Thrash metal chinelinho

 
O guitarrista JB Brubaker é quem começa a música “Vital Signs”. O riff é melódico e bem elaborado, executado apenas uma vez antes da entrada violenta do resto da banda. Quando isso acontece, o público geralmente explode em êxtase, a “roda punk” começa e ninguém fica parado. Se há algo diferente nesse ritual tão comum durante os shows da banda norte-americana August Burns Red é que JB Brubaker é, provavelmente, a única pessoa trajando chinelos no local.

Vital Signs – August Burns RedVital Signs – August Burns Red

 

Se houver mais alguém com os “flip-flops”, como são chamados os modelos popularizados no Brasil pela marca “Havaianas” devido ao barulho que fazem durante o caminhar, esta pessoa deve ser o outro guitarrista, Brent Rambler, que faz as bases e acompanha os padrões de baixo e bateria. O fato de não usarem coturnos, tênis ou sapatos aparenta ser o ápice da história de uma banda diferente no cenário do heavy metal internacional.

De chinelos, JB e Brent fundaram a banda em março de 2003, em Manheim, Pennsylvania. Trata-se de um vilarejo com pouco mais de 4,5 mil habitantes localizado no condado de Lancaster, um local de arraigadas tradições cristãs. É o condado que, no começo do Século XVIII, imigrantes de origem germânica escolheram para estabelecer a comunidade Amish, de cunho extremamente conservador e que fugiu da Europa para escapar de perseguição religiosa.

Apesar de causar inúmeros “devil horns”, August Burns Red já se torna diferente por ser uma banda de integrantes cristãos, o que não quer dizer necessariamente que a temática seja religiosa. “O Cristianismo é uma religião, não um estilo musical”, esclareceu JB Brubaker em entrevista à revista online Shout!. Assim, tem escapado da alcunha que tanto pesou para bandas como Creed e P.O.D., embora tal temática seja recorrente nas letras.

Além de falar sobre batalhas pessoais, superação e relações humanas, os integrantes se vestem de maneira comportada e, até certo ponto, diferente para uma banda de trash metal. Os guitarristas e o baixista Dustin Davidson normalmente tocam de bermudão, camisa polo ou camisetas sem estampa e… chinelos. O vocalista Jake Luhrs é o único que se arrisca a cultivar uma grande barba, com visual um pouco mais parecido com o estereótipo do headbanger.

Para completar a lista de curiosidades da banda que faz trash metal, mas se veste de forme indie e tem Jesus no coração está a origem do nome. August é uma ex-namorada de Jon Hershey, membro fundador e primeiro vocalista. Seu relacionamento conturbado acabou de forma repentina e August, em fúria, foi até a casa do ex, prendeu seu cachorro na casinha e ateou fogo. O cão da raça Setter Irlandês, de pelagem avermelhada, morreu queimado. A manchete no jornal local foi “August Burns Red”.

 

[author_infos title=][/author_infos]

Playlist: dia dos namorados

We Love fucking, we Love music.

Não há nada melhor em um sextime do que um bom som para acompanhar (e esquentar) o momento. Aproveitando essa vibe romântica do dia dos namorados, o NTR escolheu a dedo uma playlist para ajudar você a encontrar o clima certo e levar seu parceiro(a) às alturas na hora do gratino.

A fim de agradar todos os gostos e todos os tipos de lovers, separamos uma coletânea de 69 f#cksongs em três categorias: soft-amorzinho, moderate-slap-on-the-ass e hardcore-motherfucker. Escolha o ritmo que se encaixe melhor à sua posição ao seu gosto & let’s make Love!

 

 

 

 

 

[author_infos title=][/author_infos]

SNL Brasil: Convidados musicais

No dia 27 de maio de 2012, às 20 horas e 30 minutos, estreou na RedeTV a versão brasileira de um dos mais famosos e antigos programas estadunidenses, o Saturday Night Live. Tá, todo mundo já sabe que é “saturday” mas passa de “sunday” e que não é assim tão “live“, mas nada disso importa.

O que realmente importa para mim são os quadros musicais do programa. O SNL norte-americano é famoso tanto por apresentações fenomenais – vide o episódio final desta última temporada, que contou com nada menos que Mick Jagger + Foo Fighters – como também por aparições extremamente escrotas, como esta da Ashlee Simpson, onde ela perde a entrada na dublagem, vergonhoso.

Mas o que esperar do SNL tupiniquim?

O programa parece ter tido algumas dificuldades para arrumar seu primeiro quadro musical, e foi com a Marina Lima que conseguiram resolveram começar. Foi uma apresentação que, depois de pensar um pouco no assunto, classifiquei como “estranha”. Na verdade, eu não realmente entendi o que aconteceu ali.

O som da banda convidada estava com “padrão RedeTV” de qualidade, assim como também o restante do programa, com um eco bizarro no microfone e instrumentos mal equalizados. Bem, confere aí embaixo:

Quem acompanha do SNL, sabe que o programa parece exercer uma força misteriosa sobre alguns convidados, fazendo com que se apresentem com uma fúria que não é comum em qualquer programa/show. Separei algumas das apresentações mais memoráveis (gosto pessoal) do programa e agora é só torcer para que aconteça o mesmo por aqui.

Faith No More, Epic

Quero ver a garota o vocalista do Restart doidão assim no programa, to torcendo pra chamarem eles.

AC/DC, Stiff Upper Lip

The Rock, apresentando o melhor do rock! haha…

The White Stripes, Dead Leaves And The Dirty Ground / We’re Going To Be Friends

FODA!!!Nada pra falar de Jack White.

Jason Mraz, I’m Yours

Música mais tocada em luaus e churrascos no Brasil na temporada 2009-2010.

Joe Cocker, You Are So Beautiful

Cara, isso é muito lindo. E não, Joe Cocker não é mais um mendigo feio e sujo.

Radiohead, Lotus Flower / Staircase

Idem ao comentário sobre o Jack White ali em cima.

Nirvana, Territorial Pissing

Derrota: quase consegui todos os vídeos que eu queria no Vimeo. Quebra tudo, Dave!

Agora nos resta a esperança de que, com a chegada da marca SNL ao Brasil, os artistas internacionais que visitam o país tenham oportunidade de se apresentarem onde não seja preciso fazer playback, dançar com ex-BBBs nem cortar pedaços da música para não estourar o tempo dos programas.

[author_infos title=][/author_infos]

Luiz Beleza: Chegou a Hora

O estudante de engenharia Luiz Beleza, conhecido como Tupi entre os amigos, começou sua vida musical aos 14 anos, com sua banda de rock “Inércia 42”. Natural de Santos, morou em Manaus até os 18 anos e atualmente reside em Bauru, onde intercala aulas de eletromagnetismo com cervejadas e shows.

“Chegou a Hora”, lançado em 2011, foi produzido por Cesar Bottinha e contou com grandes nomes como por exemplo, o baixista Robinho Tavares, que já tocou com nomes como Ed Motta, Wilson Simoninha, Max de Castro, Simoninha e Jair Oliveira. No disco, nota-se grande influência de Tim Maia, Ed Motta, Djavan e Seu Jorge nas composições de Luiz, que também gravou alguns clássicos e músicas de autoria de amigos compositores.

Presente do próprio Luiz Beleza para o NTR, deixamos aqui o disco para você ouvir na íntegra.

Eu quero sol (faixa 1), tem pinta de tema de abertura de novela das oito. Faz lembrar àquelas cenas da mocinha correndo com o vestido esvoaçante contra o mar. A letra simples te faz cantar ao ouvir já pela primeira vez.

Mundo cruel (faixa 2), que não por acaso é a música de trabalho de Luiz Beleza, fala sobre dramas dos recém-chegados à vida adulta. O instrumental dessa música é simplesmente um chute nas partes baixas. Está tudo lá, em seu devido lugar: bateria, baixo, guitarra, teclados e os sopros – aaaah, os sopros! O refrão, que diz apenas “ÔÔÔÔ, mundo cruel”, não precisa de mais nada, graças aos sopros.

Capitães da areia (faixa 3), uma balada baseada no romance de Jorge Amado, mostra o lado mais “tranquilo” de Luiz, assim como Andarilho das estrelas (faixa 8).

Em Segredo (faixa 4) ele retoma o groove e coloca um pouco de romantismo, nada exagerado. A fórmula é mantida em Hey menina (faixa 7), e aqui, com certeza, lembramos um pouco de Claudio Zoli, o que troca de biquini sem parar.
Diz que fui por ai (faixa 5), samba composto por Hortênsio Rocha  e Zé Keti, começa só com voz e a caixinha-de-fósforo. A música já foi gravada pelo xará Luiz Melodia, Nara Leão e também por Fernanda Takai. Nessa versão, assim como em Geraldinos e arquibaldos (faixa 10), de Gonzaguinha, Luiz não inventa, faz o feijão-com-arroz e aproveita para mostrar sua versatilidade. Fechando o disco, temos a festiva Direção (faixa 9) e o samba-rock Já rolou (faixa 11), que com certeza bota o pessoal pra dançar nos shows.

Chegou a hora nos apresenta um cantor com muita personalidade, boas referências e uma boa mão para compor. O time que participou do disco, desde as composições, passando pelos músicos e produção, é de primeira classe, e merece também os parabéns pelo excelente trabalho. O disco vai melhor quando corre pelo Pop, Samba e Soul do que quando cai para as baladas, o que nem de longe faz com que ele deixe de ser um ótimo disco de estreia.

Só pra reforçar a brincadeira sobre a novela das oito: (1) dê um play no vídeo abaixo, (2) pause, (3) tire o som do player do youtube e (4) Dê play em “Eu quero sol”, primeira faixa do disco e em sequência, o vídeo abaixo.

Está até sincronizado. Curioso, não?

Cool Covers: The Beatles/Sgt. Peppers


Como já é sabido, o disco “Sgt. Peppers” completa hoje 45 anos de seu lançamento. Considerado um dos principais discos de todos os tempos – o melhor, segundo a Rolling Stone – , não há argumentos capazes de rebaixá-lo a nada menos que excepcional.

Durante esses anos, muitos covers foram gravados, músicas sampleadas e “mashupeadas” pelos mais diversos artistas, e como bons fãs de interpretações, separamos algumas boas versões de algumas músicas do disco.

Cássia Eller – Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band

A música que dá nome ao disco é de longe a que teve mais execuções de outros artistas. Essa versão é a primeira música do Cássia Eller Acústico MTV e foi um dos discos mais tocados no velho aparelho de som e discman de muita  gente.

 

Joe Cocker – With a little help from my friends

Essa versão de Joe Cocker conta com a participação de Brian May (Queen) e Phil Collins (Phil Collins, pô) . Confiram também o nosso right track dessa  música.

 

Andrew Lubman – When I’m Sixty Four

A música mais “óóóuuummm” do disco foi composta por Paul em homenagem ao pai. Aqui, o homem-banda Andrew Lubman garante que todas as performances do vídeo são realmente as que foram gravadas, algo não muito comum nesse tipo de vídeo. Mesmo sem inventar muito, a versão ficou realmente bacana.

 

Bônus: Mashup Wonderwall vs. A day in the life

Claro que o Oasis não poderia deixar de ser citado. No som abaixo, o DaftBeatles brincam com Wonderwall e a A Day In The Life. Acredito que não tiveram muita dificuldade aqui.




[author_infos title=][/author_infos]

Right Track #5 The Beatles vs. The Goonies

Nesta seção vamos disponibilizar wallpapers bacanudos de clássicos do cinema revisitados por clássicos da música. Sempre uma bela sacada (ou não). Veja o que preparamos, baixe, use e, se tiver uma bela ideia, não deixe de enviar nos comentários!

 

Em homenagem ao aniversário de 45 anos do lançamento do maior álbum de rock do planeta,

Nesta edição: With A Little Help From My Friends, The Beatles

Sol, suor, cerveja clandestina e Franz

Não me lembro ao certo como aconteceu, mas foi lá entre 2004 e 2005 que “Take Me Out” tocou na rádio e o Franz Ferdinand invadiu a minha playlist. Foi por isso que neste domingo o 16º Cultura Inglesa Festival me fez acordar cedo e rumar o parque da Independência para ouvir os sussurros e o sotaque mais charmoso da Escócia. Cedo porque, como divulgado no site do festival, a lotação máxima do parque seria de 20 mil pessoas, e eu não queria correr o risco de ficar de fora.

Pega essa vibe de festival no parque da Independência

E foi um domingo agradabilíssimo, maior clima de festival, o parque é lindo, as pessoas estavam felizes estendendo suas cangas no gramado e deitando no verde com a Banda Uó fazendo versões duvidosas de Smiths, Garotas Suecas voltando às origens e mandando Stones, e as internacionais We Have Band e The Horrors de fundo. O paque da Independência tinha tudo para virar um Hyde Park,  o maior e mais popular parque de Londres, palco de shows ao ar livre durante o verão europeu.

A Cultura Inglesa conseguiu fazer um festival organizado, gratuito, sem atrasos e melhor que muitos Lollapaloozas em que você paga 200 reais para assistir a filas. Apesar de proibida a entrada com bebidas alcoólicas, os vendedores ambulantes deram um “jeitinho” de burlar a regra e matar a sede do pessoal judiado pelo sol forte e sendento por Heineken vendida a 5 reais – preço justíssmo, contando que no Lolla o chopp era 8 mangos, e a dificuldade em encontrar as latinhas preciosas, já que comprar breja tinha atingido um status parecido com o de procurar dorgas.

Muvuca da galera desesperada atrás de breja

E os escoceses subiram ao palco às 18h45 para nos brindar com músicas novas de seu próximo trabalho e hits de seus três álbuns: “Do You Want To“, “Walk Away“, “The Dark of the Matinee”, “Take Me Out“, “Ulysses” e “Michael” empolgaram as cerca de 18 mil pessoas que compareceram ao parque. Infelizmente muita gente não conseguiu entrar no parque e houve até tumulto com a polícia. Mas quem assistiu ao show com certeza pode apreciar uma apresentação de ótima qualidade, com uma banda empolgante, que transparecia estar feliz por estar no palco e que em sua última canção deixou claro a que veio a São Paulo: we’re gonna burn this city, burn this city!

 

[author_infos title=][/author_infos]

Todos menos eu: Deidre Muro

Em “Todos menos eu eu” vamos falar daquele artista/banda que é hype e está em todos os blogs, na programação da MTV, Multishow e na Rolling Stone. Vamos fazer o trabalho sujo para você não ficar sem assunto com seus amigos hipsters.

 

Sou fã de revistas. Desculpem-me os defensores da sustentabilidade ambiental, mas não há prazer maior para mim do que encontrar uma edição novinha esperando-me para ser lida e rabiscada. E foi numa dessas minhas tantas idas às bancas de jornal que me deparei com a Deidre Muro, cantora nova-iorquina que virou a musa das redações de revistas como Vogue e Gloss. Com voz delicada e jeito meio alternativo (não aquele mainstream hipster, tá?), Deidre vem conquistando seu espaço e conta que suas referências são o pop dos anos 60 e o blues.

Com tanta meiguice, Deidre foi convocada para uma campanha da Forever 21 (marca californiana com DNA meio coreano, superpopular) para ser tema da linha especial da marca dedicada à Hello Kitty com a música “Classic Girl”, cuja melodia tem o combo pegada sintética e voz aguda, que não pede muitos esforços. Além disso, Deidre é camarada: quem quiser copiar a coreografia não vai ter muitas dificuldades. O clipe é, como o nome da música, bem clássico.

Além disso, a cantora tem opiniões fortes e não gosta de ser titulada como cantora-compositora. “Às vezes apenas cuspo as músicas”, diz, sem se preocupar com o rótulo que gostam de dar. “Minhas músicas não são sobre mim, são sobre coisas abstratas. É muito fácil interpretá-las, pois finjo que vivi essas situações enquanto canto”, completa.

Quando questionada sobre a possibilidade de vir ao Brasil, a senhorita Muro responde na lata: “Venho quando me convidarem”.

É, a moça meiga das canções é, na verdade, uma mulher de língua afiada – e afinada.

 

[author_infos title=][/author_infos]

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré, a Origem


“Alagados, Trenchtown e Favela da Maré”, são as palavras mais importantes do clássico “Alagados”, composto por João Barone, Bi Ribeiro e Herbert Viana e gravado no excelente Selvagem? (1986).  Não são termos aleatórios, como podem parecer: fazem referências a grandiosas favelas que têm como característica em comum as construções em palafitas. E pra morar em condições dessas, só com muita fé – ainda que não se saiba fé em quê.

Filho do Brigadeiro Hermano Viana, militar de alta patente, Herbert nunca precisou morar sobre as águas, se equilibrando em tábuas e passarelas. Mas a difícil realidade das favelas mencionadas o atingiu mesmo assim: a Favela da Maré fica no Rio de Janeiro, local para onde mudou na adolescência e onde foi fundada a banda. Já Trenchtown, que fica em Kingston, Jamaica, ele descobriu lendo a biografia de Bob Marley, que por lá morou por anos.

Não há nenhuma ligação direta entre Herbert – ou mesmo com João Barone, que nasceu e cresceu no Rio de Janeiro, ou Bi Ribeiro, que é carioca mas morou em Brasília – com a Favela dos Alagados, em Salvador. Talvez ela faça parte do imaginário de Herbert pelo fato de ter morado algum tempo – a infância – no nordeste, em João Pessoa. Alagados é a base do refrão, a base de uma música de alta contestação social.

“Alagados” canta a dificuldade do pobre e a “arte de viver a vida” apesar de todas as dificuldades. Essa música, que tem uma constituição meio caribenha em meio a tantas percussões e pelos solos de guitarra, parece fazer menção ou criar uma ponte direta com outras duas grandes músicas brasileiras.

“Alagados” lembra muito “A Novidade”, que foi composta pela banda em parceria com Gilbert Gil e que também está em Selvagem?. Nela, Gil, autor da letra, usa a imagem de uma sereia para desvendar um “paradoxo na areia”: “alguns a desejar seus beijos de deusa”, “outros a desejar seu rabo pra ceia”. O caso termina como um “pesadelo medonho”, algo que permeia a realidade de “Alagados”.

Mas também lembra muito “Do Leme ao Pontal”, de Tim Maia – talvez pelos nomes citados no refrão. Nela, Tim exalta duas das mais belas praias do Rio de Janeiro. Entre uma e outra há muita beleza – Leblon, Ipanema e por aí vai. Quando o refrão para de ser repetido, Tim Maia solta as piores e mais sujas praias cariocas: Calabouço, Flamengo, Botafogo, Urca, Praia Vermelha. Está aí a contradição – e a crítica.

Os Paralamas do Sucesso também incluíram Tim Maia no repertório de Selvagem?, com uma versão reggae de “Você”, que seria depois emendada por muitas e muitas bandas – inclusive por Gilberto Gil -, com “Vamos fugir” e “Is This Love”, de Bob Marley – olhem só: é como um ciclo que se fecha. Para esclarecer, “Do Leme ao Pontal” também foi lançada em 1986. Suspeito que poderia ter sido ela a regravada, se a situação fosse outra.

Em “Alagados”, os  Paralamas se limitam à tríade “Alagados, Trenchtown, Favela da Maré”, mas a crítica vai tão longe quanto poderia, o que tornou a canção um dos maiores sucessos do grupo. Pode até ser considerada um clássico, embora muita gente saiba ou entenda sua origem: palafitas, condições precárias, sujeira e, principalmente, a “arte de viver da fé – só não se sabe fé em quê”.

PS: Justamente por ter no refrão termos aparentemente aleatórios – e, principalmente, em inglês -, “Alagados” entrou para o rol de músicas que permitem composições instantâneas: em vez de Trenchtown, os desinformados cantam qualquer outra coisa como “sem sal”. É o tipo de coisa que acontece com Cláudio Zoli em “Noite de Prazer”: “Tocando B.B. King sem parar” vira “Trocando de biquíni sem parar”. Muito curioso e divertido.

 

[author_infos title=][/author_infos]

Top 7,5: Clipes ALLTYPE

O termo “Alltype” – comum na publicidade – define anúncios e peças que não possuem outros elementos visuais senão o texto. Pela definição parece simples, mas traduzir com sucesso uma ideia, sem utilizar fotos e ilustrações em um pequeno espaço, exige muita habilidade.

Quando essa ideia sai do papel e vai para o vídeo, as possibilidades se multiplicam, se tornando uma ferramenta muito útil para artistas, principalmente quando a edição do clipe oficial atrasa. Mais conhecida como Kinetic Typography (experimente uma busca no Youtube), vídeos que utilizam essa técnica sempre ganham milhares de visualizações, seja ou não um vídeo oficial. Vamos então aos melhores:

7.  Happy Pills – Norah Jones

Álbum: Little Broken Hearts (2012)

 

6. Tightrope – Janelle Monae

 Álbum: The ArchAndroid (2010)

 

5. Mad World – Gary Jules

Álbum: Donnie Darko Soundtrack (2001)


Versão do clássico do Tears for fears, gravada para a trilha do filme Donnie Darko.

 

4. Let The Drummer Kick – Citizen Cope

Álbum: Citizen Cope (2002)


Trilha do filme Coach Carter (Treinando para vida), com Samuel L. Jackson.

 

3. Ya no sé qué hacer conmigo – El cuarteto de nos

Álbum: Raro (2006)


Uruguaios também sabem fazer pop rock.

 

2. Fuck you – Cee lo Green

Álbum: The Lady Killer (2010)


Essa versão foi lançada oficialmente por Cee-lo dias antes do clipe oficial, que também é muito bom.

 

1. Online songs – Blink 182

Álbum: Take Off Your Pants and Jacket bucks (2001)


Falar o quê desse vídeo? Dá vontade de lotar o mp3 com todos os discos do Blink.

 

1/2. Samuel L. Jackson – Pulp Fiction

Além de videoclipes, é muito fácil achar cenas de grandes filmes nesse estilo. A mais famosa é a cena de Samuel L. Jackson em Pulp Fiction.