos tendo até incorporado o sotaque característico da terrinha caribenha. Nesse caso, as aparências enganam e sua origem surpreende pelo estilo musical que escolheram.

Skaladdin | Suíça


Branquelos, loiros e de olhos azuis, falam inglês com sotaque bem ianque. Todo mundo pensa que são dos EUA – mas, na verdade, vêm da Suíça. Seguindo a linha de bandas americanas como Reel Big Fish e Toasters, misturam punk rock a um ska bem acelerado, com guitarras distorcidas. A banda existe desde 1998. Tocaram em São Paulo em julho de 2006, no finado bar Black Jack (o CBGBs brasileiro). Na época, divulgavam seu último disco (e o último lançamento da banda até hoje), o irônico “Young, Handsome & We Know It” – Jovens, Bonitos e Nós Sabemos Disso. A banda de abertura foi o Sapo Banjo – que também segue os ritmos jamaicanos. Eu estava lá e o ingresso custava só 10 reais. Bons tempos.

 

Soom T | Escócia


Também conhecida como “MC Soom T”, a moça nascida em Glasgow (mesma cidade do Franz Ferdinand) cai matando em ragga, rimando muito rápido com um sotaque que engana bem. Sem ver a cara dela, apenas ouvindo sua voz e suas rimas, você poderia imaginar que é uma jamaicana da gema. O som dela é uma pegada jamaicana mais moderna, mais eletrônica, seguindo ritmos mais novos como ragga, dub e raggamuffin ao invés de ska e reggae.

As canções da Soom T têm letras politizadas e por vezes falam sobre anarquismo e liberação da maconha. Ela tem seu próprio selo (o No Step Productions, criado em 2009) e já trabalhou com artistas como Asian Dub Foundation, Hagos e até a DJ Miss Kittin (que não tem nada a ver com música jamaicana, mas é um nome ilustre da cena eletrônica).

 

Selah Sue | Bélgica


A moça belga tem uma canção famosa na Europa chamada “Raggamuffin” – que, ironicamente,  não é raggamuffin (ritmo jamaicano criado nos anos 80, oriundo do dancehall – com batidas eletrônicas mais pesadas e sintetizadores. Fugia da tradição purista rastafari e era visto como “música de baile” nos guetos de Kingston). Mas o hit de Selah Sue é claramente influenciado por reggae – ela também faz um sotaque jamaicano e tem uma voz densa, grave e rouca que engana. Só de ouvi-la, assim como a Soom T, você poderia pensar que é uma típica jamaicana ou inglesa de Brixton (bairro de Londres que teve uma intensa imigração jamaicana na segunda metade do século XX e continua, até hoje, concentrando a comunidade caribenha da cidade. Pode ser comparado ao bairro da Liberdade e os imigrantes japoneses e chineses em São Paulo).

O som da Selah Sue tem apenas pitadas de música jamaicana – e o sotaque – , mas na verdade é um pop bem radiofônico. Tanto que a moça vende muito bem na Europa e já é bem famosinha por lá. Ela mistura várias referências de música negra – soul, jazz, ritmos jamaicanos (ragga, dub e reggae) e hip hop – à baladas na base voz e violão. E, com uma voz bem diferente e rouca, destoa das cantoras pop atuais. Música fácil de ouvir, nada contestadora, mas muito bem feita.

 

Amy Winehouse | Inglaterra


Pouca gente conhece o Ska EP, lançado pela Amy em 2008. Para mim, é a coisa mais interessante que ela fez. A cantora teve o grande feito de ressuscitar o soul e o estilo da Motown no mainstream, colocando a black music tradicional dos EUA de volta ao topo. Mas também era uma grande amante de ska – um dos ritmos que deu origem ao reggae e que se tornou muito popular na Inglaterra – e, principalmente, em Londres, cidade natal de Amy – por causa da forte imigração jamaicana no país.

Amy sempre fez muitos covers de clássicos do estilo e chegou a se apresentar como backing vocal do tradicional grupo de ska inglês The Specials. No EP, gravou um cover deles (“Hey Little Rich Girl”), dois clássicos de ska jamaicano que também foram regravados pelos Specials (“Monkey Man”, sucesso absoluto do Toots & The Maytals que já recebeu dezenas de versões; e You’re Wondering Now”, gravada pelo tradicionalíssimo grupo Skatalites – conhecido como a banda mais antiga de Ska do mundo – e pela dupla Andy & Joel)  e um clássico do soul travestido pro ritmo de ska (“Cupid”, de Johnny Nash).

A paixão de Amy pelo Ska e pelos Specials era tanta que até a capa do EP reproduzia a arte característica dos Specials e seu Ska “2 tone”, todo em preto e branco e com o clássico quadriculado (o Ska “dois tons” era feito na Inglaterra, por brancos, mas referenciando e contando com a participação de músicos negros jamaicanos. Daí o nome e a referência a preto e branco.).

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NTR Convida # 22 Johann Vernizzi (Veronica Kills)

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério) o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

 
O convidado da semana é Johann Vernizzi, vocalista e guitarrista da banda Veronica Kills. O quarteto pode ser simplesmente definido como uma banda de rock. E no sentido tradicional da coisa. Não tem efeito, não tem firula, é guitarra no talo, música rápida e barulhenta, gritos e distorção suja. Como eles mesmos dizem, só querem saber de tocar “rocão”, se divertir e se manter fiel às origens, sem pretensões de atingir grandes massas ou aparecer no Faustão.

Apaixonados por rock de garagem cru, com clara inspiração em bandas como Ramones, MC5, Hellacopters, Turbonegro e Stooges, Alex Scotch (guitarra), Johann Vernizzi (guitarra e vocal), Matheus Lopes (baixo) e Giuliano Di Martino (bateria) formaram a banda em 2012 para tocar o que realmente gostavam. Meses depois, já se enfiaram em estúdio para gravar seu primeiro EP, batizado de “Disaster Tonight”.

As seis faixas do EP de estreia foram gravadas no estúdio Costella, de Chuck Hipolitho; e produzidas pelo próprio. Hoje Chuck faz parte da banda Vespas Mandarinas e é VJ da MTV, mas também ficou conhecido por fazer parte da banda brasileira de rock Forgotten Boys, outra influência da Veronica Kills.

Trabalhando de forma totalmente independente, sem selo ou gravadora, os meninos bancaram todos os custos do EP (os quatro têm empregos paralelos à banda), fizeram a capa do disco (Johann é designer e ilustrador), camisetas, adesivos, cartazes de shows, divulgação e até seu primeiro clipe,  para a canção “Lack Of Soul”. O vídeo, que foi filmado com um iPhone e editado pela própria banda, está na programação da MTV e já tem mais de duas mil visualizações no Youtube.

As músicas escolhidas pelo Johann estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência.

A playlist:

1) The Stooges – TV Eye
“Essa é uma das musicas mais fodas que já ouvi na minha vida. Cada vez que escuto essa faixa é como se a estivesse ouvindo pela primeira vez, me faz rever todos os meus conceitos sobre o que é fazer rock.”

2) Turbonegro – Get it On
“Turbonegro é uma banda norueguesa muito boa, de death punk/rock’n’roll. Gosto muito do jeito como eles misturam humor e energia ao som deles. Eles têm seu próprio exército (o Turbojugend), que é uma molecada que se organiza pelo mundo inteiro; e é demais. Recentemente eles trocaram de vocalista. O CD novo tá muito bom, mas prefiro o Hank no vocal.

3) Johnny Thunders – Born to Lose
“Depois que saiu do NY Dolls, ele formou o Heartbreakers com o Richard Hell (que saiu cedo da banda) e com o Jerry Nolan (ex-baterista do Dolls). O disco LAMF é muito foda, rock’n’roll simples, com muita energia.”

4) Ty Seagall – Girlfriend
“Todas as bandas e projetos desse cara são demais. Geniozinho.”

5) Black Lips – Sea of Blasphemy
“Banda foda, energia pra caralho!”

 

veia copy copyMais Veronica Kills:

Entrevista do Johann para o LADO Bá
Soundcloud (ouça o EP na íntegra)
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NTR Convida #19 Charlotte Cooper (The Subways)

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério) o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

 
Mais uma vez o NTR Convida traz uma playlist gringa: a convidada da vez é a inglesa Charlotte Cooper, baixista e vocalista dos Subways (e NÃO, não é aquela lanchonete, pode guardar a piadinha!).

the-subwaysA banda é um power trio inglês formado por ela e pelos irmãos Billy Lunn (vocalista e guitarrista) e Josh Morgan (baterista). Eles ficaram famosos no mundo todo com o hit “Rock’n’Roll Queen” (de seu álbum de estreia “Young for Eternity”, lançado em 2005). A canção chegou a ser usada na trilha sonora de comerciais, seriados e filmes (como “The OC”, “Rock’n’Rolla” e o excelente longa alemão “A Onda”). Eles estouraram quando ainda eram adolescentes.

Com vinte e poucos anos, já tinham rodado o mundo todo fazendo shows e ganharam notoriedade com apresentações muito intensas, enérgicas e explosivas em grandes festivais (viraram praticamente residentes do Reading Festival). Hoje ainda nem chegaram nos 30 anos e já  têm 3 álbuns lançados – o segundo deles, “All or Nothing (de 2008), foi produzido por Butch Vig, que também fez o seminal “Nevermind”, do Nirvana.

Apesar de tocar em uma banda de rock bem purista, a Charlotte é bastante eclética e nos indicou as cinco músicas que mais tem ouvido ultimamente:

As músicas escolhidas pela Charlotte estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência. 

A playlist:
1) Bat For Lashes – All Your Gold
“Eu sempre me inspiro ouvindo e assistindo a artistas femininas que realmente detonam e dominam o palco. E a Natasha Khan definitivamente é um exemplo disso. Essa é a minha canção preferida do último álbum dela.”

2) Blood Red Shoes – Heartsink
“Nós tocamos com os Blood Red Shoes em alguns festivais no último verão; e foi tão incrível vê-los tocando ao vivo de novo! Me fez querer ouvir os álbuns deles mais uma vez; e “Heartsink” é provavelmente a minha música preferida deles.”

3) Reverend & the Makers – Bassline
“Meu marido está tocando bateria com a banda, então eu vi muitos shows deles no ano passado. A plateia sempre pula e se agita quando eles tocam essa música; e eu adoro isso.”

4) Kylie Minogue – BPM
“Essa música é um lado B do single “I Believe In You” e é uma das minhas canções preferidas da Kylie. Ela tem sido minha artista favorita desde que eu tinha 5 anos…e é surpreendente ter um lado B tão incrível quanto esse!”

5) Hundred Reasons – I’ll Find You
“Os caras dessa banda eram heróis para todos os jovens roqueiros quando eu era adolescente. Recentemente eles se reuniram para alguns shows e foi tão legal poder ouvir todas as pessoas do lugar cantando cada palavra de suas músicas de novo.”

Mais Charlotte Cooper e Subways:
charlotte-cooper
Twitter dela
Twitter da banda
Site oficial dos Subways
Fanpage oficial da banda no Facebook
Canal oficial da banda no Youtube

Entrevista especial da Charlotte para o Lado Bá.

 

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NTR Convida #15 Jajá Cardoso (Vivendo do Ócio)

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério) o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

Hoje nosso convidado é o super simpático soteropolitano Jajá Cardoso, vocalista, guitarrista e compositor da banda Vivendo do Ócio.

jajaO grupo é formado por ele mais os irmãos Luca Bori (vocal e baixo) e Davide Bori (guitarra) e Dieguito Reis (bateria). Eles juntam boas letras em português a um som que lembra a primeira fase dos Strokes e dos Arctic Monkeys. Começaram em 2006 e, desde então, ganharam um concurso do Guaraná Antarctica, o prêmio Video Music Brasil (VMB), da MTV; lançaram dois discos, entraram para a gravadora Deck, tocaram com o Lou Reed na Itália, têm clipes incríveis e muito engraçados e fazem um show de lavar a alma, super intenso. Em março, tocam no festival Lollapalooza Brasil. Uma banda de respeito. E de muito Rock’n’Roll, baby!

Uma curiosidade: pouca gente sabe, mas o Jajá também é um grande desenhista e já ilustrou muitos trabalhos da própria banda. Dá uma olhada no portifólio dele. E, pra fechar com maestria a seção “NTR Convida”, ele teve a pachorra de tirar uma com a nossa cara, nos obrigando a tocar…bem, veja na lista aí em baixo:


As músicas escolhidas pelo Jajá estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência. 

A playlist:

1) Legião Urbana – Há Tempos
“Essa música é muito especial, porque foi a primeira que aprendi a tocar no violão e, consequentemente, a Legião foi a primeira banda de rock nacional que escutei.”

2) The Offspring – The Kids Aren’t Alright
“Essa marcou minha fase punk rock, quando tentava andar de skate e montei minha primeira banda, a “The Collision”. O Americana era um dos discos que eu mais escutava, lembro que a introdução dessa música era um mistério, ninguém conseguia tirar e não tinha internet pra ajudar, nessa época (1998 pra 1999). Computador era muito caro e, além disso, éramos todos iniciantes, então, depois de um tempo pelejando, fui o primeiro a tirar e passei pra galera.”

3) Teddy Morgan and The Sevilles – Dear Ted Letter
“Um dos meus melhores amigos, Sidarta, me apresentou o Blues. Ele estudava num conservatório e eu aproveitava pra fazer as lições com ele e pegar todos os conselhos que o professor dele passava. Teddy Morgan foi uma das recomendações. Quando escuto é como se eu voltasse a ter 13 anos de novo, é impressionante o poder que a música tem de te transportar para outras épocas e lugares. O Blues me mostrou que eu apenas preciso sentir a música e entender que ‘a guitarra precisa cantar.”

4) The Beatles – All You Need Is Love
“Essa é um das minhas preferidas dos Beatles, a letra é linda e é de autoria do melhor Beatle, na minha opinião: George Harrison. Ele não ficava forçando a barra, tentando se aparecer. E não se envolvia naquela guerra de egos entre Paul e John. Me identifico muito com ele.”

5) Raul Seixas – Gita
“Agora vocês vão ter que tocar!!! Raulzito dispensa comentários, sou fã! Ele foi um ícone, pai do rock nacional. E mostrou que é possível falar sobre coisas profundas de forma simples, sem ser clichê ou piegas. Todo compositor de rock que se preze, se não gostar, tem que no mínimo compreender a genialidade dele. Essa música é um marco,  pois o Brasil inteiro escutava, do pedreiro ao professor de faculdade.”

Mais Jajá Cardoso e VDO:

vdo-o-pensamento-e-um-imaTwitter do Jajá
Twitter da Banda
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Facebook da banda
Site oficial da VDO
Entrevista especial para o blog LADO Bá

 

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