“Quem diria, dá pra misturar axé com rock. É a guitarrada! A definição de micareta indie ou música de hipster podia ser esse disco. Mas esses termos soam pejorativos – e não é o caso. Ilhabela é a trilha sonora perfeita de uma típica viagem para a praia, num feriadão quente, com todos os amigos zoando. Curtição! Alto astral!”
É pra quem gosta de:
Vampire Weekend – Friendly Fires – Paralamas do Sucesso
Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério), o NTR vai trazer a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.
O convidado da semana é Eduardo Porto, baterista na banda instrumental Aeromoças e Tenistas Russas.
Ninguém melhor para definir a banda do que seus próprios integrantes, certo?
(“Não foi preguiça do editor, eu juro” – O Editor) “Aeromoças e Tenistas Russas é da cidade de São Carlos-SP e sua principal proposta é explorar a estrutura das músicas, evitando prender suas composições a formas fixas ou estilos definidos. Ao contrário, promovem uma construção experimental de timbres e ritmos que passeiam pelo rock, samba, jazz, funk e eletrônico. Integrada atualmente por Thiago “Hard” – ora no saxofone, ora na guitarra; Juliano Parreira no contra-baixo, Gustavo Palma “Hoolis” no sintetizador e samples e Eduardo Porto na bateria.”
As músicas escolhidas estão todas no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência!
A playlist:
1. Itamar Assumpção – Tete Tentei “Já tinha escutado algumas músicas, mas depois que assisti ao documentário fiquei fanático por Itamar e sua música. O que me chamou a atenção foi o modo com que ele gravava seus discos, completamente independentes naquela época. E é uma coisa que hoje em dia está bem mais contextualizada. Escolhi essa música pelo jogo de palavras e ritmo que ele coloca através de suas letras.” 2. White Denim – At the Farm “Tive o prazer de ver essa banda ao vivo no Festival Bananada, em Goiânia, no mesmo palco em que tocamos algumas horas antes. Os compassos e a formulação das frases são muito bem construídos e trabalhados e muito potentes em um grande palco.” 3. Clutchy Hopkins – 4:08 “Ouço todos os dias e me passa uma tranquilidade enorme. Foi um cara que me chamou muita atenção nos últimos tempos e trouxe algo que eu procurava há um bom tempo na música. A fórmula simples deixa a música especial.” 4. Macaco Bong – Otro “O novo CD do Macaco Bong vale a pena ouvir inteiro! Essa é a música que abre o álbum e é incrível na abertura de shows. Ela transforma todo o ambiente e atrai a atenção do público para todo o restante da apresentação, trazendo muita energia e mostrando que os músicos são excelentes.” 5. Morbo y Mambo – La Espada de Cadorna “A banda de Buenos Aires traz diversos efeitos que se complementam e deixam um som muito nítido, apesar de tantas pessoas na banda. O instrumental dessas ambiências sonoras, junto com a melodia dos metais, produz um clima pra cima!”
“Depois de um excelente disco de estreia, o Macaco Bong lançou um EP e mudou de baixista e de cidade. Mas, passados quatro anos, o som continua o mesmo – pesado, libertador e brilhante – ainda que seu primeiro álbum continue insuperado.”
A formação clássica de Rock’n’Roll não tem firulas nem segredos: é composta por guitarra, baixo e bateria. Por isso os power trios costumam ser uma síntese perfeita desse ritmo, com barulho na medida exata, sem exageros – mas ao mesmo tempo podendo inventar moda dentro de sua modesta formação para criar músicas mais interessantes.
O Band of Skulls é isso: um trio clássico, que pouco se destaca com pequenas peculiaridades. A começar por terem uma garota no baixo (a Emma Richardson). E também por ela dividir os vocais com o guitarrista, Russel Marsden. O baterista Matthew Hayard completa a banda. Eles vêm de Southampton, no sul da Inglaterra, e tocam juntos desde 2008. Fora isso, não trazem nada de novo, apenas músicas muito boas. O som é rock de garagem, sujinho e cru, mas não muito pesado. Os vocais harmônicos mesclando a voz feminina de Emma com a masculina (mas aguda) de Russel dominam as canções com as linhas de guitarra e uma bateria simples e marcada.
Com um som desses, sem grandes inovações, é fácil compará-los com o Black Rabel Motorcycle Club (outro power trio garageiro que conta com uma garota, só que na bateria) e muitas outras bandas – como The White Stripes(a voz e a guitarra do Russel lembram muito o Jack White), Jet e até o Kills. Mas isso não quer dizer que eles sejam irrelevantes ou descartáveis.
Você pode até não se lembrar, mas na certa já deve ter ouvido essa música em algum lugar
O Band of Skulls pode até não ser tão famoso por aqui, mas já tocou em todos os grandes festivais europeus e norte americanos e tem dois discos lançados: “Baby Darling Doll Face Honey”, de 2009; e “Sweet Sour”, de 2010. É o segundo álbum que traz os maiores sucessos do grupo (além da canção homônima, tem “Lies” e “The Devil Takes Care Of His Own”). Depois de já serem bastante hypados na gringa, veio o golpe de mestre: a canção “Friends” entrou na trilha sonora do filme Lua Nova, da saga Crepúsculo. Depois dessa, os shows do Band of Skulls ficaram ainda mais lotados, agora com hordas de fãs adolescentes.
O trio é muito competente e ralou até conseguir aparecer junto aos headliners de festivais de verão – apesar de a banda só ter 4 anos de estrada. Os integrantes sempre sonharam em ser rockstars e tiveram muitas outras bandas e empregos medíocres antes de chegarem lá. Russel e Mathew se conheceram na escola e tocam juntos desde os 12 anos. O pai do baterista os fazia ensaiar exaustivamente. Já na faculdade, conheceram Emma, que fazia artes plásticas e não sabia tocar nada, mas aprendeu baixo para entrar na banda. Ela é responsável pela arte dos discos do Band of Skulls. No começo da banda, os três trabalhavam em bares e casas de show e ficavam com dor de cotovelo vendo outros grupos tocarem enquanto eles ainda não tinham conseguido sair da garagem. Hoje, o trio excursiona o mundo inteiro – e merece ser ouvido.
Noite de sábado no Tom Jazz, em São Paulo. Pitty anuncia a música “Ne Parle Pas” e explica que um dos grandes desafios do projeto Agridoce, no qual toca ao lado do guitarrista Martin Mendezz, é cantar em francês. Acompanhados de dois percursionistas – um deles com samplers e sequenciadores -, ela começa a canção, mas não vai além do refrão depois de seguidos erros. “Para que eu errei, errei tudo aqui”, pede a cantora, aos risos. O público aplaude e vibra, e ali se estabelece uma forte ligação entre os fãs e a cantora. É possível sentir o intimismo do Agridoce.
Pitty chant en français (Pitty cantando em francês, segundo o Google)
Dezenas e dezenas de bandas e músicos já lançaram projetos intimistas, mas é difícil entender a dimensão que isso tem na obra de um artista. Intimismo, na definição artística, é a expressão dos mais íntimos sentimentos da alma. Com o Agridoce, a coisa parece funcionar exatamente nesse sentido: Pitty e Martin fizeram tudo o que não se encaixaria no projeto principal, que leva o nome da cantora. No palco, eles transbordam feeling, e é impressionante o peso da figura da Pitty. Até quando erra.
“Eu acho que se a gente errou era porque não tinha que tocar essa música. É sério, eu acredito nessas coisas”, afirma depois de paralisar a música. A plateia encara o discurso como uma desculpa esfarrapada e bem-humorada. “Eu acredito no poder da superação”, rebate Martin. “Então vamos fazer um negócio ninja: vamos pegar direto do refrão. É um, dois, três e…”. E aí tudo se encaixa, o público se cala e a música vai até o final, cada vez mais intimista, como se os poucos presentes no Tom Jazz pudessem sentir a dificuldade de cantar em francês.
Pitty, com Agridoce, no Tom Jazz em maio de 2012 – foto de Leo Mascaro
A conclusão é que o intimismo do Agridoce funciona perfeitamente. O Tom Jazz é pequeno, e o público se dispõe confortavelmente sentado em mesas consumindo e acompanhando a apresentação em um palco bem pequeno. São 30 mesas, com mais alguma em um mezanino com visão não tão privilegiada. Onde quer que você esteja, consegue sentir a intensidade de músicas como “Say”, “130 anos” e da mais conhecida “Dançando”, por exemplo. Em momento algum há referência à Pitty de “Máscara”, “Admirável Chip Novo” e “Equalize”, e isso é muito bom.
Um ponto curioso é o fato de boa parte do som ser feito por samplers e sequenciadores – backing vocals, inclusive, o que não chega a dar a sensação de playback. Fora do repertório, apenas a música “Lágrimas Pretas”, de outro projeto intimista, o 3 na Massa, no qual Rica Amabis (Instituto), Dengue e Pupilo (Nação Zumbi) compuseram músicas para serem cantadas por mulheres. Ela se encaixa bem no repertório. O show do Agridoce é curto, pouco mais de uma hora, o que causa lamentações da platéia. “Pois é, eu também acho. Mas por enquanto essas são as músicas que a gente tem”, diz Pitty. Na verdade, não há como reclamar, vale muito a pena.
Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério), o NTR vai trazer a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.
O convidado da semana é Eli Muzamba, vocalista há 13 anos na banda Jet Set, de Campinas/SP. A Jet Set, formada por amigos de faculdade no ano de 1998, toca em bares e festas na região de Campinas, São Paulo e Minas e já conta com 3 álbuns de estúdio na extensa carreira. O último trabalho do grupo, Canções de Gerra, foi lançado este ano e tem single com clipe todo gravado em Muzambinho/MG.
Recentemente, a banda fez um show temático em homenagem a Kings of Leon (uma das bandas favoritas dos caras) e, aliás, foi onde o NTR conheceu o Muzamba e o resto do pessoal gente boa da Jet Set e foi nessa ocasião que fomos presenteados com a cópia física do excelente “Canções de Guerra”. Curta os sons e a boa vibe (alguém ainda fala isso?) pro fim de semana!
As músicas escolhidas pelo Eli estão todas no player acima. É só clicar para ouvir todas na sequência!
A playlist:
1. Pink Floyd – Echoes 2. Kings of Leon – King Of The Rodeo 3. The Cure – A Night Like This 4. Milton Nascimento – Nada Será Como Antes 5. Miles Davis – So What
“Já faz tempo que a Fresno não é banda de adolescente chorão. Infinito coloca a banda no topo da lista do rock nacional bem feito, bem produzido e, acima de tudo, grandioso sem pretensão ou arrogância. Um marco.”
É pra quem gosta de:
30 Seconds To Mars – Muse – Beeshop
Tem que ouvir:
Maior Que As Muralhas – Diga (Parte 2) – Vida (Biografia em Ré Menor)
Lady Gaga chega ao Brasil nesta sexta-feira (9) para shows no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Não é fácil contestar – eu mesmo já tentei – os fãs que afirmam ela ser a maior artista pop da atualidade e dos últimos anos. É fato que suas composições, performances ao vivo e clipes são impecáveis. Até mesmo seu comportamento fora dos palcos, tido na maioria das vezes como bizarro, é digno de um grande Rockstar dos anos 80. Sua influência sobre as outras cantoras pop da atualidade é escancarada e rendeu até brincadeiras como Before & After Gaga. Para celebrar sua vinda (e ajudar os organizadores a vender seus ingressos), selecionamos 3 ótimas versões de suas músicas, acredito que vá mais agradar quem não é fã. Vamos a elas:
Just Dance
O Dirty Loops consegue tirar leite de pedra, vale a pena assistir cada um de seus vídeos. Tem Justin Bieber, Rihanna e até Britney Spears. Coloque os Headphones para ouvir esse cover de Just Dance, por favor.
You and I
Se o Aerosmith tivesse composto e gravado You and I, muito marmanjo aí ia cantar e chorar como uma criança. Mas como não foi, ficamos com a versão da Elizabeth Gillies.
Poker Face
Poker Face e outras versões de artistas pop estão no disco Colors of Rio, de Marcela Mangabeira. Puro creme do Bossa Lounge.
Toda sexta-feira (toda MESMO, dessa vez é sério), o NTR vai trazer a seção “NTR Convida”, onde músicos convidados vão ditar o som para você começar o final de semana na pegada.
O convidado de hoje já esteve por aqui com ilustrações fantásticas de alguns “fofinhos do rock“. Além de ilustrador, o Gu Sobral é vocalista na banda de blues Mr. Brown. Muito infelizmente, a banda ainda não tem material gravado, mas eu agarântiu que é coisa fina. Confira a fan page dos caras e curta os sons que o Sobral escolheu pra gente.
As músicas estão todas no player acima. É só clicar, relaxar e ouvir todas na sequência!
A playlist:
1. Ray Charles – Georgia on My Mind “Desconheço harmonia mais bonita que essa. Simples assim.” 2. Noel Gallagher’s High Flying Birds – Dream On “Super bem produzida, assim como todo o cd. Faz o Beady Eye parecer banda de garagem.” 3. Alabama Shakes – Hold On “Pra ouvir no talo.” 4. Eric Clapton – Isn’t it a pity “Pra mim, a melhor música do George Harrison. Ainda mais interpretada pelo Clapton e Billy Preston, fantástica.” 5. Sugar Ray – Fly “Ícone do Beach Rock. Nostalgia dos anos 90.”
Para cada show que faz, a Mr. Brown conta sempre com flyers muito legais, feitos pelo próprio Gustavo. Separei alguns aqui, mas não deixe de conferir a galeria completa.
Columbia Records / 26 de junho 2012 / Rock, Punk Rock
Faixas:
1. The Future Is Now
2. Secrets from the Underground
3. Days Go By
4. Turning Into You
5. Hurting as One
6. Cruising California (Bumpin’ in My Trunk)
7. All I Have Left Is You
8. OC Guns
9. Dirty Magic
10. I Wanna Secret Family (With You)
11. Dividing by Zero
12. Slim Pickens Does the Right Thing and Rides the Bomb to Hell
3/5
“Parecia que não seria possível, mas sem perder a identidade o Offspring reinventa refrões e timbres para lançar um álbum com a própria cara, mas extremamente interessante.”
É pra quem gosta de:
Green Day – Sun 41 – NOFX
Tem que ouvir:
The Future is Now – Days Go By – Hurting as One
Pode pular:
Cruising California – OC Guns – I Wanna Secret Family