Best Coast: I Don’t Know How

O clipe novo do Best Coast tinha mesmo que ser filmado na ensolarada Califórnia, né?

A dupla formada por Bethany Cosentino e Bobb Bruno aparece feliz em uma pistona de skate em Sun Valley para promover a canção “I don’t know how”, do seu último lançamento – um “mini disco” ou “EP grande”, álbum com 7 músicas chamado “Fade Away”.

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O vídeo foi dirigido por Patrick O’Dell e faz parte do projeto Noisey, parceria da Intel com a revista Vice que serve como plataforma de divulgação de artistas geralmente alternativos e novos.

Pessoalmente, acho que “Fade Away” tem músicas melhores do que essa e preferia ver um clipe para “This Lonely Morning”, por exemplo. “I don’t know how”, pra mim, é a mais fraca do disco. Mas tá valendo. A gente ama Best Coast e esse clima de férias de verão!

Cool covers: “Meu nome é EMINEM! 56!”

Ah, a internet… sempre nos surpreendendo, não é mesmo? Eis que nós do NTR ficamos chocados com um mash-up de discurso + beat de rap famoso e simplesmente precisávamos dividir essa pérola com vocês. É um cover acidental. Sem querer querendo. Do Eminem com… o Enéas!

Imagina isso! “Meu nome é EMINEM, 56”! Hahahahahahha!

Os caras misturaram um discurso político e agressivo que o saudoso Enéas fez em inglês com a base musical do hit “Lose Yourself”, lançado pelo Eminem em 2002 – e que é trilha sonora do filme “8 mile”, estrelado pelo próprio rapper.

Gostaram?

O polêmico rebolado da Miley Cyrus virou joguinho

O “twerking”, rebolado sensual e descarado que deriva das danças jamaicanas originais das festas de Dancehall (que é tipo o funk carioca deles), virou uma febre nos EUA e gerou polêmica ao ser feito pela Miley Cyrus, que tenta desesperadamente parecer sexy e se livrar da imagem de “menininha Hannah Montana da Disney”. Começou com esse clipe dela:

Aí, como todo mundo já tá careca de saber, a Miley fez o twerking e muitas outras coisas bizarras em sua apresentação no último VMA, prêmio anual da MTV americana, e deu o que falar. Tanto que virou até um jogo!

Isso mesmo, você não leu errado. Uns malucos de Amsterdã inventaram um joguinho em que o objetivo é fazer a Miley Cyrus rebolar o máximo possível em frente ao cantor Robin Thicke. Quanto mais rebolado, mais a plateia pira e mais pontos você ganha. No final, o objetivo é chocar as celebridades da plateia (tem a família do Will Smith e até o presidente Barak Obama!).

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“Miley Cyrus: The Game” está disponível em 38 países e já teve mais de 500 mil acessos! Pra jogar é só controlar o rebolado fazendo círculos com o mouse ou o touchpad. Clique aqui para abrir o jogo.

NTR Convida #39 Victor Meira (Bratislava e Godasadog)

Às sextas-feiras o NTR traz a seção “Convida”, onde músicos convidados ditam o som para você começar o final de semana na pegada!

victorO convidado de hoje é o músico Victor Meira, baixista e vocalista da banda Bratislava que também tem um projeto de música eletrônica chamado Godasadog (repare que o nome é um palíndromo. Achei genial!). Victor é soteropolitano e montou a Bratislava com seu irmão, Alexandre, que também canta e toca guitarra. A banda foi formada em São Paulo, cidade onde moram, no começo de 2010. A atual formação ainda conta com os paulistanos Edu Barreto (guitarra) e Lucas Felipe Franco (bateria).

Depois de lançar o EP “Longe do Sono”, o grupo gravou seu primeiro álbum, “Carne”. O disco saiu no ano passado e é surpreendente, unindo de forma muito rica diversos estilos musicais (forró, rock, baião, jazz, reggae…) a letras em português que parecem literatura e contam a história de um personagem sem nome e sua trajetória em um mundo que mistura fantasia e realidade. Eu adorei!

godasadog-2992Já o Godasadog é uma dupla, formada por Victor e Matschulat (produtor, compositor e engenheiro de som) em 2012, também em São Paulo. Eles tocam música eletrônica alternativa e acabaram de lançar seu primeiro disco, que se chama “Hoje”. Matschulat mora em Londres e, por isso, parte do álbum foi feita à distãncia. Ainda bem que existe internet, né? O disco contou com participações especiais dos músicos Matéria Prima (Zimun, Quinto-andar, Subsolo) e Bruno Kayapy (Macaco Bong) na faixa Centrifuga e do poeta mineiro Heyk Pimenta na faixa Agora – cuja letra é um poema de sua autoria. A dupla também tem um EP chamado “Casulo”.

Confira a seleção do Victor – playlist lá no topo do post.  o/

1) Silverchair – Tuna in the Brine
“Silverchair foi a minha primeira banda preferida. Aliás, foi com Silverchair que eu descobri o lance de ‘ter uma banda preferida’. Isso foi no fim da sexta série, quando eu morava em Curitiba, na época em que Anthem for the year 2000 tava rolando na MTV. Tuna in the Brine é um dos ápices musicais da banda, dentro do melhor álbum deles na minha opinião, o Diorama. Esse álbum é, de longe, o mais ambicioso deles, cheio de construções harmônicas lindas, passagens inusitadas e delicadas, mesmo com drive e peso. Ouço esse disco com certa frequência desde que ele foi lançado, em 2002; e ainda é um dos meus preferidos.”

2) Omar Rodríguez López – Mundo de Ciegos
“Comecei a mergulhar no The Mars Volta na faculdade, enfeitiçado pelas construções complexas, harmonias tortas e o paradoxo de fazerem som melancólico e enérgico ao mesmo tempo. Depois de zerar a discografia da banda no repeat, fui buscar mais e encontrei a fabulosa fábrica bizarra de música doida do Omar Rodríguez-López. Mundo de Ciegos é a segunda faixa do Xenophanes, um puta álbum dentro da discografia profusa dele. Acho legal o fato de que ele encara os lead vocals desse disco, assim como no Un Escorpión Perfumado e em poucos outros. Ele não é um puta vocalista, mas acho que acontece uma mágica quando o cara que compôs os sons vai e encara os vocais.”

3) Debout sur le Zinc – Je Cherche Encore
“Em 2008 eu conheci Paris e fiquei bem encantado com a cultura francesa. Comecei a estudar a língua e, naturalmente, comecei a pesquisar sons e bandas do país. O suprassumo dessa pesquisa foi o Debout sur le Zinc, um som que conquistou um lugarzinho permanente aqui no coeur. Ouvi tanto esse som que em 2010 eu fiz um desenho deles e enviei pro acordeonista da banda, que me respondeu, e pudemos formar um pequeno diálogo. Em 2011, influenciado por eles, comprei um clarinete e comecei a estudar o instrumento. Enfim, tenho um apreço e um carinho muito especial por essa banda, e curto sonhar com a possibilidade de, um dia, quem sabe, dividir palco com eles, Bratislava avec Debout sur le Zinc, hahaha, já pensou?”

4) Red Hot Chili Peppers – Venice Queen
“Se Silverchair é importante pra mim por ter sido a minha primeira banda preferida, o Red Hot Chili Peppers o é por ter sido a primeira banda da qual comprei um disco. Minha primeira aquisição musical, com o dinheirinho juntado da mesada, foi o Californication. Entretanto, a faixa que eu selecionei não é desse disco, e sim do By The Way, meu disco preferido deles. Venice Queen é uma faixa especial, grandiosa, cheia de vocais e backing vocals do Frusciante, que me agradam muito… Gosto muito dela. O RHCP é uma banda enorme pra mim, muito musical, pop, penetrante, divertida. É o som que eu ponho quando eu não sei que som pôr, quando quero relaxar. Funciona como um porto seguro, uma onda que sempre vai bem, que sempre me põe num mood legal.”

5) The Bad Plus – And Here We Test Our Powers of Observation
“Quem me apresentou o trio foi um amigo que morou comigo durante a faculdade, o Pedro. No início achei muito legal a coisa do trio de jazz que fazia versões de Nirvana, Pink Floyd e Sabbath, mas depois essas faixas viraram as que eu menos escutava. Peguei gosto pelo som autoral deles, e tenho em grande conta o disco Give. O trio é virtuoso e criativo, o som tem atitude, verve, tem pegada. No festival Jazz na Fábrica de 2011 vi o show deles no SESC Pompéia, foi um absurdo de bom! Do mesmo disco indico também a faixa Dirty Blonde, foda!”

 

Mais Victor Meira:

Bratislava-1892Bratislava

Bandcamp (dá pra baixar o EP “Longe do Sono” e o álbum “Carne” de graça! Aproveite!)
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Youtube (eles têm vários clipes legais)

 

 

 

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Godasadog

Bandcamp (dá pra baixar o álbum “Hoje” e o
EP “Casulo” de graça também!)
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Todos menos eu: a praga da Lorde

Sempre que vejo uma novidade “hypada” demais me bate uma preguiça tão grande que começo a evitar o artista. Foi isso que aconteceu com a Lorde. A cantora tem apenas 16 anos, é da Nova Zelândia e, há alguns meses, tem sido assunto de quase todos os blogs, programas de TV e rádio, revistas e sites especializados em música do mundo. Ela já tinha estourado na Austrália, nos EUA e na Europa quando começou a ser comentada por aqui. E eu li tanto sobre ela que me deu uma baita preguiça de ouvir sua música. Mas, depois de tanta insistência, acabei vendo o clipe de “Royals”, seu hit mundial; e ouvindo seu EP de estreia inteiro – The Love Club, lançado em março deste ano. Não achei nada de mais. Só que aí, como uma praga, a Lorde começou a me perseguir.

Como se não bastasse ler “Lorde” em todo site que costumo acessar e ser atacada por anúncios dela pipocando pela internet, tem uma menina na minha academia de Kung Fu que é igualzinha a ela, comecei a ver amigos compartilhando suas músicas nas redes sociais e peguei “Royals” tocando na rádio. O pior de tudo: foi na rádio de verdade, na FM local, nada moderninha, tipo uma Alpha ou Antena 1 careta que tava tocando dentro do salão quando fui à manicure (!!!). Choquei. E então resolvi dar mais uma chance pra menina.

Ouvi o EP de novo, vi mais alguns clipes, incluindo o assustador “Tennis Court”, mas o que mais me chamou a atenção foram os vídeos dela cantando ao vivo. Acabei ficando com “Royals” grudada na minha cabeça por dias a fio e agora até que acho legal. O mais bacana sobre a Lorde, que na verdade se chama Ella Yelich-O’Connor, é que, apesar de ser muito jovem, aparentemente não se deixou moldar tanto assim pela linha de produção da Indústria Musical, como muitas cantoras pop padronizadas estética, vocal e musicalmente.

Ela escreve suas próprias músicas, canta bem e com personalidade, tem um cabelão cacheado e volumoso, só usa preto e roupas esquisitas, tem cara de chapada nos vídeos ao vivo, que grava sem maquiagem, aparenta ser bem mais velha do que é, mantém a voz mais grave e um estilo de música que não soa nada adolescente. E olha que ela nasceu em 1996!

O primeiro disco da Lorde se chama “Pure Heroin” (interprete como quiser) e foi lançado há menos de um mês. Desde então, só se fala dela por aí, sua música toca no mundo inteiro, já tem um monte de gente fazendo covers dela (incluindo a Selena Gomez num show em Amsterdã  – alou, globalização!), ela conquistou o 1º lugar nas paradas dos Estados Unidos e de seu país natal, tornando-se a Neozelandesa mais jovem a ocupar o topo da lista Billboard, tomando o posto antes ocupado pela polêmica Miley Cirus. E o hit “Royals” virou tema de uma propaganda do Samsung Galaxy Note 3 com o Messi! Tá bom, né?

Mais Lorde:

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Icona Pop | This Is…

Icona Pop | This is…

Record Company TEN e Big Beat Records / 24 de setembro de 2013 / Pop, Eletrônico

Icona Pop | This is...

Faixas:

1. I Love It (featuring Charli XCX)
2. All Night
3. We Got The World
4. Ready For The Weekend
5. Girlfriend
6. In The Stars
7. On A Roll
8. Hold On
9. Crime
10. Light Me Up
11. Then We Kiss

 

2,5/5

“A dupla sueca conseguiu honrar o conterrâneo grupo ABBA e levar a música de Estocolmo para as pistas de dança do mundo inteiro. As meninas estouraram com o hit ‘I Love It’ e, depois de um ano, finalmente fazem sua estreia global com o álbum ‘This is…’, embora na verdade este seja seu segundo disco – na Suécia, elas já tinham lançado um début homônimo em 2012. É música despretensiosa e divertida, pra ouvir enquanto se pratica exercícios, dançar em uma festa ou espantar o tédio no carro cantando com os amigos.”

É pra quem gosta de:

Katy Perry – Abba – Ellie Goulding

Tem que ouvir:

I Love It – In The Stars – On A Roll

Pode pular:

Ready For The Weekend – Just Another Night

O álbum será lançado oficialmente no dia 24 de setembro, mas já está disponível para audição na íntegra no portal Pitchfork, em parceria promocional com a dupla.

NTR Convida #38 Luiz Felipe Santos (Sleeping Sapiens)

Às sextas-feiras o NTR traz a seção “Convida”, onde músicos convidados ditam o som para você começar o final de semana na pegada!

O convidado de hoje é um exemplo vivo do uso correto do adjetivo “eclético”: que gosta de vários tipos de música, por vezes bem diferentes entre si, mas que não engole qualquer coisa. Escuta de rap (como Terra Preta e Nas) a rock pesado (Helmet) e bandas “moderninhas hypes” (gosta muito do Phoenix). Por isso, eu estava curiosíssima para ver como ia ficar sua playlist. Com um repertório tão vasto e diversificado, é uma das pessoas que mais entende de música que eu já conheci. Sem contar sua barba ruiva, que faz dele um quase pirata. Ou seja: um cara legal!

Luiz é baterista, mas também toca violão, canta e compõe. Já teve umas trocentas bandas e hoje faz parte da dupla Sleeping Sapiens, ao lado do guitarrista Johann Vernizzi – que também toca no Veronica Kills e já participou do NTR Convida com um monte de “rocão”.

sleeping sapiensOs dois são amigos de infância e sempre fizeram música juntos. “O Sleeping Sapiens, na verdade, sempre existiu. Mas eu e o Johann nunca nos tocamos. Tivemos bandas juntos desde os 14 anos e sempre fizemos o que nos dava na telha. Em 90% das nossas bandas nós éramos os caras que faziam as composições e as melodias, sempre trocávamos informações sobre as bandas que faziam as nossas cabeças em determinado momento. Então, por isso tudo, eu diria que a gente sempre foi o Sleeping Sapiens. Mesmo antes de esse nosso projeto ter sido formado”, conta Luiz.

Depois de um tempo sem tocar, recebeu um inusitado convite de Johann: “Cara, vamos gravar um EP!” – “Topei na hora. O Johann já tinha boa parte das músicas prontas. Tanto é que, das cinco músicas próprias do nosso EP, apenas “Senseless” foi composta por mim. Daí em diante foi bastante fácil. Marcamos um ensaio numa quarta, passamos todas as músicas em umas duas horas, e no fim de semana seguinte, já gravamos o EP no Dinamite Studios. Passamos o instrumental num sábado e os vocais e outros detalhes no domingo. Rápido assim!”, diz ele.

O som do Sleeping Sapiens é um lo-fi muito sujo, cheio de reverb e fuzz e influenciado por Ty Segall, METZ, White Fence, Thee Oh Sees, The Mummies e The Psyched. Luiz toca bateria e faz backing vocal, enquanto Johann canta, grita e toca guitarra no EP de estreia do duo, que tem 6 faixas – sendo 5 autorais e um cover do clássico Suffragette City, de David Bowie. A arte do disquinho foi feita por Bruno Borges, o “Penabranca”, que já trabalhou com artistas como Brandon Boyd (do Incubus).

Segue a playlist:

1) Ty Segall – You’re the Doctor
“Esse guri é muito interessante. É uma das maiores influências no nosso EP. Ele está popularizando de novo o garage rock na gringa, faz um som direto e reto, mas, ainda assim, não tem medo de arriscar mudanças num disco pro outro.”

2) METZ – Get Off
“Quando fiz ‘Senseless’ estava ouvindo muito o som desses caras. Lançaram um disco pesadíssimo no ano passado. Batera muito marcada, riffs repetitivos, é muito bom.”

3) Sonic Youth – Mildred Pierce
“Não sei onde estava com a cabeça quando passei tanto tempo ignorando a obra desses caras.”

4) A Tribe Called Quest – Jazz (We’ve Got)
“Quem ouve o nosso EP nem deve imaginar, mas música negra é uma das minhas paixões. O The Low End Theory é meu disco de rap predileto de todos os tempos, junto do Illmatic do Nas.”

5) Jorge Ben – Charles Jr.
“É simplesmente o meu artista predileto entre todos. Faz parte da minha vida desde quando eu era pivete.”

 

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Cool Covers: Kátia Pereira, a gatinha carioca

Imagine se a Katy Perry tivesse nascido no Brasil. Ela ia se chamar Kátia Pereira. E se fosse do Rio de Janeiro moraria na Barra da Tijuca, viajaria para o exterior nas férias e seria a musa de Maximiliano Lewis, o Max, menino de 12 anos que ficou famoso e até apareceu no Fantástico depois de gravar covers de sucessos da cantora americana.

Agora Max é o novo Menino do Rio (também apontado como o novo Nissim Ourfali) e Katy Perry é a nova garota de Ipanema – ops, quer dizer, da Barra. O primeiro hit de Max foi “Carioca Girls”, uma paródia de “California Girls”. Aceita:

 “Eu já fui pra Londres. Eu te falo,
rapaz, são brancas demais!”

“Eu já fui pra Disney. Mas praia
não tem, são gordinhas também.”

 

f1ba7557c5e6439e95131a16227063cd (1)Com um sotaque puxadíssimo, Max exalta a beleza das garotas e da natureza cariocas, da praia, do sol, do biquíni – e mostra a superioridade das tchutchucas do Leblon e da Barra da Tijuca frente às londrinas e frequentadoras da Disneylândia. Tudo isso usando como pano de fundo paisagens luxuosas do Rio, uma generosa franja à la Justin Bieber (as mina da 5ª série piram) e roupas de marca. Sensacional!

O vídeo foi publicado em junho. Na entrevista para o Fantástico, o menino contou que o cover era originalmente um projeto para a escola, cuja tarefa consistia em criar versões de músicas, inventando as letras. A ideia de expor o resultado no Youtube teria sido incentivada pelo pai, Quentin (cara, de onde vêm os nomes dessa família? Eles são gringos?!).

Mas o melhor de tudo é que agora Max tem um novo hit, cover de Hot’n’Cold:

O cover de “Hot and Cold” é puxado no auto tune e tem Max de topete em um vídeo mais produzido, com uma modelo contratada (que o pessoal comentarista do Youtube insiste em dizer que é a irmã do cara quebrando um galho).

O menino continua cantando em paisagens bonitas do Rio, mas também passeia com a namoradinha (que parece ser pelo menos uns 5 anos mais velha do que ele) e até aparece no carro com a mãe dirigindo e a menina  no banco de trás.

Dessa vez, ao invés de falar da beleza da garota, o pobre Max canta sobre as dores de um pé na bunda. Mas aprende a lição: “Eu mergulhei lá no mar sem chorar. E eu vi lá no céu que o amor é cruel”.

Nasce uma “web celebridade”. Só não ganha do Lídio Mateus. Ainda.

NTR Convida #36 Liege Milk (Medialunas, Hangovers etc.)

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério) o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

 

A convidada dessa semana é praticamente a mulher maravilha da música independente brasileira. Ou uma das personagens de X-man. Porque o tanto de coisa que ela faz vai te deixar cansado só de ler. Tão hiperativa e workaholic como Dave Grohl e Josh Homme, Liege Milk toca mais de um instrumento e integra mais de uma banda, além de realizar trabalhos voluntários voltados à música, ter um emprego ligado às artes visuais e gostar de cozinhar. Acho que ela não dorme muito.

Loomer
A catarinense passou a maior parte da vida morando no Rio Grande do Sul e, de lá, saiu tocando pelo Brasil com as bandas Loomer, Hangovers e Medialunas. Cada uma com um estilo diferente, mas coerentes entre si. A Loomer é total anos 90, shoegaze e grunge, aliando momentos mais agressivos com a distorção no talo a melodias mais doces e vocais casados. My Bloody valentine é uma das referências mais marcantes. Liege tocava baixo e cantava no grupo até maio deste ano.

“Terminei de gravar meus baixos e vocais no disco que está para sair – e que está muito bonito. A Loomer é uma baita banda. Eu sou fã. Os guris são músicos incríveis. Mas é aquela coisa…banda é que nem casamento; e casamento cê sabe bem como é: tem que ter muita paciência, tolerância, respeito, carinho, dedicação, amor. Amor de verdade. Eu já não estava mais tendo tanta dedicação, tanto carinho…acho que esse disco, bem como um filho, pra mim, é o fruto do amor que dediquei à banda nestes 5 anos. Penso que agora a banda merece alguém que possa se dedicar muito mais do que eu e renovar as energias, dando AQUELE GÁS que a banda merece, que eu já não sou mais capaz de dar”, explica ela.

Hangovers

Mas Liege continua a tocar no Hangovers desde a sua formação, em 2009. Até este ano o grupo era um power trio do capeta com bateria, duas guitarras e nenhum baixo, tocando apenas canções instrumentais pesadíssimas, com muitas  referências do grunge, mas também com muito mais peso e sujeira – e influências de Helmet, Sepultura e outras bandas mais pauleira. É propositalmente tosco, estupidamente alto e agressivo. E genial. Um de seus EPs se chama “Academia Brasileira de Tretas” e o trio batizou seu som de “grunge universitário”. Andrio Maquenzi, que era vocalista do Superguidis, entrou para a Hangovers em 2013, transformando a banda em um quarteto com três caras na guitarra (sim!) e a Liege descendo a mão na bateria para conseguir equilibrar essa barulheira toda. Eles estão gravando um novo EP, o terceiro do grupo, que terá quatro músicas, deve ser lançado ainda este ano e, prometem, soará “mais pesado que o céu” – em uma clara referência a Kurt Cobain. “Deixamos de ser um power trio, nos formamos na Academia de Tretas e deixamos de ser grunges universitários. Creio que estamos entrando pra turma dos veteranos… doutorados em tretas. Daqui pra frente é só passar o conhecimento adiante”, brinca Liege.


Medialunas

Ela e Andrio, aliás, são namorados, moram juntos e vivem praticamente como se fossem casados. Eles também começaram a compor e a tocar juntos e criaram o duo Medialunas – minha banda preferida da Liege. Os dois cantam, ela toca bateria e Andrio toca guitarra. E, por mais piegas que soe, preciso escrever isso aqui: a música deles é simplesmente apaixonante. Talvez porque tenha nascido justamente do amor dos dois, que são um dos casais mais bacanas e talentosos que já conheci. O som é mais “limpo” do que o das outras bandas de Liege, com vocais harmônicos e algumas melodias mais tranquilas, mas sem deixar de lado a guitarra distorcida e a bateria marcada – e às vezes até os miados da gata Yoshimi, um dos bichinhos de estimação do casal. Depois de irem soltando músicas na internet que geraram muita repercussão, os dois lançaram um álbum cheio (e com uma capa linda sensacional, toda desenhada à mão) chamado “Intropologia” no ano passado. “Estamos em processo de composição do novo disco, com cerca de 5 músicas novas, que não estão no Intropologia. E seguimos viajando por aí, com tour programada para Rio de Janeiro e Nordeste ainda este ano. Mas sem pressa. Fazendo as coisas à medida em que podemos…sem atropelos”, diz ela.


Meninas na Batera

Além das bandas, Liege ainda faz trabalho voluntário ensinando bateria para meninas de 6 a 17 anos no Rio Grande do Sul. É o projeto “Meninas na Batera”.

“Tenho me dedicado muito ao meu trabalho artístico (desde 2008 me dedico quase exclusivamente à música e senti falta do mundo em que vivia antes: o das artes visuais) e ao projeto Meninas na Batera, que escrevi logo após minha experiência no fantástico Girls Rock Camp Brasil e tenho desenvolvido desde março deste ano aqui no RS, para a minha comunidade”, explica Liege, que foi uma das instrutoras de bateria da primeira edição brasileira do Girls Rock Camp, realizada em janeiro em Sorocaba (SP).

Além de uma oficina de musicalização, o projeto é uma iniciativa sócio-cultural que não exige prática ou conhecimento prévio das meninas, além de fortalecer. sua a auto-estima e empoderamento através da música, nesta fase de formação de caráter e auto-conhecimento, visando a formação de cidadãs mais conscientes, auto confiantes e sem medo de se expressar de forma alguma.

Quando convidei a Liege para participar do NTR Convida, ela disse que fazer listas não era nada fácil. Mas acabou escolhendo canções que marcaram sua adolescência e a influenciaram. “Nessa fase atual da vida ando ouvindo essas músicas de novo, de novo e de novo, como se ainda tivesse 18 anos”.


A playlist:

1) Mayonaise – Smashing Pumpkins
“É a All You Need Is Love dos anos 90. Nunca tive uma fase beatlemaníaca. Mas sou pumpkinmaníaca até hoje.”

2) Going Inside – John Frusciante
“É a melhor trilha pra gente se encontrar com a gente mesmo, limpar o brejinho interior e analisar com o coração o que realmente é um problema externo e o que é problema nosso, que, por muitas vezes, a gente acaba projetando nos outros. Olhar pra dentro é fundamental. A paz mora aqui dentro, cê só tem que organizar tudo bonitinho nas gavetinhas dentro de você.”

3) Silver Rocket – Sonic Youth
“Porque um pouquinho de caos e ‘despirocamento’ são necessários pra gente agir, reagir, se sentir vivo.”

4) Heart of Gold – Neil Young
“O véio sabe das coisas. E dispensa comentários.”

5) Right Through You – Alanis Morisette
“Para muitas meninas da minha idade e convivência próxima, a Alanis foi a primeira Riot Grrrl com quem se teve contato. Não sei se pela nossa faixa etária (27 anos), mas You Oughta Know foi a primeira bomba que escutei completamente carregada de raiva e, ao mesmo tempo, de uma sensibilidade única e transparente. Um bagulho duro e translúcido, que nem um diamante. Right Through You é a minha preferida do Jagged Little Pill – meu diamante, pequeno remedinho amargo que curou muitas e muitas dores de cotovelo, confusões mentais e existenciais na minha adolescência. Alanis pra mim foi um portal: depois tomei conhecimento e adoração à Kathleen Hanna, Kim Deal, Kim Gordon e tantas outras musas!”


Mais Liege:liege

Medialunas
Hangovers
Loomer
Meninas na Batera
Gilrs Rock Camp Brasil

 

NTR Convida #34 Rita Oliva (Cabana Café e Champu)

Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério) o NTR traz a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.

 

1002285_564116783651507_1590869459_nA convidada desta semana é Rita Oliva, dona de olhos verdes matadores que faz parte das bandas Cabana Café e Champu.

O primeiro grupo é um quinteto de São Paulo formado por ela e mais quatro rapazes (Gustavo Athayde, Mário Gascó, Taian Cavalca e Zelino Lanfranchi). Eles acabaram de lançar seu primeiro álbum, “Panari”, que foi produzido por Guilherme Ribeiro e pode ser ouvido na íntegra no novo (e bonitão) site da banda. O disco saiu pelo selo Balaclava Records, que pertence a integrantes da banda amiga Single Parents; e já tem seu primeiro single e videoclipe, uma bela produção em slowmotion para a canção “Vermelha Anã”:

O Cabana Café também fez um making off registrando as gravações do disco, que foram feitas ao vivo no Na Cena Studio, na zona sul de São Paulo, em 2012. Veja aqui.

Curiosamente, é com o baterista do Single Parents, Rafael Farah, que Rita forma sua segunda banda, a Champu – contando ainda com o músico e produtor Roger Paul Mason, de Nova Iorque; e mais alguns membros dos grupos Shed e A Caçamba De Dona Madalena. O nome da banda foi escolhido por Roger porque a palavra tem o mesmo significado e a mesma pronúncia em inglês e português.

Por enquanto, Rita segue na estrada. Está em turnê com o Cabana café pelo Brasil – eles começaram os shows no Sul e agora tocam no interior de São Paulo (este sábado, 13/07, em Gonçalves; e no dia 17 de agosto em São José dos Campos). E a viagem nçao acaba tão cedo: no fim de setembro, a moça embarca para os EUA, onde fará uma turnê com o Champu.


As músicas escolhidas pela Rita estão no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência.

A playlist:

1) Secos e Molhados – Primavera nos Dentes
“Sou fissurada nessa música. O instrumental cria o clima, a letra chega curta e super intensa. Me arrepia todas as vezes que eu ouço.”

2) Societés – Tão
“Clima bom, vocal gostoso. A banda é independente, de São Paulo; e está com um disco novo pra ser lançado, onde tive o prazer de gravar alguns vocais.”

3) Serge Gainsbourg – Cargo Culte
“Faz parte de um disco conceitual e fala do fim trágico da história de amor do Gainsbourg com uma lolita. Quando eu ouvi essa música pela primeira vez eu fiquei enfeitiçada. Alem da ser sexy, a guitarra tem pegada roqueira e um coro completamente épico. O tema da música e o contexto em que ela está inserida deixam tudo mais intenso.”

4) Joni Mitchell – The Dry Cleaner From Des Moines
“Sou fã absoluta do trabalho dela e amo o baixo grooveado do Jaco Pastorius nessa música.”

5) The Whitest Boy Alive – Gravity
“Adoro as melodias do vocal e os espaços do instrumental. É música pra ouvir correndo, no carro viajando, pra dançar. Acho que serve pra quase tudo (risos).”

Cabana Café - Panari
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